Translate

domingo, 1 de maio de 2022

Largue o cel e olhe para o céu #30

 Messier 4 - NGC 6121


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #029 - Messier 4 - NGC 6121

Messier 4 é um aglomerado globular brilhante e se localiza na constelação Scorpius (Escorpião). Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação.

‎Na mitologia, um escorpião teria picado o caçador Órion levando-o à morte. Porém, segundo Erastóstenes, há duas versões de como isso poderia ter ocorrido. Na primeira, Órion teria tentado violentar a deusa da caça, Artêmis. Por esse motivo, ela teria enviado um escorpião para picá-lo. Em outra, a própria Terra teria enviado o escorpião, pois Órion teria se vangloriado de que poderia matar qualquer animal selvagem (RIDPATH, 2018).

Ainda na Grécia antiga, a constelação Skorpios não possuía a conformação atual. Ela era maior e composta por duas partes: uma representando o corpo e o ferrão, chamada Skorpios e a outra, as suas garras (que se chamava Chelae (garras)). Posteriormente, no século I a.C., os romanos separaram as garras da constelação Scorpius (Figura 1) e a transformaram em uma outra, a atual Libra (CONSTELLATION GUIDE, 2021; RIDPATH, 2018).

Figura 1 – Constelação Scorpius, conforme visualizada no software Stellarium. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Scorpius pode ser vista nas latitudes entre +40° e -90°, tendo como constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius (Figura 2) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).

Figura 2 – Constelação Scorpius, com suas constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius, conforme visualizadas no software Stellarium. A linha branca delimita a área de cada constelação. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Oficialmente, a constelação recebeu a designação Scorpius, a abreviatura Sco e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Scorpii. As estrelas principais de Scorpius são (Figura 3): Antares (Alpha Scorpii), Acrab (Beta Scorpii),  Dschubba (Delta Scorpii), Sargas (Theta Scorpii), Kappa Scorpii,  Iota Scorpii, Alniyat (Sigma Scorpii), Paikauhale (Tau Scorpii), Lesath (Upsilon Scorpii), Eta Scorpii, Zeta Scorpii, Fang (Pi Scorpii), Larawag (Epsilon Scorpii), Pipirima (Mu² Scorpii), Fuyue e Shaula (Lambda Scorpii) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).

 

Figura 3 – Principais estrelas da constelação Scorpius. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Messier 4 (Figura 4) foi descoberto pelo astrônomo suíço Jean-Philippe Loys de Chéseaux em 1764. Charles Messier, por sua vez, o catalogou em 08 de maio de 1764. Com dimensões aparentes de 26’ de arco, é um aglomerado globular brilhante e proeminente na constelação Scorpius, um dos mais próximos da Terra. No catálogo New General Catalogue, recebeu a designação NGC 6121, estando distante aproximadamente 7200 anos-luz da Terra. Sua idade é estimada em cerca de 12,2 bilhões de anos. Contém dezenas de milhares de estrelas, das mais antigas conhecidas na Via Láctea, sendo cerca de 65 estrelas variáveis (15% do total) e massa total estimada em 100.000 vezes maior que a do nosso Sol. Em 2003, foi descoberto um planeta denominado PSR B1620-26b no aglomerado, que orbita um sistema estelar binário composto por uma anã branca e uma pulsar. A idade do planeta é de cerca de 3 vezes a idade do nosso sistema solar (MESSIER OBJECTS, 2015).

Nas ‎Classes de Concentração de Aglomerado Globular de  Shapley-Sawyer‎, Messier 4 é classificado como de densidade IX (vagamente concentrado, disperso em relação ao centro) (MESSIER OBJECTS, 2015), sendo um dos aglomerados globulares mais abertos  apresentando uma estrutura de barras na região central, que foi percebida  pela primeira vez por William Herschel em 1783. A influência da gravidade se estende por cerca de 140 anos-luz (PLOTNER, 2016).

Aparentemente, o aglomerado contém duas classes distintas de estrelas, o que pode indicar que ele teria passado por dois ciclos separados de formação estelar. M4 também percorre um caminho orbital em nossa galáxia, atravessando o disco e se aproximando do centro galáctico. Ocorre então uma desestabilização gravitacional toda vez que por ele passa, o que pode levar a um escape de estrelas do aglomerado, fazendo com que ele talvez seja muito menor do que já foi antes (PLOTNER, 2016).

Figura 4 – Messier 4 (M4). Crédito da foto: ESO, 2012

Com magnitude aparente de +5,9, é um dos aglomerados mais fáceis de se encontrar no céu à noite. A ocasião ideal para observá-lo no hemisfério sul ocorre durante os meses de maio, junho e junho, quando a constelação se encontra alta no céu. É visível a olho nu em condições excelentes, tendo cerca do mesmo tamanho da Lua Cheia (PLOTNER, 2016).

Para localizá-lo, encontre Antares, a estrela mais brilhante de Escorpião. Messier 4 estará a 1,3° a oeste. Utilizando-se pequenos instrumentos, se parece como um pedaço de luz difuso. Com binóculos 10x50, a região central parece bastante brilhante, cercada por um halo de luz. A barra central pode ser vista em um telescópio de tamanho médio, mostrando estrelas de 11ª magnitude (MESSIER OBJECTS, 2015). Com telescópios médios a grandes, pode-se se ver as estrelas individualmente, assim como a estrutura central da barra (PLOTNER, 2016).

Figura 5 - Localização de M4 na constelação Scorpius. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

O texto foi útil para você? Agradecemos a todos aqueles que puderem deixar seus comentários com críticas e sugestões para a coluna e o material por ela disponibilizado.


EDIÇÕES ANTERIORES

Referências

CONSTELLATION GUIDE. Scorpius Constellation. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.constellation-guide.com/constellation-list/scorpius-constellation/. Acesso em: 27 jun. 2021.

ESO. O aglomerado estelar globular Messier 4. [S. l.], 2012. Disponível em: https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1235a/. Acesso em: 26 mar. 2022.

MESSIER OBJECTS. Messier 4. [S. l.], 2015. Disponível em: https://www.messier-objects.com/messier-4/. Acesso em: 26 mar. 2022.

PLOTNER, Tammy. Messier 4 (M4) - The NGC 6121 Globular Cluster. Em: UNIVERSE TODAY. 22 fev. 2016. Disponível em: https://www.universetoday.com/31147/messier-4/. Acesso em: 21 abr. 2022.

RIDPATH, Ian. Scorpius. Em: STAR TALES. 2a.ed. Cambridge: The Lutterworth Press, 2018. p. 238. E-book. Disponível em: Acesso em: 28 jun. 2021.

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação de Escorpião: conformação, constelações vizinhas, principais estrelas e localização. Versão 0.21.1. Boston: Stellarium.org, 2021. Stellarium. E-book. Disponível em: https://stellarium.org/pt/. Acesso em: 29 jun. 2021.


O Eclipse Total da Lua em 16 de maio de 2022!

Antônio Rosa Campos

I – Introdução

Em 16 de maio, teremos a ocorrência do segundo eclipse de 2022, cuja região de visibilidade total para este fenômeno engloba Ásia, Austrália, Oceano Pacífico e também grade parte das Américas, conforme apresentado na figura 1.

Os instantes de contato primários e as principais fases deste eclipse, também são apresentados com tempos estimados em UTC = Tempo Universal Coordenado (em inglês: Coordinated Universal Time) sendo que a figura apresenta também as condições de umbra e penumbra e o instante da totalidade {4}.

A duração total deste eclipse encontra-se estimada em 03h27m (fase umbral), quando então regiões do oeste da América do Sul (exceto parte do nordeste do Brasil), América Central e do Norte (exceto nordeste e norte do Canadá) poderão acompanhar o eclipse próximo a linha do poente (CAMPOS, 2021).

O fenômeno em seu instante máximo, ocorrerá sobre a América do Sul, sendo o território boliviano (figura 2) já próximo a Cordilheira dos Andes um ponto privilegiado próximo as coordenadas 19°00'00.0"S 64°00'00.0"W; a duração da totalidade deste eclipse encontra-se estimada em 84.9 minutos (Espenak et al; 2022) sendo que todo o evento (umbra e penumbra) encontra-se representado na figura 3.

II – Avaliações da coloração segundo a Escala de Danjon


Outro fato curioso é que a Lua nesta oportunidade não deverá ficar brilhante durante a fase de totalidade, isso deverá ocorrer (VITAL, 2022) devido a influência significativa de aerossóis provenientes de grandes explosões vulcânicas e presentes na atmosfera, podemos visualizar isso claramente na sequencia de fotografias (figuras 4, 5 e 6) realizadas da cidade de Saquarema, RJ - Brasil, durante o crepúsculo vespertino de fevereiro de 2022.



Segundo as estimativas realizadas pelo físico brasileiro Hélio Carvalho Vital, este eclipse vai escurecer significativamente, sendo que a expectativa é que reduza em 1,5+-0,5 magnitudes o brilho da Lua no meio da totalidade. Segundo ele, será um eclipse escuro por duas razões: 

(1) a Lua atravessará uma região mais interna e escura da umbra; 

(2) haverá um escurecimento adicional da estratosfera devido aos aerossóis da erupção em Tonga.

Felizmente temos como avaliar essa coloração. O astrônomo francês André-Louis Danjon (1890 - 1967) propôs uma escala de cinco pontos úteis para avaliar o aspecto visual e o brilho da Lua durante a fase de totalidade dos eclipses lunares. Os valores "L" (inseridos na tabela 1) para várias luminosidades são definidos da seguinte forma:


Após uma rápida analise da tabela acima, segundo ainda Hélio Vital poderá ser o seguinte:

m=0.0+-0.8

L=1.6+-0.2

=> Eclipse vermelho escuro.

III – Imersões e Emersões 

Uma atividade bastante gratificante e facilmente realizada pelos observadores proprietários de pequenos instrumentos de abertura ótica será a cronometragem da imersão e emersão da umbra pelos principais pontos da superfície lunar. “Você pode fazer uma contribuição importante para a ciência”. Assim sendo utilize aumentos em torno de 20x por polegada de abertura ótica de seu instrumento, não devem ser utilizados aumentos superiores a 60x, pois esses diminuem a nitidez da fronteira da umbra/penumbra e geralmente introduzem erros sistemáticos nas cronometragens.

Novamente as estimativas realizadas por Hélio Vital e descritas no Almanaque Astronômico Brasileiro de 2022, são apresentadas na tabela 2, contendo as estimativas para este fenômeno para Imersão e Emersão das principais crateras observadas. Você poderá ainda utilizar a figura 7 onde está postado um mapa lunar com a localização destas características do relevo lunar.

 

IV – Conclusão

Um eclipse mais claro ou escuro, certamente a gigantesca tela lunar revelará essa informação aos observadores somente durante a ocorrência deste eclipse. Da mesma forma que os eclipses de 09 dezembro de 1992, 29 de novembro de 1993 e 16 maio de 2003 mostraram-se significativamente mais escuros que o previsto. Os eventos vulcânicos responsáveis por esses efeitos foram identificados, destacando-se dentre eles: a violenta explosão do Monte Pinatubo em Junho de 1991 e a erupção do Monte Reventador em Novembro de 2002 (VITAL, 2007).

Boas Observações!

Referências:

Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

__________. O Eclipse Total da Lua em 04 de abril 2015! – Sky and Observers. Disponível em https://goo.gl/a854A4 Acesso em: 16 Dez. 2017.

Chevalley, Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 3.8, March. 2013. Disponível em:   <http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. - Acesso em: 26 Nov. 2015.

Vital, Hélio. [Magnitude umbral do eclipse de 16/05/2022]. WhatsApp: [Mensagens Privativas com o autor]. 6 Fev. 2022. 15:49. 16 mensagens de WhatsApp.

___________. Monitorando Explosões Vulcânicas na tela Lunar. REA/Brasil. REPORTE Nº 12, págs. 67/69. 2007. Disponível em:  http://www.rea-brasil.org/reportespdf/reporte12-artigo11.pdf Acesso em: 05 mar. 2015.

___________. REA (Lunissolar) - Available in: < http://www.geocities.ws/lunissolar2003/2021Nov19_Obs_Analys.htm > Acess in: 06 Fev. 2022.

Espenak, Fred; Meeus. Jean. - NASA ECLIPSE WEB SITE. Available: <https://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEsaros/LEsaros131.html> - Acesso: 06 Fev 2022.

O asteroide (13) Egeria em 2022.

Antônio Rosa Campos

Em 05 de maio o asteroide Egeria estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.154), quando então sua magnitude chegará a 9.9 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (THE SKY LIVE, 2022), objetivando sua localização neste dia.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 13 Egeria foi descoberto em 02 de novembro de 1850 pelo astrônomo italiano Annibale De Gaspari (1819 - 1892) no Observatório de Nápoles. Seu nome é uma alusão à ninfa romana Aricia, esposa de Numa, segundo rei de Roma. Este asteroide foi designado pelo astrônomo francês Joseph Urban Leverrier. (MOURÃO, 1987).

Annibale de Gasparis teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de impacto de 30 Km de diâmetro e 1,08 Km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 25° 54' 00” S e LON: 050° 42' 00” W, foi nomeada oficialmente em 1935 como DE GASPARIS pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Também o sistema de canais de origem tectônica, conhecido com Rimae de Gasparis (93 Km de comprimento e coordenadas selenográficas LAT: 24° 36' 00" e LON: 051°06' 00") foi nomeado pela IAU em 1964, em sua homenagem.

Diretor do Osservatorio Astronomico di Capodimonte (IAU Code 044), em Nápoles de 1864 até 1889, em 1851 foi agraciado com a Medalha de Ouro da Royal Astronomical Society, sendo ainda laureado om o Prêmio Lalande, em 1851 e 1852. O asteróide "4279 De Gasparis", pertencente ao cinturão principal e descoberto em 1982 pelo Osservatorio San Vittore (IAU Code 552) de Bolonha, foi nominado em sua homenagem. 

O Observatório Lunar Vaz Tolentino fotografou a cratera DE GASPARIS, a Rimae De Gasparis e sua região, com apenas 1 frame, em 10 de junho de ?2014 às 00:09:34 UT. Essa imagem poderá ser vista em: http://vaztolentino.com/conteudo/824-Cratera-DE-GASPARIS

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

The Sky Live (HP) - https://theskylive.com/planetarium - Acess: 12/ Jan 2022.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Tolentino, R.J. V. CRATERA DE GASPARIS, Vaz Tolentino Observatório Lunar, jun. 2014. Disponível em: <http://vaztolentino.com/conteudo/824-Cratera-DE-GASPARIS> - Acesso: 13 Nov. 2017.



O asteroide (87) Sylvia em 2022.

Antônio Rosa Campos

Em 08 de maio o asteroide Sylvia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.404), quando então sua magnitude chegará a 11.8 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (THE SKY LIVE, 2022), objetivando sua localização neste dia.



Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 87 Sylvia foi descoberto em 16 de maio de 1866 pelo astrônomo norte-americano Norman Robert Pogson (1809-1891), no Observatório de Madras. Seu nome é uma homenagem a Sylvie Petiaux-Hugo Flammarion, primeira esposa de Camille Flammarion (1842-1925).

Sylvia, Rômulo e Remo

A ampla variedade de técnicas empregadas nos últimos anos na observação de asteroides e descobertas realizadas, indicaram aos astrônomos Michael E. Brown e Jean-Luc Margot, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, quando utilizaram o sistema de óptica adaptativa no telescópio de 10m WM Keck II em Mauna Kea em 18 de fevereiro de 2001 identificar a presença de um satélite em torno deste asteroide indicando um período orbital na ordem de 4 dias (IAUC 7588).

Após alguns anos Franck Marchis, Departamento de Astronomia, Universidade da Califórnia, Berkeley; e Pascal Descamps, Daniel Hestroffer, e Jerôme Berthier, do Institut de Mécanique Céleste et de Calcul des Éphémérides, Observatoire de Paris, relatam a descoberta de um novo satélite de (87) Sylvia (Marchis et al. 2005, Nature 436, 822) (IAUC 8582); Em agosto de 2005, o Comité de Nomenclatura de Obejetos Menores da IAU (IAU Transactions XXVIA, 2005) aprovou os nomes para este sistema triplo: (87) Sylvia; (87) Sylvia I = Rômulo e (87) Sylvia II = Remo respectivamente (IAUC 8582). 

Norman Robert Pogson foi um astrônomo inglês, nascido em Nottingham em Nottingham, a 23 de março de 1829; foi também governador em Madrasta (Índia; atual Chennai) onde faleceu em 23 de junho de 1891. Descobriu um total de 8 asteróides e 20 estrelas variáveis. Ficou conhecido pelos seus trabalhos de magnitude estelar, em especial pela relação que leva o seu nome (relação de Pogson) (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2022. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2021. 122p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2022 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/17Dy_NOtMyJMDFelunEhPGrbzQuZQG_rf/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2021.

The Sky Live (HP) - https://theskylive.com/planetarium - Acess: 12/ Jan 2022.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Schmadel, L. (2003). Dicionário de nomes planeta menor (6 ed.). Alemanha: Springer. p. 15. ISBN 978-3-540-00238-3.

IAU Transactions XXVIA, 2005; Disponível em: <http://www.ss.astro.umd.edu/IAU/csbn/docs/report_csbn2006.pdf> Acesso em: 05 Nov. 2018.

Green, D.W. E. - IAUC 8582 - IAU (CBAT); Disponível em: <http://www.cbat.eps.harvard.edu/iauc/08500/08582.pdf> Acesso em: 05 Nov. 2018.

____________________ - IAUC 7588 - IAU (CBAT); Disponível em: <http://www.cbat.eps.harvard.edu/iauc/07500/07588.html> Acesso em: 05 Nov. 2018.

O Eclipse Total do Sol em 08 de abril de 2024.

Antônio Rosa Campos Em 08 de abril próximo, teremos a ocorrência do segundo eclipse neste ano; visível na América Central (México) e na porç...