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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Largue o cel e olhe para o céu #22

 M7 - Aglomerado de Ptolomeu


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #021 - M7 - Aglomerado de Ptolomeu

M7 é um aglomerado aberto e se localiza na constelação Scorpius (Escorpião). Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação. 

‎Na mitologia, um escorpião teria picado o caçador Órion levando-o à morte. Porém, segundo Eratóstenes, há duas versões de como isso poderia ter ocorrido. Na primeira, Órion teria tentado violentar a deusa da caça, Artemis. Por esse motivo, ela teria enviado um escorpião para picá-lo. Em outra, a própria Terra teria enviado o escorpião, pois Órion teria se vangloriado de que poderia matar qualquer animal selvagem (RIDPATH, 2018).

Ainda na Grécia antiga, a constelação Scorpius não possuía a conformação atual. Ela era maior e composta por duas partes: uma representando o corpo e o ferrão, chamada Skorpios e a outra, as suas garras (que se chamava Chelae (garras)). Posteriormente, no século I a.C., os romanos separaram as garras da constelação Scorpius (Figura 1) e a transformaram em uma outra, a atual Libra (CONSTELLATION GUIDE, 2021; RIDPATH, 2018).  

Figura 1 – Constelação Scorpius, conforme visualizada no software Stellarium. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Scorpius pode ser vista nas latitudes entre +40° e -90°, tendo como constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius (Figura 2) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).

Figura 2 – Constelação Scorpius, com suas constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius, conforme visualizadas no software Stellarium. A linha branca delimita a área de cada constelação. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Oficialmente, a constelação recebeu a designação Scorpius, a abreviatura Sco e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Scorpii. As estrelas principais de Scorpius são (Figura 3): Antares (Alpha Scorpii), Acrab (Beta Scorpii),  Dschubba (Delta Scorpii), Sargas (Theta Scorpii), Kappa Scorpii,  Iota Scorpii, Alniyat (Sigma Scorpii), Paikauhale (Tau Scorpii), Lesath (Upsilon Scorpii), Eta Scorpii, Zeta Scorpii, Fang (Pi Scorpii), Larawag (Epsilon Scorpii), Pipirima (Mu² Scorpii), Fuyue e Shaula (Lambda Scorpii) (CONSTELLATION GUIDE, 2021). 

Figura 3 – Principais estrelas da constelação Scorpius. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

M7 (Figura 4) foi registrado inicialmente no século II por Cláudio Ptolomeu, astrônomo grego, sendo descrito em Almagesto como o objeto número 567. Charles Messier, por sua vez, o incluiu como o sétimo objeto em seu catálogo, em 1764. Com diâmetro aparente de 80’ de arco, é um aglomerado aberto brilhante e proeminente na constelação Scorpius. No catálogo New General Catalogue, recebeu a designação NGC 6475, estando distante aproximadamente 980 anos-luz da Terra. Sua idade é estimada em cerca de 220 milhões de anos, contendo por volta de 80 estrelas, de magnitudes entre 6 e 10 e massa total estimada em 785 vezes maior que a do nosso Sol. Por conter estrelas que se formaram aproximadamente ao mesmo tempo a partir de uma mesma nuvem de gás e poeira, são valiosas para o estudo da evolução e estrutura estelares (CONSTELLATION GUIDE, 2021).  

Figura 4 – Aglomerado de Ptolomeu (M7). Crédito da foto: ESO – Fonte: (ESO, 2014)

Figura 5 - Localização da M7 na constelação Scorpius. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

O Aglomerado de Ptolomeu é facilmente visualizado a olho nu, sendo as melhores épocas para observá-lo no verão (hemisfério norte) e no inverno (hemisfério sul) (CONSTELLATION GUIDE, 2021). Para localizá-lo (Figura 5), desenhe uma reta imaginária iniciando em Lesath e passando por Shaula. No prolongamento dessa reta, você encontrará M7 (MCCLURE, 2020). Devido ao seu tamanho, é melhor visualizá-lo por meio de binóculos.

O texto foi útil para você? Agradecemos a todos aqueles que puderem deixar seus comentários com críticas e sugestões para a coluna e o material por ela disponibilizado.

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Referências

CONSTELLATION GUIDE. Scorpius Constellation. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.constellation-guide.com/constellation-list/scorpius-constellation/. Acesso em: 27 jun. 2021. 

ESO. O aglomerado estelar Messier 7. [S. l.], 2014. Disponível em: https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1406a/. Acesso em: 25 jun. 2021. 

MCCLURE, Bruce. M6 and M7 in the Scorpion’s Tail. [S. l.], 2020. Disponível em: https://earthsky.org/clusters-nebulae-galaxies/m6-and-m7-deep-sky-gems-by-scorpius-tail/. Acesso em: 27 jun. 2021. 

RIDPATH, Ian. Scorpius. In: STAR TALES. 2a.ed. Cambridge: The Lutterworth Press, 2018. p. 238. 

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação de Escorpião: conformação, constelações vizinhas, principais estrelas e localização. Versão 0.21.1. Boston: Stellarium.org, 2021. Stellarium. 

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