O Eclipse Total da Lua em 21 de janeiro 2019!


I – Introdução

Em 21 de janeiro teremos a ocorrência do primeiro eclipse lunar, cuja região de visibilidade engloba todo o continente africano (onde o eclipse poderá ser acompanhado no horizonte oeste), Europa e também as Américas; este eclipse e visível também em grande parte da região central do oceano pacífico e partes da Ásia sendo observado próximo a linha do nascer (horizonte leste), conforme apresentado na figura 1.


II – Imersão e Emersão de crateras

As tabelas 1 e 2 abaixo apresentam as estimativas realizadas pelo físico brasileiro Hélio Carvalho Vital que fornece os instantes previstos para os contatos primários de limbo lunar com a penumbra e umbra da Terra, bem como também os instantes de imersão e emersão para as principais crateras e demais características do revelo lunar. 


A tabela 2 informa que o instante máximo ocorre às 05h12m (TU), quando a lua então estará no zênite nas coordenadas de Latitude 20.000N e -75.000W; recaindo este ponto na província de Guantánamo, no extremo sudeste de Cuba. A duração da totalidade encontra-se estimada em 01h02 minutos (CAMPOS, 2018).


Buscando facilitar a identificação do relevo e das principais características visíveis na superfície lunar, foi gerado esse mapa lunar (figura 2) que poderá ser utilizado por todos os observadores na correta identificação destes pontos.  


Os instantes de contato primários e as principais fases deste eclipse, também são apresentados na tabela 1 acima com tempos estimados em TU = Tempo Universal, sendo que a figura 3 apresenta as condições de umbra e penumbra no instante da totalidade.



III – Avaliações do brilho segundo a Escala de Danjon

Segundo ainda o físico Hélio de Carvalho Vital, coordenador da área de eclipses da REA/RJ (Brazilian Observational Astronomy Network), este eclipse deverá ser bem brilhante, com a Lua brilhando com m=-2,9+-0,3 no meio da totalidade (VITAL, 2018).

Felizmente temos como avaliar esta fase do eclipse. O astrônomo francês André-Louis Danjon (1890 - 1967) propôs uma escala de cinco pontos úteis para mensurar o aspecto visual e o brilho da Lua durante a fase de totalidade dos eclipses lunares. Os valores "L" (inseridos na tabela 3) para várias luminosidades são definidos da seguinte forma:


IV – Conclusão

Um eclipse mais claro ou escuro? certamente a gigantesca tela lunar revelará essa informação aos observadores somente durante a ocorrência deste eclipse. Da mesma forma que os eclipses de 09 dezembro de 1992, 29 de novembro de 1993 e 16 maio de 2003 mostraram-se significativamente mais escuros que o previsto. Os eventos vulcânicos responsáveis por esses efeitos foram identificados, destacando-se dentre eles: a violenta explosão do Monte Pinatubo em Junho de 1991 e a erupção do Monte Reventador em Novembro de 2002 (VITAL, 2007).

Boas Observações!

Referências:

- MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

- CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2019. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2018. 197p. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1MDUD98pgALzQFNmM200ftLQRuVDS0Vsu/view> Acesso em 02 Dez 2018.

- ________________. O Eclipse Total da Lua em 04 de abril 2015! – Sky and Observers. Disponível em https://goo.gl/a854A4 Acesso em: 16 Dez. 2017.

- CHEVALLEY, Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 3.8, March. 2013. Disponível em:  <http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. - Acesso em: 29 Out. 2018.

- VITAL, Hélio Carvalho. Eclipses em 2019!. Out 11 às 10:19 PM (Correspondência Pessoal – e-mail).
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