Em 15 de maio próximo, o asteroide Hestia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0,950), quando então sua magnitude chegará a 12.01 (CAMPOS, 2024), sendo indicado o uso de instrumentos óticos de médio porte para sua observação. A carta celeste ilustrativa (FORD, 2024) e a tabela abaixo apresentam suas efemérides e a região celeste de busca de sua respectiva localização nesta data.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 46 Hestia foi descoberto em 16 de agosto de 1857 pelo astrônomo inglês Norman Robert Pogson (1829 - 1891) no Observatório de Oxford. Seu nome é uma alusão à deusa grega do Lar, filha mais velha de Cronos e Réia, irmão de Zeus (Júpiter) e Hera (Juno), que obteve o dom de permanecer sempre virgem. Deusa doméstica por excelência, é às vezes equiparada à romana Vesta. Héstia (MOURÃO, 1987).
Norman Robert Pogson (1829 - 1891) foi um astrônomo inglês, conhecido pela descobertas de 8 asteroides: (42) Isis em 1856; (43) Ariadne e (46) Hestia ambos em 1857; (67) Asia em 1861; (80) Sappho em 1864; (87) Sylvia em 1866; (107) Camilla em 1868 e (245) Vera em 1885 (ALMEIDA, 2011). Sua principal contribuição foi a recomendação de um valor padrão para a constante fotométrica, padronizando o sistema de magnitude grega de brilho estelar (SNEDEGAR, 2007). A relação de Pogson, também conhecida como fórmula: (m2 – m1) = 2,5 log (F1/F2), ou lei, de Pogson nos dá uma relação genérica entre magnitudes e fluxos de duas estrelas quaisquer. (NAPOLEÃO, 2018).
Otimizando Observações Astronômicas
As oposições favoráveis, com elongações acima de 165 graus, proporcionam oportunidades únicas para observações precisas e a criação de Curvas de Luz confiáveis. Observações devem seguir critérios técnicos rigorosos, utilizando estrelas de magnitude visual conhecidas. Em condições ideais, afastados da luz solar direta, asteroides revelam características intrínsecas como tamanho aparente, cor e tonalidade, especialmente com aberturas óticas maiores. A máxima elongação facilita a coleta eficaz de dados noturnos, beneficiando pesquisas astronômicas. Planejamento estratégico durante oposições favoráveis é crucial para explorar oportunidades e compreender a dinâmica do cinturão principal de asteroides.
Boas observações e céus limpos!
Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).
2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).
3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.
Referências:
MOURÃO, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
CAMPOS, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2025. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2024. 146 p. Disponível em: <https://is.gd/Alma2025> Acesso em 02 Dez 2024.
FORD, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/skymap.php>: Acesso em 14 Jun 2024.
OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.
IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.
ALMEIDA, G. Gazeta de Física; Vol 34 - Sociedade Portuguesa de Física - N.os 3/4 / 2011 / Publicação Trimestral - Disponível em: <https://www.spf.pt/magazines/GFIS/108/article/827/pdf> - Acesso em 26 Jul. 2023.
SNEDEGAR, K. (2007). Pogson, Norman Robert. In: Hockey, T., et al. The Biographical Encyclopedia of Astronomers. Springer, New York, NY. https://doi.org/10.1007/978-0-387-30400-7_1107 - Acesso em 26 Jul. 2023.
NAPOLEÃO, T. A. - Guia de Estudos "Astrofísica estelar para o Ensino Médio" - Capt. 5. IAG, abril 2018 - Disponível em: <http://www.astro.iag.usp.br/~guia/Astrofisica-Estelar-para-o-Ensino-Medio-Capitulo-5.pdf> Acesso em 26 Jul. 2023.