O asteroide (50) Virginia em 2025

 Antônio Rosa Campos

Em 30 de julho próximo, o asteroide Virginia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0,268), quando então sua magnitude chegará a 11.48 (CAMPOS, 2024), sendo indicado o uso de instrumentos óticos de médio porte para sua observação. A carta celeste ilustrativa (FORD, 2024) e a tabela abaixo apresentam suas efemérides e a região celeste de busca de sua respectiva localização nesta data.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 50 Virgínia foi descoberto em 4 de outubro de 1857 pelo astrônomo Ferguson, no Observatório de Washington. Seu nome é uma homenagem a Virgínia, filha do centurião Virginius, morta pelo pai para evitar que fosse possuída por Ápio Cláudio. O episódio de Virgínia serviu de base ao conto "Virginius" de Machado de Assis. (MOURÃO, 1987).

O asteroide (50) Virginia, localizado no cinturão principal, é relevante no estudo das curvas de luz e períodos de rotação, especialmente devido à variabilidade observada em valores anteriores, que dependiam das condições de observação e da densidade dos dados coletados. Estudos recentes oferecem uma análise mais precisa, reforçando a importância de Virginia como um objeto de interesse para investigações futuras sobre sua dinâmica, composição e possíveis irregularidades em sua forma. Essas pesquisas contribuem significativamente para o avanço do conhecimento sobre os corpos do cinturão principal (ZAPPALA et al., 1980).

Otimizando Observações Astronômicas

As oposições favoráveis, com elongações acima de 165 graus, proporcionam oportunidades únicas para observações precisas e a criação de Curvas de Luz confiáveis. Observações devem seguir critérios técnicos rigorosos, utilizando estrelas de magnitude visual conhecidas. Em condições ideais, afastados da luz solar direta, asteroides revelam características intrínsecas como tamanho aparente, cor e tonalidade, especialmente com aberturas óticas maiores. A máxima elongação facilita a coleta eficaz de dados noturnos, beneficiando pesquisas astronômicas. Planejamento estratégico durante oposições favoráveis é crucial para explorar oportunidades e compreender a dinâmica do cinturão principal de asteroides.

Boas observações e céus limpos!

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

MOURÃO, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

CAMPOS, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2025. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2024. 146 p. Disponível em: <https://is.gd/Alma2025>  Acesso em 02 Dez 2024.

ZAPPALA, Vincenzo; SCALTRITI, Franco; FARINELLA, Paolo; PAOLICCHI, Paolo. Asteroidal Binary Systems: Detection and Formation. The Moon and the Planets, v. 22, p. 153-162, 1980. Dordrecht: D. Reidel Publishing Company.

FORD, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/skymap.php>: Acesso em 14 Jun 2024.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

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