A oposição de Júpiter em 2024.

Antônio Rosa Campos

Certamente o gigantesco Júpiter vem chamando a atenção dos observadores neste ano, uma vez que o imponente e massivo planeta estará emoldurando o céu noturno com uma excepcional oposição em 07 de dezembro próximo quando então sua magnitude chegará a -2.8. Na tabela 1 abaixo e apresentado suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (figura. 1)  da região celeste onde ele se encontra.

A região celeste a qual poderemos encontrar Júpiter e bem conhecida dos astrônomos. Certamente ele juntamente com as conhecidas estrelas conhecidas da constelação de Touro certamente participará no céu com belas conjunções.

Conhecido desde a antiguidade e também vislumbrando seus observadores em todo o mundo (de Galileu Galilei aos astrônomos contemporâneos), Júpiter (assim como Saturno quando visível no céu noturno), com a mais absoluta certeza, será o centro das atenções neste período em qualquer Star Party.

O Planeta

Nesta oportunidade Júpiter estará a uma distância da Terra de 4.0896956 3.9825641 u.a (613.454.400 milhões de Km). Mesmo a essa distância considerável, a trajetória de Júpiter por essa constelação está demarcada por diversas e conhecidas estrelas conforme podemos observar na figura 1, identificamos o aglomerado aberto Hyades e onde suas estrelas formando um gigantesco "V" junto com Aldebaran (Mv= 0.85, classe e tipo espectral K5+III). No entanto, essa gigantesca estrela não tem relação com as Híades, mas fica na mesma linha de visão.

A atmosfera de Júpiter é uma paisagem dinâmica e fascinante, caracterizada por faixas coloridas e tempestades vigorosas. Composta principalmente de hidrogênio e hélio, a atmosfera joviana (figura. 2) exibe padrões atmosféricos únicos, destacando-se as distintas faixas latitudinais. Estas faixas, compostas por nuvens de diferentes composições químicas e altitudes, conferem ao gigante gasoso suas marcantes cores, como o vermelho, o marrom e o amarelo.

Além disso, a atmosfera de Júpiter é marcada por fenômenos climáticos intensos, sendo a Grande Mancha Vermelha (Great Red Spot) o exemplo mais notório. Essa gigantesca tempestade, com séculos de existência, é um turbilhão antigo e misterioso, cujas origens e mecanismos ainda intrigam os pesquisadores. A dinâmica atmosférica de Júpiter é um campo de estudo em constante evolução, alimentado por observações telescópicas e sondas espaciais, oferecem uma visão única sobre os processos atmosféricos de um dos planetas mais intrigantes do nosso sistema solar.

Satélites galileanos

Além da sua dinâmica superfície, chama a atenção de qualquer observador a dança diária de seus principais satélites naturais; esses satélites apresentam formações e eventos mútuos entre si, que também envolvem o disco do planeta. Assim essa dinâmica pode ser acompanhada utilizando-se uma luneta acima de 70 mm de abertura. Isso faz com que o registro preciso dos eventos (particularmente os eclipses, com horários precisos), seja útil para refinar as órbitas destes satélites, mas vai requer uma boa fonte de sinal horária e experiência do observador neste tipo de observação.

Assim sendo, pode-se definir tranquilamente para compor suas efemérides e acompanhamento gráfico num diagrama de saca-rolhas (quadro 1), as seguintes definições e nomenclaturas:


Satélites

1 ou I = Io;

2 ou II = Europa;

3 ou III = Ganimedes;

4 ou IV = Callisto;

Fenômenos

Ec = Eclipse do satélite pela sombra do disco do planeta;

Tr = Trânsito do satélite pelo disco do planeta;

Sh = Trânsito da sombra do satélite pelo disco do planeta;

Oc = Ocultação do satélite pelo disco do planeta;

I = Imersão;

E = Emersão;

D = Desaparecimento;

R = Reaparecimento.

Você pode utilizar as efemérides que se encontram publicada no Almanaque Astronômico Brasileiro de 2024 (figura 3 – ilustrativa), fazendo gratuitamente o download no seguinte link: https://is.gd/Alma_2024

Importância

Certamente, a edição dos eventos que envolvem a dinâmica de Júpiter e seus principais satélites, e uma constante nesta efeméride o que ocorre sempre nas futuras edições desta mesma publicação.

As oposições planetárias representam uma oportunidade fantástica para todos os observadores buscarem detalhes observacionais, uma vez que podem ser registradas mudanças interessantes no planeta. Dessa forma, esses registros serão significativos, constituindo, assim, uma excelente oportunidade para que todos possam elaborar e manter um registro de dados dessas observações.

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) OAM (2015).

2 = Em função da distância a Terra, os satélites galileanos apresentam as seguintes magnitudes: Io = 5.5; Europa = 6.1; Ganimedes = 5.1 e Callisto = 6.2.

Boas Observações!

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, Antônio Rosa (Org.). Almanaque Astronômico Brasileiro 2024. Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (CEAMIG), 02 de dezembro de 2023. 163 páginas. Disponível para download gratuito em: [https://drive.google.com/file/d/1M8iuzi67xYPrKj_uNjQRhsGtyOxGJ5rO/view?usp=sharing]. Acesso em: 02 Dez. 2023.

Ford, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/skymap.php>: Acesso em  16 Dez. 2023.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

The Sky Live (HP) - https://theskylive.com/planetarium - Acess: 16 Dez. 2023.

Postagem Anterior Próxima Postagem