Caixa de Joias
Aléxia Lage
Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #006 – Caixa de Joias.
NGC
4755 é um Aglomerado
Estelar Aberto, conhecido
como Caixa de Joias e se localiza na constelação do Cruzeiro do Sul. Assim,
serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação.
Os gregos antigos consideravam Cruzeiro do Sul originalmente como parte da constelação de Centauro. Naquele tempo, ela era ainda visível no hemisfério norte há cerca de 5000 anos e, embora pudesse ser visualizada em Atenas, aparecia baixa no céu. Porém, com a precessão dos equinócios, ao longo do tempo não foi mais observada e acabou sendo esquecida. Somente durante a Era das Grandes Navegações foi que os portugueses mapearam a constelação para a navegação. Foi nesse mesmo período que ela foi definitivamente separada de Centauro (CONSTELLATION GUIDE, 2014).
Os gregos antigos consideravam Cruzeiro do Sul originalmente como parte da constelação de Centauro. Naquele tempo, ela era ainda visível no hemisfério norte há cerca de 5000 anos e, embora pudesse ser visualizada em Atenas, aparecia baixa no céu. Porém, com a precessão dos equinócios, ao longo do tempo não foi mais observada e acabou sendo esquecida. Somente durante a Era das Grandes Navegações foi que os portugueses mapearam a constelação para a navegação. Foi nesse mesmo período que ela foi definitivamente separada de Centauro (CONSTELLATION GUIDE, 2014).
Na
vizinhança do Cruzeiro do Sul, encontram-se as constelações de Centauro e Mosca (Figura
1).
Figura 1 - Constelação do Cruzeiro
do Sul e suas constelações vizinhas Centauro e Mosca. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)
É
necessário que se faça aqui uma distinção: existe a constelação do Cruzeiro do
Sul e o asterismo de mesmo nome. O asterismo é muito
conhecido e facilmente reconhecível no hemisfério sul, sendo formado por cinco
estrelas que lembram a forma de uma cruz, daí a sua denominação (CONSTELLATION GUIDE, 2014). Já a constelação, envolve muito mais do
que essas cinco estrelas do asterismo. É composta por toda a área delimitada
para a constelação, a qual inclui o asterismo e todas as outras estrelas que se
encontram dentro dessa área, além dos objetos do céu profundo, como a Caixa de
Joias e a Nebulosa do Saco de Carvão (Figura 2).
Figura 2 - Constelação do Cruzeiro do Sul (delimitada em vermelho) com suas estrelas principais (que são as mesmas do asterismo Cruzeiro do Sul). Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020).
A constelação recebeu a
designação oficial de Crux, a
abreviatura Cru e as estrelas
pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pela
palavra Crucis (que indica que a estrela pertence à
constelação do Cruzeiro do Sul). Conforme mostrado na Figura 2, algumas
estrelas conhecidas são: Acrux (Alpha Crucis
ou α Cru), Becrux ou Mimosa (β Crucis ou β Cru), Gacrux (γ Crucis ou γ Cru), δ Cru
(δ Crucis ou Delta Cru e Intrometida (ε Crucis ou ε Cru). Essas mesmas estrelas
são as que compõem o asterismo Cruzeiro do Sul que, na verdade, mais lembra uma
pipa que uma cruz (CONSTELLATION GUIDE, 2014). Se consideramos apenas
4 delas, sem a Intrometida, aí sim teremos uma cruz de fato.
A NGC 4755 encontra-se
na região próxima à estrela Mimosa (β Crucis), conforme mostrado na Figura 3:
Figura 3 - Localização da NGC 4755. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)
NGC 4755 é também
conhecido como Aglomerado Kappa Crucis. Johann Bayer, astrônomo alemão, deu o
nome de Kappa Crucis originalmente ao aglomerado porque acreditou que
observava somente uma estrela e não um agrupamento delas. Atualmente, Kappa
Crucis é a designação de uma estrela supergigante azul, sendo uma das estrelas
constituintes da Caixa de Joias. Posteriormente, em 1752, Lacaille
descobriu,
de fato, que se tratava de um aglomerado. Já a denominação de Caixa de Joias se
deve ao astrônomo inglês John Herschel, que descreveu esse objeto como “caixinha
com uma variedade colorida de joias preciosas”. Ele ainda especificou a
posição de 100 estrelas da NGC 4755, em um período de 4 anos (1834 - 1838). Por
essa razão, alguns denominam este objeto do céu profundo como “Caixa de Joias
de Herschel” (CONSTELLATION GUIDE, 2015).
Caixa de Joias (Figura
4) possui uma magnitude aparente de 4.2, está a 6440 anos-luz de nosso planeta
formando um dos objetos mais bonitos e mais jovens (cerca de 14 milhões de
anos) no céu austral. Abrangendo uma área de 10 minutos de arco, contém uma
estrela supergigante vermelha rodeada por estrelas azuis massivas,
surpreendendo os nossos olhos com um belo efeito de contraste ao observá-las. O
aglomerado poderá ser visto somente em latitudes meridionais e tropicais. Nesse
último caso, poderá ser observado por pouco tempo bem próximo ao horizonte sul.
Para observar a NGC 4755, localize primeiramente a estrela Mimosa. A cerca de 1º dela, à sudeste, procure uma estrela de brilho
aparentemente difuso. Se você utilizar grandes telescópios e binóculos, poderá
facilmente distinguir as suas estrelas mais brilhantes em uma configuração
piramidal ou de A maiúsculo (CONSTELLATION GUIDE, 2015).
Figura 4 – NGC 4755 – Aglomerado Estelar Aberto Caixa de
Joias - Crédito da foto: ESO - License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (EUROPEAN SOUTHERN
OBSERVATORY (ESO), 2009).
O texto foi útil para
você? Agradecemos a todos aqueles que puderem deixar seus comentários com
críticas e sugestões para a coluna e o material por ela disponibilizado.
Referências:
CONSTELLATION GUIDE. Jewel
Box Cluster. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/jewel-box-cluster/>. Acesso em: 29 mar. 2020.
______. The Southern Cross. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/the-southern-cross/>. Acesso em: 21 mar. 2020.
EUROPEAN SOUTHERN OBSERVATORY (ESO). A snapshot of
the Jewel Box cluster with the ESO VLT. Disponível em: <https://www.eso.org/public/brazil/images/eso0940a/>. Acesso em: 29 mar. 2020.
STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação
do Cruzeiro do Sul. Boston: Stellarium.org. , 2020.
Muito útil. Parebens
ResponderExcluirmuito interessante! estou aprendendo e conhecendo o céu com mais organização! obrigado
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