O mês de novembro de 2025 tem início com destaque para a NGC 7293, a Nebulosa da Hélice, localizada na constelação de Aquário. Esse remanescente estelar é um dos alvos mais conhecidos do céu austral e ilustra a variedade de fenômenos observáveis ao longo do período. As efemérides apresentadas seguem o horário legal de Brasília (HLB = TU – 3 h) e foram obtidas a partir do Almanaque Astronômico Brasileiro 2025 (AAB-2025), reunindo as principais informações sobre a Lua, planetas, meteoros, asteroides e objetos de céu profundo visíveis no Brasil.
Fases da Lua
Durante novembro, a Lua passará por quatro fases principais: Lua Cheia em 5 de novembro às 10h20 (HLB), Quarto Minguante em 12 de novembro às 2h28 (HLB), Lua Nova em 20 de novembro às 3h48 (HLB) e Quarto Crescente em 28 de novembro às 3h59 (HLB). As efemérides incluem também as máximas declinações lunares e os ápsides (perigeu e apogeu), que indicam variações perceptíveis no tamanho aparente do disco lunar.
Ocultação de β Tauri (El Nath) pela Lua — 8 nov 2025
A estrela β Tauri (El Nath / 112 Tau), de magnitude 1,6 e tipo espectral B7 III, será ocultada pela Lua em 8 de novembro. O evento ocorre com o disco lunar 90 % iluminado e elongação solar de 143°, visível em grande parte da América do Sul e África Subsaariana.
No Brasil, cerca de 689 municípios poderão observar o fenômeno. Ele começa sobre o Pacífico Sul e termina na África, sendo visível à noite. Para acompanhar, são suficientes binóculos 7×50, lunetas ou pequenos telescópios. 🔗 Mais informações: https://tinyurl.com/OccnBetTau08NOV2025
Eventos Planetários
No mês de novembro de 2025, vários planetas apresentarão mudanças visuais significativas no firmamento. O destaque inicial é Mercúrio, que em 4 de novembro estará estacionario, marcando o fim de seu movimento direto e o início do movimento retrogrado aparente. Poucos dias depois, em 17 de novembro, o planeta atinge a conjunção inferior, posicionando-se entre a Terra e o Sol e tornando-se invisível devido ao forte brilho solar. Já em 28 de novembro, Mercúrio volta a ficar estacionário, quando retoma o movimento direto após a conjunção, preparando-se para reaparecer no horizonte matutino.
Durante esse mesmo período, Júpiter também atinge posição estacionária, encerrando seu movimento retrogrado iniciada meses antes e permanecendo bem visível durante toda a noite, com observação favorecida por sua grande luminosidade e diâmetro aparente.
O planeta Urano alcança a oposição em 21 de novembro, ficando exatamente oposto ao Sol e visível durante toda a noite, sendo um excelente alvo telescópico. Por fim, Saturno retorna ao movimento direto no final do mês, após um breve período de estacionário, e permanece bem colocado no céu ao anoitecer, visível desde o crepúsculo inicial.
Esses fenômenos ilustram os diferentes estágios dos movimentos planetários — estacionário, retrogrado, conjunção inferior e oposição — que podem ser acompanhados ao longo do mês com pequenos telescópios ou binóculos.
Entre as ocorrências mais esperadas do mês figuram as chuvas de meteoros. As Taurídeas, as Leonídeas e os remanescentes das Orionídeas costumam atingir picos em novembro, oferecendo belas oportunidades de registro visual e fotográfico. Embora a luminosidade da Lua cheia interfira parcialmente em algumas datas, locais de céu escuro — com índice Bortle ≤ 4 — continuarão adequados para observação. O acompanhamento desses fluxos meteoros é particularmente enriquecedor para quem inicia campanhas de contagem e registro de trilhas.
Outro destaque de novembro será a ocultação da estrela HIP 69758 pelo asteroide (14) Irene, prevista para o dia 22, no crepúsculo matutino. O asteroide possui diâmetro aproximado de 152 km, rotação de cerca de 15 horas e albedo médio de 0,16. A estrela, de magnitude 7,8 e temperatura entre 7.500 e 10.000 K, localiza-se na constelação de Virgem. A duração máxima do evento será de 3,1 segundos, com queda de brilho de 3,6 magnitudes, e a faixa de visibilidade no Brasil se estende de Iguatama (MG) a Marataízes (ES). As melhores condições de observação ocorrem com o Sol entre –16° e –11° de altitude, correspondendo ao início do amanhecer. A probabilidade de registro varia de 0 a 100 % em aproximadamente 191 municípios brasileiros. O evento representa uma excelente oportunidade para observadores de ocultações, que desejam obter medidas precisas de tempo e posição de asteroides e estrelas.
Os Objetos de céu profundo (DSO) constituem também boas opções observacionais para as próximas janelas observacionais. Nelas se destacam as nebulosas M 8 (Nebulosa da Lagoa) figura 2 e M 20 (Nebulosa Trífida) figura 3, ambas registradas por Aléxia Lage de Faria (2025a, 2025b); a icônica M 42 (Nebulosa de Órion), astrofotografada por Hélio de Carvalho Vital (2025); e a NGC 7293 (Nebulosa da Hélice), também captada por Faria (2025c).
Figura. 3 - M 20 - Nebulosa Trífida - S50 Smat Telescope -(Facebook) 16 Ago 2025 - Crédito: Aléxia Lage.
Sob céus muito como foi as circunstâncias das astrofotografias acima obtidas com céus sob um índice Bortle ≤ 9 em Belo Horizonte-MG e Rio de Janeiro-RJ respectivamente esse Smart telescópio vem realizando verdadeiras obras de arte. Entretanto em céus pouco luminosos e com um índice Bortle ≤ 4 apróximadamente, telescópios de abertura igual ou superior a 100 mm, essas regiões gasosas revelam estrutura, cor e contraste notáveis, ideais para programas de astrofotografia amadora e prática de observação visual detalhada.
Figura. 4 - Nebulosa de Órion (M 42) - S50 Smat Telescope -(Facebook) 9 Fev 2025 - Crédito: Hélio Vital.
A seção dedicada às estrelas variáveis reúne alvos de diferentes classes — Mira, Cefeidas e Semirregulares —, cujas curvas de luz e períodos médios constam na base de dados AAVSO VSX e nas efemérides do AAB-2026. Para o observador iniciante, esses objetos oferecem excelente oportunidade de acompanhar a evolução do brilho estelar ao longo dos meses, reforçando a importância da observação contínua e do registro sistemático.
Assim, novembro de 2025 reúne uma combinação notável de fenômenos lunares, planetários e de céu profundo, adequados a todas as faixas de instrumentação — dos binóculos aos pequenos telescópios fotográficos — e a diferentes níveis de experiência. As efemérides apresentadas demonstram a riqueza do céu austral e a ampla possibilidade de documentação visual para amadores e entusiastas.
Boas observações e céus limpos!
Referências:
MOURÃO, R. R. de A. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
ALMANAQUE ASTRONÔMICO BRASILEIRO 2025. Disponível em: https://is.gd/Alma2025. Acesso em: 02 dez. 2024.
FARIA, Aléxia Lage de. Nebulosa da Lagoa [Astrofotografia]. Facebook, 29 jun. 2025. Disponível em: https://www.facebook.com/photo?fbid=9834583356590591&set=a.158423547540002. Acesso em: 22 out. 2025.
FARIA, Aléxia Lage de. Nebulosa Trífida [Astrofotografia]. Facebook, 29 jun. 2025. Disponível em: https://www.facebook.com/photo?fbid=9834638853251708&set=a.158423547540002. Acesso em: 22 out. 2025.
FARIA, Aléxia Lage de. NGC 7293 – Nebulosa da Hélice [Astrofotografia]. Instagram, 16 ago. 2025. Disponível em: https://www.instagram.com/p/DNdvt2IN2_vIHPxjY3L--lWHlm6f7ozgQPGBCY0/. Acesso em: 22 out. 2025.
VITAL, Hélio de Carvalho. Nebulosa de Órion (M 42) [Astrofotografia]. Instagram, fev. 2025. Disponível em: https://www.facebook.com/photo?fbid=23980822001540156&set=a.158423547540002. Acesso em: 19 out. 2025.



