Os Geminídeos (004 GEM) representam a mais intensa e confiável chuva de meteoros anual. Ativos entre 4 e 20 de dezembro, atingem seu máximo em 14 de dezembro às 08h UTC, com o radiante localizado na constelação de Gêmeos (Gemini), próximo à estrela Castor. Produzem uma impressionante quantidade de meteoros, muitos deles brilhantes e coloridos, sendo visíveis a olho nu mesmo sob céus urbanos parcialmente iluminados.
Figura 1 – Imagem ilustrativa do céu noturno; não mostra o radiante real dos Geminídeos (004 GEM). Fonte: Meta AI (imagem digital ilustrativa).
O fluxo dos Geminídeos está associado ao asteroide (3200) Phaethon, um corpo rochoso de 5,8 km de diâmetro que percorre uma órbita extremamente excêntrica, aproximando-se do Sol a apenas 0,14 UA. Essa associação, confirmada por Jopek (2011) e Jenniskens (2007), demonstra um raro caso de um asteroide ativo que se comporta como cometa extinto, liberando poeira durante as passagens pelo periélio. A corrente meteórica resultante é composta por partículas densas e refratárias, responsáveis pela alta luminosidade dos meteoros Geminídeos.
A velocidade meteórica pré-atmosférica (V∞) é de 35 km/s, o que a classifica como média segundo a escala padrão (11–72 km/s). Meteoros dessa faixa exibem movimento fluido, com trilhas curtas e brilho intenso, frequentemente esverdeado devido à ionização de magnésio. A taxa horária zenital (THZ ou ZHR) é da ordem de 150 meteoros por hora, tornando-a a chuva mais intensa do mês de dezembro e, frequentemente, de todo o ano.
🌠Condições de observação e fase lunar
Em 2025, o máximo dos Geminídeos ocorrerá sob condições ideais de visibilidade. A Lua estará na fase minguante, com iluminação inferior a 50%, e se pondo antes da meia-noite, o que garante **céu escuro durante o pico (14 dez – 08h UTC). O terminador lunar — a linha que separa a parte iluminada da parte escura da Lua — estará orientado para o quadrante oeste, sem interferência significativa na madrugada.
A atividade é perceptível desde o dia 12 e mantém-se elevada até o dia 15 de dezembro. O radiante torna-se visível logo após as 22h (HLB - Hora Legal do Brasil), atingindo sua culminação por volta das 02h, quando os meteoros se distribuem por todo o céu. As melhores observações ocorrem entre 00h e 04h (HLB), sob céus escuros e transparentes.
🌠 Condições de visibilidade — América do Sul
Nas latitudes médias e austrais do Brasil — Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — o radiante alcança cerca de 70° de altitude, proporcionando excelentes condições para observação e registro fotográfico. Em regiões mais equatoriais, o radiante mantém altura suficiente (acima de 50°) para permitir observações prolongadas.
Nos países vizinhos, como Uruguai, Chile e Argentina, o fenômeno apresenta-se de forma igualmente espetacular, especialmente entre 00h e 03h (HLB). Já nas zonas amazônicas e tropicais, a visibilidade é reduzida apenas pela presença de nuvens ou instabilidade atmosférica, mas a altura do radiante continua favorável. Com céus escuros (Bortle ≤ 4), é possível contar dezenas de meteoros em poucos minutos.
🌠Considerações práticas
- Velocidade (V∞): 35 km/s — média
- Atividade: 4 – 20 dezembro 2025
- Máximo: 14 dezembro 2025 – 08h UTC
- Radiante (J2000): α = 112° / δ = +33°
- THZ ou ZHR: ~150 meteoros/hora
- Corpo-parental: Asteroide (3200) Phaethon
- Observação favorecida: Hemisfério Sul
- Fase Lunar: Lua Minguante (11–20 dez)
- Melhor janela: 00h – 04h (HLB), com a Lua já abaixo do horizonte
Os Geminídeos são um espetáculo de destaque no calendário astronômico. A combinação de alta taxa, meteoros brilhantes e céu escuro torna 2025 um ano excepcional para observar esta chuva. Ela ilustra com clareza a ligação entre cometas extintos e asteroides ativos, lembrando que até corpos aparentemente inertes continuam a contribuir para o dinamismo e a beleza do Sistema Solar.
🔭 Boas observações e céus limpos!
📘 Baixe gratuitamente o Almanaque Astronômico Brasileiro 2026 e descubra muito mais sobre o céu em cada mês! 👉 https://is.gd/Alma2026
Referências:
INTERNATIONAL METEOR ORGANIZATION (IMO). Meteor Shower Calendar. Disponível em: <https://www.imo.net/members/imo_observations/shower-calendars/>. Acesso em: 19 nov. 2025.
RENDTEL, J. (Ed.). International Meteor Organization — Meteor Shower Calendar 2025. IMO Info (3.1-24). Potsdam: International Meteor Organization, 2024. Disponível em: <https://www.imo.net/resources/calendar/>. Acesso em: 19 nov. 2025.
JOPEK, T. J. Meteoroid Streams and Their Parent Bodies. Memorie della Società Astronomica Italiana, v. 82, p. 310–320, 2011. Disponível em: <https://ui.adsabs.harvard.edu/abs/2011MmSAI..82..310J>. Acesso em: 19 nov. 2025.
JENNISKENS, Peter. Meteor Showers from Broken Comets. ESA SP-643 – Dust in Planetary Systems. Noordwijk: ESA Publications Division, 2007. Disponível em: <https://ui.adsabs.harvard.edu/abs/2007ESASP.643....3J>. Acesso em: 19 nov. 2025.
META AI. [Imagem ilustrativa do céu noturno; fundo estético para o texto “A Chuva de Meteoros Geminídeos (004 GEM) em 2025”]. Imagem digital. 2025. Arquivo pessoal de Antônio Rosa Campos.
.jpeg)