M7 - Aglomerado de Ptolomeu
M7 é um aglomerado aberto e se localiza na constelação Scorpius (Escorpião). Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação.
Na mitologia, um escorpião teria picado o caçador Órion levando-o à morte. Porém, segundo Eratóstenes, há duas versões de como isso poderia ter ocorrido. Na primeira, Órion teria tentado violentar a deusa da caça, Artemis. Por esse motivo, ela teria enviado um escorpião para picá-lo. Em outra, a própria Terra teria enviado o escorpião, pois Órion teria se vangloriado de que poderia matar qualquer animal selvagem (RIDPATH, 2018).
Ainda na Grécia antiga, a constelação Scorpius não possuía a conformação atual. Ela era maior e composta por duas partes: uma representando o corpo e o ferrão, chamada Skorpios e a outra, as suas garras (que se chamava Chelae (garras)). Posteriormente, no século I a.C., os romanos separaram as garras da constelação Scorpius (Figura 1) e a transformaram em uma outra, a atual Libra (CONSTELLATION GUIDE, 2021; RIDPATH, 2018).
Scorpius pode ser vista nas latitudes entre +40° e -90°, tendo como constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius (Figura 2) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).
Oficialmente, a constelação recebeu a designação Scorpius, a abreviatura Sco e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Scorpii. As estrelas principais de Scorpius são (Figura 3): Antares (Alpha Scorpii), Acrab (Beta Scorpii), Dschubba (Delta Scorpii), Sargas (Theta Scorpii), Kappa Scorpii, Iota Scorpii, Alniyat (Sigma Scorpii), Paikauhale (Tau Scorpii), Lesath (Upsilon Scorpii), Eta Scorpii, Zeta Scorpii, Fang (Pi Scorpii), Larawag (Epsilon Scorpii), Pipirima (Mu² Scorpii), Fuyue e Shaula (Lambda Scorpii) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).
M7 (Figura 4) foi registrado inicialmente no século II por Cláudio Ptolomeu, astrônomo grego, sendo descrito em Almagesto como o objeto número 567. Charles Messier, por sua vez, o incluiu como o sétimo objeto em seu catálogo, em 1764. Com diâmetro aparente de 80’ de arco, é um aglomerado aberto brilhante e proeminente na constelação Scorpius. No catálogo New General Catalogue, recebeu a designação NGC 6475, estando distante aproximadamente 980 anos-luz da Terra. Sua idade é estimada em cerca de 220 milhões de anos, contendo por volta de 80 estrelas, de magnitudes entre 6 e 10 e massa total estimada em 785 vezes maior que a do nosso Sol. Por conter estrelas que se formaram aproximadamente ao mesmo tempo a partir de uma mesma nuvem de gás e poeira, são valiosas para o estudo da evolução e estrutura estelares (CONSTELLATION GUIDE, 2021).
O Aglomerado de Ptolomeu é facilmente visualizado a olho nu, sendo as melhores épocas para observá-lo no verão (hemisfério norte) e no inverno (hemisfério sul) (CONSTELLATION GUIDE, 2021). Para localizá-lo (Figura 5), desenhe uma reta imaginária iniciando em Lesath e passando por Shaula. No prolongamento dessa reta, você encontrará M7 (MCCLURE, 2020). Devido ao seu tamanho, é melhor visualizá-lo por meio de binóculos.
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Referências
CONSTELLATION GUIDE. Scorpius Constellation. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.constellation-guide.com/constellation-list/scorpius-constellation/. Acesso em: 27 jun. 2021.
ESO. O aglomerado estelar Messier 7. [S. l.], 2014. Disponível em: https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1406a/. Acesso em: 25 jun. 2021.
MCCLURE, Bruce. M6 and M7 in the Scorpion’s Tail. [S. l.], 2020. Disponível em: https://earthsky.org/clusters-nebulae-galaxies/m6-and-m7-deep-sky-gems-by-scorpius-tail/. Acesso em: 27 jun. 2021.
RIDPATH, Ian. Scorpius. In: STAR TALES. 2a.ed. Cambridge: The Lutterworth Press, 2018. p. 238.
STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação de Escorpião: conformação, constelações vizinhas, principais estrelas e localização. Versão 0.21.1. Boston: Stellarium.org, 2021. Stellarium.