Antônio
Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG
– REA/Brasil - AWB
I – Introdução
Em 27 de julho
próximo teremos a ocorrência do segundo eclipse lunar deste ano, cuja região de
visibilidade engloba a África, Ásia (sudeste, região subcontinental indiana, Oriente
Médio, região da Ásia central até a cordilheira dos Montes Urais na Rússia),
abrangendo assim grande porção do leste europeu, conforme apresentado na figura
1.
Regiões do oeste da África, Europa e regiões do Atlântico (incluindo
ilhas do Atlântico norte e sul) e América do Sul poderão acompanhar o eclipse
próximo à linha do nascer (CAMPOS, 2017).
II – Imersão e Emersão de crateras
A tabela
1 abaixo apresenta as estimativas realizadas pelo físico brasileiro Hélio
Carvalho Vital que fornece os instantes previstos para os contatos primários de
limbo lunar com a penumbra e umbra da Terra, bem como também os instantes de
imersão e emersão para as principais crateras e demais características do
revelo lunar.
A tabela 2 abaixo, informa que o instante máximo ocorre
às 20h21m44.3s (TU), quando a lua então estará no zênite em algum ponto sobre o
oceano índico (próximo a Madagascar e Ilhas Reunião e Maurício) entre as
coordenadas de Latitude -19.000S e 56.000W; a duração da totalidade encontra-se
estimada 103 min e 22 segundos (incerteza de +/-8 seg => 95%), já a duração
da Parcialidade em 235 min 0 segundos.
Buscando
facilitar a identificação do relevo e das principais características visíveis
na superfície lunar, foi gerado esse mapa lunar (figura 2) que poderá ser
utilizado por todos os observadores na correta identificação destes pontos.
Os
instantes de contato primários e as principais fases deste eclipse, também são
apresentados na tabela 2 acima com tempos estimados em TU = Tempo Universal, sendo
que a figura 3 apresenta as condições de umbra e penumbra no instante da
totalidade.
III – Avaliações da coloração segundo a
Escala de Danjon
Segundo
ainda o físico Hélio de Carvalho Vital, coordenador da área de eclipses da
REA/RJ (Brazilian Observational Astronomy Network), a Lua deverá ficar bastante
escura porque atravessará o eixo central da sombra da Terra, onde há muito
menos luz residual (VITAL, 2018).
Felizmente
temos como avaliar essa coloração. O astrônomo francês André-Louis Danjon (1890
- 1967) propôs uma escala de cinco pontos úteis para avaliar o aspecto visual e
o brilho da Lua durante a fase de totalidade dos eclipses lunares. Os valores
"L" (inseridos na tabela 3) para várias luminosidades são definidos
da seguinte forma:
IV – Conclusão
Um
eclipse mais claro ou escuro? certamente a gigantesca tela lunar revelará essa
informação aos observadores somente durante a ocorrência deste eclipse. Da
mesma forma que os eclipses de 09 dezembro de 1992, 29 de novembro de 1993 e 16
maio de 2003 mostraram-se significativamente mais escuros que o previsto. Os
eventos vulcânicos responsáveis por esses efeitos foram identificados,
destacando-se dentre eles: a violenta explosão do Monte Pinatubo em Junho de
1991 e a erupção do Monte Reventador em Novembro de 2002 (VITAL, 2007).
Boas
Observações!
Referências:
- MOURÃO,
Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e
Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
- CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque
Astronômico Brasileiro 2018. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos
Astronômicos de Minas Gerais), 2017. 136p. Disponível em: < https://goo.gl/kniuMW>
Acesso em 02 Dez.
-
________________. O Eclipse Total da Lua em 04 de abril 2015! – Sky and
Observers. Disponível em https://goo.gl/a854A4 Acesso em:
16 Dez. 2017.
- CHEVALLEY,
Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel -
Version 3.8, March. 2013. Disponível em:
<http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. -
Acesso em: 26 Nov. 2015.
- VITAL, Hélio Carvalho. Monitorando
Explosões Vulcânicas na tela Lunar. REA/Brasil.
REPORTE Nº 12, págs. 67/69. 2007. Disponível em: http://www.rea-brasil.org/reportespdf/reporte12-artigo11.pdf Acesso em: 05 mar. 2015.
- ___________. REA (Lunissolar) - Available in: <http://www.geocities.ws/lunissolar2003/EL201807.htm>
Acess in: 25 Jan. 2018.