Antônio Rosa Campos
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CEAMIG – REA/Brasil - AWB
I – Introdução
Em 31 de janeiro próximo teremos a ocorrência do primeiro eclipse lunar deste ano, cuja região de visibilidade total engloba grande parte do leste Asiático e do oceano pacífico, (ilhas da Polinésia, Estados Federados da Micronésia e Melanésia) Oceania e oeste da América do Norte, conforme apresentado na figura 1.
Ele será observado próximo à linha do nascer (horizonte leste) na região subcontinental indiana, Oriente Médio, região da Ásia central até a região da cordilheira dos Montes Urais na Rússia, abrangendo assim grande porção do leste europeu.
Uma pequena porção da costa oeste da América do Sul (região da Cordilheira dos Andes: Colômbia, Equador, Peru e Venezuela), América Central (incluindo partes das ilhas do Caribe) e América do Norte, acompanharão este fenômeno com a Lua muito próxima de seu ocaso. O instante máximo ocorre às 13h29m51s (TU), quando a lua então estará no zênite em algum ponto sobre o pacífico norte entre as coordenadas de Latitude 17.000N e 161.000W; a duração da totalidade encontra-se estimada em 76.9 minutos (CAMPOS, 2017).
Os instantes de contato primários e as principais fases deste eclipse, também são apresentados na figura acima com tempos estimados em UTC = Tempo Universal Coordenado (em inglês: Coordinated Universal Time) sendo que a figura 2 apresenta as condições de umbra e penumbra no instante da totalidade.
II – Avaliações da coloração segundo a Escala de Danjon
Outro fato curioso é que a Lua permanecerá poderá ficar brilhante durante todo o evento, caso não haja influência significativa de aerossóis provenientes de grandes explosões vulcânicas; sua magnitude umbral deverá ser 1.317.
Felizmente temos como avaliar essa coloração. O astrônomo francês André-Louis Danjon (1890 - 1967) propôs uma escala de cinco pontos úteis para avaliar o aspecto visual e o brilho da Lua durante a fase de totalidade dos eclipses lunares. Os valores "L" (inseridos na tabela 1) para várias luminosidades são definidos da seguinte forma:
III – Conclusão
Um eclipse mais claro ou escuro, certamente a gigantesca tela lunar revelará essa informação aos observadores somente durante a ocorrência deste eclipse. Da mesma forma que os eclipses de 09 dezembro de 1992, 29 de novembro de 1993 e 16 maio de 2003 mostraram-se significativamente mais escuros que o previsto. Os eventos vulcânicos responsáveis por esses efeitos foram identificados, destacando-se dentre eles: a violenta explosão do Monte Pinatubo em Junho de 1991 e a erupção do Monte Reventador em Novembro de 2002 (VITAL, 2007).
Boas Observações!
Referências:
- MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
- CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2018. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2017. 136p. Disponível em: < https://goo.gl/kniuMW> Acesso em 02 Dez.
- ________________. O Eclipse Total da Lua em 04 de abril 2015! – Sky and Observers. Disponível em <https://goo.gl/a854A4> Acesso em: 16 Dez. 2017.
- CHEVALLEY, Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 3.8, March. 2013. Disponível em: <http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. - Acesso em: 26 Nov. 2015.
- VITAL, Hélio Carvalho. Monitorando Explosões Vulcânicas na tela Lunar. REA/Brasil. REPORTE Nº 12, págs. 67/69. 2007. Disponível em: < http://www.rea-brasil.org/reportespdf/reporte12-artigo11.pdf > Acesso em: 05 mar. 2015.