O céu do mês - Outubro 2014

arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil – AWB

Talvez esse mês ficará inesquecível para muitos observadores uma vez que o céu neste período está fervilhante de acontecimentos, quase não deixando tempo para a nossa manutenção de equipamentos, seleção de livros e textos para leitura, enfim toda uma atividade que culmina norteando nossas jornadas observacionais. Eu espero que tenhamos tempo também para elas, pois são da mesma forma, importantes e necessárias. Senão vejamos: Após a Lua estar em sua fase crescente logo no 1º dia deste mês, teremos a ocorrência do 2º eclipse total lunar. Grande parte dos observadores localizados na América do Norte também poderão acompanhar as diversas fases do último eclipse solar que ocorrerá no próximo dia 23, sendo este visível em sua totalidade em regiões localizadas no oceano pacífico. Protagonista ainda de uma série de fenômenos ainda este mês, a Lua ocultará a estrela Hyadum II (delta 1 Tauri) em 12 de outubro, tema que trataremos num post separado. Numa área bem abrangente do território brasileiro, iniciar-se-á neste na segunda quinzena deste mês o horário de verão. Que informes então poderemos obter na decolagem e voo seguro do cavalo alado Pegasus? Certamente marcará ainda este período uma época bastante enriquecedora de alguns objetos celestes que certamente passariam despercebidos de todos alguns anos atrás. Novamente o céu nos surpreenderá.
Nota:

Às 00:00h de Brasília (03:00 TU) do dia 19 de outubro próximo, reinicia-se o Horário de Verão em parte do território brasileiro. Ele permanecerá vigorando nas regiões determinadas pelo Decreto n° 6.558 de 08 de Setembro de 2008, até às 00:00h de Brasília (03:00 TU) do dia 22 de fevereiro de 2015, quando então terminará sua vigência neste período.

Assim sendo, as regiões de abrangência no Brasil são: a) – SUL, estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; b) SUDESTE, estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais e, c) CENTRO-OESTE, estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.

Eclipses este mês

Certamente a euforia ocasionada pelos eclipses que ocorrem em abril passado, levaram diversas pessoas a observatórios e planetários e até mesmo a procura de grupos de astronomia ou pessoas ligadas a esta ciência. Estas são oportunidades que não podemos deixar de falar-lhe da beleza e o quanto são interessantes às particularidades do céu.

O Eclipse total da Lua em 08 de Outubro 2014

Conforme vislumbramos na tabela 1 no dia 8 próximo, o segundo eclipse total da lua neste ano poderá ser observado na região do oceano pacífico. Embora o instante máximo do eclipse ocorra sobre o oceano (figura 2), localidades na América do Norte (Canadá e Estados Unidos) poderão acompanhar a totalidade.

Todas essas fases são também observáveis das localidades inseridas na região meso pacífico e o leste da Oceania (Austrália, Nova Zelândia e Papua-Nova Guiné); o norte do Japão e a região mais ao leste Ásia (até o Estreito de Bering) também acompanharão o evento em sua totalidade. Observadores localizados no oeste da América do Sul acompanharão os instantes iniciais deste fenômeno antes de seu ocaso.

O Eclipse solar de 23 de Outubro 2014

Em 23 de outubro próximo teremos a ocorrência do último eclipse deste ano, cuja faixa de visibilidade que estende da região leste siberiana (Península de Kamchatka) cortando toda a região continental da América do Norte, terminando no Mar das Antilhas próximo à costa de Belize, conforme apresentado na figura 3, sendo que o instante máximo do fenômeno ocorre às 21:44:31 UT no território de Nunavut no Canadá perto de Prince of Wales Island (Espenak, 2014).
As tabelas 2, 3 e 4 abaixo, apresentam as circunstâncias gerais de visibilidade de primeiro, segundo, terceiro e quarto contato bem como também, o instante máximo do eclipse e sua respectiva magnitude para a região siberiana de Anadyr (Rússia), América do Norte (Canada, Estados Unidos e México) e para a região do golfo do México e mar das Antilhas na América Central.

Ocultações de estrelas pela Lua 

Rho Sagittarii

Em 02 de outubro a Lua +59% iluminada e com a elongação solar de 100°, ocultará a estrela Rho Sagittarii de magnitude 3.9 e tipo espectral K1III. Esse evento poderá ser observado na Ásia (oriente médio e Rússia) e na Europa Oriental de acordo com a figura A, apresentada no quadro 1.

Dabih Major (beta Capricorni)

Em 03 de outubro a Lua +70% iluminada e com a elongação solar de 114°, ocultará a estrela Dabih Major de magnitude 3.1 e tipo espectral F8V+A0. Esse evento poderá ser observado na Ásia e de forma diurna no norte da África de acordo com a figura B, apresentada no quadro 1. 

Hyadum II (delta 1 Tauri)

Em 12 de outubro a Lua -83% iluminada e com a elongação solar de 132°, ocultará a estrela Hyadum II (delta 1 Tauri) de magnitude 3.8 e tipo espectral K0-IIICN0.5. Veja maiores informações e as circunstâncias gerais de visibilidade nas diversas regiões em: http://skyandobservers.blogspot.com.br/2014/10/a-ocultacao-de-hyadum-ii-delta-1-tauri.html

Lambda Geminorum

Em 15 de outubro a Lua -53% iluminada e com a elongação solar de 93°, ocultará a estrela lambda Geminorum de magnitude 3.6 e tipo espectral A3V. Esse evento poderá ser observado de forma diurna na América Central e região leste da América do Norte, bem como ainda neste continente de forma noturna o oeste americano (Estados Unidos e Canadá) até a região do oceano pacífico norte de acordo com a figura C, apresentada no quadro 1.

(Subra) Omicron Leonis

Em 18 de outubro a Lua -26 iluminada e com uma elongação de 61°, ocultará a estrela omicron Leonis (Subra) de magnitude 3.5. Esse evento poderá ser observado de forma diurna no continente sul americano e de forma noturna na região do pacífico sul de acordo com a figura E, apresentada no quadro 1.

Rho Sagittarii

Em 29 de outubro a Lua +36% iluminada e com a elongação solar de 73°, novamente ocultará a estrela Rho Sagittarii de magnitude 3.9 e tipo espectral K1III. Esse evento poderá ser observado na porção sul da Groenlândia e de forma diurna no nordeste da América do Norte de acordo com a figura D, apresentada no quadro 1.

Dabih Major (beta Capricorni)

Em 30 de outubro a Lua +47% iluminada e com a elongação solar de 87°, novamente ocultará a estrela Dabih Major de magnitude 3.1 e tipo espectral F8V+A0. Esse evento poderá ser observado na região leste do norte da África e Europa (península ibérica, região do golfo de Biscaia, Irlanda e ilhas do atlântico norte); já de forma diurna ele poderá ser observado no norte da América do Sul, América Central e região sul da América do Norte de acordo com a figura E, apresentada no quadro 1.

Planetas, asteroides e cometas!

Já nestes primeiros dias de outubro Mercúrio (0.4) na constelação de Virgo, Saturno (0.6) na constelação da Libra e Marte (0.8) muito próximo a gigante Antares de magnitude 1.07 (porém nos limites da constelação de Ophiuchus) destacar-se-ão no horizonte, pois estes planetas estarão próximos à linha do ocaso. Também próximo a Saturno na constelação de Libra, localizar-se-á o planeta menor (1) Ceres, entretanto, sua magnitude e também a constante diminuição de suas elongações neste período, dificultará sua identificação entre as brilhantes estrelas daquela constelação.  Atenção: A proximidade de Vênus (-3.9) neste período com o disco solar dificulta suas observações visuais; É importante mencionar que embora esteja previsto uma ocultação deste planeta pela Lua no dia 23 próximo (dia do Eclipse), esse evento não deve ser objeto de registro observacional. Recomendo aguardar uma próxima oportunidade, pois terei uma grande alegria de escrever um post incentivando observações de fenômenos mais acessíveis deste planeta aos instrumentos de pequeno e médio porte. Alguns observadores utilizando aberturas acima de 450mm tem reportado que o diminuto (134340) Plutão (magnitude 14.2), está acessível na constelação de Sagittarius, uma referência será buscar seu posicionamento próximo a M 22, um Aglomerado Globular de magnitude 5.1 e de M 25, este um Aglomerado Aberto de magnitude 4.6, a ajuda de uma carta celeste constando estrelas neste limite de magnitude e importante. 

Sem muitas dificuldades poder-se-á também procurar por Netuno (7.8) na constelação de Aquarius que estará visível por quase toda a noite. Júpiter (-2.0), já é um astro matutino visível na constelação de Leão (tabela 5), vem ganhando destaque observacional tendo em vista a diminuição de sua distância a Terra e o aumento de suas elongações; como consequência e suas magnitudes pouco a pouco vão aumentando também. O destaque neste período será a oposição de Urano (5.7) em 07 de outubro próximo, quase no limite teórico de visibilidade a visão desarmada, este planeta estará com sua máxima elongação estimada em 179.2⁰ e a 19.014172 ua da Terra na noite de 07 de outubro (Campos, 2013). Quem também estará naquela área do céu será o asteroide (37) Fides, como havia mencionado no mês passado no post de sua oposição (http://skyandobservers.blogspot.com.br/2014/09/o-asteroide-37-fides-em-2014.html).

Lua = As fases lunares neste mês, ocorrerão nas datas e horários abaixo mencionadas em Tempo Universal de acordo com a figura 4:

A ocorrência das apsides (Perigeu e Apogeu) lunares dar-se-á neste mês na seguinte sequência: Perigeu em 06/10 às 09:42 (UT), quando a Lua então estará somente 362.480 km do centro da Terra e Apogeu em 18/10 às 06:06 (UT), quando a Lua estará a 404.897 km do centro de nosso planeta.

Asteroides

Neste mês novamente, três brilhantes asteroides estarão com seus respectivos posicionamentos favoráveis às observações através de pequenos e médios telescópios. (37) Fides (9.8) estará posicionado bem próximo a estrelas 63 Psc (4.4) e 71 Psc (4.2). Obviamente incluímos neste comentário Urano (5.7) em 09 de outubro. (55) Pandora (10.5) será outro asteroide que encontraremos facilmente naquela região celeste em 18 de outubro; para isso novamente utilizaremos como referência as estrelas 71 Psc (4.2) e Eta Psc (3.6). Já em 20 de outubro continuando ainda nesta mesma referência celeste da constelação de Pisces, poderemos identificar (88) Tisbe (10.4). Obviamente Eta Psc (3.6) e o conjunto de estrelas Rho Psc (5.3) e 94 Psc (5.5), denunciarão a presença deste asteroide nesta época do ano. 

Os Cometas

O período observacional sem dúvidas acaba gerando uma expectativa excepcional aos observadores de cometas atentos a dinâmica desses objetos. Embora não esteja ansioso quanto ao sobrevoo do cometa em 19 de outubro próximo do Siding Spring (C/2013 A1); pelas adjacências de Marte, será bastante interessante acompanhar essas análises. Do ponto de vista terrestre, este cometa estará na constelação de Scorpius até o dia 11, quando então já está nos limites da constelação de Ophiuchus (tabela 6).
Já no dia 3 próximo, o cometa Pan-STARRS (C/2012 K1) ingressa na constelação de Puppis (tabela 7); embora já tenha ocorrido seu periélio ele deverá tornar-se um objeto, bastante acessível a pequenos instrumentos devido a sua magnitude. Como a fase da lua encontra-se favorável (minguante), as observações na segunda quinzena deste período durante a madrugada são recomendadas.
Uma grata surpresa ocorrida ainda no mês anterior foram os registros observacionais (Amorim, 2014) e fotográficos (Ferreira Júnior, 2014) do cometa Oukaimeden (C/2013 V5); muito embora devido a seu ocaso ocorrer na primeira fase da noite (após o crepúsculo vespertino) neste mês (tabela. 8), será uma boa oportunidade buscar o maior número de registros desse cometa; vale a tentativa.
CONSTELAÇÃO:

Pegasus

Sem maiores compromissos com a realidade do dia a dia, podemos permitir “vez por outra” dar livre curso a nossa imaginação. Creio que foi deste modo com o qual, nossos antecedentes registraram algumas constelações por sua forma mitológica. Ao início deixei um convite para uma decolagem e voo seguro sobre no dorso de Pegasus; então vamos lá!

O primeiro relato dessa constelação chega aos dias atuais através do Almagesto, a obra do astrônomo e matemático egípcio Claudius Ptlomeus (Sec. II d.C). Conhecedor que era da catalogação anteriormente realizada por Hipparchus de Niceia (190 -120 a.C), ela certamente já deveria constar naquela súmula. 

Talvez seja essa constelação uma daquelas de mais fácil localização no hemisfério celeste boreal. Longe da faixa da Via-láctea, razão pela qual as suas estrelas destacam-se tão nitidamente em contraste com o fundo escuro do céu (Mourão, 1987); o asterismo “Quadrado de Pégaso” identificado na figura 5 em contorno verde é demarcado pelas seguintes estrelas: 

Markab (Alfa Peg) de magnitude 2.4, tipo e classe espectral A1IV é uma estrela subgigante branca que se encontra cerca de 133 anos-luz de distância do Sol; já Scheat (Beta Peg), é uma estrela variável pulsante cuja magnitudes alteram-se entre 2.3 (máximo) e 2.7 (mínima); tipo e classe espectral M2.5II-IIIe que encontra-se cerca de 196 anos-luz de distância. 

Na outra extremidade encontramos Algenib (Gamma Peg) de magnitude 2.8 uma subgigante branco azulada, classe e tipo espectral B2IV que se encontra cerca de 393 anos-luz de distância do Sol. Por se tratar de um asterismo existente nesta área do céu, complementará este celestial cenário a brilhante Alpheratz (alfa And) uma estrela branco azulada de magnitude 2.0, classe e tipo espectral B5.5V que encontra-se cerca de 97 anos-luz. 

Enif (Epsilon Peg) uma estrela supergigante alaranjada de magnitude 2.3, tipo e classe espectral K2Ib-II e também uma variável pulsante cujas magnitudes alteram-se entre 2.2 e 2.4; Baham (Theta Peg) uma estrela variável de magnitudes que alteram entre: 3.48 (máx.) e 3.56 (min.) (AAVSO, 2013) e uma estrela branca de tipo e classe espectral A2Vp. Homam (Zeta Peg) de tipo e classe espectral B9IV e uma subgigante branco azulada de magnitude 3.4, que se encontra cerca de 203 anos-luz do Sol. Numa compreensão do cavalo alado; essas estrelas formarão queixo, crina e pescoço. Matar (Eta Peg), uma gigante amarela de tipo e classe espectral G2II-III+F0V de magnitude 2.9 juntamente com outras estrelas naquele região formarão o conjunto de patas dianteiras desse magnífico Corcel. 

Objetos Deep-Sky

Certamente os observadores boreais em suas jornadas observacionais, encontros de Star Parties ou mesmo durante uma observação casual com pequenos instrumentos (binóculos, lunetas e pequenos telescópios) não deixarão de apresentar a seus amigos visitantes, em especial aqueles pela primeira vez terão a oportunidade de fazerem contato com o céu noturno nesta época, não deixarão de apresentar-lhes esse brilhante aglomerado globular. M 15 é certamente um dos objetos celestes mais observados devido a sua fácil localização próximo a brilhante estrela Enif (Epsilon Peg) e magnitude de 6.4; Binóculos 7x50 e telescópios (refratores e refletores acima de 80mm) já serão suficiente para proporcionar uma bela visão de suas estrelas. Suas coordenadas são: A.R: 21h29m 58.33 e Decl: 12⁰ 10' 1,2".

Nós não temos dúvidas que as imagens realizadas com o HST (Hubble Space Telescope) também daquela região do céu nos últimos anos, provocam um encantamento sobrenatural até aos mais leigos; então não iremos para uma Star Partie com o pensamento em observar as galáxias do Quinteto de Stephan, visto que elas estão numa magnitude muito baixa para os telescópios de pequeno porte: NGC 7317 (mag. 13.6), NGC 7318 A 13.4), NGC 7318B (13.1), NGC 7319 (mag. 13.1) e NGC 7320 (mag. 12.6). Entretanto alguns observadores que utilizam telescópios com abertura de 400mm (ou acima), desde que as condições favoráveis em seu local de observação estejam propicias já obtêm êxito. Mas naquela área do céu você de modo algum (e sob as mesmas condições de céu e local de observações propícias) deverá deixar de trazer a luz da ocular a NGC 7331 de magnitude 9.5, uma fantástica Galáxia Espiral que historicamente levar-nos-á ao observador do século XVIII William Herschel e seus instrumentos de apreciação do céu. 

O Exoplaneta HD 209458b

As conquistas observacionais da astronomia até hoje provocam um efeito estimulante no grande público; isso incontestavelmente é uma realidade bastando que uma simples informação veiculada de forma correta na mídia sobre uma recente descoberta astronômica ou mesmo um novo exoplaneta, encontrado orbitando em torno de uma estrela será suficiente para que os observatórios destinados à observação pública e planetários ganhem um bom número de pessoas.

Creio que ainda lembro-me de fato semelhante ter ocorrido em 1995 quando os astrônomos suíços Michel Mayor e Didier Queloz, anunciaram a descoberta de um planeta em torno da estrela 51 Pegasi. Cerca de 4 anos aproximadamente, a descoberta de HD 209458b foi um marco observacional, pois fora a primeira vez que detectava-se um exoplaneta pelo método de trânsito. Não muito distante da atual realidade nesta prática observacional, a contribuição de astrônomos amadores com o registro desses trânsitos vem se tornando frequente. 

Isso já ocorreu no Brasil, quando na noite de 03/04 de setembro de 2011 (figura 6) os observadores Tasso Napoleão, Cristóvão Jacques e Antônio Oliveira no Observatório Longa Vista (G44), utilizando um telescópio Ritchey-Chrétien RCOS de 16"(410 mm) de abertura, f/9, acoplado a uma montagem Paramount ME e ainda, uma camera CCD Apogee U16M de 16 megapixels obtiveram 538 imagens deste trânsito (Napoleão et al., 2011). 

A estrela hospedeira HD 209458, possui uma magnitude de 7.6 e classe espectral G0V, muito parecida com o Sol essa anã amarela, possui 1.148 (+/- 0.022) MSol (Massa Sol) encontrando-se cerca de 162 anos-luz de distância (figura 7). 

A detecção de exoplanetas pelo método de trânsito leva em conta que o planeta, localiza-se ao longo ou próximo a nossa linha de visada, passando este em frente da estrela hospedeira; no caso particular do HD 209458b, foi também o primeiro a ter sua atmosfera diretamente detectada (Talcott, 2006). 

Atualmente coma tecnologia embarcada nos telescópios espaciais Spitzer e Kepler, foi possível a uma equipe de liderada por Sarah Ballard medir o diâmetro de uma "Super-Terra" com uma precisão cujo erro se situa dentro de 238 km (148 milhas) no total, ou cerca de 1 por cento; que acaba por ser uma precisão notável para um exoplaneta localizado a cerca de 300 anos-luz de distância da Terra (NASA, 2014).

Desta forma, em especial o HD 209458b chamará a atenção devido às publicações realizadas nos últimos anos, onde implicam a detecção atômica de átomos de hidrogênio, átomos pesados de íons em altas altitudes em torno de planetas gigantes extra-solares (EGPs, por sua sigla em inglês: Extrasolar Giant Planet) como: HD209458b, HD189733b, e WASP-12b (Harris et al., 2013). 

Essa carga de informação, certamente dará um contorno especial aos observadores quando em seu planejamento, ou mesmo nas oportunidades casuais apontarem seus telescópios para o hemisfério celeste boreal. Isso sem dúvidas ocorrerá pessoalmente comigo por quê na próxima oportunidade que estiver observando aquela magnifica região celeste, tenham certeza que estarei um pouco mais fascinado com as paisagens celestes que ali poderão ser apreciadas. De igual forma o convite ao voo celeste continuará sempre ativo.

Boas Observações!

Referências:

- MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

- CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2014. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2013. Disponível em: <http://www.ceamig.org.br/5_divu/alma2014.pdf>.  Acesso em: 08 set. 2014.

- NASA’s GSFC. NASA Eclipse Web site. Project Manager by Fred Espenak. Disponível em: <http://eclipse.gsfc.nasa.gov/OH/OHfigures/OH2014-Fig04.pdf> . Acesso em: 14 set. 2014.

- AMORIM, Alexandre. REA/BRASIL, Florianópolis, set. 2014. Disponível em: <http://rea-brasil.org/cometas/observ13v5.html>.  Acesso em: 16 set. 2014.

- FERREIRA JÚNIOR, João Amâncio. MESOSFERA, Lagoa Santa, set. 2014. Disponível em: <http://mesosfera.blogspot.com.br/2014/09/cometa-c2013-v5-oukaimeden.html>. Acesso em: 16 set. 2014.

CHEVALLEY, Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 3.8, March. 2013. Disponível em:   <http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. - Acesso em: 06/08/2014..

- AAVSO. The International Variable Star Index; Version 1.1 [C]. Disponível em: <http://www.aavso.org/vsx/index.php?view=detail.top&oid=52681>. Acesso em: 18 set. 2014.

- THE EXTRASOLAR Planets Encyclopaedia: Database. Developped and maintained by the exoplanet TEAM and Ivan Zolotukhin. 1995-2014. Disponível em: <http://exoplanet.eu/catalog/hd_209458_b/. Acesso em: 18 set. 2014.

- NAPOLEÃO, Tasso; JACQUES, Cristóvão; OLIVEIRA, Antonio. Detecção de trânsito do exoplaneta HD209458b. In: 14º ENAST (ENCONTRO NACIONAL DE ASTRONOMIA). São Paulo: CASP, 2011. Disponível em: <http://www.longavista.net.br/transitoHD209458b.pdf>.  Acesso em: 18 set. 2014.

- TALCOTT, Richard. Atlas de planetas extra-solares: Astronomy Brasil. São Paulo, Ed. Duetto, v.1, n.7, p. 38-40, nov. 2006.

- NASA. Exoplanet Measured with Remarkable Precision. Responsable: Ruth Netting. Credit: Tony Phillips, 2014. Disponível em: <http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2014/18aug_sizeup/>. Acesso em: 18 set. 2014.

- HARRIS, Mathew J et al.  Thermal escape from extrasolar giant planets. Cornell University Library, Ithaca, dez. 2006. Disponível em: <http://arxiv.org/abs/1312.1947>. Acesso em: 18 set. 2014.
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