Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB
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CEAMIG – REA/Brasil - AWB
Marte sempre atraiu a atenção dos astrônomos em todos os tempos e hoje, a simples menção do Planeta Vermelho, já suscita no grande público uma grande quantidade de opiniões a seu respeito. Então novamente agora (mais do que nunca), é preciso lembrar que em suas oposições, nunca da (superfície da Terra), observaremos este planeta do mesmo tamanho da Lua. Já tratamos desse tema em julho de 2010 (disponível em: https://sky-observers.blogspot.com/2010/07/boato-sobre-marte-e-duas-luas.html) quando uma série de e-mail tipo “spam” foi encaminhada a esmo, levando o grande público leitor a acreditar nesse boato.
Histórico
Para Johannes Kepler e Tycho Brahe, Marte em 1604 foi o grande balizador celeste que possibilitou ao cônego polonês a partir das observações realizadas por Tycho em Benatek definir rigorosamente a órbitas de Marte e, conseqüentemente as demais órbitas planetárias.
Desde suas oposições favoráveis na segunda metade do século XIX, Marte vinha causando um frisson aos astrônomos daquela época, pois seu diâmetro aparente e magnitude foram extremamente favoráveis a observação (tabela 1); Isso foi o suficiente para contagiar o observador italiano Giovanni Schiaparelli a reportar em suas observações uma série de Canali em sua superfície.
Nota: (UA) = Unidade Astronômica. Unidade de distância equivalente a 149.600 x 106m. Convencionou-se, para definir a unidade de distância astronômica, tornar-se como comprimento de referência o semi-eixo maior que teria a órbita de um planeta ideal de m=0, não perturbado, e cujo período de revolução fosse igual ao da Terra.
Entretanto as oposições favoráveis de Marte que ocorreram em 13 de julho de 1907 e principalmente a de 19 de setembro de 1909, fez com o observador Eugène Antoniadi, utilizando um telescópio de 83 cm do Observatório Meudon em 1909, concluir que os canais marcianos eram uma ilusão ótica.
Em 27 de agosto de 2003, Marte teve uma de suas maiores oposições, quando então, seu diâmetro angular chegou a 25.11” com uma magnitude de -2.9 e uma distância a Terra de 0.3727313 UA; uma situação bem mais próxima ocorrerá em 31 de julho de 2018, mas com um diâmetro bem menor.
O Planeta
Este ano embora não seja uma oposição muito favorável aos observadores do hemisfério sul devido as adversidades climáticas nesta época do ano, Marte estará novamente em oposição em 03 de março próximo (tabela 2), quando então sua distância a Terra chegará a 0.6744979 UA, seu diâmetro angular em 13.88” e fase de 0.999%, com uma magnitude de -1.2.
Ele apresentara seu hemisfério norte em evidência, sendo que em 30 de março próximo 01:13 (TU) ocorrerá o início do verão no Hemisfério Norte marciano (figura 1).
A região celeste a qual poderemos encontrar Marte e bem conhecida dos astrônomos. Certamente ele ao juntar-se-á as brilhantes estrelas da constelação de Leo (figura 2), deverá tornar-se um espetáculo imperdível para nossos olhos e telescópios também.
Os observadores visuais se assim o desejar, poderão realizar desenhos da superfície marciana. Então eu aproveitei uma Ficha de Esboço de Desenhos da REA (Rede de Astronomia Observacional - figura 3), para ilustração (e conseqüentemente aproveitamento) desse texto e sugiro ainda que os observadores iniciantes realizem e reporte seus registros da superfície marciana. Esta ficha está disponível para download em: http://rea-brasil.org/marte/2003/marte03h.html, juntamente com um detalhamento completo de sua utilização.
No emprego de telescópios para a observação de Marte, pode-se destacar a observação das manchas, das nuvens e das calotas polares e seus tamanhos são os mais diversificados, variando de Cassegrain de 185mm, refletores de 200mm com distância focal de 1200mm; e aumentos de 200 vezes, refletores de 320mm, f 5,8 e aumento de 308 vezes e até 500mm do Observatório do Capricórnio em Campinas-SP; quando então o astrônomo Julio Cesar Lobo o utilizou nas oposições de 1992-1993.
Assim eu selecionei alguns desenhos bem interessantes realizados pelos observadores Ilídio Ferreira Afonso e Antonio Padilla Filho do Rio de Janeiro, realizados entre novembro e dezembro de 1990, que foram reportados no Boletim Argo Navis (figuras 4 e 4a. em detalhe).
Alem das efemérides para Marte constantes no Almanaque Brasileiro de Astronomia para 2012 (disponível em: http://www.ceamig.org.br/5_divu/alma2012.pdf) você poderá utilizar a tabelas 3 e 4 abaixo, para realizar os cálculos do meridiano central marciano no momento de suas observações e realização de desenhos.
Eu tenho certeza que associações como: ALPO (Association of Lunar and Planetary Observers), LIADA (Liga Ibero-americana de Astronomia), REA-Brasil (Rede de Astronomia Observacional) e o CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), apreciarão conhecer e estudar esses desenhos, mas caso você já tenha alguma experiência com o uso de CCD para astrofotografia um tanto quanto melhor.
Boas Observações!
Referências:
- http://rea-brasil.org/marte/2003/marte03.html - Acesso em 04/01/2012.
Histórico
Para Johannes Kepler e Tycho Brahe, Marte em 1604 foi o grande balizador celeste que possibilitou ao cônego polonês a partir das observações realizadas por Tycho em Benatek definir rigorosamente a órbitas de Marte e, conseqüentemente as demais órbitas planetárias.
Desde suas oposições favoráveis na segunda metade do século XIX, Marte vinha causando um frisson aos astrônomos daquela época, pois seu diâmetro aparente e magnitude foram extremamente favoráveis a observação (tabela 1); Isso foi o suficiente para contagiar o observador italiano Giovanni Schiaparelli a reportar em suas observações uma série de Canali em sua superfície.
Nota: (UA) = Unidade Astronômica. Unidade de distância equivalente a 149.600 x 106m. Convencionou-se, para definir a unidade de distância astronômica, tornar-se como comprimento de referência o semi-eixo maior que teria a órbita de um planeta ideal de m=0, não perturbado, e cujo período de revolução fosse igual ao da Terra.
Entretanto as oposições favoráveis de Marte que ocorreram em 13 de julho de 1907 e principalmente a de 19 de setembro de 1909, fez com o observador Eugène Antoniadi, utilizando um telescópio de 83 cm do Observatório Meudon em 1909, concluir que os canais marcianos eram uma ilusão ótica.
Em 27 de agosto de 2003, Marte teve uma de suas maiores oposições, quando então, seu diâmetro angular chegou a 25.11” com uma magnitude de -2.9 e uma distância a Terra de 0.3727313 UA; uma situação bem mais próxima ocorrerá em 31 de julho de 2018, mas com um diâmetro bem menor.
O Planeta
Este ano embora não seja uma oposição muito favorável aos observadores do hemisfério sul devido as adversidades climáticas nesta época do ano, Marte estará novamente em oposição em 03 de março próximo (tabela 2), quando então sua distância a Terra chegará a 0.6744979 UA, seu diâmetro angular em 13.88” e fase de 0.999%, com uma magnitude de -1.2.
Ele apresentara seu hemisfério norte em evidência, sendo que em 30 de março próximo 01:13 (TU) ocorrerá o início do verão no Hemisfério Norte marciano (figura 1).
A região celeste a qual poderemos encontrar Marte e bem conhecida dos astrônomos. Certamente ele ao juntar-se-á as brilhantes estrelas da constelação de Leo (figura 2), deverá tornar-se um espetáculo imperdível para nossos olhos e telescópios também.
Os observadores visuais se assim o desejar, poderão realizar desenhos da superfície marciana. Então eu aproveitei uma Ficha de Esboço de Desenhos da REA (Rede de Astronomia Observacional - figura 3), para ilustração (e conseqüentemente aproveitamento) desse texto e sugiro ainda que os observadores iniciantes realizem e reporte seus registros da superfície marciana. Esta ficha está disponível para download em: http://rea-brasil.org/marte/2003/marte03h.html, juntamente com um detalhamento completo de sua utilização.
No emprego de telescópios para a observação de Marte, pode-se destacar a observação das manchas, das nuvens e das calotas polares e seus tamanhos são os mais diversificados, variando de Cassegrain de 185mm, refletores de 200mm com distância focal de 1200mm; e aumentos de 200 vezes, refletores de 320mm, f 5,8 e aumento de 308 vezes e até 500mm do Observatório do Capricórnio em Campinas-SP; quando então o astrônomo Julio Cesar Lobo o utilizou nas oposições de 1992-1993.
Assim eu selecionei alguns desenhos bem interessantes realizados pelos observadores Ilídio Ferreira Afonso e Antonio Padilla Filho do Rio de Janeiro, realizados entre novembro e dezembro de 1990, que foram reportados no Boletim Argo Navis (figuras 4 e 4a. em detalhe).
Alem das efemérides para Marte constantes no Almanaque Brasileiro de Astronomia para 2012 (disponível em: http://www.ceamig.org.br/5_divu/alma2012.pdf) você poderá utilizar a tabelas 3 e 4 abaixo, para realizar os cálculos do meridiano central marciano no momento de suas observações e realização de desenhos.
Eu tenho certeza que associações como: ALPO (Association of Lunar and Planetary Observers), LIADA (Liga Ibero-americana de Astronomia), REA-Brasil (Rede de Astronomia Observacional) e o CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), apreciarão conhecer e estudar esses desenhos, mas caso você já tenha alguma experiência com o uso de CCD para astrofotografia um tanto quanto melhor.
Boas Observações!
Referências:
- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.
- Falsarella, Nelson – Reporte n° 7 – REA (Rede de Astronomia Observacional) P. 52/59, Dezembro, 1994 – 74P. São Paulo – SP – Brasil.
- Almanaque Astronômico Brasileiro – 2012 – Antônio Rosa Campos – CEAMIG – Dez 2011; 104p.
- Argo Navis – Boletim Informativo da Rede Rio de Astronomia, ano I, nº 6, março-abril 1991, 10 P. Rio de Janeiro – RJ.
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenios_Antoniadi - Acesso em 02 Jan 2012.
- Falsarella, Nelson – Reporte n° 7 – REA (Rede de Astronomia Observacional) P. 52/59, Dezembro, 1994 – 74P. São Paulo – SP – Brasil.
- Almanaque Astronômico Brasileiro – 2012 – Antônio Rosa Campos – CEAMIG – Dez 2011; 104p.
- Argo Navis – Boletim Informativo da Rede Rio de Astronomia, ano I, nº 6, março-abril 1991, 10 P. Rio de Janeiro – RJ.
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenios_Antoniadi - Acesso em 02 Jan 2012.
- http://rea-brasil.org/marte/2003/marte03.html - Acesso em 04/01/2012.