Em 02 de fevereiro próximo, o asteroide Melpomene estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.793), quando então sua magnitude chegará a 9.5 (CAMPOS, 2020), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.
Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 18 Melpomene foi descoberto em 24 de junho de 1852 pelo astrônomo inglês John Russel Hind (1823 - 1895) no Observatório de Londres. Seu nome é alusão à musa da tragédia na mitologia grega. (MOURÃO, 1987).
Durante a ocultação da estrela SAO 114159 em 11 de dezembro de 1978 observada por quatro observadores, dentre eles R. M. Williamon do Fernbank Observatory, Fernbank Science Center, Atlanta, Geórgia. Foi relata a observação de um evento secundário provavelmente associado com a ocultação. Isso torna o asteroide (18) Melpomene suspeito de possuir satélites menores, cujo diâmetro e estimado em 48 km e localizado a 750 quilômetros a partir de Melpomene.
John Russell Hind teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 29 Km de diâmetro e 3 Km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 07° 54' 00 S e LON: 007° 24' 00 E, foi nomeada oficialmente em 1935 como HIND, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Hind também descobriu e observou estrelas variáveis, além de descobrir Nova Ophiuchi 1848 (V841 Ophiuchi), a primeira nova dos tempos modernos (desde a supernova SN 1604).
Esse relevo foi registrado fotograficamente em duas oportunidades pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL), em 24 de agosto de 2012 e 01 de maio de 2013. A composição de ambas imagens poderá ser visualizada em: http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND
Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) OAM (2015).
2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).
3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.
4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se também estacadas a presença dos seguintes asteroides: (10) Hygiea, magnitude visual estimada em 10.0; (76) Freia, magnitude visual estimada em 12.0 e (88) Thisbe, magnitude visual estimada em 11.8. Portanto também, todos acessíveis observacionalmente a instrumentos de médio porte.
Referências:
Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2021. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2020. 137p. Disponível em: https://is.gd/Alma_2021 <URL Alternativa: https://drive.google.com/file/d/1ESmvylsxCV-akd40ttTsAJq2kW_GgVGX/view?usp=sharing> Acesso em 02 Dez 2020.
Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em: <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.
OAM (IAG-USP) - http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/mencurio/curiodefin.html - Acesso em 18 Ago. 2015.
IAU (MPC). http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/NumberedMPs000001.html - Acesso em 04 Mai. 2014.
Tolentino, R.J. V. Cratera HIND. Vaz Tolentino Observatório Lunar, ago. 2012. Disponível em: <http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND> - Acesso: 13 Nov. 2017.