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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Largue o cel e olhe para o céu #22

 M7 - Aglomerado de Ptolomeu


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #021 - M7 - Aglomerado de Ptolomeu

M7 é um aglomerado aberto e se localiza na constelação Scorpius (Escorpião). Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação. 

‎Na mitologia, um escorpião teria picado o caçador Órion levando-o à morte. Porém, segundo Eratóstenes, há duas versões de como isso poderia ter ocorrido. Na primeira, Órion teria tentado violentar a deusa da caça, Artemis. Por esse motivo, ela teria enviado um escorpião para picá-lo. Em outra, a própria Terra teria enviado o escorpião, pois Órion teria se vangloriado de que poderia matar qualquer animal selvagem (RIDPATH, 2018).

Ainda na Grécia antiga, a constelação Scorpius não possuía a conformação atual. Ela era maior e composta por duas partes: uma representando o corpo e o ferrão, chamada Skorpios e a outra, as suas garras (que se chamava Chelae (garras)). Posteriormente, no século I a.C., os romanos separaram as garras da constelação Scorpius (Figura 1) e a transformaram em uma outra, a atual Libra (CONSTELLATION GUIDE, 2021; RIDPATH, 2018).  

Figura 1 – Constelação Scorpius, conforme visualizada no software Stellarium. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Scorpius pode ser vista nas latitudes entre +40° e -90°, tendo como constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius (Figura 2) (CONSTELLATION GUIDE, 2021).

Figura 2 – Constelação Scorpius, com suas constelações vizinhas Ophiucus, Libra, Lupus, Norma, Ara, Corona Australis e Sagittarius, conforme visualizadas no software Stellarium. A linha branca delimita a área de cada constelação. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

Oficialmente, a constelação recebeu a designação Scorpius, a abreviatura Sco e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Scorpii. As estrelas principais de Scorpius são (Figura 3): Antares (Alpha Scorpii), Acrab (Beta Scorpii),  Dschubba (Delta Scorpii), Sargas (Theta Scorpii), Kappa Scorpii,  Iota Scorpii, Alniyat (Sigma Scorpii), Paikauhale (Tau Scorpii), Lesath (Upsilon Scorpii), Eta Scorpii, Zeta Scorpii, Fang (Pi Scorpii), Larawag (Epsilon Scorpii), Pipirima (Mu² Scorpii), Fuyue e Shaula (Lambda Scorpii) (CONSTELLATION GUIDE, 2021). 

Figura 3 – Principais estrelas da constelação Scorpius. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

M7 (Figura 4) foi registrado inicialmente no século II por Cláudio Ptolomeu, astrônomo grego, sendo descrito em Almagesto como o objeto número 567. Charles Messier, por sua vez, o incluiu como o sétimo objeto em seu catálogo, em 1764. Com diâmetro aparente de 80’ de arco, é um aglomerado aberto brilhante e proeminente na constelação Scorpius. No catálogo New General Catalogue, recebeu a designação NGC 6475, estando distante aproximadamente 980 anos-luz da Terra. Sua idade é estimada em cerca de 220 milhões de anos, contendo por volta de 80 estrelas, de magnitudes entre 6 e 10 e massa total estimada em 785 vezes maior que a do nosso Sol. Por conter estrelas que se formaram aproximadamente ao mesmo tempo a partir de uma mesma nuvem de gás e poeira, são valiosas para o estudo da evolução e estrutura estelares (CONSTELLATION GUIDE, 2021).  

Figura 4 – Aglomerado de Ptolomeu (M7). Crédito da foto: ESO – Fonte: (ESO, 2014)

Figura 5 - Localização da M7 na constelação Scorpius. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2021)

O Aglomerado de Ptolomeu é facilmente visualizado a olho nu, sendo as melhores épocas para observá-lo no verão (hemisfério norte) e no inverno (hemisfério sul) (CONSTELLATION GUIDE, 2021). Para localizá-lo (Figura 5), desenhe uma reta imaginária iniciando em Lesath e passando por Shaula. No prolongamento dessa reta, você encontrará M7 (MCCLURE, 2020). Devido ao seu tamanho, é melhor visualizá-lo por meio de binóculos.

O texto foi útil para você? Agradecemos a todos aqueles que puderem deixar seus comentários com críticas e sugestões para a coluna e o material por ela disponibilizado.

EDIÇÕES ANTERIORES

Referências

CONSTELLATION GUIDE. Scorpius Constellation. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.constellation-guide.com/constellation-list/scorpius-constellation/. Acesso em: 27 jun. 2021. 

ESO. O aglomerado estelar Messier 7. [S. l.], 2014. Disponível em: https://www.eso.org/public/brazil/images/eso1406a/. Acesso em: 25 jun. 2021. 

MCCLURE, Bruce. M6 and M7 in the Scorpion’s Tail. [S. l.], 2020. Disponível em: https://earthsky.org/clusters-nebulae-galaxies/m6-and-m7-deep-sky-gems-by-scorpius-tail/. Acesso em: 27 jun. 2021. 

RIDPATH, Ian. Scorpius. In: STAR TALES. 2a.ed. Cambridge: The Lutterworth Press, 2018. p. 238. 

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação de Escorpião: conformação, constelações vizinhas, principais estrelas e localização. Versão 0.21.1. Boston: Stellarium.org, 2021. Stellarium. 

O asteroide (53) Kalypso em 2021

Antônio Rosa Campos

Em 01 de setembro próximo, o asteroide Kalypso estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0343), quando então sua magnitude chegará a 12.5 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.



Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, Kalypso foi  descoberto em 4 de abril de 1858 pelo astrônomo alemão Robert Luther (1822 - 1900), no Observatório de Düsseldorf. Seu nome é alusão à ninfa Calipso, tida como filha de Atlas e de Plêione (mãe de Plêiades), e que vivia na ilha de Ogigia, onde hospedou Ulisses, por quem se apaixonou. Tal designação foi proposta pelo astrônomo alemão E. Schoenfeld (1828-1891) do Observatório de Bonn.

Robert Luther teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 9 km de diâmetro e 1,9 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas: LAT: 33° 12' 00"N, LONG: 024° 06' 00"E. foi nomeada oficialmente foi nomeada oficialmente em 1935 como LUTHER, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Robert Luther descobriu 24 asteroides, entre 1852 e 1890.

Esse relevo foi registrado fotograficamente em 22 de fevereiro de 2011 pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL). Essa imagem poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Tolentino, R.J. V. Cratera LUTHER, fev. 2011. Vaz Tolentino Observatório Lunar, fev. 2011. Disponível em: <http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER> Acesso em 22 mar. 2019.

O asteroide (89) Julia em 2021

Antônio Rosa Campos

Em 25 de agosto próximo, o asteroide Julia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.929), quando então sua magnitude chegará a 9.0 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.



Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 89 Julia foi descoberto em 06 de agosto de 1866 pelo astrônomo pelo astrônomo francês Édouard Jean-Marie Stephan (1837 – 1923) no Observatório de Marselha. O nome é uma homenagem a uma jovem das relações do descobridor. (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014. 

O asteroide (71) Niobe em 2021

Antônio Rosa Campos

Em 21 de agosto próximo, o asteroide Niobe estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.971), quando então sua magnitude chegará a 10.8 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 71 Niobe foi descoberto em 13 de Agosto de 1861 pelo astrônomo alemão Robert Luther (1822 - 1900) no Observatório de Düsseldorf. O nome é uma homenagem a Níobe, filha de Tântalo, irmã de Pélops, rei de Frígia, e esposa de Anfíon, rei de Tebas. O Nome foi escolhido pelos astrônomos reunidos em Dresden, em 20/21 de agosto de 1861. (MOURÃO, 1987).

Robert Luther teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 9 Km de diâmetro e 1,9 Km de de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas: LAT: 33° 12' 00" N, LON: 024° 06' 00" E. foi nomeada oficialmente foi nomeada oficialmente em 1935 como LUTHER, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Robert Luther descobriu 24 asteroides, entre 1852 e 1890.

Esse relevo foi registrado fotograficamente em 22 de fevereiro de 2011 pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL). Essa imagem poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER 

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Tolentino, R.J. V. Cratera LUTHER, fev. 2011. Vaz Tolentino Observatório Lunar, fev. 2011. Disponível em: <http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER> Acesso em 22 mar. 2019. 

O asteroide (43) Ariadne em 2021

Antônio Rosa Campos

Em 19 de agosto próximo, o asteroide Ariadne estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.850), quando então sua magnitude chegará a 9.4 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.



Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 43 Ariadne foi descoberto em 15 de abril de 1857 pelo astrônomo pelo astrônomo inglês Norman Robert Pogson (1829 - 1891) no Observatório de Oxford. Seu nome é uma alusão à filha de Minos, mitológico rei de Creta, Ariadna. (MOURÃO, 1987). 

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014. 

O asteroide (80) Sappho em 2021

Antônio Rosa Campos

Em 15 de agosto próximo, o asteroide Sappho estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.428), quando então sua magnitude chegará a 9.8 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 80 Sappho foi descoberto em 03 maio de 1864 pelo astrônomo pelo astrônomo norte-americano Norman Robert Pogson (1809 - 1891) no Observatório de Madras. Seu nome é uma homenagem à renovadora da poesia lírica grega, Safo (610. a.C), que inventou os versos sáficos; Safo. (MOURÃO, 1987).

Norman Robert Pogson foi um astrônomo inglês, nascido em Nottingham em Nottingham, a 23 de março de 1829; foi também governador em Madrasta (Índia; atual Chennai) onde faleceu em 23 de junho de 1891. Descobriu um total de 8 asteróides e 20 estrelas variáveis. Ficou conhecido pelos seus trabalhos de magnitude estelar, em especial pela relação que leva o seu nome (relação de Pogson) (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Astronomia - “Epur, Sie muove”

Nelson Alberto Soares Travnik 

Este ano, em 22 de junho, são 388 anos que nos separam do dia em que, Galileu Galilei (1564-1642), no Convento de Santa Maria Sopra de Minerva, de joelhos com a mão na Bíblia, perante o Tribunal do Santo Oficio, abjurava, maldizia e renegava os erros e heresias de que a Terra se movia ao redor do Sol. Segundo a lenda, ao final Galileu teria dito: “Epur, sie muove”, e ainda se move. A Igreja deteve Galileu, mas não podia deter a Terra. A humilhante condenação de Galileu foi uma tentativa desesperada da Igreja para salvar o sistema cosmológico geocêntrico de Aristóteles, Ptolomeu e a reputação da Bíblia. Para os inquisidores, incultos e retrógrados, era como se um novo Lutero tivesse aparecido na pessoa de Galileu. 


Os dominicanos que formavam tradicionalmente a maioria dos juízes do Tribunal da Inquisição, já haviam em 1616 condenado o sistema heliocêntrico de Nicolau Copérnico (1473-1543). O tratado de Copérnico, “A Revolução dos Corpos Celestes”, já estava incluído no Index Librorum Prohibitorium de livros proibidos pela Igreja. A condenação do sistema heliocêntrico havia partido do próprio papa apoiado nos teólogos que a consideravam idiota, insensata, absurda e filosoficamente herética pois contradizia explicitamente em muitos lugares o sentido da Sagrada Escritura. Igualmente, o movimento diário da rotação da Terra sobre o próprio eixo, era “no mínimo errônea na fé”. O estopim para a condenação de Galileu foi a publicação em fevereiro de 1633 do “Diálogo sobre os Dois Maiores Sistemas do Mundo”. Nele, Galileu se posicionava a favor do heliocentrismo de Copérnico e desafiava de modo ousado o decreto do Santo Oficio de 1616. O papa Urbano VIII ficou furioso e traído pela amizade e admiração que tinha por Galileu. O cardeal Bellarmino (1542-1621) que havia dirigido o processo contra Giordano Bruno (1550-1600) condenando-o à fogueira, conclui que Galileu “era um perigo” pois começava a atingir o grande público. A condenação desses dois pilares da ciência astronômica e do pensamento, cobriu a Igreja de vergonha. Graças a sua fama, protegido pela família Medici, por amigos influentes entre eles o cardeal Francesco Barberini, irmão do papa, para os padrões da época da Inquisição, o tratamento dispensado a Galileu foi brando. Não ficou preso um dia sequer, apesar de ameaçado, não foi torturado, a pena de prisão ordinária foi comutada no mesmo dia pelo papa e até a ordem de recitar uma vez por semana os salmos, pôde ser transferida para sua filha que era freira. Foi indicado como moradia apesar de vigiado, o palácio Medici em Roma, depois transferido para Siena para o palácio do arcebispo Piccolomini e, ao final, conseguiu transferência para a Vila do próprio cientista em Arcetri, perto de Florença onde veio a falecer aos 77 anos em 08/01/1642 após sofrer febre e palpitações cardíacas. Desaparecia um gênio e nascia outro: Isaac Newton. Em 1638, quando sua liberdade foi restabelecida, já estava praticamente cego sofrendo de uma hérnia e insônia. Mesmo assim, conseguiu reunir forças para retornar suas pesquisas e escrever sua maior obra “Discursos e Demonstrações Matemáticas sobre duas Novas Ciências”, que o imortalizou. O livro foi um sucesso e era vendido livremente na Europa.

O Grande Olho da Humanidade – “As estrelas são como chamas: brilham, vibram e cintilam“. (Galileu)

Com a invenção da luneta atribuída ao óptico holandês Hans Lippershey (1587-1610) e sua aplicação a astronomia por Galileu, estava iniciada a mais profunda transformação científica que abalou a visão do mundo. A luneta tornou-se uma “prova decisiva” a favor do heliocentrismo e apresentava ao mundo um novo universo. Embora tenha apresentado evidências empíricas e argumentos de peso, Galileu não provou a rotação da Terra, algo que somente viria no século 19 com o pêndulo de Léon de Foucault em Paris. Ao dirigir sua luneta para o céu, Galileu pôs abaixo uma tradição de 2000 anos e decretava o fim da concepção clássica e medieval do Cosmo. Tamanho impacto nas descobertas astronômicas e físicas, levou Einstein a chamá-lo de “Pai da Ciência Moderna”. Antes da luneta, os astrônomos só podiam investigar os corpos celestes quanto às suas posições relativas. A natureza física desses corpos era objeto apenas de especulações filosóficas sem qualquer base observacional. Diz a lenda que Johannes Kepler (1572-1630) chorou de emoção ao ler “O Mensageiro das Estrelas”, um relato de apenas 24 páginas em que Galileu anunciava suas descobertas com a luneta. O livro considerado ponto de partida da revolução astronômica, elevaram Galileu repentinamente ao cume da glória. Essas descobertas e o impacto de novas idéias, imprimiu silêncio e retraimento a Igreja. Profunda crise sobre seus valores tradicionais eclodiu entre cientistas, artistas e filósofos do Renascimento (séculos XV e XVI) Conflitos religiosos que atendiam interesses econômicos, sociais e políticos, dilaceravam a Europa. As condenações de Giordano Bruno e Galileu mostravam uma Igreja cruel, opressora, obscurantista e durante séculos foram um obstáculo nas suas relações com a comunidade científica.  Contribuindo ainda mais para isso, Charles Darwin (1809-1882), dava a conhecer suas descobertas sobre a “Origem das Espécies pela Seleção Natural” que seria a pá de cal do homem como centro da Criação e a obra mais perfeita do Criador. Com a comprovação da evolução, terminava o homem de barro e a mulher da costela. Em 1822 a Igreja admitiu oficialmente que a Terra girava ao redor do Sol. Em 1835 as obras de Galileu sobre o heliocentrismo foram retiradas do Index e em 1984 o processo Galileu foi revisto pelo papa João Paulo II. Em 31/10/1992, o mesmo papa reconhece que a Igreja havia errado ao condenar Galileu. Interessante saber que todo o processo foi por influência de dois brasileiros: o biofísico carioca Carlos Chagas Filho e o físico mineiro Francisco Magalhães Gomes. O primeiro, presidente da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano e o segundo, um dos maiores conhecedores de história da ciência no País. Ao final, fica a pergunta: porque a Igreja silenciou tanto tempo sobre o erro cometido condenando Galileu e permanece omissa ao condenar Giordano Bruno por afirmar existir no universo infinitos mundos muitos dos quais habitados? Não é conhecido dela que no século XV, com plena anuência do papa Eugenio IV, o cardeal Nicolau de Cuza defendia a mesma opinião como também mais tarde São Gregório de Nissa e Tertuliano?

O Eclipse Total do Sol em 08 de abril de 2024.

Antônio Rosa Campos Em 08 de abril próximo, teremos a ocorrência do segundo eclipse neste ano; visível na América Central (México) e na porç...