O Eclipse Penumbral da Lua em 18 de setembro de 2024.

Antônio Rosa Campos

Em 18 de setembro ocorrerá o terceiro eclipse de 2024, sendo que 8% do disco lunar estará imerso na região de Umbra da Terra (figura 1), onde a Lua esteja acima do horizonte neste momento.

Assim essa visibilidade estará recaindo nas Américas, Antártica, África, Europa, Ásia Ocidental e sudoeste da Rússia (figura 2). O instante máximo ocorre às 02:45:24 (TU), sendo que os contatos P1 e P4 ocorrem às 00:41:02.0 (TU) e 04:47:18.0 (TU) respectivamente.

Este fenômeno, ilustrado na figura 2, abrange proeminentemente as regiões mencionadas anteriormente. Desafia, ainda, nossa percepção visual em seu ápice, dada a natureza sutil e complexa da observação. No entanto, vale ressaltar que o evento se revela como uma oportunidade singular para os entusiastas da astronomia.


Numa breve análise da tabela 1 acima apresentada, destacam-se além dos instantes mencionados que este Eclipse Penumbral, atinge magnitude 0.087, evidencia a significativa interação entre a Lua e a sombra terrestre. O delta T, representa a discrepância entre o tempo atômico e o tempo universal, está calculado em 74 segundos, conforme as efemérides (ESPENAK & MEEUS, 2023)

O Ciclo de Saros

É a periodicidade e recorrência com que os eclipses se repetem aproximadamente na mesma sequência, embora a sua visibilidade seja deslocada em cerca de 120º para oeste, na superfície terrestre. Compreende 6.585,32 dias, ou 18 anos, 11 dias e 8 horas, e é aproximadamente igual ao ciclo de regressão dos nodos da órbita lunar, no curso do qual os centros do Sol e da Lua, e a linha dos nodos quase voltam às mesmas posições relativas (MOURÃO, 1987). Cada série normalmente dura de 12 a 15 séculos e contém 70 ou mais eclipses lunares.

Saros Série 118

Assim sendo sob esse contexto, o Saro deste eclipse que iniciou a serie 118, ocorreu em 02 de março do ano de 1105 com o evento de um eclipse penumbral próximo à borda norte da penumbra e terá seu término em 07 de maio de 2403, com a ocorrência do eclipse penumbral próximo à borda sul da penumbra. Então esse evento é o de número 52 de 74 ocorrências desta série (ESPENAK & MEEUS, 2023), a qual compartilha características semelhantes com outros eventos que ocorreram no passado e que ocorrerão no futuro. Esta informação adiciona profundidade à compreensão do fenômeno e destaca a regularidade e previsibilidade dos eventos astronômicos.

Os eclipses, de uma forma geral, revelam-se como uma mecânica celeste de harmonia singular (Figura. 3). Em todos os casos, ao observar a Lua, os espectadores geralmente ficam fascinados pela sutileza do fenômeno, tornando-se uma oportunidade única para que possamos nos reconectar às maravilhas da natureza, apreciando a interconexão entre os corpos celestes. Não apenas isso, possibilita o mergulho na riqueza científica e estética dos eclipses.

Referências:

MOURÃO, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

CAMPOS, Antônio Rosa (Org.). Almanaque Astronômico Brasileiro 2024. Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (CEAMIG), 02 de dezembro de 2023. 163 páginas. Disponível para download gratuito em: [https://drive.google.com/file/d/1M8iuzi67xYPrKj_uNjQRhsGtyOxGJ5rO/view?usp=sharing]. Acesso em: 02 Dez. 2023.

ESPENAK, Fred; MEEUS, Jean. Previsões de Eclipse de Fred Espenak e Jean Meeus (GSFC da NASA). Eclipse Saros 113. Disponível em: https://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEsaros/LEsaros11.html. Acesso em: 25 Dez. 2023.

Ford, Dominic ©; Website: The In-The-Sky.org Planetarium <Online Planetarium - https://in-the-sky.org/news.php?id=20240325_09_100>: Acesso em 18 Dez 2023. 

Postagem Anterior Próxima Postagem