Em 16 de julho próximo teremos a ocorrência do segundo eclipse lunar, sendo este de forma parcial, cuja região de visibilidade engloba África, Ásia, Região oeste da Oceania, Europa e América do sul e central, conforme apresentado na figura 1.
O instante máximo ocorre às 21:31:54.8 (TU) e a duração total deste eclipse encontra-se estimada em 02h58m. Conforme poderemos observar numa breve análise da figura 1 acima, a regiões localizadas no oeste da Austrália, regiões no sudeste e extremo oriente asiático, nas demais regiões deste continente (exceto o extremo norte da Rússia) o eclipse ocorre com a Lua no ocaso; o eclipse também será observado no continente africano e na Europa (exceto em regiões ao norte da península escandinava e Groenlândia); na região das Américas, o eclipse será observado na região insular (Caribe e Antilhas) e istmo do Panamá até a Nicarágua, sendo que o eclipse ocorre com a Lua junto ao nascente. Isto também ocorrerá na América do Sul, sendo que a Lua estará e eclipsada em algumas regiões da Colômbia, Equador, Peru e leste da Venezuela. Na região leste e centro da América do Sul a Lua nascerá com o eclipse em andamento.
II – Imersão e Emersão de crateras
As tabelas 1 e 2 abaixo apresentam as estimativas realizadas pelo físico brasileiro Hélio Carvalho Vital que fornece os instantes previstos para os contatos primários de limbo lunar com a penumbra e umbra da Terra, bem como também os instantes de imersão e emersão para as principais crateras e demais características do revelo lunar.
A tabela 2 informa que os instantes P1 e U1, U4 e U4, sendo que o instante máximo ocorre às 21h30m (TU), quando a lua então estará no zênite nas coordenadas de Latitude -22.000S e 39.000E; recaindo este ponto no Canal de Moçambique. A duração da totalidade encontra-se estimada em cerca de 02h58 minutos (CAMPOS, 2018).
Buscando facilitar a identificação do relevo e das principais características visíveis na superfície lunar, foi gerado esse mapa lunar (figura 2) que poderá ser utilizado por todos os observadores na correta identificação destes pontos.
Os instantes de contato primários e as principais fases deste eclipse, também são apresentados na tabela 1 acima com tempos estimados em TU = Tempo Universal, sendo que a figura 3 apresenta as condições de umbra e penumbra no instante da totalidade.
III – Estimativas e Avaliações do brilho segundo a Escala de Danjon
Segundo ainda o físico Hélio de Carvalho Vital, coordenador da área de eclipses da REA/RJ (Brazilian Observational Astronomy Network), no eclipse total da lua ocorrido em 21 de janeiro último, o fator de ampliação umbral médio das cronometragens realizadas foi de 1,68+-0,04%, (VITAL, 02 Fev 2019) muito embora a quantidade de nuvens tenha prejudicado muito a maioria dos observadores que reportaram seus dados; foi naquela oportunidade um eclipse de brilho intermediário, moderadamente claro e colorido, devido a erupções vulcânicas ocorridas em meados de 2018 (VITAL, 2019).
Como será o brilho nesta nova oportunidade? Felizmente temos como avaliar esta fase do eclipse. O astrônomo francês André-Louis Danjon (1890 - 1967) propôs uma escala de cinco pontos úteis para mensurar o aspecto visual e o brilho da Lua durante a fase de totalidade dos eclipses lunares. Os valores "L" (inseridos na tabela 3) para várias luminosidades são definidos da seguinte forma:
IV – Conclusão
Certamente a gigantesca tela lunar revelará essa informação aos observadores durante a ocorrência deste eclipse. Da mesma forma que os eclipses de 09 dezembro de 1992, 29 de novembro de 1993 e 16 maio de 2003 mostraram-se significativamente mais escuros que o previsto. Os eventos vulcânicos responsáveis por esses efeitos foram identificados, destacando-se dentre eles: a violenta explosão do Monte Pinatubo em Junho de 1991 e a erupção do Monte Reventador em Novembro de 2002 (VITAL, 2007).
Boas Observações!
Referências:
Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2019. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2018. 197p. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1MDUD98pgALzQFNmM200ftLQRuVDS0Vsu/view> Acesso em 02 Dez 2018.
___________. O Eclipse Total da Lua em 04 de abril 2015! – Sky and Observers. Disponível em https://goo.gl/a854A4 Acesso em: 16 Dez. 2017.
Chevalley, P., Legrand. C. Virtual Moon Atlas – Version 6.0, November. 2012. Available in: <http://ap-i.net/avl/en/start>. Acesso em 29 out. 2018.
Vital, H. C. Cronometragens Analisadas. Fev 02, 2019 às 18:50. (Correspondência Pessoal – e-mail).
__________ Re: Atualizações nas fichas de observação. January 24, 2019 4:53:12 PM. (e-mail).
__________. Monitorando Explosões Vulcânicas na tela Lunar. REA/Brasil. REPORTE Nº 12, págs. 67/69. 2007. Disponível em: http://www.rea-brasil.org/reportespdf/reporte12-artigo11.pdf Acesso em: 05 mar. 2015.
Parabéns pelo teu trabalho de divulgação, meu estimado amigo. Parabéns pelos detalhes, pela organização do site e pelo nível altíssimo e capricho.
ResponderExcluirUm forte abraço,
Cristiano Montenaro.
Olá Cristiano! Obrigado pelo apoio e incentivo. Continue visitando as postagens mensalmente.
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