I - Introdução
A comunidade astronômica (principalmente a amadora) do Brasil recebeu com surpresa a notícia do sufrágio prematuro do amigo Marcomede Rangel Nunes. Físico do Observatório Nacional Marcomede sob a égide da alegria, marcou os trabalhos e atividades de diversos Centros, Clubes, Sociedades, Grupos e Núcleos de difusão de ciências (em especial a astronomia) existentes no Brasil.
Vitimado por um AVC (Acidente Vascular Celebral) Marcomede partiu para integrar a grande constelação universal de seres humanos que fizeram de sua vida um exemplo e modelo a novas gerações. Essa triste efeméride de jornada rumo ao infinito cosmo ocorreu no dia 28 de julho de 2010, deixando um legado enorme de experiências e atividades as futuras gerações de disseminadores da astronomia em nosso país. No entanto essas atividades trouxeram-lhe alcunhas desde os 16 anos de idade.
Esse texto não é uma bibliografia da vida e obra deste fantástico amigo, muito embora a alusão de seu nome, como acima mencionado será certeiramente reverbero para muitos na construção de tão grande espírito.
II - Observatório Nacional
Jovem e aos 17 anos de idade, Marcomede começou suas atividades no Observatório Nacional no ano de 1968 e já naquela época Jorge Svozil Filho, o "alcunhador" (Barreto, 1987), o tratava por "Dininho", visto que segundo o próprio Luiz Muniz Barreto, aquele garoto tinha a mania de construir telescópios pequenos, os quais chamavam de "Dinho I", "Dinho II" e assim sucessivamente até esgotarem os números ordinais. Essas atividades e outras de relevância observacional fez com que a escritora Dinah Silveira de Queiroz publicasse no Jornal do Commércio (1969), uma crônica intitulada "O Dono do Sol". Observemos somente neste curto espaço de tempo que Marcomede ganha duas merecidas alcunhas.
III - Uma Luz Diferente no Céu
Graduado Bacharel e Licenciado em Física (1976-1979), com especialização em Jornalismo (1983) pela Universidade Estácio de Sá. O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu, em 1980: - “delícia de história em que imagem e texto se combinam para ensinar a gente a compreender melhor os índios”, alusão feita a publicação de seu livro a respeito das crianças indígenas, “Oku-Curi” em parceria com Felicitas Barreto.
E ainda de sua autoria, colunas de Ciência no "Caderno Infantil" e no "Caderno B" do Jornal do Brasil; no "Jornal da Família" e "Globinho", do Jornal O Globo, na "Folhinha" da Folha de São Paulo e na revista O Cruzeiro Infantil. Colaborou ainda nas revistas: Manchete, Fatos e Fotos, Criativa, Geográfica Universal e Pais e Filhos, bem como ainda no Jornal Folha da Manhã da cidade de Campos de Goytacazes-RJ. Esse acúmulo de experiências, já seriam os ingredientes necessários a nova alcunha.
O ano de 1985 traz novamente para sua passagem periélica e aproximação do planeta Terra, o celebre cometa Halley. Neste período (1985-1986) entre palestras, conferências e lançamento do livro "Uma luz Diferente no Céu (ao Livro Técnico, 1985 - Ilustrações de Gerson Conforto)", o desenhista mineiro Ziraldo o intitulou “Marcometa”; esta alusão pode ser vista pelos inúmeros visitantes do ON que tiveram o privilégio de conhecer a sua sala de trabalho na Assessoria de Comunicação e Difusão do ON, pois ali existia um desenho onde o cartunista representa o Marcomede cavalgando a coma e cabeleira do celebre astro. É subtraída também (intencionalmente) as duas ultimas silabas de seu primeiro nome pelas silabas me-ta; nasce naquela época essa nova alcunha.
É um equivoco muito grande pensar que ele não gostava dessas alcunhas. Tive a feliz oportunidade de presenciar por algumas vez ele próprio comentar com amigos (alías era essa sua verdadeira e nata vocação) as alcunhas e apelidos, risos dele sempre eram uma constante.
IV - Marte no Campo da Ocular
O ano de 1988 já havia começado e com ele as atividades do CEAMIG bem como do Marcomede no Rio de Janeiro estavam a pleno vapor. Eu havia realizado a aquisição de algumas efemérides editadas pelo ON e até fevereiro daquele ano não havia recebidos as publicações. Decidi então que iria numa oportunidade de viagem ao Rio de Janeiro conhecer o ON e pegar as publicações. Consegui o pequeno apoio aéreo numa missão estilo "bate-pronto" das aeronaves da Força Aérea e após o período carnavalesco tive a grata satisfação de conhecer o físico Marcomede Rangel Nunes. Ele jurava para todos que eu estive ali para procurar-lhe, mas isso não vem muito ao fato, visto que comecei a namorar a recepcionista do Observatório.
O Planeta Marte no segundo semestre daquele ano, estaria novamente numa condição muito favorável as observações da superfície terrestre; assim sendo diversas atividades estavam tornando efeito nos diversos observatórios brasileiros. Marcomede então aproveitando o grande acontecimento, publicou a matéria "Marte - O Planeta Vermelho na mira dos terráqueos" na Revista "Manchete" (01 de outubro de 1988, nº. 1.902 - Ano 37, Págs. 60/63). Esse meio campo custou-lhe definitivamente a alcunha de "Marcomídia". Quanta gente valiosa e especial que juntou em apenas três páginas de revista?
Através de um presente do Marcomede, o livro 160 Anos do Observatório Nacional de autoria do Dr. Luiz Muniz Barreto, comecei a organizar as memórias do CEAMIG também, visto que daquela época em diante o apoio que foi recebido do Marcomede Rangel, Dr. Muniz Barreto e Prof. Jacques Danon foi crucial a sua existência.
A comunidade astronômica (principalmente a amadora) do Brasil recebeu com surpresa a notícia do sufrágio prematuro do amigo Marcomede Rangel Nunes. Físico do Observatório Nacional Marcomede sob a égide da alegria, marcou os trabalhos e atividades de diversos Centros, Clubes, Sociedades, Grupos e Núcleos de difusão de ciências (em especial a astronomia) existentes no Brasil.
Vitimado por um AVC (Acidente Vascular Celebral) Marcomede partiu para integrar a grande constelação universal de seres humanos que fizeram de sua vida um exemplo e modelo a novas gerações. Essa triste efeméride de jornada rumo ao infinito cosmo ocorreu no dia 28 de julho de 2010, deixando um legado enorme de experiências e atividades as futuras gerações de disseminadores da astronomia em nosso país. No entanto essas atividades trouxeram-lhe alcunhas desde os 16 anos de idade.
Esse texto não é uma bibliografia da vida e obra deste fantástico amigo, muito embora a alusão de seu nome, como acima mencionado será certeiramente reverbero para muitos na construção de tão grande espírito.
II - Observatório Nacional
Jovem e aos 17 anos de idade, Marcomede começou suas atividades no Observatório Nacional no ano de 1968 e já naquela época Jorge Svozil Filho, o "alcunhador" (Barreto, 1987), o tratava por "Dininho", visto que segundo o próprio Luiz Muniz Barreto, aquele garoto tinha a mania de construir telescópios pequenos, os quais chamavam de "Dinho I", "Dinho II" e assim sucessivamente até esgotarem os números ordinais. Essas atividades e outras de relevância observacional fez com que a escritora Dinah Silveira de Queiroz publicasse no Jornal do Commércio (1969), uma crônica intitulada "O Dono do Sol". Observemos somente neste curto espaço de tempo que Marcomede ganha duas merecidas alcunhas.
III - Uma Luz Diferente no Céu
Graduado Bacharel e Licenciado em Física (1976-1979), com especialização em Jornalismo (1983) pela Universidade Estácio de Sá. O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu, em 1980: - “delícia de história em que imagem e texto se combinam para ensinar a gente a compreender melhor os índios”, alusão feita a publicação de seu livro a respeito das crianças indígenas, “Oku-Curi” em parceria com Felicitas Barreto.
E ainda de sua autoria, colunas de Ciência no "Caderno Infantil" e no "Caderno B" do Jornal do Brasil; no "Jornal da Família" e "Globinho", do Jornal O Globo, na "Folhinha" da Folha de São Paulo e na revista O Cruzeiro Infantil. Colaborou ainda nas revistas: Manchete, Fatos e Fotos, Criativa, Geográfica Universal e Pais e Filhos, bem como ainda no Jornal Folha da Manhã da cidade de Campos de Goytacazes-RJ. Esse acúmulo de experiências, já seriam os ingredientes necessários a nova alcunha.
O ano de 1985 traz novamente para sua passagem periélica e aproximação do planeta Terra, o celebre cometa Halley. Neste período (1985-1986) entre palestras, conferências e lançamento do livro "Uma luz Diferente no Céu (ao Livro Técnico, 1985 - Ilustrações de Gerson Conforto)", o desenhista mineiro Ziraldo o intitulou “Marcometa”; esta alusão pode ser vista pelos inúmeros visitantes do ON que tiveram o privilégio de conhecer a sua sala de trabalho na Assessoria de Comunicação e Difusão do ON, pois ali existia um desenho onde o cartunista representa o Marcomede cavalgando a coma e cabeleira do celebre astro. É subtraída também (intencionalmente) as duas ultimas silabas de seu primeiro nome pelas silabas me-ta; nasce naquela época essa nova alcunha.
É um equivoco muito grande pensar que ele não gostava dessas alcunhas. Tive a feliz oportunidade de presenciar por algumas vez ele próprio comentar com amigos (alías era essa sua verdadeira e nata vocação) as alcunhas e apelidos, risos dele sempre eram uma constante.
IV - Marte no Campo da Ocular
O ano de 1988 já havia começado e com ele as atividades do CEAMIG bem como do Marcomede no Rio de Janeiro estavam a pleno vapor. Eu havia realizado a aquisição de algumas efemérides editadas pelo ON e até fevereiro daquele ano não havia recebidos as publicações. Decidi então que iria numa oportunidade de viagem ao Rio de Janeiro conhecer o ON e pegar as publicações. Consegui o pequeno apoio aéreo numa missão estilo "bate-pronto" das aeronaves da Força Aérea e após o período carnavalesco tive a grata satisfação de conhecer o físico Marcomede Rangel Nunes. Ele jurava para todos que eu estive ali para procurar-lhe, mas isso não vem muito ao fato, visto que comecei a namorar a recepcionista do Observatório.
O Planeta Marte no segundo semestre daquele ano, estaria novamente numa condição muito favorável as observações da superfície terrestre; assim sendo diversas atividades estavam tornando efeito nos diversos observatórios brasileiros. Marcomede então aproveitando o grande acontecimento, publicou a matéria "Marte - O Planeta Vermelho na mira dos terráqueos" na Revista "Manchete" (01 de outubro de 1988, nº. 1.902 - Ano 37, Págs. 60/63). Esse meio campo custou-lhe definitivamente a alcunha de "Marcomídia". Quanta gente valiosa e especial que juntou em apenas três páginas de revista?
Através de um presente do Marcomede, o livro 160 Anos do Observatório Nacional de autoria do Dr. Luiz Muniz Barreto, comecei a organizar as memórias do CEAMIG também, visto que daquela época em diante o apoio que foi recebido do Marcomede Rangel, Dr. Muniz Barreto e Prof. Jacques Danon foi crucial a sua existência.
Prof. Jacques Danon, Prof. Marcomede Nunes e Antônio Campos no ON
V - Abraço Cósmico
Do Tio Minhoca (seu personagem) que conta a história do Cometa Halley a um grande círculo de amizade que ele colecionou em vida, a postura sempre foi a mesma para difundir e popularizar a ciência. Assim ele juntamente com Oscar Niemeyer, realizaram o projeto do relógio de Sol vertical inaugurado em 1989 no Parque da Cidade em Brasília e descobre que o tetracampeão mundial de futebol Romário aprecia temas astronômicos.
Um vazio muito grande ficou, mas minha certeza que nosso amigo agora habita as estrelas unidos ao universo fica mais evidente na dedicatória de seu livro a biblioteca do CEAMIG.
Marcomede: Nosso abraço cósmico para você também!
V - Abraço Cósmico
Do Tio Minhoca (seu personagem) que conta a história do Cometa Halley a um grande círculo de amizade que ele colecionou em vida, a postura sempre foi a mesma para difundir e popularizar a ciência. Assim ele juntamente com Oscar Niemeyer, realizaram o projeto do relógio de Sol vertical inaugurado em 1989 no Parque da Cidade em Brasília e descobre que o tetracampeão mundial de futebol Romário aprecia temas astronômicos.
Um vazio muito grande ficou, mas minha certeza que nosso amigo agora habita as estrelas unidos ao universo fica mais evidente na dedicatória de seu livro a biblioteca do CEAMIG.
Marcomede: Nosso abraço cósmico para você também!