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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Largue o cel e olhe para o céu #17

 NGC 1232


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #016 – NGC 1232

NGC 1232 é uma galáxia espiral e se localiza na constelação Eridanus. Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação. 

‎A origem do nome da constelação é variada. Na mitologia, Eridanus é geralmente associado com a história de Phaëton, o filho do deus Sol Hélio. Para o poeta grego Aratus, a constelação era denominada como Eridanus. Outras fontes, incluindo Ptolomeu, referiam-se a ela como Potamos ("o rio"). Já o astrônomo grego Eratóstenes associou o rio celestial ao Nilo, sendo o único rio que vai de sul a norte. A constelação real, por outro lado, representa um rio que vai de norte a sul. Posteriormente, o rio passou a ser identificado como o rio Pó, na Itália, por autores gregos e latinos.‎ De acordo com uma outra teoria, o nome advém da denominação babilônica da constelação, conhecida como a Estrela de Eridu, uma cidade também babilônica, consagrada ao deus Enki-Ea, governante do domínio cósmico do Abismo, geralmente imaginado como um reservatório de água doce abaixo da superfície terrestre (CONSTELLATION GUIDE, 2020).‎

Figura 1 – Constelação Eridanus, conforme visualizada no software Stellarium. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)

Eridanus pode ser vista nas latitudes entre +32° e -90°, tendo como constelações vizinhas Taurus, Cetus, Fornax, Phoenix, Tucana, Hydrus, Horologium, Caelum, Lepus e Orion (CONSTELLATION GUIDE, 2020)(Figura 2).

Figura 2 – Eridanus, com suas constelações vizinhas Taurus, Cetus, Fornax, Phoenix, Tucana, Hydrus, Horologium, Caelum, Lepus e Orion, conforme visualizadas no software Stellarium. A linha branca delimita a área de cada constelação. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020).

Oficialmente, a constelação recebeu a designação Eridanus, a abreviatura Eri e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Eridani. As estrelas principais de Eridanus são (Figura 3): Achernar (Alpha Eridani A), Acamar (Theta1 Eridani), Beemim (Upsilon³ Eridani), Theemin (Upsilon² Eridani), Azha (Eta Eridani), Zibal (Zeta Eridani Aa), Ran (Epsilon Eridani), Rana (Delta Eridani) e Cursa (Beta Eridani) (CONSTELLATION GUIDE, 2020).

Figura 3 – Principais estrelas da constelação Eridanus. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)

Com dimensão aparente de 6,79’ x 5,77’, NGC 1232 está distante cerca de 70 milhões de anos-luz de distância do sistema solar (CALIFORNIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY, 2021; THE SKYLIVE.COM, 2021), na constelação Eridanus (Figura 4).‎ É classificada como uma galáxia espiral barrada repleta de milhões de estrelas brilhantes e poeira escura, unidas por um redemoinho gravitacional de braços espirais que giram ao centro. Contempla cerca de 50 bilhões de estrelas como o Sol, sendo cerca de 2,2 vezes mais brilhante que a nossa Via Láctea. Observam-se aglomerados abertos com estrelas azuis brilhantes, que podem ser vistos espalhados ao longo desses braços, enquanto porções escuras de poeira interestelar densa podem ser vistas entre eles. NGC 1232 possui braços espirais longos e, sem dúvida, interagiu de maneiras complexas com sua galáxia companheira menor, a galáxia satélite NGC 1232A (veja na Figura 5), sendo juntamente com ela conhecidas como Arp 41 (ANNE, 2013).

Figura 4 - Localização da NGC 1232 na constelação Eridanus. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)
 
Figura 5 – NGC 1232 e sua galáxia satélite NGC 1232A, no lado esquerdo da foto - Crédito da foto: ESO/IDA/Danish 1.5 m/R.Gendler and A. Hornstrup (ESO/IDA/DANISH 1.5 M/R.GENDLER AND A. HORNSTRUP, 2009).

Embora com um telescópio de 100mm seja possível visualizar a magnitude de NGC 1232, sugere-se que se utilize pelo menos 300mm de abertura. Para conseguir distinguir os braços espirais individuais, é fundamental uma atmosfera estável. O número de braços que você conseguirá visualizar dependerá da sua visão. Você poderá observar que o núcleo desta galáxia tem um ligeiro alongamento no sentido leste-oeste (BAKICH, 2018).

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Referências:
ANNE. NGC 1232, a barred spiral galaxy in Eridanus. [S. l.], 2013. Disponível em: http://annesastronomynews.com/photo-gallery-ii/galaxies-clusters/ngc-1232/. Acesso em: 31 jan. 2021. 

BAKICH, Michael E. November’s Best Deep-Sky Targets: Galaxies, Nebulae, Double Stars & More. Astronomy Magazine, [s. l.], n. November 2018, Astronomy Insights, p. 13, 2018. Disponível em: https://astronomy.com/flippers/asy_is1118/DD339C097EB48DB3426AF3A9967655BA/ASI_1118.pdf. Acesso em: 31 jan. 2021.

CALIFORNIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY. Results for object NGC 1232 (ngc 1232) | NASA/IPAC Extragalactic Database. [S. l.], 2021. Disponível em: http://ned.ipac.caltech.edu/byname?objname=ngc%201232&hconst=67.8&omegam=0.308&omegav=0.692&wmap=4&corr_z=1. Acesso em: 31 jan. 2021. 

CONSTELLATION GUIDE. Eridanus Constellation (the River): Stars, Myth, Map, Facts. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.constellation-guide.com/constellation-list/eridanus-constellation/. Acesso em: 30 jan. 2021. 

ESO/IDA/DANISH 1.5 M/R.GENDLER AND A. HORNSTRUP. Spiral galaxy NGC 1232. [S. l.], 2009. Disponível em: https://www.eso.org/public/images/ngc1232b/. Acesso em: 30 jan. 2021. 

SESSIONS, Larry. The Large Magellanic Cloud, our galactic neighbor | EarthSky.org. [S. l.], 2020. Disponível em: https://earthsky.org/clusters-nebulae-galaxies/the-large-magellanic-cloud. Acesso em: 26 dez. 2020. 

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação Eridanus. Versão 0.20.3. Boston: Stellarium.org, 2020. (Stellarium). Stellarium. 

THE SKYLIVE.COM. NGC 1232 - Intermediate Spiral Galaxy | TheSkyLive.com. [S. l.], 2021. Disponível em: https://theskylive.com/sky/deepsky/ngc1232-object. Acesso em: 31 jan. 2021. 

O asteroide (9) Metis em 2021.

 Antônio Rosa Campos

Em 05 de abril próximo, o asteroide Metis estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.438), quando então sua magnitude chegará a 9.4 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


 

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 9 Metis foi descoberto em 26 de abril de 1848 pelo astrônomo irlandês Andrew Graham (1815 - 1848) no Observatório Markree. O seu nome é referência a Metis, primeira esposa de Zeus (Júpiter), uma feiticeira que lhe ofereceu uma poção mágica que Cronos, ao beber obrigou-a a devolver seus filhos. (MOURÃO, 1987).

Astrônomos chineses afirmam ter fotografado um satélite de Metis girando em torno do asteroide com um período de 4,61 dias (COOPER, 1986). A magnitude do satélite foi relatada ser mais fraca do que duas grandezas de Metis, e a separação angular foi de 1,2 segundos de arco, o que corresponde a 1100 km. Resultados semelhantes foram obtidos durante a ocultação de uma estrela secundária por astrônomos de Barquisimeto na Venezuela em 11 de dezembro de 1979. No entanto, os astrônomos americanos observaram Metis durante 1982 e 1983, quando na oposição do asteroide – a linha da Terra era perpendicular ao plano de rotação do satélite. Usando o Telescópio de Espelhos Múltiplos (Multiple Mirror Telescope) não encontraram nenhuma evidência de um satélite, mesmo sob excelentes condições de observação (SKY & TELESCOPE, 1981). 

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

Cooper, T. P. Suspected Binary Asteroids and Satellite of Asteroids. SAO/NASA Astrophysics Data System (ADS), jan. 1986. Available in <http://adsabs.harvard.edu/full/1986MNSSA..45...73C> - Acesso em: 29 jul. 2013.

Sky & Telescope, 1981. 62, 545

O asteroide (35) Leukothea em 2021.

Antônio Rosa Campos

Em 30 de março próximo, o asteroide Leukothea estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.977), quando então sua magnitude chegará a 11.2 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.



Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 35 Leukothea foi descoberto em 19 de abril de 1855 pelo astrônomo alemão Robert Luther (1822 - 1900) no Observatório de Dusseldorf. Seu nome é uma homenagem a Leucotoe, filha de Órcamo, rei da Babilônia, que foi amada por Apolo, o qual, por ela, abandonou Clícia; Leucótea. (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014. 





O asteroide (55) Pandora em 2021.

Antônio Rosa Campos 

Em 12 de março próximo, o asteroide Pandora estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.023), quando então sua magnitude chegará a 11.9 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 55 Pandora foi descoberto em 10 de setembro de 1858 pelo astrônomo e padre norte-americano George Mary Searle (1839 – 1918) no Observatório de Albany. Seu nome é alusão à primeira mulher mortal enviada a Terra pela deusa do Olimpo para punir a raça dos mortais. Depois de lhe atribuírem a beleza, a graça, à audácia e a força recebeu o nome Pandora; isto é aquela que possui todos os dons, com os quais devem seduzir os mortais e conduzir-lhes à perdição. (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se ilustrada também as presenças dos asteroídes: (93) Minerva, Mv= 11.7 e (116) Sirona, Mv= 10.7. Ambos portanto acessíveis a instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.

OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.

IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.

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