O Céu do mês – Novembro 2012

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CEAMIG – REA/Brasil - AWB

Ao suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Sargento Roberto Lopes dos Santos
In Memorian 

Que mistério é a vida, que mistério é a morte...”. Assim eu posso iniciar os comentários do céu neste mês de novembro, até mesmo lembrando o acidente ocorrido em 25 de fevereiro passado na Estação Científica Comandante Ferraz do Brasil na Antártida que ocasionou óbito de dois insignes militares da Marinha do Brasil. Então Camille Flammarion sabiamente faz perquirir esse mistério que o "Cosmo", com sua evolução e conseqüentemente do ser humano também talvez possa responder. Então poderemos ganhar a noite e observar as estrelas.

Logo neste início de mês, a Lua ocultará o planeta Júpiter cuja faixa de visibilidade contemplará os países do sul do continente africano, bem como o diminuto planeta Plutão, sendo ainda que nosso satélite natural protagonizará 2 eclipses (um solar e outro penumbral) que poderão ser acompanhados na Austrália, ilhas do pacífico e Antártida.

Mas também é interessante simplesmente falar do céu e das estrelas que estão no firmamento nesse mês. Como a brilhante Canopus (mag. -0.6) uma estrela supergigante amarela, cujo nome é homenagem ao piloto Menelaus do navio Argus que ali existia. Até os dias atuais essa estrela é uma referência nas jornadas de algumas sondas espaciais; Betelgeuse (mag. 0.5) uma estrela variável e supergigante vermelha será aquela que faz a ligação do braço direito do caçador Órion, empunhando uma espada e pisando com seu pé (que é indicado por Rigel de magnitude 0.2, uma supergigante branco azulada) o corpo de uma Medusa. Sirius (mag. -1.4) indicará o peito de Canis Major, um valoroso companheiro de caça de Órion. Não vou deixar de mencionar Aldebaran (mag. 0.9) uma gigante alaranjada que compõem a base da cabeça de um grande Touro. Saber que no interior de uma grande Baleia celeste, Mira – Omicron Cet – (a Maravilhosa),  é uma estrela variável pulsante que teve sua periodicidade reconhecida em 1638 e foi redescoberta em 1795 pelo pastor holandês David Fabricius, mostrará que  ainda não é suficiente nosso conhecimento.

Então a coletânea de catalogação e observação do genial abade e astrônomo francês Lacaille levado a termo à quase 250 anos atrás, reflete ainda nos dias atuais a rica capacidade de criação dos artífices de um novo tempo; para tal nossa lida agora é para que conheçamos (numa reverência também a esse passado), um apropriado “Atelier de Escultor”, que certamente ainda esculpe e continuará moldando na mente humana a intelectualidade necessária à evolução. Está feito o convite.




A Ocultação de Júpiter pela Lua em 02 de novembro de 2012

Em 02 de novembro próximo a Lua -91% iluminada e com uma elongação de 145°, ocultará o planeta Júpiter (mag. -2.6) e (conseqüentemente) seus principais satélites naturais: Io (5.0), Europa (5.2), Ganimede (4.5) e Callisto (5.6), conforme posicionamento abaixo (figura 2) do instante máximo 01:06.1 (UT). Neste instante, Io estará oculto pelo disco do planeta, com desaparecimento ("D") previsto para 22:36.1 em 01/11/2012 (TU) e reaparecimento ("R") às 01:33.6 (TU - Universal Time) já em 02/11/2012.

Esta ocultação poderá ser observada somente no sul do continente africano abrangendo o sul da Namíbia, sul de Botsuana, sul da Suazilândia, África do Sul (inclusive o Lesoto) e o extremo sul de Moçambique, conforme apresentado na figura 3.


O Eclipse Total do Sol de 13 de novembro de 2012

Em 13 de novembro, teremos a ocorrência do segundo eclipse do Sol (total) deste ano cujas áreas de  visibilidade iniciar-se-á numa pequena região próxima ao extremo norte da Austrália,  que abrange em seu início a porção norte do Território Australiano do Norte, sendo que a faixa de totalidade cruzará o Golfo de Carpentária seguindo em direção a Terra de Arnhem; Ele será visível de forma parcial por todas as demais nações e ilhas que naquela região são limítrofes, isso incluindo a Tasmânia e a Nova Zelândia, já dentro do Limite Sul. A faixa de totalidade então passará pelo Mar dos Corais chegando ao Oceano Pacífico.

Dentro do limite norte onde o eclipse poderá ser observado de forma parcial, ele poderá ser acompanhado da Papua-Nova Guiné, Ilhas das regiões Melanésia e Micronésia, incluindo Nova Caledônia, Ilhas Salomão, Nauru e Ilhas Marshall; o Kiribati (Ilhas Fênix), Tuvalu, Fiji, Ilhas Wallis e Fortuna  e Tonga. A faixa de totalidade cruzará a Linha Internacional de Datas ao sul de Tokelau,  Samoa Ocidental, Niue e Ilhas Cook; sendo que as Ilhas de Bora Bora, Tahiti, Gambier e Pitcairn, que compõem os arquipélagos da Polinésia, estarão dentro desse limite de visibilidade. Isso engloba também a Ilha Páscoa, sendo que a faixa total de visibilidade deste eclipse terminará em algum ponto o Oceano Pacífico, distante cerca 980 a WSE (oés-sudoeste) do litoral do Chile, conforme figura 4.

O Eclipse será acompanhado de forma parcial no sul do continente latino americano, visto próximo a linha do poente no Chile, Argentina, Ilhas Falkland (vide tabelas 2, 3 e 4) e regiões da Antártida (tabela 5). Existe ainda uma remotíssima possibilidade da região litorânea de Pisco no Peru acompanhar por instantes o Sol parcialmente eclipsado no seu ocaso.

O Eclipse na Base Científica Comandante Ferraz na Antártida

O eclipse também poderá ser acompanhado de algumas regiões Antárticas, assim selecionei na Península Antártica sua região mais boreal, a ilha do Rei George onde além das Bases científicas da Polônia, Chile, encontra-se em início de reconstrução a estação científica do Brasil (conforme mencionado); visto que estamos próximos do verão austral, talvez a visibilidade deste eclipse possa ser o marco inicial de uma nova fase de pesquisas científicas naquela região. Vejam os dados apresentados na tabela 5.


A Ocultação de Plutão pela Lua em 16 de novembro de 2012

Em 16 de novembro, a Lua +13% iluminada e com uma elongação de 43°, ocultará o pequeno planeta Plutão (mag. 14.2). Embora extremamente difícil de ser acompanhado, pois a instrumentação requerida deverá ser equipamentos óticos acima de 300mm de abertura, pode-se acompanhar esse evento. Assim as áreas de abrangências desse evento serão o extremo sul do México, os países da América Central, incluindo todas as ilhas do mar do Caribe (exceto Barbados e o norte das Bahamas) e o norte da América do sul; já no Oceano Pacifico o evento é observado no arquipélago de Galápagos. O fenômeno abrange ainda o norte da America do Sul, sendo visível por toda a extensão territorial da Venezuela, Colômbia e Equador. Ele abrange também o norte do Peru, Norte do Brasil (extremo noroeste do Acre, norte do Amazonas, extremo norte do Pará e todo o estado de Roraima) e a região centro oeste da Guiana. O fenômeno se estende em sua parte diurna por quase todo o Oceano Pacífico terminando no Atol de Abemama, pertencente ao Kiribati, conforme a figura 5.

No Brasil (Boa Vista – RR), Plutão desaparecerá no limbo escuro da Lua às 00:34.5 (TU) portanto já no dia 17 de novembro, sendo que a duração da ocultação do disco é: +/-0.2 segundos.

O Eclipse Penumbral da Lua em 28 de Novembro de 2012 
Este eclipse é visivel no leste do Canadá, sendo que nos Estados Unidos ele poderá ser acompanhado até o ocaso da Lua. Mas os observadores localizados no Alaska, Havaí, Austrália, (ilhas do Pacífico) e nações da Ásia Oriental (figura 6), poderão acompanhar todo o fenômeno.

A Ocultação de Júpiter pela Lua em 28 de novembro de 2012

Na noite de 28 de novembro próximo, a Lua - 100% iluminada e com uma elongação de 175°, ocultará o planeta Júpiter (mag. 2.3) e (conseqüentemente) seus principais satélites naturais (Vejam maiores informações na resenha do Sky and Observers).

A Ocultação de Zeta Tauri pela Lua em 30 de novembro de 2012

Na noite de 30 de novembro próximo, a Lua - 98% iluminada e com uma elongação de 163°, ocultará a estrela Zeta Tauri de magnitude 3.0. Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano (Vejam maiores informações na resenha do Sky and Observers).

Planetas!

Mercúrio = Como pode ser observado, Mercúrio encontra-se na constelação de Escorpião bem como também teve sua máxima elongação no dia 26 último, quando já reiniciou a diminuição de suas elongações. Neste início de mês, o planeta Mercúrio já deverá encontrar-se em dicotomia (meia-fase), sendo que no dia 15/11, com uma magnitude de 3.7 e uma elongação somente de 5.9° E, volta a constelação de Libra ficando lá até o fim deste mês. Entretanto Mercúrio deverá estar em conjunção inferior em 17/11 sendo que atinge seu periélio em 21/12 quando estará a uma distância ao Sol de 0.307500 UA. Já em 30/11 sua elongação atinge 19.5° W com uma magnitude de -0.1, sendo observado no sentido W antecedendo o nascer do Sol.

Vênus = Vênus permanecerá a grande maioria deste período na constelação de Virgem, pelo menos até o dia 29/11 quando chega à constelação de Libra. Sua magnitude continua estimada em -4.0 por todo esse período e suas elongações também diminuem sendo 31.7° W em 15/11 e 28.4° no dia 30/11. Entretanto nós voltaremos a nossa atenção para Vênus na madrugada do dia 27 de novembro (figura 7), quando então juntamente com o gigante Saturno eles formação um par bastante cerrado com uma separação angular de somente 31,5’ de arco no céu vespertino. Observem ainda que neste quadro matutino e já dentro do crepúsculo náutico, o planeta Mercúrio tomará parte também nessa moldura celeste aparecendo um pouco abaixo na constelação de Libra.


Lua (Fases) = As fases lunares este mês, ocorrerão nas datas e horários do fuso horário de Brasília (UT = + 03:00 h) mencionadas de acordo com o quadro 1:

Júpiter = A sua oposição já vem próxima e Júpiter também, (obviamente com os eventos de ocultações pela Lua acima mencionados) prepara-se para roubar a cena em Star Parties e sessões observacionais que ocorrerão. Sua magnitude, que para esse início de mês e estimada em -2.7, chegará a -2.8 e já a partir do dia 15/11 estará cruzando a esfera celeste por quase todo o período noturno na medida em que suas elongações também aumentam sendo 159.5° no dia 15/11 e 176.5° em 30/11. Novamente trata-se a tabela 7 abaixo, as respectivas magnitudes para o início, meio e término do mês às 00:00 (TU) dos satélites galileanos.
Na tabela 8, podemos encontrar novamente os horários (UT – Tempo Universal) previstos dos trânsitos da Grande Macha Vermelha (GRS) para este período.

Saturno = Após a sua conjunção com o Sol que ocorreu em 25/10 último e como também esperado, Saturno somente vai ganhar condições de observação telescópicas em torno do dia 12 de novembro próximo quando observado antes do nascer do Sol na linha do horizonte W. Ele se encontra transitando pela constelação de Virgem com uma magnitude estimada em 0.6. O alinhamento espetacular entre Vênus e Saturno que poderá ser acompanhado antes do nascer do Sol no dia 27 de novembro (vide a figura 6), sendo que ele deverá terminar o mês de novembro com uma elongação de 31.9° W. Isso indica que deveremos aguardar mais algum tempo para que ele esteja em melhores condições observacionais.

Urano = As condições observacionais de Urano continuam bastante favoráveis neste início de mês, embora a sua magnitude seja estimada em 5.8 em 15/11, fugindo um pouco daquele limite observacional teórico a visão desarmada (5.6) que comentamos. Como sua identificação no céu não é difícil, pois encontra-se localizado na constelação de Pisces, sempre será de grande validade consultar o quadro 1 (com as fases da Lua) para planejar sua observação. Suas elongações para o período são 131.8° no dia 15/11 e 116.4° em 30/11.  

Netuno = O planeta Netuno encontra-se na constelação de Aquário e como suas elongações vem diminuindo, ele permanecerá com uma magnitude estimada de 7.9. Então tornar-se fundamental para os proprietários de pequenos telescópios planejarem sua identificação dentre as estrelas, inicialmente checando as fases da Lua. Ele estará na noite do dia 13/11 a 0.42° Sul da estrela 38 Aquarii (mag. 5.4) que uma vez identificada denunciará a presença de Netuno naquela posição. Contudo antecedendo a essa oportunidade, será importante mencionar que ele encontrar-se-á estacionário, iniciando seu movimento prógrado em relação à eclíptica em 11 de novembro. Ele chegará em 30/11 com uma elongação de 82.1° E.  

Ceres e Plutão = As magnitudes de Ceres vem aumentado na medida em que suas elongações também vão se tornando maiores. Ela será de 125.2° em 01/11, 140.0° em 15/11 e chegará a 157.3° no ultimo dia deste mês; conseqüentemente as magnitudes serão para este mesmo período de 8.0 neste primeiro dia, 7.7 em 15/11 e será de 7.3 no fim do mês. Tudo isso é indício de uma oposição bastante favorável para o próximo mês. Ele é facilmente localizado na constelação de Gemini. Enquanto isso as condições observacionais do pequenino Plutão tornam cada vez mais dificultadas. Como se não se bastassem às baixas magnitudes de 14.1 na primeira quinzena deste mês, suas elongações vem diminuindo também, (58.4° em 01/11 e 30.1° em 30/11) sendo a única chance para um instrumento acima de 250 mm de diâmetro e sem a moderna eletrônica, buscar essa observação em 13/11 na constelação de Sagittarius.

Notas: 

(UA) = Unidade Astronômica. Unidade de distância equivalente a 149.600 x 106m. Convencionou-se, para definir a unidade de distância astronômica, tornar-se como comprimento de referência o semi-eixo maior que teria a órbita de um planeta ideal de m=0, não perturbado, e cujo período de revolução fosse igual ao da Terra.

(a.l) = Ano Luz. Unidade de distância e não de tempo, que equivale à distancia percorrida pela luz, no vácuo, em um ano, a razão de aproximadamente 300.000 Km por segundo. Corresponde a cerca de 9 trilhões e 500 bilhões de quilômetros.

CONSTELAÇÃO:

Sculptor 

O histórico dessa moderna constelação fatalmente fará com que nos transportemos a 1751 quando o abade e astrônomo francês Nicolas Louis Lacaille, numa viagem no Cabo da Boa Esperança, sendo que também (em meio caminho para a África) esteve na cidade do Rio de Janeiro (Brasil), onde instalou seu observatório determinando sua latitude e longitude, realizando ali outras observações no hemisfério sul (Mourão, 1987). Mais que isso, Lacaille durante os 4 anos de duração dessa jornada austral observou cerca de 10.000 estrelas, nomeando 14 novas constelações em homenagem às artes e Ciências, talvez por herdar de seu protetor, o duque de Bourdon algum traço digno de mecenas. Assim podemos entender o porque La Caille naquela época fez alusão para essa identificação a: Antlia (Máquina Pneumática), Caelum (Cinzel), Circinus (Compasso), Fornax (Fornalha), Horologium (Relógio), Mensa (Mesa), Microscopium (Microscópio), Norma (Régua), Octans (Octante), Pictor (Pintor), Pyxis (Bússola), Reticulum (Retículo), Telescopium (Telescópio) e por fim o “Atelier do Escultor”, simplificada em 1922 pela UAI (União Astronômica Internacional) apenas como Escultor (Figura 8). 
Embora Sculptor seja uma constelação pequena e com estrelas pouco brilhantes, a melhor referência para a correta identificação será recordar a fácil localização da brilhante Fomalhaut (mag. 1.1) em PsA, conforme pudemos conhecer na resenha do mês anterior. Dali então, partiremos com nosso reconhecimento no sentido leste encontrando γ (Gamma) Scl; gigante amarela de magnitude 4.4 e classe espectral K1III, possui a luminosidade de 37 vezes a do Sol. 

Uma vez já nos limites internos da constelação, será fácil o reconhecimento em sentido horário de β (beta) Scl de magnitude 4.3, classe espectral  B9.5IV que possui uma luminosidade de 42 vezes mais que o Sol e α (alfa)  Scl (mag. 4.3) e classe espectral B7III cuja luminosidade é cerca de 223 o Sol, embora distante, cerca de 403 a.l, sendo que se pode identificar ali também ζ (zeta) Scl de magnitude 5.0, classe espectral B4III; importante mencionar que esse trio de estrelas são branco azuladas, não significando contudo alguma relação de duplicidade ou oriundas de uma mesma nuvem. Completará ainda essa interpretação  δ (delta) Scl (4.5) e classe espectral A0V, uma estrela branca 25.3 vezes mais luminosa que o Sol que se encontra cerca de 150 a.l de distância.

Dentre os diferentes tipos de estrelas duplas, κ1 (Kappa 1) Scl de magnitude 5.4 e classe espectral F2V chamará a atenção dos observadores, pois esse par físico (cada uma das componentes giram em torno da outra) com separação de 1.5” de arco são brancas e de magnitude 6.1 e 6.2 respectivamente. 

Os objetos Deep-Sky

Os objetos de espaço profundo (Deep-Sky Object) dessa constelação podem ser uma boa surpresa para os observadores que são proprietários de pequenos equipamentos e não tenham muitos recursos, mas será importante enfatizar que as condições do céu sejam boas e (principalmente) longe da poluição luminosa. Então começaremos pelo mais fácil e detectável, o Aglomerado Aberto Blanco 1, que na realidade é uma nuvem de estrelas próxima a estrela ζ (zeta) Scl de magnitude 5.0 (sendo ela própria a componente mais brilhante) formado também por cerca de 30 estrelas  e com um tamanho de 90.0' de arco. Essa nuvem vem aparecendo em algumas Cartas Celestes e Atlas, podendo ser alguma referência para a localização de outros objetos.  

Assim sendo, traçando uma imaginária reta celeste deste aglomerado, vamos encontrar no sentido E o NGC 288 que é um Aglomerado Globular de magnitude 8.1 cujas estrelas possuem a magnitude de 12 e sua dimensão possui cerca de 13.8’ de arco. Esse aglomerado entretanto, servirá de referencia para a localização da fantástica galáxia NGC 253.

O Grupo Local Escultor

O Grupo do Escultor é um dos grupos de galáxias mais próximo ao Grupo Local onde se encontra a Via Láctea e é dominado por cinco galáxias, quatro espirais - NGC 247 (em Cetus), NGC 253, NGC 300 e NGC 7793 e uma irregular a NGC 55. A mais próxima destas é a NGC 55 que se encontra na borda do Grupo do Escultor e na fronteira com a constelação de Fênix.

Será importante ainda buscar o reconhecimento da NGC 300 que muito embora possua uma magnitude 8.1 é uma galáxia que possui 20.0’ x 15.0’ e do tipo Sd, numa definição criada pelo astrônomo francês Gérard de Vaucouleurs (1918-1995), responsável pelo aperfeiçoamento do sistema de classificação de galáxias de Hubble, em que os braços existem, mas começam a apresentar irregularidades na sua definição. Num novo tipo de classificação de galáxias de Hubble (Domingos Soares, 2009). 

NGC 253 – A Grande Espiral do Escultor

Como mencionei acima o Aglomerado Globular NGC 288 será uma excepcional referência, juntamente com a brilhante estrela Difda (beta Cet) de magnitude 2.0 e classe espectral G9.5III para a localização dessa proeminente galáxia espiral que empresta também a designação, para nomear esse Grupo Local de Galáxias como mencionado acima. 

Igualmente a grande Galáxia de Andrômeda M31, a NGC 253 (figura 9) e provavelmente uma das espirais mais facilmente observadas e também bastante acessível a binóculos e telescópios pequenos e de médios porte. Até mesmo por que foi descoberta por Caroline Herschel em 1783, durante uma de suas buscas sistemáticas por cometas. John Herschel, usando o seu refletor com espelho metálico de 18" no Cabo da Boa Esperança cerca de 50 anos mais tarde, descreveu como: "muito brilhante e grande ...; um objeto soberbo .... Sua luz é um pouco comprida, mas eu não vejo estrelas, exceto 4, uma grande e uma muito pequena, e estas parecem não pertencer a ela, não sendo muitos próximas ... ".

A NGC 253 é uma fonte de rádio bastante forte, identificado pela primeira vez por Milles em Sydney, Austrália, e confirmado em outras estações. Uma supernova foi registrada nesta galáxia, em 1940; é evidentemente foi descoberta muito tempo depois do seu máximo, como a magnitude observada de apenas 14.  De acordo com o Moscow Generaly Catalogue of Variable Stars (1971) a posição era de 50" a oeste do núcleo e 17" sul.

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.

- Burnham, Robert Jr. – Burnham's Celestial Handbook. Dover Publications, Inc., 1978. ISBN 0-486-23673-0 pp. 1730–1740.– Inc. New York – USA, 1978. 



- http://atlas.zevallos.com.br/scl.html - Acesso em 28/02/2012












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