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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Largue o cel e olhe para o céu #8

Omega Centauri

Aléxia Lage


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #007 – NGC 5139 – Omega Centauri


NGC 5139 é um Aglomerado Globular, conhecido como Omega Centauri e se localiza na constelação do Centauro (Centaurus). Assim, serão apresentadas primeiramente informações sobre essa constelação.

Para entender a origem do nome Centauro e sua conformação, é preciso referenciar a tempos idos, quando se cultuavam divindades cujas histórias ficcionais constituíram as mitologias greco-romana.

Na mitologia, há criaturas consideradas como monstros, com partes ou proporções sobrenaturais, às vezes combinando membros de diferentes animais. Por essa razão, eram vistos com temor, pois também lhes atribuíam a ferocidade dos animais. Dentre esses seres havia o Centauro, cuja cabeça e tronco seriam humanas, com o restante do corpo de um cavalo. Apesar de se tratar de um monstro, era o único deles para os quais se reconheciam boas qualidades, como Quíron, centauro que se tornou famoso por suas habilidades com a caça, medicina, música e a arte da profecia. Entretanto, havia outros mais grosseiros, que teriam causado um conflito enorme em um casamento, devido ao comportamento violento (BULFINCH, 2002).

Em relação à constelação, não se sabe exatamente à qual dos centauros os gregos e romanos se referiam. Segundo o poeta romano Ovídio, a constelação de Centauro representa Quíron, embora outras fontes o associem com a constelação de Sagitário. Ainda segundo essas fontes, Centaurus representaria um dos centauros menos civilizados (CONSTELLATION GUIDE, 2020a).


Figura 1 - Constelação do Centauro conforme visualizada no software Stellarium. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)

Centauro pode ser vista em latitudes entre +25° e -90° (CONSTELLATION GUIDE, 2020b), tendo como constelações vizinhas Lupus, Circinus, Antlia, Crux, Musca, Carina, Vela, Antlia e Hydra (Figura 2).
Figura 2 - Constelações de Centaurus, Lupus, Circinus, Antlia, Crux, Musca, Carina, Vela, Antlia e Hydra, conforme visualizadas no software Stellarium. A linha vermelha delimita a área de cada constelação. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)

Oficialmente, a constelação recebe a designação Centaurus, a abreviatura Cen e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pelo genitivo Centauri. As estrelas principais de Centauro são: Rigil Kentaurus ou Toliman (α Centauri ou α Cen), Hadar ou Agena (β Centauri ou β Cen), ε Centauri ou ε Cen, Alnair (ζ Centauri ou ζ Cen), ν Centauri ou ν Cen, h Centauri ou h Cen, Menkent (θ Centauri ou θ Cen), Muhlifain (γ Centauri ou γ Cen) e δ Centauri ou δ Cen (Figura 3).



Figura 3 - Constelação de Centauro conforme visualizada no software Stellarium e as suas principais estrelas. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020)

Omega Centauri, por sua vez, foi originalmente catalogado como uma estrela pelo astrônomo grego Ptolomeu, em sua publicação conhecida como Almagesto. Já em 1677, Edmund Halley o identificou como nebulosa (ESA/HUBBLE, 2008). Em 1826, o astrônomo escocês James Dunlop o descreveu como um “um bonito globo de estrelas muito gradualmente e moderadamente comprimido para o centro”. Na década de 1830, John Herschel o identificou como um aglomerado globular (abreviado como GC, do inglês, Globular Cluster) (CONSTELLATION GUIDE, 2014).

Porém, o NGC 5139 é considerado um aglomerado globular diferente e, por esse motivo, sua classificação como tal foi sempre uma dúvida. Um GC típico é constituído por até um milhão de estrelas velhas de uma única geração, sendo intensamente ligadas pela gravidade na periferia das galáxias. Entretanto, Omega Centauri se apresenta de uma forma bem diferente, pois gira mais rápido, é muito achatado e possui diversas gerações de estrelas. Além disso, é 10 vezes mais massivo que os grandes aglomerados. Sua massa quase chega a ser de uma pequena galáxia. Por isso, alguns cientistas acreditam que originalmente poderia ter sido uma galáxia anã, e como consequência de seu encontro com a Via Láctea, teria ficado sem as suas estrelas exteriores, restando apenas o seu núcleo (ESA/HUBBLE, 2008). 

Esse comportamento anômalo levou os astrônomos a suspeitarem que Omega Centauri poderia estar abrigando um buraco negro intermediário em seu centro. Outras hipóteses consideradas foram que poderia haver uma maior concentração de estrelas perto do centro do aglomerado ou uma estrutura orbital central radialmente influente. Assim, a partir de imagens realizadas pelo Hubble Space Telescope e dados obtidos pelo telescópio Gemini South no Chile, em 2008, eles realizaram simulações e concluíram que realmente pode existir um buraco negro no seu interior, embora saibam que simulações matemáticas mais detalhadas necessitam ser realizadas para descartar as outras hipóteses de maneira segura (NOYOLA; GEBHARDT; BERGMANN, 2008).

NGC 5139 está a 15.800 milhões de anos-luz da Terra, sendo o maior, o mais brilhante e o mais massivo aglomerado globular encontrado em nossa galáxia, contendo mais de 10 milhões de estrelas em cerca de 150 anos-luz de diâmetro. Estima-se que tenha cerca de 12 bilhões de anos, abrigando milhões de estrelas da população II (CONSTELLATION GUIDE, 2014), isto é, pertencentes às primeiras gerações de estrelas, que possuem poucos metais e, principalmente, tendo em sua composição o hidrogênio, hélio e menos de 3% dos metais existentes nas gerações estelares mais recentes (RÉ; ALMEIDA, 2000).



Figura 4 – NGC 5139 – Aglomerado Globular Omega Centauri – Crédito da foto: ESO – License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/   (ESO, 2008)

A NGC 5139 pode ser localizada tomando-se por referência a estrela Gacrux, da constelação do Cruzeiro do Sul, estando cerca de 13° à nordeste dela (Figura 5).



Figura 5 – Localização da NGC 5139 em relação à estrela Gacrux, da constelação do Cruzeiro do Sul Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2020).

Omega Centauri pode ser vista a olho nu, como uma estrela fraca e difusa, mas somente em áreas com o céu escuro e preferencialmente em localidades situadas mais ao sul (MCCLURE, 2020). Com binóculos de 10 × 50, poderão ser visualizadas muitas estrelas concentradas em uma pequena área (SKY & TELESCOPE, 2016). Com um telescópio de 200 mm, pode-se ver centenas de pontinhos de luz contra uma névoa ao fundo. Em um telescópio de 300 mm ou superior, o aglomerado é realmente uma maravilhosa visão de estrelas resplandecentes que preenchem o campo de visão (CLARK, [s.d.]).

O texto foi útil para você? Agradecemos a todos aqueles que puderem deixar seus comentários com críticas e sugestões para a coluna e o material por ela disponibilizado.


EDIÇÕES ANTERIORES


Referências:

BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

CLARK, Maurice. NGC 5139 Omega Centauri. Disponível em: <http://www.phys.ttu.edu/~ozprof/5139dslr.htm>. Acesso em: 26 abr. 2020.

CONSTELLATION GUIDE. Centaurus Constellation. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/constellation-list/centaurus-constellation/>. Acesso em: 21 abr. 2020a.

______. Constellation List. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/constellation-list/>. Acesso em: 25 abr. 2020b.

______. Omega Centauri – NGC 5139. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/omega-centauri-ngc-5139/>. Acesso em: 22 abr. 2020.

ESA/HUBBLE. Black hole found in enigmatic Omega Centauri. Disponível em: <https://www.spacetelescope.org/news/heic0809/>. Acesso em: 26 abr. 2020.

ESO. The globular cluster Omega Centauri. Disponível em: <https://www.eso.org/public/brazil/images/eso0844a/>. Acesso em: 25 abr. 2020.

MCCLURE, Bruce. Spica is your guide star to Omega Centauri. Disponível em: <https://earthsky.org/tonight/spica-guide-to-omega-centauri>. Acesso em: 24 abr. 2020.

NOYOLA, Eva; GEBHARDT, Karl; BERGMANN, Marcel. Gemini and Hubble Space Telescope Evidence for an Intermediate Mass Black Hole in omega Centauri. The Astrophysical Journal, v. 676, n. 2, p. 1008–1015, 17 jan. 2008. Disponível em: <http://arxiv.org/abs/0801.2782>. Acesso em: 26 abr. 2020.

RÉ, Pedro; ALMEIDA, Guilherme de. Observar o céu profundo. Lisboa: [s.n.], 2000.

SKY & TELESCOPE. How To Get a Glimpse of Omega Centauri. Disponível em: <https://skyandtelescope.org/observing/stargazers-corner/glimpse-omega-centauri-02192016/>. Acesso em: 26 abr. 2020.

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação de Centauro. Stellarium. Boston: [s.n.]. , 2020.

A ocultação de Asellus Borealis (Gamma Cancri) pela Lua em 27 de maio 2020.


Em 27 de maio próximo, a Lua +26% iluminada e com uma elongação de 61°, ocultará a estrela Asellus Borealis (Gamma Cancri) de magnitude 4.6 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos (CAMPOS, 2018) como: binóculos, lunetas e telescópios; esse evento poderá ser observado na região mesoatlântica, isso englobando o nordeste da América do Sul, noroeste do continente africano, na América Central (incluindo o Caribe) e do norte de forma diurna; ele e observável também nesta mesma circunstância no oceano Pacífico em uma extensa porção setentrional. 


Conforme mencionado, os observadores localizados na América do Norte (Bahamas, Bermudas, Canadá, México e Estados Unidos), poderão acompanhar este evento de forma diurna conforme apresentado na tabela 1. 

Já observadores localizados na América Central (Aruba, Barbados, Belize, Cuba, Ilhas Cayman, Rep. Dominicana, El Salvador, Guadalupe, Guatemala, Honduras, Jamaica, Trinidad e Tobago, Porto Rico e São Cristóvão e Nevis) poderão acompanhar os eventos de Desaparecimento e Reaparecimento desta estrela também de forma diurna conforme apresentado na tabela 2.


Conforme mencionado este fenômeno poderá ser observado de uma pequena porção do nordeste da América do Sul (Brasil, estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Fernando de Noronha, Pernambuco) conforme apresentado na tabela 3.


Já observadores localizados na região noroeste da África (Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, São Tomé e Príncipe e Togo) poderão acompanhar os eventos de Desaparecimento sendo que ambas as fases poderá somente ver observável do Senegal e também no arquipélago de Cabo Verde no Atlântico Norte conforme apresentado na tabela 4.


Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e reaparecimento acima mencionadas, abaixo apresentamos o mapa global (figura 2) com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange essas regiões e demais reservas naturais biológicas localizadas nos oceanos Atlântico e Índico. 

A ocultação de Asellus Borealis registrada no Brasil

Conforme previsto no Almanaque Astronômico de 2020 (CAMPOS, 2019) (figura 3 – ilustrativa), a ocultação de Asellus Borealis (Gamma Cancri) ocorrida em 11 Janeiro 2020, foi registrada pelos observadores brasileiros David Duarte Cavalcante Pinto e Romualdo Arthur Alencar Caldas da cidade de Maceió - AL, integrantes do CEAAL (Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas), quando obtiveram êxito no registro da fase de imersão lunar.


E importante mencionar que foi gentilmente disponibilizada a imagem de Imersão desta ocultação, podendo serem visualizada acessando o link abaixo:


As coordenadas geográficas reportadas deste ponto observacional são:
Latitude: 09º37'14.2" S
Longitude: 35º43'12.5" W
Altitude: 53,6 m =/- 3,22 m

Asellus Borealis (Gamma Cancri)

Asellus Borealis (Gamma Cancri) é uma estrela subgigante azul de classe A1IV que se encontra cerca de 181 anos-luz de distância. Suas coordenadas equatoriais são: AR= 08h43m17.161s e Decl: +21d28m06.72s (J2000.0). A sua luminosidade chega a 38 vezes a do Sol, já sua massa e raio são cerca de 2.3 vezes do sol; entretanto trata-se de um sistema triplo de estrelas (HERALD, 2016). (não visuais) (WDS, 2019) sendo que, Asellus Borealis apresenta também um alto movimento próprio calculado a partir do desvio para o vermelho.  

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteroides).

No Facebook:

“Ocultações Astronômicas”.

Este grupo destina-se à divulgação e discussão de eventos astronômicos na área de 'Ocultações'. Ocultações de estrelas e planetas pela Lua, ocultações de estrelas por asteroides e as técnicas empregadas para o registro destes eventos (PADILHA FILHO, 2016).

Boas Observações!

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Padilha Filho. A. A ocultação de TYC 5667-00417-1 por 236 Honoria. Sky and Observers, jul 2016. Disponível em:< https://sky-observers.blogspot.com/2016/07/a-ocultacao-de-tyc-5667-00417-1-por-236.html >, Acesso em 22 mai. 2017.

Cavalcante Pinto, D.D. Re: Este mês no Sky and Observers - Novembro 2019! E-Mail [Personal Communication]. Message received by arcampos_0911@yahoo.com.br  13 Jan. 2020 21:47 (PM). 

-__________. Re: Ocultação Lunar de Sistema Binário Eta Cap. E-Mail [Personal Communication]. Message received by arcampos_0911@yahoo.com.br 7 de dez. de 2019 às 16:11 (PM). 

Herald, D. Occult4 v4.1.0.27 (24 March. 2014) Uptade v4.2.0 available in: <http://www.lunar-occultations.com/occult4/occultupdate.zip> Acesso em: 28 Abr. 2016.

WDS, (Stelle Doppie). Available in: < https://www.stelledoppie.it/index2.php?iddoppia=40643> Acess in: 29 Nov. 2019.

O asteroide (64) Angelina em 2020.


Em 22 de junho próximo, o asteroide Angelina estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.006), quando então sua magnitude chegará a 11.4 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 64 Angelina foi descoberto em 04 de março de 1861pelo astrônomo alemão Ernest Wilhelm Tempel (1821 - 1889) no Observatório de Marselha. Seu nome é homenagem de Benjamin Vals à estação astronômica do Barão de von Zach em Notre Dame des Anges, sobre as montanhas de Mimet, próximo a Marselha. (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontra-se ilustrada a presença do asteroide (110) Lydia, mV: 11.3, portanto também acessível à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.


O asteroide (7) Iris em 2020.


Em 28 de junho próximo, o asteroide Iris estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.462), quando então sua magnitude chegará a 8.8 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

 

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 7 Iris foi descoberto em 13 de agosto de 1847 pelo astrônomo inglês John Russel Hind (1823 - 1895) no Observatório de Londres. Seu nome é homenagem a Íris ou Íride, filha de Taumas e Electra, e mensageira de Juno, em particular, e dos deuses, cuja aparição era anunciada pelo arco-íris. (MOURÃO, 1987).

John Russell Hind teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 29 km de diâmetro e 3 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 07° 54' 00"S e LONG: 007° 24' 00"E, foi nomeada oficialmente em 1935 como HIND, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Hind também descobriu e observou estrelas variáveis, além de descobrir Nova Ophiuchi 1848 (V841 Ophiuchi), a primeira nova dos tempos modernos (desde a supernova SN 1604).

Esse relevo foi registrado fotograficamente em duas oportunidades pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL), em 24 de agosto de 2012 e 01 de maio de 2013. A composição de ambas imagens poderá ser visualizada em: http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se ilustradas as presenças dos asteroides: (64) Angelina, mV: 12.1; (521) Brixia, mV: 12.3 e (532) Herculina, mV: 9.6; portanto todos acessíveis à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Cratera HIND. Vaz Tolentino Observatório Lunar, ago. 2012. Disponível em: <http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND> - Acesso: 13 Nov. 2017.

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