Em 8 de dezembro próximo, o asteroide Pomona estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0,870), quando então sua magnitude chegará a 11.13 (CAMPOS, 2024), sendo indicado o uso de instrumentos óticos de médio porte para sua observação. A carta celeste ilustrativa (FORD, 2024) e a tabela abaixo apresentam suas efemérides e a região celeste de busca de sua respectiva localização nesta data.
Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 32 Pomona foi descoberto em 26 de outubro de 1854 pelo astrônomo amador alemão Hermann Goldschmidt (1806 - 1880) em Paris. Seu nome é uma alusão à deusa dos frutos e jardins. Nome proposto pelo astrônomo francês Joseph Urban Leverrier. (MOURÃO, 1987).
Hermann Goldschmidt (1802-1866) foi astrônomo amador nascido na Alemanha. Ele viveu em várias cidades europeias antes de se estabelecer em Paris. Sua verdadeira paixão pela astronomia o fez descobrir 14 asteroides a partir de um quarto no terraço de um café em Paris ao longo de 14 anos. Essas descobertas foram: (21) Lutetia em 1852; (32) Pomona em 1854; (36) Atalante em 1855; (40) Harmonia e (41) Daphne em 1856; (44) Nysa, (45) Eugenia, (48) Doris, (49) Pales e (56) Melete em 1857; (52) Europa e (54) Alexandra em 1858; (61) Danaë em 1860 e (70) Panopaea em 1861.
Além disso, Goldschmidt foi um observador assíduo de estrelas variáveis, cometas e nebulosas. Suas contribuições astronômicas foram reconhecidas com prêmios e honrarias da comunidade científica entre elas o prestigioso Prêmio Astronômico Lalande por oito vezes e a Cruz da Legião de Honra em 1857. A Royal Astronomical Society também o homenageou com a Medalha de Ouro em 1861 (WARD, 2014).
As oposições favoráveis, com elongações acima de 165 graus, proporcionam oportunidades únicas para observações precisas e a criação de Curvas de Luz confiáveis. Observações devem seguir critérios técnicos rigorosos, utilizando estrelas de magnitude visual conhecidas. Em condições ideais, afastados da luz solar direta, asteroides revelam características intrínsecas como tamanho aparente, cor e tonalidade, especialmente com aberturas óticas maiores. A máxima elongação facilita a coleta eficaz de dados noturnos, beneficiando pesquisas astronômicas. Planejamento estratégico durante oposições favoráveis é crucial para explorar oportunidades e compreender a dinâmica do cinturão principal de asteroides.
Boas observações e céus limpos!
Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).
2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).
3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.
Referências:
MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2025. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2024. 146 p. Disponível em: <https://is.gd/Alma2025> Acesso em 02 Dez 2024.
FORD, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/skymap.php>: Acesso em 14 Jun 2024.
WARD, A. (2014). Goldschmidt, Hermann Chaim Meyer. In: Hockey, T., et al. Biographical Encyclopedia of Astronomers. Springer, New York, NY. https://doi.org/10.1007/978-1-4419-9917-7_528 - Acesso em 31 Jul 2023.
IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

