O asteroide (81) Terpsichore em 2025

Antônio Rosa Campos

Em 4 de fevereiro próximo, o asteroide Terpsichore estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0,351), quando então sua magnitude chegará a 12.16 (CAMPOS, 2024), sendo necessário o uso de instrumentos óticos de médio porte para sua observação. A carta celeste ilustrativa (FORD, 2024) e a tabela abaixo apresentam suas efemérides e a região celeste de busca de sua respectiva localização nesta data.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, (81) Terpsichore foi descoberto em 30 de setembro de 1864 pelo astrônomo alemão Ernest Wilhelm Tempel (1821-1889), no Observatório de Marselha. Seu nome é uma homenagem à musa da dança e do sonho; Terpsícore. (MOURÃO, 1987).

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 97 Klotho foi descoberto em 17 de fevereiro de 1868 pelo astrônomo alemão Ernest Wilhelm Tempel (1821 - 1889) no Observatório de Marselha. Seu nome é uma homenagem à Cloto, uma das três Parcas, a que presidia aos nascimentos e assegurava os destinos. (MOURÃO, 1987).

Ernst Wilhelm Leberecht Tempel (1821-1889) foi um astrônomo caçador de cometas e asteroides, autodidata em desenho e astronomia, descobriu e recuperou cometas realizando sua primeira descoberta em abril quando descobriu o cometa C/1859 G1, além de descobrir 5 asteroides: (64) Angelina e (65) Cybele em 1861; (74) Galatea em 1862; (81) Terpsichore em 1864 e (97) Klotho em 1868, todos em Marselha, onde trabalhou por longo tempo no observatório dirigido por Jean Valz. Da mesma forma, passou um curto período na Itália auxiliando no Observatório de Bolonha de Lorenzo Respighi. 

Em 1871, após sua partida definitiva para a Itália, ele foi contratado por Giovanni Schiaparelli no Observatório de Brera. Lá, continuou seus registros observacionais de cometas; entre outros, destaca-se a confirmação da nebulosidade das Plêiades e a co-descoberta da Grande Mancha Vermelha de Júpiter (HAMEL, 2007).

O Imperador brasileiro e astrônomo amador D. Pedro II manteve correspondência com ele. Em 1964, o artista Max Ernst publicou uma série de gravuras com o título "Maximiliana ou a prática ilegal da astronomia" em homenagem a Tempel (MOURÃO, 1987).

Otimizando Observações Astronômicas

As oposições favoráveis, com elongações acima de 165 graus, proporcionam oportunidades únicas para observações precisas e a criação de Curvas de Luz confiáveis. Observações devem seguir critérios técnicos rigorosos, utilizando estrelas de magnitude visual conhecidas. Em condições ideais, afastados da luz solar direta, asteroides revelam características intrínsecas como tamanho aparente, cor e tonalidade, especialmente com aberturas óticas maiores. A máxima elongação facilita a coleta eficaz de dados noturnos, beneficiando pesquisas astronômicas. Planejamento estratégico durante oposições favoráveis é crucial para explorar oportunidades e compreender a dinâmica do cinturão principal de asteroides.

Boas observações e céus limpos!

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

MOURÃO, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

CAMPOS, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2025. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2024. 146 p. Disponível em: <https://is.gd/Alma2025>  Acesso em 02 Dez 2024.

FORD, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/skymap.php>: Acesso em 14 Jun 2024.

HAMEL, J. (2007). Tempel, Ernst Wilhelm Leberecht. In: Hockey, T., et al. The Biographical Encyclopedia of Astronomers. Springer, New York, NY. https://doi.org/10.1007/978-0-387-30400-7_1365 - Acesso em 07 Ago. 2023.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014. 

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