Em 25 de março, ocorrerá o primeiro eclipse da Lua de 2024, cuja Abrangência de visibilidade geográfica recai sobre as Américas. Entretanto o ponto máximo está recaindo sobre a região equatorial do oceano pacífico sendo eventos extremamente sutis de observar. Entretanto com a Lua acima do horizonte este evento recai também sobre a Antártica, Alasca e nordeste da Rússia (CAMPOS, 2023). Os instantes para esse evento são apresentados na tabela 1 abaixo:
Numa breve análise da tabela acima, destaca-se a magnitude do Eclipse Penumbral, atingindo 0.958, evidenciando a significativa interação entre a Lua e a sombra terrestre. O delta T, representando a discrepância entre o tempo atômico e o tempo universal, está calculado em 69.2 segundos, com uma margem de ±1 segundo, conforme as efemérides DE430 (HERALD, 2023).
Este fenômeno (figura 2), cuja proeminência geográfica abrangendo principalmente as Américas, desafia a nossa percepção visual em seu ponto máximo, dada a natureza sutil e desafiadora da observação, embora o evento se revele como uma oportunidade única para os entusiastas da astronomia.
O Ciclo de Saros
É a periodicidade e recorrência com que os eclipses se repetem aproximadamente na mesma sequência, embora a sua visibilidade seja deslocada em cerca de 120º para oeste, na superfície terrestre. Compreende 6.585,32 dias, ou 18 anos, 11 dias e 8 horas, e é aproximadamente igual ao ciclo de regressão dos nodos da órbita lunar, no curso do qual os centros do Sol e da Lua, e a linha dos nodos quase voltam às mesmas posições relativas (MOURÃO, 1987). Cada série normalmente dura de 12 a 15 séculos e contém 70 ou mais eclipses lunares.
Saros Série 113
Assim sendo sob esse contexto, o Saro deste eclipse que iniciou a serie 113 ocorreu em 29 de abril do ano de 888, com um eclipse penumbral próximo à borda sul da penumbra e terá seu término em 10 de junho de 2150, com um eclipse penumbral próximo à borda norte da penumbra em 10 de junho de 2150. Então esse evento e o de número 64 de 71 ocorrências desta série (ESPENAK & MEEUS, 2023), a qual compartilha características semelhantes com outros eventos que ocorreram no passado e que ocorrerão no futuro. Esta informação adiciona profundidade à compreensão do fenômeno e destaca a regularidade e previsibilidade dos eventos astronômicos.
Os eclipses, de uma forma geral, revelam-se como uma mecânica celeste de harmonia singular (Figura. 3). Em todos os casos, ao observar a Lua, os espectadores geralmente ficam fascinados pela sutileza do fenômeno, tornando-se uma oportunidade única para que possamos nos reconectar às maravilhas da natureza, apreciando a interconexão entre os corpos celestes. Não apenas isso, possibilita o mergulho na riqueza científica e estética dos eclipses.
Referências:
MOURÃO, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
CAMPOS, Antônio Rosa (Org.). Almanaque Astronômico Brasileiro 2024. Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (CEAMIG), 02 de dezembro de 2023. 163 páginas. Disponível para download gratuito em: [https://drive.google.com/file/d/1M8iuzi67xYPrKj_uNjQRhsGtyOxGJ5rO/view?usp=sharing]. Acesso em: 02 Dez. 2023.
ESPENAK, Fred; MEEUS, Jean. Previsões de Eclipse de Fred Espenak e Jean Meeus (GSFC da NASA). Eclipse Saros 113. Disponível em: https://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEsaros/LEsaros113.html. Acesso em: 18 Dez. 2023.
Ford, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/news.php?id=20240325_09_100>: Acesso em 18 Dez 2023.
Herald, D. Occult4 v4.1.0.27 (24 March. 2014) Uptade v4.2.0 available in: <http://www.lunar-occultations.com/occult4/occultupdate.zip> Acesso em: 13 Dez. 2023.