O asteroide (38) Leda em 2018

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil – AWB

Em 01 de dezembro próximo, o asteroide Leda estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.391), quando então sua magnitude chegará a 11.3, portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa, objetivando sua localização nos próximos dias.

 

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 38 Leda foi descoberto em 12 de janeiro de 1856 pelo astrônomo pelo astrônomo francês Jean Chacornac (1823 – 1873) no Observatório de Paris. O nome é uma referência a Leda, personagem da mitologia grega, casada com Tindaro, de quem teve Castor e Clitemnestra; na mesma noite, foi amada por Zeus (Júpiter), de quem teve Pólux e Helena. (MOURÃO, 1987).

Jean Chacornac nasceu em Lyon em 21 de junho de 1823 falecendo em Villeurbanne (França) em 23 de setembro de 1873. Foi um astrônomo observacional dedicado. Iniciou uma carreira no comércio em Lyon e depois em Marselha, onde Benjamin Valz, diretor do Observatório de Marselha, permitiu-lhe usar os telescópios. Chacornac estudou manchas solares e em 1852 descobriu um cometa (C/1852 K1). Desde então, ele se dedicou totalmente à astronomia, ajudando Valz na descoberta de asteroides e foi um essencial precursor do mapeamento eclíptico.

Chacornac transferiu para Paris como parte da reforma de Urbain Le Verrier do Observatório de Paris em 1854, onde mais notavelmente ele publicou 36 mapas da eclíptica (1860-1863). Chacornac ficou renomado como um trabalhador incansável e era altamente lembrado por cientistas como Jean Bernard Léon Foucault, mas ele era um dos numerosos astrônomos que no devido tempo incorreram no descontentamento de Le Verrier.

Em 1863, Chacornac se retirou para Villeurbanne, perto de Lyon, onde construiu um observatório privado com um telescópio refletor e retornou a observações solares. A partir destes, ele concluiu incorretamente que as manchas solares eram causadas por correntes de erupção vulcânicas.

Em sua memória em 1935 o Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU) nomeou uma cratera de 50,4 Km de diâmetro, localizada nas coordenadas selenográficas: LAT: 29° 8N, LON: 31°.6E (USGS, 2010) com seu nome (ANDERSSON et al, 1982).

Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) OAM (2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

Referências:

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

- CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2018. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2017. 136p. Disponível em: < https://goo.gl/kniuMW> Acesso em 02 Dez 2017.

- CHEVALLEY, Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 3.8, March. 2013. Disponível em:  <http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. - Acesso em: 26 Nov. 2015.

- OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

- IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

- ANDERSSON, Leif E. and WHITAKER, Ewen A. (NASA) RP 1097, NASA Catalogue of Lunar Nomenclature, 1982. Available in <https://planetarynames.wr.usgs.gov/Feature/1117> Acess in: 12 Feb 2018.

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