O Céu do Mês em Outubro de 2025

Antônio Rosa Campos

O mês de outubro de 2025 apresenta um conjunto diversificado de fenômenos astronômicos que prometem enriquecer a agenda de observação dos astrônomos amadores e entusiastas da ciência do céu. Neste período, o destaque recai sobre as estrelas variáveis de longo período, a visibilidade planetária em diferentes constelações zodiacais e alguns alinhamentos e conjunções com a Lua que chamam a atenção por sua beleza e importância observacional.

Concepção artistica gerada com Google Gemini IA (https://gemini.google.com/app) em 29/09/2025.

Logo no início do mês, Saturno e Netuno seguem bem posicionados após as oposições de setembro, ambos em Peixes. Saturno, com seus anéis, pode ser observado nas primeiras horas da noite, enquanto Netuno exige telescópios de maior abertura. A proximidade de suas oposições garante ainda boas condições de brilho e altura no céu.

Em 13 de outubro, ocorre o máximo da variável Z Scorpii (Z Sco), no Escorpião, uma Mira de variação expressiva ao longo dos meses. No dia 16, é a vez de R Herculis (R Her), em Hércules, seguida em 18 de outubro por U Arae (U Ara), no Altar, e T Centauri (T Cen), no Centauro, ambas também do tipo Mira.

Na noite de 19 de outubro, a Lua estará em conjunção com Vênus, em Virgem, nas primeiras horas da madrugada, belo evento para observação e fotografia. Nesta mesma data, a variável BH Crucis (BH Cru), uma semirregular de carbono no Cruzeiro do Sul, alcança máximo de brilho, de grande interesse para registros fotométricos e espectroscópicos.

Em 20 de outubro, ocorre a aproximação aparente entre Marte e Mercúrio, em Libra, embora em baixa altura após o pôr do Sol. Na mesma data, a variável RZ Pegasi (RZ Peg), em Pégaso, também atinge o máximo, destacando-se como boa oportunidade de acompanhamento no Hemisfério Sul.

No dia 28 de outubro, duas variáveis chegam ao auge: Y Monocerotis (Y Mon), no Unicórnio, e T Ceti (T Cet), em Cetus. Finalmente, em 31 de outubro, encerra-se a sequência com o máximo de T Grus (T Gru), na constelação da Grou, no hemisfério sul.

Entre os planetas, Mercúrio alcança em 29/10 sua maior elongação leste, melhor aparição vespertina do ano no Hemisfério Sul. De Virgem até o dia 18, migra depois para Libra, variando de magnitude –1,4 a –0,3. Vênus acompanha o mesmo trajeto, com brilho constante (–3,9), sendo a conjunção com a Lua em 19/10 o destaque do mês. Marte permanece em Libra, entre +1,3 e +1,1 de magnitude, difícil de observar devido à baixa altura, mas em aproximação aparente com Mercúrio em meados do mês.

Júpiter brilha em Gêmeos com –2,8 de magnitude, dominando a madrugada e se aproximando da oposição em novembro. Saturno permanece em Peixes, visível cedo à noite (+0,8), alvo ideal para pequenos telescópios. Urano, em Touro (+5,7), aproxima-se da oposição em novembro, enquanto Netuno, em Peixes (+7,9), segue acessível ao início da noite.

Por fim, Plutão permanece em Sagitário com magnitude +14,1, acessível apenas a telescópios maiores, até sua conjunção solar em dezembro.

Assim, outubro de 2025 se destaca por sua diversidade: variáveis de longo período em máximo, belas conjunções e planetas bem posicionados. Um mês rico em oportunidades para observações a olho nu, com binóculos ou telescópios de diferentes portes.

Boas Observações e Céus Limpos!

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