Em 20 de abril próximo ocorrerá o primeiro eclipse do Sol de 2023, cuja duração será de 1m 16s, sendo que sua faixa de totalidade abrange regiões do Timor Leste, Papua Ocidental (província da Indonésia) e uma extrema porção da Austrália Ocidental conforme apresentado na tabela 1 abaixo:
O instante máximo ocorre às 04:17:55 (TU) sendo que o mapa na figura 1 abaixo, apresenta toda a região de visibilidade.
No cone de sombra
Como podemos apreciar no mapa acima, esse eclipse iniciar-se-á em algum ponto remoto no extremo sul do oceano Índico a noroeste das ilhas Kerguelen; no sentido nordeste a sombra encontrará terra firme na região Costeira de Ningaloo, situada ao sul do Cape Range National Park, uma península remota da Austrália Ocidental. Após essa breve visibilidade a faixa de totalidade encontrar-se-á novamente no oceano Índico sendo que a linha central cortará a Ilha Barrow no sentido nordeste. No limite norte desta faixa de totalidade estará também as Ilhas Montebello, um arquipélago com cerca de 174 pequenas ilhas situada a 130 km ao largo da costa de Pilbara no noroeste da Austrália.
Com esta faixa de totalidade já mergulhada no Mar do Timor, este eclipse terá a duração máxima de 01m16.1s sobre um ponto geográfico localizado entre as coordenadas Latitude = 09°35.7'S e Longitude = 125°46.8'E; então a largura entre os limites extremos norte e sul terá cerca de 49,0 km (Figura 3); chegando no sudeste asiático pela costa do Distrito de Manufahi localizado na costa sul do Timor-Leste.
Após deixar a Ilha do Timor, a faixa de totalidade atravessa o mar de Banda bem como diversas ilhas ao Sul do arquipélago Malaio (mais de 20 000 ilhas), também conhecido como Insulíndia, um vasto e numeroso grupo de ilhas situado entre o Sudeste do continente Asiático e a Austrália, localizado entre os oceanos Índico e Pacífico chegando então a região da Península de Bomberai na Província de Papua Ocidental.
Uma vez já naquela vasta região do oceano pacífico, a faixa de visibilidade já mais estreita chegará à região dos Estados Federados da Micronésia, próximo do arquipélago das Ilhas Carolinas, entretanto as regiões mencionadas na tabela 2 observarão de forma parcial este eclipse.
Os limites de visibilidade Parcial Norte e Sul
Voltando a uma rápida analise do mapa (figura 2) com a projeção ortográfica da Terra apresentando toda a região da superfície da Terra de abrangência deste eclipse. Então os limites de sombra estarão delineando a visibilidade deste eclipse a qual chamamos de limites norte (representado na parte de cima da figura) e sul (consequentemente na parte baixa desta ilustração); lembrando sempre que naquelas localidades o eclipse e observado de forma parcial.
Esses limites norte e sul podem ser pensados como curvas de magnitude constante de 0,0. As curvas adjacentes são para magnitudes de 0,2, 0,4, 0,6 e 0,8 (ou seja - 20%, 40%, 60% e 80%). Para eclipses totais, os limites norte e sul são curvas de magnitude constante de 1,0. Os limites desta trajetória para os eclipses são curvas de magnitude máxima de um eclipse. Desta forma a magnitude do eclipse é definida como a fração do diâmetro do Sol obscurecida pela Lua no maior eclipse. Para a região central do eclipse, a magnitude é substituída pela razão geocêntrica dos diâmetros da Lua e do Sol.
Desta forma apresentamos nas tabelas subsequentes os instantes do primeiro e segundo contato (ao início do eclipse parcial) e os últimos contatos terceiro e quarto (ao término do eclipse parcial), bem como o instante máximo específico naquela localidade.
Os limites de visibilidade Parcial na África
Embora junto à linha do horizonte no Oceano Índico, este evento poderá ser observado das regiões insulares da África (Ilhas Reunião e Ilhas Maurício) conforme apresentado na tabela 3.
Os limites de visibilidade Parcial na Ásia
Ainda na primeira faixa diurna deste dia, partes do sudeste asiático (Camboja, China (Hong Kong) Filipinas, Indonésia, Japão, Malásia, Singapura, Timor-Leste e Vietnã), poderão acompanhar este evento, conforme apresentado na tabela 4.
Os limites de visibilidade Parcial na Oceania
A região geográfica é composta por vários grupos de ilhas No oceano Pacífico; então conforme demonstrado na figura 2 acima, rapidamente verificamos que toda essa região que compreende Austrália, Nova Caledônia e Nova Zelândia encontra-se no limite Sul deste evento, conforme apresentado na tabela 5 abaixo.
Certamente esses observadores novamente darão razão ao astrônomo norte-americano, o conhecido “caçador de eclipses” Jay Myron Pasachoff quando compara a diferença entre observar um eclipse solar parcial e um total; à sensação é de assistirmos uma ópera ou ficar do lado de fora do teatro; não devemos pensar que Pasachoff está exagerando, entretanto o registro científico de qualquer evento astronômico, quando compartilhado é extremamente gratificante, visto que além de observador, passamos também a condição de participantes do fenômeno.
Boas Observações!
Referências:
MOURÃO, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
CAMPOS, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2023. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2022. 158p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2023 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1g5Xx3ckEtmfmdbDM7C4o1CdlJ0FophHx/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2022.
FORD, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/skymap.php>: Acesso em 21 Ago 2022.
GUITARRARA, Paloma. "Austrália"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/australia.htm. Acesso em 14 de novembro de 2022.