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terça-feira, 1 de maio de 2012

O Céu do mês – Maio 2012

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB

Este mês de maio está bastante promissor visto que as conjunções celestes e os fenômenos observáveis a simples visão (sem necessidade do emprego de um equipamento ótico), poderão ser um atrativo aqueles que não estejam muito familiarizados com a dinâmica celeste. Os observadores localizados nas regiões costeiras do oceano Pacífico poderão apreciar o Eclipse Anular do Sol que será o primeiro neste ano; (abaixo comentaremos um pouco mais sobre a visibilidade desse fenômeno). Entretanto poderemos observar que a Lua formará novamente belas conjunções com as seguintes (e brilhantes) estrelas: Spica (mag. 1.0), Antares (mag. 1.0), Aldebaran (mag. 0.9) e Regulus (mag. 1.4); o planeta Saturno formará um par bastante interessante com Spica (mag. 1.0) no dia 16 deste mês, mas ele estará muito mais próximo de 72 Virginis (mag. 6.1) no dia 25 de maio. Mas de qualquer forma Vênus (mag. -4.3) e a Lua serão os responsáveis por um visual no céu muito bonito.








A Ocultação de Kow Kin pela Lua em 07 Maio de 2012

No fim da madrugada de 07 de maio, a Lua - 98% iluminada e com uma elongação de 164°, ocultará a estrela Kow Kin (omega 1 Scorpii) de magnitude 3.9. Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano. (Veja maiores informações no artigo do Sky and Observers).

A Ocultação de Mu Sagittarii pela Lua em 09 Maio de 2012

Na madrugada de 09 de maio, a Lua - 86% iluminada e com uma elongação de 136°, ocultará a estrela mu Sagittarii de magnitude 3.8. Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano. (Veja maiores informações no artigo do Sky and Observers).

O Eclipse Anular do Sol em 20 de maio de 2012

Em 20 de maio, teremos a ocorrência do primeiro eclipse do Sol (anular) deste ano que terá como áreas de visibilidade nações situadas próximo a costa do Oceano Pacífico, bem como ilhas localizadas na região Leste da Ásia e Oeste da costa norte americana. A duração de sua totalidade sendo de 05m46.3s, o tornará no 4º eclipse de maior duração ocorrido no período de 2001 - 2020, entretanto o ponto onde está totalidade e duração está recaindo, se dará no oceano nas seguintes coordenadas: Latitude = 49.0943° N e Longitude = 176.2775° E (Espenak, 2008) já no mar de Bering, sendo o ponto mais próximo a essas coordenadas a ilha Aleuta de Amchitka. Mas ali o eclipse já será parcial.



Os países (e regiões) que estarão situadas no cone de sombra da totalidade são: China (detalhes na tabela 2) região nordeste do Golfo de Tonkim, Mar da China Meridional (a linha central está ao norte das cidades de Macau e Hong Kong e) e Estreito de Formosa (a linha central está ao sul da localidade de Putian), incluindo o norte de Taiwan (detalhes na tabela 3) e as cidades de Hsinchu City, Taipei e o Mar da China Oriental; encontrando na ilha de Yokoate o território do Japão. Naquele país então o limite norte do cone de sombra passará próximo as cidades de Kagoshima, Miyazaki, Miyoshi e Tokushima; a linha central do cone de sombra entra na ilha japonesa pelo litoral da cidade de Wabuka, saindo novamente para o mar; já o cone de sombra em seu limite norte, estará próximo as cidades de Takamatsu, Kyoto, Osaka e Nagoya, quando então a linha central tangenciará a faixa litorânea entre Iwata, Kikugawa, Kunozan e Tokai. Já Nagano, Saku, Tamura e Minamisoma estarão ainda dentro do limite norte, enquanto Sosono, Hadano incluindo a capital Tóquio e regiões adjacentes à Baía de Tóquio estarão bem dentro da linha central da totalidade. Veja uma imagem do eclipse simulada e capturada com o software freeware Stellarium versão 0.9.1, utilizando as coordenadas da capital japonesa na figura 3.



Importante:

O fim da última parte do eclipse a partir de cidade de Kanagawa – Japão, ocorre já no dia 21/05/2012 – Tempo Universal - assim como em Tóquio (figura 3) em todas as localidades dos Estados Unidos da América.



Uma vez em oceano aberto, o cone de sombra não encontrará mais terra firme cruzando seu ponto central acima mencionado próximo as ilhas Aleutas, chegando então nos EUA (detalhes na tabela 4) na costa do pacífico, já no estado do Oregon. No sudoeste daquela região, o limite norte se dará nas cidades de Bandon, Glendale, Altamoth e Malin, já na divisa com a Califórnia. Neste estado a linha central passará pelas cidades de Requa, Klamath Glen, westwood e Susanville. Alturas já estará inserida no limite norte do cone de sombra, enquanto Redding, Chico e Meyers, estarão inseridas no limite sul; uma vez no estado de Nevada, Carson City, Reno e Lovelock, Tonopah McGill, Goldfield e Caliente estão dentro da faixa de visibilidade, sendo que Cedar City, Saint George e Kanab em Utah estarão dentro do limite norte. Mas no Arizona as cidades de Page e Chinle estarão exatamente sob a linha central, o que faz com que Flagstaff fique fora da faixa de visibilidade total; mas no estado do Novo México, Albuquerque estará sobre ela, mas o fenômeno estará ocorrendo bem baixo próximo ao poente.


Planetas!

Mercúrio = Desta vez Mercúrio estará na constelação de Pisces somente até o dia 10, quando então ingressa na constelação de Áries permanecendo ali até o dia 21, quando então chegará na constelação de Taurus. As ocorrências de Mercúrio neste mês são: em 08/05 estará próximo a 110 Piscium (4.2) e em 20/05 será possível observar Mercúrio durante a ocorrência da totalidade do Eclipse Total do Sol, entretanto tome bastante CUIDADO com as observações próximo ao disco do Sol, visto que sua conjunção superior ocorre já no dia 27/05 e seu periélio se dará em 29/05 (01:06 TU), quando sua distância ao sol será de 0.3070 UA. Suas magnitudes vão de -0.0 no início do mês a -1.9 no dia 31/05.

Vênus = O planeta continuará este mês posicionado nos limites da constelação de Taurus, ele fará uma conjunção com Elnath (1.6) quando sua separação será de apenas 0.8S dessa estrela, mas sua proximidade também do Sol impossibilita essa visualização valendo a mesma recomendação para o eclipse; entretanto suas magnitudes começam a diminuírem significativamente, sendo -4.5 neste primeiro dia e em 31/05 já chegará a magnitude de -4.0, mas sua elongação de 9.4°, já estará impossibilitando sua observações.

Lua (Fases) = As fases lunares este mês, ocorrerão nas datas e horários do fuso horário de Brasília (UT = + 03:00 h) mencionadas de acordo com o quadro 1:


Marte = Marte que inicia este mês com uma magnitude -0.0, mas ela está gradualmente diminuindo na medida em que sua elongação também vai ficando cada vez menor, então na constelação de Leo poderemos perceber que esse brilho será de 0.2 já no dia 15/05 e em 31 de maio já será estimada em 0.5 quando então sua elongação já será de 94.3º.

Júpiter = Quando menciono os perigos da observação de planetas próximos ao Sol durante os eclipses, Júpiter está incluído neste caso nesta época também; já no dia 13/05 ele estará em conjunção com o sol, na constelação de Áries até o dia seguinte, ele ingressará na constelação de Taurus após essa data. A sua magnitude está em -2.0, não apresentando significativas alterações.

Saturno = Saturno então será bastante privilegiado com as nossas observações, pois será o único gigante gasoso visível no céu, até que os outros possam começar a serem observados também na primeira parte da noite; na constelação de Virgo ele fará com conjunto muito belo com as brilhantes Spica (1.0) e Theta Virginis (4.3), uma subgigante branca que está estimada em 415 anos-luz do Sol. Sua magnitude vem lentamente diminuindo também, pois começa neste início de mês com 0.3 e termina o dia 31 de maio com 0.5 e uma elongação de 133.1°, portanto bastante favoráveis as observações noturnas.

Urano = De um modo geral neste período, os observadores esperam cerca de 30 a 60 dias para que possam iniciar uma busca mais detalhada de Urano, eu fiz algumas simulações e creio que a melhor referência neste período sem mesmo 44 Pisces (mag. 5.7), muito embora ele esteja após o dia 12 de maio na constelação de Cetus isso nenhuma diferença significará. Ele vem aparecendo cada vez mais cedo (mas ainda em meio da madrugada) e sua magnitude estimada 5.9 é altamente convidativa a aplicação de um binóculo 7x50. Então continua sendo um bom desafio.

Netuno = Da mesma forma que mencionamos Urano neste período, Netuno já poderá ser vislumbrado no início da madrugada após o dia 15 deste mês, pois sua elongação neste dia em 81.7°, proporcionará essa possibilidade. Então as estrelas de referências Sigma Aquarii (4.8), 58 Aquarii (6.3), Rho Aquarii (5.3) e Theta Aquarii (4.1); e ainda as estrelas: 38 Aquarii (5.4), 42 Aquarii (5.3), 45 Aquarii (5.9) e 50 Aquarii (5.7) serão excelentes balizadoras em sua busca. Eu idealizei um desenho dentro da constelação de Aquarius (figura 4), abaixo indicando essas estrelas e denunciando a presença desse planeta nesta constelação.


Ceres e Plutão = Ceres, na constelação de Cetus marca sua permanência ali, somente até o dia 09 de maio com uma magnitude entre 8.7 no início do mês e 8.9 no dia 09; após esse período ele ingressa na constelação de Áries aonde chegará até o dia 31/05, mas com uma magnitude de 9.0, sua proximidade com o Sol impedirá qualquer tentativa observacional sendo que, essas condições somente voltarão a ser possíveis após o dia 03. Plutão na constelação de Sagittarius tem sua magnitude aumentada para 14.0, e poderá ser observado na segunda parte da noite, pois sua elongação em 31/05 já será de 150.9°.

Notas:

(UA) = Unidade Astronômica. Unidade de distância equivalente a 149.600 x 106m. Convencionou-se, para definir a unidade de distância astronômica, tornar-se como comprimento de referência o semi-eixo maior que teria a órbita de um planeta ideal de m=0, não perturbado, e cujo período de revolução fosse igual ao da Terra.

(a.l) = Ano Luz. Unidade de distância e não de tempo, que equivale à distancia percorrida pela luz, no vácuo, em um ano, a razão de aproximadamente 300.000 Km por segundo. Corresponde a cerca de 9 trilhões e 500 bilhões de quilômetros.

CONSTELAÇÃO:

Virginis

Virgem é uma constelação que normalmente é referenciada nos cursos de astronomia como a região do céu, onde podemos encontrar o maior número de galáxias. Isso é verdadeiramente comprovado se apreciarmos mais detalhadamente as fotografias que o Telescópio Espacial Hubble realizou nesses anos em órbita da Terra, mas estaremos cometendo um terrível engano se atribuirmos todas essas observações naquela região celeste somente a esse telescópio orbital. Entretanto falaremos inicialmente do seu principal grupo de estrelas que ajudam a delinear essa imensa constelação.



A supergigante branco azulada Spica (1.0) e uma dupla espectroscópica cuja companheira invisível foi detectada por intermédio das raias de seu espectro; Vindemiatrix (2.8) e uma estrela gigante amarela com tipo espectral G8III; assim é também 9 Virginis (2.8) pois, possui características idênticas; 79 Virginis (3.3) é uma estrela branca e está na seqüência principal do diagrama HR (Hertzsprung-Russell). 3 Virginis (4.1) é uma gigante vermelha tipo M1III, também classificada como uma estrela variável semiregular, pois seu brilho varia em 0,06 magnitudes. Zavijava (3.6) é uma estrela do tipo espectral F9V de branco amarelada e não apresenta nenhuma variabilidade. Zaniah (3.8) que é uma azul com tipo espectral A2I, muito embora sua visão aos telescópios seja única, ocultações lunares vem mostrando que parece ser um sistema estelar triplo. 26 Virginis (4.6) é uma estrela dupla com uma cor alaranjada com uma classificação estelar K2III; 40 Virginis (4.7) é uma gigante vermelha do tipo espectral M3III, como também uma variável irregular, cujo brilho varia entre 4,73 e 4,96 magnitude; ela possui ainda uma companheira de 0,04" descoberta em uma ocultação o que já difere de Porrima (2.7) de tipo espectral F0V, que já será um bom aumento e a utilização de um telescópio de 150mm de abertura para a separação de sua dupla, enquanto 43 Virginis (3.4) é uma gigante vermelha do tipo espectral M3III, também sendo possível que seja binária.

O Grupo Local de Galáxias de Virgo

Apontando nossos pequenos telescópios para a constelação de Virgo, ficaremos surpresos quando numa simples observação, deparar com uma quantidade enorme de objetos Deep Sky que estão aguardando nossa observação um pouco mais detalhada, mas descrever-lhes na totalidade os objetos dessa constelação, exigirá a tarefa e esforço digno de Hércules, então eu chamarei a atenção apenas para alguns objetos Messier ali existentes e o motivo é simplesmente que eles, sempre vêem a luz de nossas oculares quando realizamos nossas maratonas observacionais. E interessante lembrar que a Via Láctea está incluída nesse superaglomerado de Virgo.

Assim M 49 (mag. 8.4) uma galáxia elíptica, apresentará próximo de seu brilhante núcleo uma estrela de magnitude 6, esse conjunto será facilmente percebido se utilizarmos um telescópio de 150mm de abertura e uma boa ocular. Quanto a M 60 (mag. 8.8) que também é uma galáxia elíptica, ao observamos poderemos ter uma bela surpresa (se a noite observacional for excepcional), visto que revelará a presença do NGC (New General Catalogue) 4647, uma galáxia classificada como SBc (Espiral Barrada) de magnitude 11.4; A galáxia espiral M 61 (mag. 9.6) irá requerer que os observadores que estejam iniciando nessa prática observacional utilizem a visão periférica (propriedade em perceber o que está fora do foco principal de visão), pois ela será difusa apresentando num primeiro momento, apenas uma pequena estrela central. Deveremos buscar o mesmo emprego de visão periférica, para observamos a galáxia elíptica M 84 (mag. 9.1) outra galáxia elíptica, visto a sua diminuta dimensão possui uma forma lenticular; sendo observada quase no mesmo campo visual e também de forma semelhante, poderemos ali localizar a galáxia M 86 (mag. 8.9) embora nela possamos perceber apenas a condensação central de seu núcleo. Voltando ao nível dos objetos mais suscetíveis de observação, M 87 (mag. 8.6), também uma galáxia elíptica será facilmente identificada, mas deveremos ficar bem atentos, pois outras galáxias naquela área deverão surgir no campo de visão da ocular.

A Galáxia do Sombreiro

De forma proposital deixei a elíptica Galáxia do Sombrero, M 104 (mag. 8.0), por último para contar-lhes uma tradição que temos no Observatório Wykrota do CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais) na Serra da Piedade. Por ser também uma das mais conhecidas galáxias; M 104 (veja a fotografia abaixo do HST) neste caso nunca deixa de ser ali observada, sendo que através da observação de suas minúcias (talvez seja o motivo real do barramento escuro no seu centro, seja perceptível a telescópios maiores que o acima mencionado), utilizamos “em especial” esse objeto, para comprovar a qualidade ótica de um telescópio oriundo da Oficina de ATM do CEAMIG.


Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.

- http://hubblesite.org/ - Acesso em 26/01/2012.



A ocultação de Kow Kin pela Lua em 07 Maio 2012

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB

No fim da madrugada de 07 de maio próximo, a Lua - 98% iluminada e com uma elongação de 164°, ocultará a estrela Kow Kin (omega 1 Scorpii) de magnitude 3.9 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano.


Observadores localizados no sudeste, sul e centro oeste do Brasil, bem como ainda na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai poderão acompanhar esse evento.


Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e Reaparecimento acima mencionadas, abaixo está o mapa global com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange além da América do Sul, ilhas situadas no sul do oceano pacífico (figura 2).

A designação de Bayer para Omega1 Scorpii (ω1 Sco, Scorpii ω2) é compartilhado para duas estrelas , ω1 e ω2 Scorpii, na constelação de Scorpius. Eles estão são separadas por 0,24°. Omega Scorpii também tem o tradicional nome de Jabhat al Akrab, que é derivado do árabe jabhat [u] al-c aqrab significando: "testa do escorpião".

Omega-1 Scorpii é azul-branco do tipo anã B, com uma magnitude aparente de 3.93, situada em cerca de 424 anos-luz da Terra.

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteróides).

Boas Observações!

Referências:

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.


A ocultação de mu Sagittari pela Lua em 09 Maio 2012

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB

Na madrugada de 09 de maio próximo, a Lua - 86% iluminada e com uma elongação de 136°, ocultará a estrela mu Sagittarii de magnitude 3.8 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano.


Observadores localizados em grande parte da América do Sul, (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru), poderão acompanhar esse evento.

Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e Reaparecimento acima mencionadas, abaixo está o mapa global com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange além da América do Sul, o oeste do continente africano e ilhas situadas próximo a costa sul americana dos oceanos atlântico e pacífico (figura 2).


Mu Sagittarii ainda não é muito bem compreendida. Brilhando com magnitude 3.8, provavelmente trata-se de uma dupla eclipsante que possui três, possivelmente quatro companheiras. Tradicionalmente classificadas como supergigante de classe B (B8), agora é listada como uma gigante mais comum. A cada 180 dias a estrela sofre uma pequena queda de brilho, provavelmente provocado por uma companheira próxima (uma anã de oito massas solares).

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteróides).

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.

- stars.astro.illinois.edu/sow/polis.html - Acesso em 26/11/2011.

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Personagens da nossa Astronomia

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão
(*1935 - )


*Nelson Travnik
Ele está presente em todas as livrarias. Ao longo dos 77 anos que estará completando na sexta-feira, 25 de maio, 2012, já são mais de 85 obras publicadas! Um recorde da astronomia brasileira. Conhecido internacionalmente, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é natural do Rio de Janeiro. No dia em que nasceu, o Sol estava no Touro entre as magníficos aglomerados abertos das Híades e das Plêiades. Sempre presente nos meios de comunicação, ainda é o astrônomo mais conhecido do Brasil.



FORMAÇÃO

O currículo de Mourão é extenso. Desde cedo se interessou pela astronomia e escrevia artigos para a revista Ciência Popular. Fez-se bacharel em física (1959), licenciado em física (1960), doutor em ciências pela Sorbonne de Paris (1967), bolsista e pesquisador em observatórios da Bélgica, França, Portugal e no Chile. A partir de 1956 ingressou no Observatório Nacional do Rio de Janeiro, CNPq – MST, atuando como Astrônomo Chefe de 1968 a 1975.

FILIAÇÕES – INICIATIVAS – PARTICIPAÇÃO

Desde 1961 é membro da Comissão 26 da União Astronômica Internacional, IAU, sobre Estrelas Duplas Visuais e da Comissão 42 sobre História da Astronomia. Foi fundador em 1984 do Museu de Astronomia e Ciências Afins, do qual foi diretor até 1989. É também fundador e Presidente de Honra do Clube de Astronomia do Rio de Janeiro, CARJ, (1976) . É membro da IAU (1961) e atua como pesquisador titular do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Pertence a Sociedade Brasileira de Física, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC, a Sociedade Astronômica Brasileira, SAB, (fundador), a Sociedade Brasileira de História da Ciência (fundador) e a Associação de Jornalismo Científico do Rio de Janeiro (fundador). No exterior é membro de várias associações de astronomia das quais se destacam a Société Astronomique de France, SAF, a Royal Astronomical Society (Londres) e a Società Astronomica Italiana.

HOMENAGENS

São tantas as homenagens e títulos recebidos pelo insigne astrônomo que é difícil enumerar todas. Entre elas vale ressaltar o Prêmio José Reis, instituído pelo CNPq. Em 2005 recebeu o prêmio “Suprema Honra ao Mérito” da Universidade Sokade de Tóquio, Japão. Ainda no Japão, recebeu um segundo prêmio o “Prêmio de Cultura e Paz” da SGI-Soka Gakkai Internacional, prêmio este que havia sido também outorgado a Linus Pauling, Prêmio Nobel da Paz.

PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS

Em seu extenso currículo, vale ressaltar as seguintes :

1956- Observações de Marte durante a oposição de 1956 no ON;

1961- Apresentação de um trabalho sobre Estrelas Duplas Visuais no Simpósio da IAU de 11/12 de agosto em Berkeley, EUA;

1962- Apresentação em julho de 1962 na Assembléia Geral da IAU, trabalho sobre a periodicidade das faixas do planeta Júpiter e a transparência dos anéis de Saturno, que mereceu elogios dos renomados astrônomos A. Dollfus de Paris E V. Moroz da Academia de Ciências de Moscou;

1964- Apresentou um trabalho no “Colloque d’ Calcul Numérique e Mathématique Appliqué de Sille, estabelecendo novas relações a serem utilizadas na ligação do método de Thiele-Innes;

1966- Apresentação de um trabalho sobre novo método de cálculo de órbitas circulares de estrelas duplas visuais no Colloque d’ Calcul Numérique e Mahématique Appliqué de Rouen;

1968- Foi indicado pela Dra. Barbara Middlehurst, da Smithsonian Institution como Coordenador no Brasil do Programa LION (Lunar International Observers Network) para colaborar com observações lunares no Projeto Apollo da NASA-JPL. Envolvendo 23 profissionais e amadores, o programa foi um sucesso e muito elogiado pelos participantes;

1969- Neste ano constatou a existência de um companheiro invisível da estrela dupla Aitken 14 que foi confirmada pelo astrônomo Baize do Observatório de Paris. Na ocasião Mourão levantou a hipótese de que poderia ser um novo sistema solar;

1971- Em junho apresentou dois trabalhos na reunião anual da SBPC em Curitiba, PR, sobre estrelas duplas visuais;

1972- Neste ano de 3 a 7 de abril, participou do Colloque nº 18 da IAU sobre Asteroides, Cometas e Matéria Meteorítica em Nice, França, ocasião em que apresentou um trabalho sobre os efeitos dos erros de medidas no método das dependências utilizado em astrometria fotográfica;

1974- Participou neste ano do Colloque nº 33 da IAU em Oaxtepec, México, onde apresentou duas comunicações sobre os sistemas múltiplos Hussey 1339 e Córdoba 197;

1980- Em seu estágio no Observatório em La Silla, Chile, Mourão descobriu nada menos que 72 novos asteroides. Seu nome está imortalizado no asteroide nº 2590 descoberto em 22 de maio de 1980 pelo astrônomo belga Henri Debehogne.

De todos os trabalhos feitos por Mourão, os de estrelas duplas eram seus preferidos, sua grande paixão e para isto concorreu a utilização das lunetas Cooke de 32 e 46 cm de abertura do Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

LITERATURA ASTRONÔMICA

Ao lado de mais de 600 artigos publicados em jornais e revistas, Mourão é e será por longos anos o astrônomo brasileiro e quiçá das Américas, que mais livros escreveu e ainda continua a escrever apesar da idade. Certa ocasião chamei-o de "Flammarion Brasileiro", comparando-o ao "Mestre de Juvisy". De todos os títulos, o destaque fica para o seu ‘Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica’, editora Nova Fronteira, obra exaustiva com 20 mil verbetes e que consumiu muitos anos.


É impossível aos astrônomos e ao leigo interessado, não possuir esta obra em sua estante. É no gênero a mais completa das Américas e que mereceu elogios de algumas das maiores celebridades da astronomia, história e ciência em geral.

A PESSOA

Conheci Mourão desde os tempos da mocidade quando vez por outra visitava o Observatório Nacional para usufruir de seus conhecimentos. O que diferencia Mourão é a maneira gentil e atenciosa que atende a todos, principalmente os astrônomos amadores. Minha identidade com ele é muito grande tanto pela acolhida no ON como ás vezes em sua residência. Isso talvez em parte seja porque somos da mesma idade, do mesmo Estado e por nutrir ambos a mesma paixão pela ciência do céu. Através de suas obras ele é e ainda será por muitas gerações, o que mais desperta mentalidades voltadas a astronomia. Mourão é uma referência e um orgulho para o Brasil.

*Nelson Travnik é astrônomo nos observatórios municipais de Americana e Piracicaba, SP e Membro Titular da Sociedade Astronômica da França.

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