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sábado, 1 de outubro de 2022

Largue o cel e olhe para o céu #35

NGC 253 - Galáxia do Escultor


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #034 - NGC 253 - Galáxia do Escultor

Galáxia do Escultor é um objeto do céu profundo que se localiza na constelação Sculptor (Escultor). Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação.

Neste caso, a mitologia não influenciou a origem do nome Sculptor, bem como a sua conformação, como usualmente costuma acontecer. Ela foi uma constelação idealizada pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille. Originalmente, ele a denominou como l'Atelier du Sculpteur em seu planisfério de 1756, representando-a com um busto esculpido em uma mesa de tripé, um bloco de mármore à frente dela e, sobre ele apoiados, um martelo de escultor e dois cinzéis (Figura 1). Em 1763, Lacaille adotou o nome em latim Apparatus Sculptoris no seu planisfério. Posteriormente, em 1891, o astrônomo alemão Johann Bode remodelou a representação da constelação, dividindo-a em duas, mantendo a Apparatus Sculptoris e criando mais uma. Ele retirou o bloco de mármore, substituindo-a pela constelação Machina Electrica, mas essa constelação nunca teve repercussão e não foi adiante. Além disso, Johann Bode passou as ferramentas que estavam sobre o bloco de mármore para a mesa, posicionando-as ao redor do busto (Figura 2). E, finalmente, em 1844, o astrônomo inglês John Herschel sugeriu o encurtamento do nome da constelação para “Escultor” e desde então ela é conhecida somente por esta designação (RIDPATH, 2018). Sua representação pictórica também permanece similar à proposta por Johann Bode, conforme pode ser visualizada na Figura 3.



Figura 1 – A constelação Sculptor conforme originalmente concebida por Lacaille e publicada no Atlas Céleste de Jean Fortin. Crédito da Imagem: encontrada no site de Ian Ridpath (RIDPATH, [s.d.]). Figura 2 - A constelação Sculptor já com a representação concebida por Johann Bode em sua publicação Uranografia de 1801 e com a designação latinizada Apparatus Sculptoris. Crédito da  Imagem: encontrada no site de Ian Ridpath (RIDPATH, [s.d.]). Observe que em ambas as representações, como o destaque é a representação pictórica com muitos detalhes e elementos, a identificação das estrelas fica em segundo plano, prejudicando a sua visualização e correta leitura.

Figura 3 - Constelação Sculptor conforme visualizada no software Stellarium.
Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2022) 

Sculptor pode ser vista em latitudes entre +50° e -90°, tendo como constelações vizinhas Cetus, Aquarius, Piscis Austrinus, Grus, Phoenix e Fornax (Figura 4).

Figura 4 - Constelações de Cetus, Aquarius, Piscis Austrinus, Grus, Phoenix e Fornax, conforme visualizadas no software Stellarium. A linha branca delimita a área de cada constelação. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2022) 

Oficialmente, a constelação recebe a designação Sculptor, a abreviatura Scl e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Sculptoris. As estrelas principais de Sculptor são: α Sculptoris ou α Scl, β Sculptoris ou β Scl, γ Sculptoris ou γ Scl e h Sculptoris ou  h Scl  (Figura 5) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).

Figura 5 - Constelação Sculptor conforme visualizada no software Stellarium e as suas principais estrelas. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2022) 

É nesta constelação que se localiza a galáxia de mesmo nome, denominada no New General Catalog como NGC 253 (Figura 6). Sua descoberta teria ocorrido em 1783, sendo creditada à astrônoma alemã-britânica Caroline Herschel (CONSTELLATION GUIDE, 2021). Trata-se de uma galáxia espiral distante a 11,4 milhões de anos-luz de nós, com magnitude visual de 8.0 (CONSTELLATION GUIDE, 2021), havendo extensas quantidades de nascimento de estrelas no seu disco. Os astrônomos identificaram evidências de explosões de formação de estrelas em seu núcleo, seja em comprimentos de onda óticos, mas também em infravermelho médio e em rádio e a categorizaram como sendo do tipo starburst (STRAUSS, 2022). Seu eixo de rotação está inclinado a 78° em relação a nossa linha de visão (Figura 7). É visível uma grande concentração de estrelas no centro desta galáxia, contendo talvez 1,5 milhão de massas solares  (FINLAY, 2003). Possui o tamanho aparente de 27,5 x 6,8 min de arco e 90.000 anos-luz de diâmetro (Figura 8). Em 1940, a supernova SN 1949E foi observada na Galáxia do Escultor (CONSTELLATION GUIDE, 2021).

Figura 6 - Localização da Galáxia do Escultor na constelação Sculptor. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2022)

Figura 7 – Galáxia do Escultor na constelação Sculptor. Fonte: (ESO, 2009)

Figura 8 – Galáxia do Escultor na constelação Sculptor. Fonte: (ESO/IDA/DANISH 1.5 M/ R. GENDLER, U. G. JØRGENSEN, J. SKOTTFELT, K. HARPSØE, 2010) 

NGC 253 se localiza a 7,3° ao sul e ligeiramente a leste da estrela Beta Ceti, também conhecida por seu nome próprio Deneb Kaitos (Figura 9). É uma das galáxias mais brilhantes no céu. Pode ser facilmente observada com binóculos aparentando ser uma mancha difusa, sendo menor e mais fraca quando comparada à Galáxia de Andrômeda. Com um pequeno telescópio, ela se assemelhará ainda mais a essa galáxia. Pode-se notar o núcleo brilhante de NGC 253 e ao observá-la por mais tempo, procure visualizar as projeções mais fracas do disco galáctico. Observe também que a porção mais brilhante do núcleo parece não estar ao centro. Se for aumentada a ampliação, notar-se-ão as manchas de poeira, conferindo à galáxia uma aparência bastante manchada. Com grandes telescópios, sua observação irá para outro patamar. Serão visualizados detalhes das manchas por todo o disco galáctico e até no halo mais fraco. Quanto mais tempo se passar observando, poderão inclusive notar-se várias estrelas sobrepostas, fracas, de magnitudes 12 e 13 (STRAUSS, 2022).

Figura 9 - Localização da Galáxia do Escultor em relação à estrela Beta Ceti (Deneb Kaitos). Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2022)

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EDIÇÕES ANTERIORES

Referências:

CONSTELLATION GUIDE. Sculptor Constellation. 2021. Disponível em: https://www.constellation-guide.com/constellation-list/sculptor-constellation/. Acesso em: 12 out. 2022.

ESO. A galáxia espiral NGC 253. 2009. Disponível em: https://www.eso.org/public/brazil/images/eso0902c/. Acesso em: 12 out. 2022.

ESO/IDA/DANISH 1.5 M/ R. GENDLER, U. G. JØRGENSEN, J. SKOTTFELT, K. HARPSØE. Starbursting sculptor galaxy. 2010. Disponível em: https://www.eso.org/public/images/potw1017a/. Acesso em: 12 out. 2022.

FINLAY, W. H. Concise Catalog of Deep-sky Objects: Astrophysical Information for 500 Galaxies, Clusters and Nebulae. United States of America: Springer, 2003. 248 p.  ISBN: 1-85233-691-9. Acesso em: 7 out. 2022.

RIDPATH, Ian. Sagittarius. Em: Star Tales. 2a. ed., Cambridge, MA: The Lutterworth Press, 2018. p. 234–237. ISBN: 978 0 7188 9478 8. Acesso em: 28 maio. 2022.

RIDPATH, Ian. Lacaille’s Sculptor. [s.d.]. Disponível em: http://www.ianridpath.com/startales/sculptorlacaille.html. Acesso em: 12 out. 2022a.

RIDPATH, Ian. Star Tales – Sculptor. [s.d.]. Disponível em: http://www.ianridpath.com/startales/sculptor.html. Acesso em: 12 out. 2022b.

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação Sculptor: conformação, constelações vizinhas, principais estrelas e localização. Boston Stellarium.org, 2022. Disponível em: https://stellarium.org/pt_BR/.Stellarium Astronomy Software

STRAUSS, Dr. Alan. How to find and observe NGC 253. 2022. Disponível em: https://lovethenightsky.com/how-to-find-sculptor-galaxy-ngc-253/. Acesso em: 12 out. 2022.

O eclipse parcial do Sol em 25 de outubro de 2022.

Antônio Rosa Campos

I – Introdução

Em 25 de outubro teremos a ocorrência do segundo eclipse do Sol (parcial) em 2022, cujas áreas de visibilidade nesta oportunidade recai sobre regiões uma extensa região da superfície terrestre abrangendo o norte da África, Ásia e Europa.


II – Visibilidade na África

Conforme mencionado, esse fenômeno abrange uma grande região do norte da África, o que viabiliza sua  visibilidade nas seguintes nações: Argélia, Egito, Líbia e Tunísia, chegando até a Etiópia, conforme podemos visualizar na figura 1 e também na tabela 1 onde podemos ver as circunstâncias geral de visibilidade para algumas localidades deste continente.

 III – Visibilidade na Ásia

Conforme podemos verificar pela figura 1, a abrangência de visibilidade deste evento recairá sobre uma vasta região do continente asiático abrangendo a região peninsular do Sul da Ásia, naquela região essa visibilidade compreende Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e o Sri Lanka.  

No centro-oeste deste continente na região que abarca essa visibilidade teremos os seguintes países: Afeganistão, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão; isso inclui também o oeste da China onde temos as localidades de Lhasa Tibet e Ürümqi.

Já no Oriente Médio, compreendendo toda a região do golfo Pérsico teremos a visibilidade na Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano Omã; portando todas as regiões asiáticas acima mencionadas encontra-se com suas circunstâncias gerais de visibilidade apresentadas na tabela 2.

IV – Visibilidade na Europa

Como a região de visibilidade recai em cerca de 99% do continente europeu, para uma melhor compreensão de suas respectivas regiões de abrangência elaboramos 4 tabelas para contemplar essa imensa região; desta forma temos:

Europa Ocidental 

Na Europa Ocidental, região geográfica localizada na área oeste do continente europeu, selecionamos as seguintes nações: Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Liechtenstein, Luxemburgo, Países Baixos, Suíça e Reino Unido, conforme dados da Tabela 3.

 Europa Meridional

A Europa Meridional, a qual também conhecemos como Europa mediterrânea compreende os países situados no sul do continente. Desta forma essa visibilidade abarca as seguintes nações: Andorra, Espanha, Chipre, Grécia, Itália, Malta e Turquia; a região de exceção é o território português nesta região, conforme vemos na Tabela 4.

Europa Setentrional

A porção norte do continente europeu a qual denomina-se Europa Setentrional consensualmente inclui as seguintes nações: Dinamarca, Estônia, Finlândia, Ilhas Faroé, Islândia, Lituânia e Noruega, cujas circunstâncias gerais de visibilidade encontra-se informado na tabela 5.

Europa Centro-Oriental

Finalmente na região Centro-Oriental ou Leste europeu que abrange a fronteira germano-polonesa (germano-polaca) até os montes Urais, divisão natural entre Europa e Ásia; então a visibilidade deste eclipse naquela área da Europa abriga os seguintes países: Azerbaijão, Armênia, Albânia, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Geórgia, Hungria, Moldávia, Polônia, República Tcheca, Romênia, Rússia, Sérvia e Ucrânia.

V - Informações Gerais

Este eclipse parcial terá seu maior ponto de visibilidade nas coordenadas de latitude 61° 38' 55,6" N, e longitude 77° 20' 44,7" área que está localizada na parte central da planície da Sibéria Ocidental, estendendo-se de oeste a leste da Cordilheira de Khanty-Mansiysk, na Rússia e em seu momento máximo, a Lua estará encobrindo 82,11% do disco solar da superfície do Sol (Figura 2) com o Sol eclipsado no ocaso para essa localidade.

V - Conclusão

A ocorrência deste eclipse certamente deixará os amigos (as) observadores (as) destas regiões que se encontram nas regiões mencionadas com boas possibilidades de registros fotográficos. Diante do exposto novamente daremos razão ao astrônomo norte-americano, o conhecido “caçador de eclipses” Jay Myron Pasachoff quando compara a diferença entre observar um eclipse solar parcial e um total; à sensação é de assistirmos uma ópera ou ficar do lado de fora do teatro. Não devemos pensar que Pasachoff está exagerando, entretanto o registro científico de qualquer evento astronômico, quando compartilhado é extremamente gratificante, visto que além de observador, passamos também a condição de participantes do fenômeno (CAMPOS, 2013).

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

___________. Sky and Observers: O eclipse do Sol em 03 de novembro de 2013. Disponível em: < https://goo.gl/oqCyYQ> Acesso em 13 Jan. 2018.

Espenak, F. NASA's GSFC (Home page), disponível em: < https://eclipse.gsfc.nasa.gov/SEdecade/SEdecade2021.html>, Last Updated: 2013 Dec 09. Acesso em 30 Jan. 2022.

Herald, D. Occult4 v4.1.0.27 (24 March. 2014) Uptade v4.2.0 available in: <http://www.lunar-occultations.com/occult4/occultupdate.zip> Acesso em: 28 Abr. 2016.

The Sky Live (HP)  - https://theskylive.com/solar-eclipse?id=2022-10-25 – Acess in 06 Mar. 2022

Google My Maps; <https://www.google.com/maps/d/u/0/> Acesso em: 06 Mar. 2022.

STELLARIUM DEVELOPERS. Versão 0.12.4 Boston: Stellarium.org, Copyright (C) 2000-2013. Disponível em: <https://stellarium.org/pt/>.  Acesso em: 06 Mar. 2022.

A oposição de Urano em 09 de novembro 2022.

Antônio Rosa Campos

- Aquela não está no mapa! Creio que assim tenha ocorrido a varredura do céu na noite de 13 de março de 1781, na constelação de Touro e a gêmeos (Herschel conhece bem aquela área do céu). Não parece uma estrela (magnitude de 5.6), porque em mais uma observação através da ocular. Ele vê um disco ligeiramente alongado (ângulo de fase de 3.0°) (CAMPOS, 2011). 

Assim, Sir William Herschel anunciou sua descoberta, expandindo as fronteiras do Sistema Solar pela primeira vez na história moderna. Tornando o planeta Urano o primeiro descoberto com um telescópio e atraindo a inveja dos que espalhavam que ele, havia descoberto Urano a conta do acaso. Não dando bola aos incrédulos, Herschel descobre 6 anos mais tarde, utilizando um telescópio ainda melhor 2 de seus satélites naturais: Titânia e Oberon.

Atualmente Urano nesta época estará com sua magnitude visual estimada em 5.7 conforme e apresentado nas suas efemérides na tabela 1 acima, podendo ser localizado na constelação de Aries muito próximo a um conjunto de estrelas brilhantes conforme podemos apreciar na carta celeste ilustrativa (figura. 1) daquela região celeste.


De igual importância, cabe salientar a presença da Lua naquela constelação também a qual, após a ocorrência do Eclipse Total Lunar estará neste instante com na posição: AR: 03h 19m 45.4s e Decl: 19° 33' 35.3" (J2000.0), complementando com os demais dados apresentados no quadro 1 abaixo.

O Planeta

Urano certamente chamará a atenção dos observadores uma vez que seus satélites naturais (Tabela e figura 2 de maneira recíproca) estarão também dentro do limite de equipamentos óticos de médio porte também; torando-se assim um excelente desafio observacional suas respectivas identificações.

Nesta oportunidade, Urano estará a uma distância da Terra de 18.687175 u.a (2.799.338.815 Km), distância essa considerável, que vem a cada ano gradativamente decrescendo até que atinja seu Periélio máximo neste século, o que ocorrerá em 15 de março de 2051 conforme podemos visualizar no gráfico 1 (The Sky Live, 2022).

Você poderá utilizar as efemérides que se encontram publicada no Almanaque Astronômico Brasileiro de 2022 (figura 3 – ilustrativa), fazendo gratuitamente o download no seguinte link: https://is.gd/Alma_2022

Importância

As oposições planetárias são uma fantástica oportunidade para que todos os observadores busquem detalhes observacionais, uma vez que poderão ser registradas mudanças interessantes no planeta. Neste caso e por tratar-se de um planeta tão longínquo apresentando seu diâmetro equatorial de apenas 3.71 segundos de arco, uma situação também interessante para os proprietários de pequenos instrumentos será buscar a identificação de seu disco planetário em meio as estrelas da constelação de Aries. Desta forma desejo a todos uma boa jornada observacional.

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) OAM (2015).

Boas Observações!

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

__________, A oposição de Urano em 2011. Sky and Observers, Disponível em: <https://goo.gl/R8LTQT> Acesso: 21  Fev 2018.

Herald, D. Occult4 v4.1.0.27 (24 March. 2014) Uptade v4.2.0 available in: <http://www.lunar-occultations.com/occult4/occultupdate.zip> Acesso em: 01 Mar. 2022.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

The Sky Live (HP) - https://theskylive.com/planetarium - Acess: 01 Mar. 2022.

A ocultação de Iota Geminorum pela Lua em 17 de outubro 2022.

Antônio Rosa Campos

Em 17 de outubro próximo, a Lua -54% iluminada e com uma elongação 95°, ocultará a estrela Iota Geminorum de magnitude visual 3.7 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos (CAMPOS, 2020) como: binóculos, lunetas e telescópios; esse evento poderá ser observado na região austral da América do Sul não abrangendo o Círculo Polar Antártico. 

Conforme mencionado, observadores localizados na região acima mencionada, poderão acompanhar o fenômeno em sua fase noturna conforme apresentado na tabela 1 abaixo com as Circunstâncias Gerais de Visibilidade abrangendo as seguintes nações: Argentina, Brasil e Uruguai. 

Além das circunstâncias de gerais de visibilidade acima mencionadas, apresentamos o mapa global (figura 2) com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange também o arquipélago remoto do Atlântico Sul das Ilhas Malvinas (também chamadas de Falkland).


Circunstâncias Gerais de visibilidade no Brasil

Não podemos deixar de mencionar ainda que além das localidades mencionadas na tabela 1, este evento também será visível somente no estado do Rio Grande do Sul. Desta forma, essa e outras efemérides poderão ser consultadas utilizando-se o Almanaque Astronômico Brasileiro de 2022 (Figura 3 – Ilustrativa) que encontram-se disponíveis  para download gratuito no link acima delineado e também mencionado nas referências.


Iota Geminorum 

Iota Geminorum é estrela gigante amarela do tipo espectral G9IIIb B, sendo que a magnitude aparente de Iota Geminorum é 3,78 (SIMBAD, 2022), tendo como base o tipo espectral constante nas notas da Universidade de Harvard pode-se deduzir que a temperatura da superfície da estrela é da ordem de 5.000 a 6.000K (CFA, 2022).

Distante da Terra por cerca de 120,3 anos-luz, Iota Geminorum e considerado um sistema binário mas existem incertezas sobre isso; em 2018 após apresentar os parâmetros fundamentais de 87 estrelas com base em medições de diâmetro angular realizadas com o Interferômetro Óptico de Precisão da U.S Navy (Figura.4), um grupo de pesquisadores liderados por Ellyn K. Baines do Naval Research Laboratory (Remote Sensing Division) não confirmaram essa duplicidade (BAINES et al. 2018).

Iota Geminorum é estrela de fácil localização e também bastante conhecida em meio as estrelas da constelação de Gemini por parte dos astrônomos amadores e proprietários de pequenos instrumentos óticos; o mapa simplificado apresentado na figura 5 acima, demostra claramente essa proximidade as brilhantes Castor de magnitude visual 1.14, Classe e tipo espectral K0III e Pollux Magnitude visual 1.98, Classe e tipo espectral A1V. (The Sky Live, 2022).

Sites recomendados:

www.rea-brasil.org/ocultacoes

"Como observar"

http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/observar.htm

"formulário de reporte"

http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/1reporte_ocultacoes_lunares_v2.0c2_portugues.xls (ocultações lunares) ou

http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/reporte_asteroides.xls 

(ocultações de estrelas por asteroides).

Boas Observações!

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

Padilha Filho. A. A ocultação de TYC 5667-00417-1 por 236 Honoria. Sky and Observers, jul 2016. Disponível em: <https://sky-observers.blogspot.com/2016/07/a-ocultacao-de-tyc-5667-00417-1-por-236.html >, Acesso em 22 mai. 2017.

Herald, D. Occult4 v4.1.0.27 (24 March. 2014) Uptade v4.2.0 available in: <http://www.lunar-occultations.com/occult4/occultupdate.zip> Acesso em: 28 Abr. 2016.

Fernique, P. Centre de Données astronomiques de Strasbourg [CDS]: Available in <http://simbad.u-strasbg.fr/simbad/sim-basic?Ident=HD+58207&submit=SIMBAD+search> - Acesso em 13 Fev. 2022.

Baines. Ellyn K. et al. - AAS/IOP The Astronomical Journal, 155:30 (16pp), 2018 January. - Disponível em <https://iopscience.iop.org/article/10.3847/1538-3881/aa9d8b> - Acesso em 13 Fev. 2022.

UNIVERSE GUIDE, N. John Whitworth, 2022 - (Blog); Available in <https://www.universeguide.com/star/36046/iotageminorum> - Acesso em 16/10/2021.

CFA - Center for Astrophysics - Harvard & Smithsonian (Homepage) - <https://lweb.cfa.harvard.edu/~pberlind/atlas/htmls/note.html> - Acesso em 13 Fev. 2022.

The Sky Live (HP) - <https://theskylive.com/sky/stars/iota-geminorum-star> - Acess in: 13 Feb. 2022.

O asteroide (31) Euphrosyne em 2022.

Antônio Rosa Campos

Em 15 de outubro o asteroide Euphrosyne estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.748), quando então sua magnitude chegará a 16.1 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela 1 abaixo apresenta suas efemérides para este dia bem como ainda um mapa celeste ilustrativo na figura 2 (HEAVENS ABOVE.COM, 2022) apresentando FoV = 60º e Mv=5, com detalhe de FoV = 2º e Mv=12 objetivando sua localização neste dia.

 

Como demonstra seu número em ordem de descoberta, Euphrosyne foi descoberto em 1º de setembro de 1854 pelo astrônomo inglês James Ferguson (1710 - 1776) no Observatório de Washington. O seu nome é uma alusão à figura mitológica de uma das três Graças; as outras são Tália e Aglaja. Foi ainda o primeiro asteroide descoberto nos EUA. (Mourão, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

Heavens Above (Home Page). Available: <https://www.heavens-above.com/MinorPlanet.aspx?desig=31&lat=0&lng=0&loc=Unspecified&alt=0&tz=UCT> - Acesso em 24 Jan 2022.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

O asteroide (46) Hestia em 2022.

Antônio Rosa Campos

Em 26 de outubro o asteroide Hestia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.004), quando então sua magnitude chegará a 10.6 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela 1 abaixo apresenta suas efemérides para este dia bem como ainda um mapa celeste ilustrativo na figura 2 (HEAVENS ABOVE.COM, 2022) apresentando FoV = 60º e Mv=5, com detalhe de FoV = 2º e Mv=12 objetivando sua localização neste dia.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 46 Hestia foi descoberto em 16 de agosto de 1857 pelo astrônomo pelo astrônomo inglês Norman Robert Pogson (1829 - 1891) no Observatório de Oxford. Seu nome é uma alusão à deusa grega do Lar, filha mais velha de Cronos e Réia, irmão de Zeus (Júpiter) e Hera (Juno), que obteve o dom de permanecer sempre virgem. Deusa doméstica por excelência, é às vezes equiparada à romana Vesta. Héstia (MOURÃO, 1987). 

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

Heavens Above (Home Page). Available: <https://www.heavens-above.com/MinorPlanet.aspx?desig=46&lat=0&lng=0&loc=Unspecified&alt=0&tz=UCT> - Acesso em 24 Jan 2022.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

O asteroide (83) Beatrix em 2022.

Antônio Rosa Campos

Em 29 de outubro o asteroide Beatrix estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.157), quando então sua magnitude chegará a 12.0 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela 1 abaixo apresenta suas efemérides para este dia bem como ainda um mapa celeste ilustrativo na figura 2 (HEAVENS ABOVE.COM, 2022) apresentando FoV = 60º e Mv=5, com detalhe de FoV = 2º e Mv=12 objetivando sua localização neste dia.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 83 Beatrix foi descoberto em 26 de abril de 1865 pelo astrônomo italiano Anibale de Gasparis (1819 - 1892) no Observatório de Nápoles. Seu nome é homenagem à Beatriz, nobre mulher florentina de família Portinari, imortalizada por Dante da Divina Comédia. Convém lembrar que o descobridor tinha uma filha com esse nome. (MOURÃO, 1987).

Annibale de Gasparis teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de impacto de 30 km de diâmetro e 1,08 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 25° 54' 00"S e LONG: 050° 42' 00"W, foi nomeada oficialmente em 1935 como DE GASPARIS pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Também o sistema de canais de origem tectônica, conhecido com Rimae de Gasparis (93 km de comprimento e coordenadas selenográficas LAT: 24° 36' 00" e LONG: 051°06' 00") foi nomeado pela IAU em 1964, em sua homenagem.

Diretor do Osservatorio Astronomico di Capodimonte (IAU Code 044), em Nápoles de 1864 até 1889, em 1851 foi agraciado com a Medalha de Ouro da Royal Astronomical Society, sendo ainda laureado om o Prêmio Lalande, em 1851 e 1852. O asteróide "4279 De Gasparis", pertencente ao cinturão principal e descoberto em 1982 pelo Osservatorio San Vittore (IAU Code 552) de Bolonha, foi nominado em sua homenagem. 

O Observatório Lunar Vaz Tolentino fotografou a cratera DE GASPARIS, a Rimae De Gasparis e sua região, com apenas 1 frame, em 10 de junho de 2014 às 00:09:34 UT. Essa imagem poderá ser vista em: http://vaztolentino.com/conteudo/824-Cratera-DE-GASPARIS 

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

Heavens Above (Home Page). Available: <https://www.heavens-above.com/MinorPlanet.aspx?desig=83&lat=0&lng=0&loc=Unspecified&alt=0&tz=UCT> - Acesso em 24 Jan 2022.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Tolentino, R.J. V. CRATERA DE GASPARIS, Vaz Tolentino Observatório Lunar, jun. 2014. Disponível em: <http://vaztolentino.com/conteudo/824-Cratera-DE-GASPARIS> - Acesso: 13 Nov. 2017.

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