Os α-Monocerotídeos (246 AMO) estarão ativos entre 15 e 25 de novembro de 2025, com máximo previsto para 21 de novembro às 23h30m TU, o que corresponde a 20h30m na Hora Legal de Brasília (UTC-3), quando o Sol atinge λ⊙ = 239°32. O radiante situa-se em RA = 117° e Dec = +01°, na região de Monoceros (Unicórnio).
A velocidade meteórica pré-atmosférica (V∞ = 65 km/s) classifica a chuva como de meteoros muito rápidos. Para fins de comparação, adotamos uma escala didática consolidada em materiais de divulgação e observação visual (ex.: AMS – American Meteor Society – e literatura técnica como Ceplecha et al., 1998, Meteor Physics): 11 km/s (limite inferior de entrada relativa à Terra), ~40 km/s (valor de referência próximo à média das chuvas) e 72 km/s (limite superior, típico das Leonídeas).[3] O índice populacional r = 2,4 e a THZ é variável, usualmente baixa (≤ 5).
Um traço marcante dos α-Monocerotídeos é a possibilidade de outbursts — surtos repentinos e temporários de atividade, em que a quantidade de meteoros visíveis pode multiplicar-se em poucos minutos (tipicamente até ~30 min).[1] Exemplos recentes incluem 1995 (ZHR ≈ 420) e 2019 (ZHR ≈ 120). Para 2025, não se espera novo surto forte, mas a natureza intrinsecamente imprevisível da chuva justifica monitoramento atento, sobretudo nas janelas próximas ao máximo.
A fase lunar favorece decisivamente a observação em 2025: o máximo ocorre um dia após a Lua Nova (20/11), com fração iluminada ≈ +0,007, praticamente sem interferência luminosa. Resultado: céus escuros e maior contraste para detecção de meteoros tênues.
Condições de visibilidade no Brasil
Com declinação do radiante em ~+01°, a chuva apresenta baixa altura para o hemisfério sul. No Brasil, as regiões Norte e Nordeste tendem a apresentar condições relativamente melhores, pois o radiante alcança alturas um pouco maiores após a meia-noite. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o radiante permanece muito baixo (próximo ao horizonte leste), o que reduz a taxa aparente. Ainda assim, eventuais meteoros brilhantes — especialmente em caso de outburst — podem ser detectados em qualquer região, principalmente a partir da madrugada, com horizonte leste desobstruído e em céu escuro.
Condições de visibilidade nas Américas
Nas latitudes setentrionais (América do Norte, México e Caribe), o radiante atinge maiores alturas, aproximando as taxas observadas dos valores de referência. Na América do Sul de latitudes médias e austrais, a baixa elevação limita a detecção contínua, mas não a inviabiliza — sobretudo se houver intensificação súbita da atividade.
Notas:
- Outburst: surto súbito e temporário de atividade meteórica, quando a quantidade de meteoros visíveis cresce rapidamente em poucos minutos (em geral até ~30 min), podendo elevar a ZHR de forma excepcional.
- α-Monocerotídeos: denominação baseada na estrela α Monocerotis, referência usual para indicar a região do radiante, na constelação de Monoceros (Unicórnio).
- Classificação didática de velocidades: faixa de 11–72 km/s com ~40 km/s como referência média, usada em materiais de divulgação/observação (AMS) e em literatura técnica (Ceplecha et al., 1998, Meteor Physics); não consta textualmente no calendário da IMO, sendo um critério pedagógico para contextualizar a V∞ informada.
Referências
MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. 914 p.
CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2025. Belo Horizonte: CEAMIG, 2024. 146 p. Disponível em: https://is.gd/Alma2025.
International Meteor Organization — IMO Meteor Shower Calendar 2025. Disponível em: https://www.imo.net/.
