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domingo, 1 de março de 2020

Largue o cel e olhe para o céu #6

Nebulosa Carina

Aléxia Lage


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #005 – Nebulosa Carina. 

NGC 3372 ou Nebulosa Carina abrange uma área que contempla alguns outros objetos conhecidos como a Nebulosa do Homúnculo, a Nebulosa do Buraco da Fechadura e a Montanha Mística, na constelação de Carina.

Essa constelação fez parte originalmente de uma outra antiga, denominada Argo Navis ou Navio. No século XVIII, foi desmembrada nas constelações Carina (ou Quilha), Popa, Vela (ou Velame) e Bússola, pelo astrônomo francês Nicholas Louis de Lacaille, que a considerava muito extensa (RÉ; ALMEIDA, 2000). Na mitologia grega, Argos era o navio de Jasão e os Argonautas, os quais precisavam recuperar o Velocino (é a lã que cobre a pele de um carneiro) de Ouro para que Jasão pudesse assumir o trono (CASTRO, 2018).

Na vizinhança de Carina, encontram-se as constelações de Centauro, Mosca, Camaleão, Peixe Voador, Pintor, Popa e Vela (Figura 1).


Figura 1 - Constelação de Carina conforme visualizada no software Stellarium. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2019) 


Figura 2 - Constelação de Carina com suas estrelas principais. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2019).             

A constelação recebeu a designação oficial de Carina, a abreviatura Car e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pela palavra Carinae (que indica que a estrela pertence à constelação de Carina). Conforme mostrado na Figura 2, algumas estrelas conhecidas são: Canopus (Alpha Carinae ou α Car), Avior (Epsilon Car ou ε Car), Aspidiske (Iota Carinae ou ι Car), V337 Carinae (q Carinae ou q Car), PP Carinae (p Carinae ou p Car), Eta Carinae (η Carinae ou η Car), Theta Carinae (θ Carinae ou θ Car), Ômega Carinae (ꞷ Carinae ou ꞷ Car), Upsilon Carinae (υ Carinae ou υ Car) e Miaplacidus (β Carinae ou β Car)(CONSTELLATION GUIDE, 2020).

A NGC 3372 encontra-se na região onde se acha Eta Carinae, conforme mostrado na Figura 3.


Figura 3 - Localização da NGC 3372. Fonte: (CONSTELLATION GUIDE, 2020)



Figura 4 – NGC 3372 – Nebulosa Carina - Crédito da foto: ESO - License: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (EUROPEAN SOUTHERN OBSERVATORY, 2009)

No entorno de Eta Carinae, encontra-se a Nebulosa Carina (Figura 4), também conhecida pelas designações Nebulosa Eta Carinae, a Grande Nebulosa ou a Grande Nebulosa em Carina e designada no New General Catalogue como NGC 3372.

A Nebulosa Eta Carinae é uma grande nebulosa de emissão, que contém diversos aglomerados abertos de estrelas e região HII (região de hidrogênio atômico interestelar que é ionizada, sendo normalmente uma nuvem de gás parcialmente ionizado na qual ocorreu a formação recente de estrelas). Se compararmos seu tamanho ao da Nebulosa de Órion, veremos que é 4 vezes maior, muito embora esteja 5 vezes mais distante que ela. Além disso, é conhecida por ser uma das maiores regiões de formação estelar na Via Láctea, assim como de explosões de supernovas, conforme visualizadas em imagens raio X (CONSTELLATION GUIDE, 2019).

A Montanha Mística é um dos objetos intrigantes existentes na nebulosa. O formato realmente lembra uma brilhante elevação de 3 anos-luz, de gás e poeira, com um pico cercado por nuvens. Nesse ponto, podem ser vistos jatos de gás que advém de estrelas nascentes existentes nessa região.

Já uma menor região de nebulosidade aparece ao redor da estrela Eta Carinae, sendo designada como Nebulosa de Homúnculo. A hipótese é de que houve uma erupção da estrela, em 1843, cujo gás foi ejetado ao espaço gerando uma nebulosa ao redor dela, em forma de ampulheta, de 4 meses-luz de comprimento. Ficou tão brilhante à época, que durante meses foi visível da Terra, inclusive durante o dia (SILVEIRA, 2019).

Por fim, há ainda a Nebulosa do Buraco da Fechadura, descoberta pelo astrônomo inglês John Herschel no século 19. Possui atualmente designação própria no New General Catalogue como NGC 3324, mas anteriormente compartilhava a designação com a Nebulosa Carina. Dentro dela, escondidas, há várias formações estelares maciças (THE PLANETS, 2020).

A NGC 3372 pode ser facilmente observada a olho nu, mas somente em latitudes equatoriais e meridionais, por se tratar de um objeto visto no céu austral. É o ponto mais brilhante do sul da Via Láctea, aparecendo excelente em binóculos ou telescópios de qualquer tamanho (BAKICH, 2016).

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EDIÇÕES ANTERIORES


Referências:

BAKICH, Michael E. The Eta Carinae Nebula, spiral galaxy M95, and the Gamma Leonis Group. Disponível em: <https://astronomy.com/observing/observing-podcasts/2016/04/the-eta-carinae-nebula-m95-and-the-gamma-leonis-group>. Acesso em: 29 fev. 2020.

CASTRO, Francisco Luis Cardona. Mitología de las constelaciones. 2019. ed. Barcelona: Ediciones Brontes S. L. , 2018. Disponível em: <https://play.google.com/books/reader?id=sCygDwAAQBAJ&hl=pt&pg=GBS.PA6>. Acesso em: 27 fev. 2020.

CONSTELLATION GUIDE. Carina Constellation. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/constellation-list/carina-constellation/>. Acesso em: 26 fev. 2020.

______. Carina Nebula. Disponível em: <https://www.constellation-guide.com/carina-nebula/>. Acesso em: 26 fev. 2020.

EUROPEAN SOUTHERN OBSERVATORY. The Carina Nebula. Disponível em: <https://www.eso.org/public/brazil/images/eso0905a/>. Acesso em: 29 fev. 2020.

RÉ, Pedro; ALMEIDA, Guilherme de. Observar o céu profundo. Lisboa: [s.n.], 2000.

SILVEIRA, Evanildo da. Por que a estrela mais luminosa da galáxia é invisível a olho nu – e como se tornará aparente . Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-46811288>. Acesso em: 29 fev. 2020.

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação de Carina. . Boston: Stellarium.org. , 2019

THE PLANETS. Keyhole Nebula - Facts and Info. Disponível em: <https://theplanets.org/keyhole-nebula-facts-and-info/>. Acesso em: 29 fev. 2020.


O asteroide (65) Cybele em 2020.


Em 14 de abril próximo, o asteroide Cybele estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.599), quando então sua magnitude chegará a 11.0 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 65 Cybele foi descoberto em 08 de março de 1861 pelo astrônomo alemão Ernest Wilhelm Tempel (1821 - 1889) no Observatório de Marselha. Seu nome e homenagem à maior das deusas frigias do Oriente próximo. Importada da Grécia e de Roma, personificou-se sob diferentes nomes: Mãe Grande, Mãe dos Deuses, a Grande Deusa, a potência vegetativa e selvagem da natureza. (MOURÃO, 1987).

As observações realizadas durante a ocultação de AGK3 19 599 deste asteroide ocorrida em 17 de outubro de 1979, registram ocultações secundárias atribuídas a um satélite de diâmetro 11 km localizado a 917 km do centro de (65) Cybele. As observações realizadas em três observatórios nesta ocasião demonstrou-se que o asteroide tem uma forma irregular.

Em abril de 2015, Lorenzo Franco (Observatório de Balzaretto, IAU Code: A81) e Frederick Pilcher Organ Mesa Observatory (Las Cruces, NM - USA) apresentaram uma forma e um modelo do eixo de rotação para o asteróide 65 Cybele. Esse modelo foi elaborado com o processo de inversão da curva de luz, usando dados fotométricos densos combinados obtidos durante quinze aparições de 1977 a 2014 e dados esparsos da USNO Flagstaff. A análise dos dados encontrados encontrou um período sideral P = 6,081434 ± 0,000005 horas (Franco e Pilcher, 2015).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Marsden, B.G. CBAT/IAUC nº 3439, Disponível em: <http://www.cbat.eps.harvard.edu/iauc/03400/03439.html>, acesso em 07 jul. 2013.

Franco. L, Pilcher. F. - Minor Planet Bulletin (ISSN 1052-8091), Bulletin of the Minor Planets Section of the Association of Lunar and Planetary Observers, Vol. 42, No. 3, 2015pp. 204-206. Available in: <http://adsabs.harvard.edu/abs/2015MPBu...42..204F> Acesso em: 07 Abr. 2018.

O asteroide (58) Concordia em 2020.


Em 22 de abril próximo, o asteroide Concordia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.013), quando então sua magnitude chegará a 12.2 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 58 Concordia foi descoberto em 24 de março de 1860 pelo astrônomo alemão Robert Luther (1822-1900), no Observatório de Düsseldorf. Seu nome é homenagem à deusa romana da paz e da concórdia, filha de Júpiter e Têmis, adorada pelos romanos, que edificaram um templo em sua honra. Tal designação foi proposta pelo astrônomo alemão Bruhns (1830 - 1881) de Leipzig; Concórdia.(MOURÃO, 1987).

Robert Luther teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 9 km de diâmetro e 1,9 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas: LAT: 33°12' 00"N, LONG: 024° 06' 00"E. foi nomeada oficialmente foi nomeada oficialmente em 1935 como LUTHER, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Robert Luther descobriu 24 asteroides, entre 1852 e 1890.

Esse relevo foi registrado fotograficamente em 22 de fevereiro de 2011 pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL). Essa imagem poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se ilustradas as presenças dos asteroides: (40) Harmonia mv: 9.8 (localizado no mesmo campo de busca a 58 Concordia, próximos a Iota Virginis – Syrma- mV: 4.0); (23) Thalia, mV: 10.0 e também (48) Doris, mV: 11.7. Portanto todos acessíveis à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Cratera LUTHER, fev. 2011. Vaz Tolentino Observatório Lunar, fev. 2011. Disponível em: <http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER> Acesso em 22 mar. 2019.

O asteroide (40) Harmonia em 2020.


Em 24 de abril próximo, o asteroide Harmonia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.002), quando então sua magnitude chegará a 9.8 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 40 Harmonia foi descoberto em 31 de março de 1856 pelo astrônomo alemão Hermann Goldschmidt (1802-1866) no Observatório de Paris. Seu nome é uma alusão a Harmonia, filha de Marte com Vênus, esposa de Cadnus, o fundador de Tebes. Ela introduziu a arte e a música na Grécia. Este nome foi sugerido pelo astrônomo francês Leverrier no desejo de "estabelecer o último monumento à felicidade do restabelecimento da paz", logo que a Guerra de Criméia acabou o acordo de paz foi assinado em Paris em fevereiro de 1856. (MOURÃO, 1987). 

Hermann Mayer Salomon Goldschmidt teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera localizada próxima do polo norte lunar (diâmetro: 113 km, profundidade: 1,3 km, coordenadas selenográficas LAT: 73° 00'  00"N, LONG: 003° 48' 00"W) foi nomeada oficialmente em 1935 pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Os descobrimentos de Hermann Goldschmidt são ao total 14 asteroides.

Esse relevo foi registrado fotograficamente em 07 de agosto de 2011, (22:58:02 UT). Essa imagem poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com.br/imagens/7590-O-grande-descobridor-de-asteroides-Hermann-GOLDSCHMIDT

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se ilustradas as presenças dos asteroides: (58) Concordia mv: 12.4 (localizado no mesmo campo de busca a 40 Harmonia, próximos a Iota Virginis – Syrma- mV: 4.0); (23) Thalia, mV: 10.0 e também (48) Doris, mV: 11.7. Portanto todos acessíveis à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Vaz Tolentino Observatório Lunar. O grande descobridor de asteroides Hermann GOLDSCHMIDT. ago. 2011. Disponível em: <http://vaztolentino.com.br/imagens/7590-O-grande-descobridor-de-asteroides-Hermann-GOLDSCHMIDT> - Acesso: 13 Nov. 2017.

O asteroide (92) Undina em 2020.


Em 24 de abril próximo, o asteroide Undina estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.009), quando então sua magnitude chegará a 11.4 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 92 Undina foi descoberto em 07 de julho de 1867 pelo astrônomo alemão Christian August Friedrich Peters (1806 - 1880) no Observatório de Clinton. Seu nome é uma referência à heroína do romance Undine, de autoria do escritor alemão Barão Friedrich H. K. de la Motte Fouqué (1777 - 1843); Ondina. (MOURÃO, 1987).

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontra-se ilustrada a presença do asteroide: (23) Thalia, mV: 10.1  portanto também acessível à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.


O asteroide (23) Thalia em 2020.


Em 25 de abril próximo, o asteroide Thalia estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.034), quando então sua magnitude chegará a 10.1 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 23 Thalia foi descoberto em 15 de dezembro de 1852 pelo astrônomo inglês John Russel Hind (1823 - 1895) no Observatório de Londres. Seu nome é uma alusão à musa grega da comédia (MOURÃO, 1987).

John Russell Hind teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 29 km de diâmetro e 3 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 07° 54' 00"S e LONG: 007° 24' 00"E , foi nomeada oficialmente em 1935 como HIND, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Hind também descobriu e observou estrelas variáveis, além de descobrir Nova Ophiuchi 1848 (V841 Ophiuchi), a primeira nova dos tempos modernos (desde a supernova SN 1604).

Esse relevo foi registrado fotograficamente em duas oportunidades pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL), em 24 de agosto de 2012 e 01 de maio de 2013. A composição de ambas imagens poderá ser visualizada em: http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se ilustrada as presenças dos asteroides: (40) Harmonia, mV: 9.8; (48) Doris, mV: 11.7 e ainda (92) Undina, mV: 11.6, portanto todos acessíveis à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Cratera HIND. Vaz Tolentino Observatório Lunar, ago. 2012. Disponível em: <http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND> - Acesso: 13 Nov. 2017.

O asteroide (24) Themis em 2020.


Em 26 de abril próximo, o asteroide Themis estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.078), quando então sua magnitude chegará a 10.9 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 24 Themis foi descoberto em 05 de abril de 1853 pelo astrônomo amador italiano Annibale De Gaspari (1819 - 1892) no Observatório de Nápoles. Seu nome é uma alusão à deusa da justiça. Têmis filha do céu e da terra. Este nome foi proposto pelo astrônomo italiano Angelo Secchi (1818 - 1878) pioneiro da espectroscopia estelar (MOURÃO, 1987).

Annibale de Gasparis teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de impacto de 30 km de diâmetro e 1,08 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 25° 54' 00"S e LONG: 050° 42' 00"W, foi nomeada oficialmente em 1935 como DE GASPARIS pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Também o sistema de canais de origem tectônica, conhecido com Rimae de Gasparis (93 km de comprimento e coordenadas selenográficas LAT: 24° 36' 00" e LONG: 051°06' 00") foi nomeado pela IAU em 1964, em sua homenagem.

Diretor do Osservatorio Astronomico di Capodimonte (IAU Code 044), em Nápoles de 1864 até 1889, em 1851 foi agraciado com a Medalha de Ouro da Royal Astronomical Society, sendo ainda laureado om o Prêmio Lalande, em 1851 e 1852. O asteróide "4279 De Gasparis", pertencente ao cinturão principal e descoberto em 1982 pelo Osservatorio San Vittore (IAU Code 552) de Bolonha, foi nominado em sua homenagem. 

O Observatório Lunar Vaz Tolentino fotografou a cratera DE GASPARIS, a Rimae De Gasparis e sua região, com apenas 1 frame, em 10 de junho de 2014 às 00:09:34 UT. Essa imagem poderá ser vista em: http://vaztolentino.com/conteudo/824-Cratera-DE-GASPARIS

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontra-se ilustrada a presença do asteroide: (48) Doris, mV: 11.4, portanto acessível à observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Cooper, T. P. Suspected Binary Asteroids and Satellite of Asteroids. SAO/NASA Astrophysics Data System (ADS), jan. 1986. Available in <http://adsabs.harvard.edu/full/1986MNSSA..45...73C> - Acesso em: 29 jul. 2013.

Tolentino, R.J. V. CRATERA DE GASPARIS, Vaz Tolentino Observatório Lunar, jun. 2014. Disponível em: <http://vaztolentino.com/conteudo/824-Cratera-DE-GASPARIS> - Acesso: 13 Nov. 2017. 

O asteroide (48) Doris em 2020.


Em 27 de abril próximo, o asteroide Doris estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.139), quando então sua magnitude chegará a 11.4 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 48 Doris foi descoberto em 19 de setembro de 1857 pelo astrônomo alemão Hermann Mayer Salomon Goldschmidt (1802 - 1866) no Observatório de Paris. Seu nome é uma homenagem a Doris, mulher de Nereu, mãe das Nereidas. Dóris (MOURÃO, 1987).

Hermann Mayer Salomon Goldschmidt teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera localizada próxima do polo norte lunar (diâmetro: 113 km, profundidade: 1,3 km, coordenadas selenográficas LAT: 73° 00' 00"N, LONG: 003° 48' 00"W) foi nomeada oficialmente em 1935 pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Os descobrimentos de Hermann Goldschmidt são ao total 14 asteroides.

Esse relevo foi registrado fotograficamente em 07 de agosto de 2011, (22:58:02 UT). Essa imagem poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com.br/imagens/7590-O-grande-descobridor-de-asteroides-Hermann-GOLDSCHMIDT 

Notas:

1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

4 = Na carta celeste acima apresentada encontram-se ilustradas as presenças dos seguintes asteroides: (23) Thalia, mV: 10.1; (24) Themis, mV: 11.0 e (40) Harmonia, mV: 9.9, portanto todos acessíveis a observação com instrumentos de médio porte.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Vaz Tolentino Observatório Lunar. O grande descobridor de asteroides Hermann GOLDSCHMIDT. ago. 2011. Disponível em: <http://vaztolentino.com.br/imagens/7590-O-grande-descobridor-de-asteroides-Hermann-GOLDSCHMIDT> - Acesso: 13 Nov. 2017.

Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos


Há 420 anos, no dia 9 de fevereiro de 1600, uma multidão se aglomerava no ‘Campo di Fiori’ (Campo de Flores) em Roma, para assistir mais um espetáculo de um herege condenado a ser queimado na fogueira pelo Tribunal da Santa Inquisição. Já era rotina em Roma e em vários países da Europa, a Igreja fazer das fogueiras, instrumentos de repressão e morte para condenados por bruxaria ou afrontar as “verdades” bíblicas e dogmas da Igreja. A turba inquieta e agitada aguardava as pilhas de lenha e gravetos serem acesas. Abre-se a porta e surge o condenado com um aparato de ferro cobrindo a boca ensangüentada, numa clara intenção dele não poder falar a multidão, o que poderia trazer desconforto para os juízes que o condenaram. Porém antes disso, exclamou aos que o cercavam: “Minha alma subirá ao Paraíso junto com a fumaça do meu corpo”. A Inquisição funcionou de 1450 a 1750 e estima-se que cerca de 60 mil vidas foram sacrificadas.

Quem era esse condenado, preso há 7 anos que incomodava tanto a Igreja e que, com a coragem dos heróis, não se retratou de suas idéias e convicções? Era Giordano Bruno nascido em 1550 na pequena cidade italiana de Nola, perto de Nápoles. Seu nome de batismo era Felipe mais tarde mudado para Giordano quando vestiu o hábito de clérigo no Convento Napolitano de São Domingos. Depois de dez anos conventual, doutorou-se em Teologia em 1575. Nesse período dedicou-se entre outras, a filosofia grega e a obra da teoria heliocêntrica – Sol no centro do Sistema Solar – do cônego Nicolau Copérnico, contrário a filosofia aristotélica tendo a Terra como centro do universo e obra maior da criação defendida pela Igreja. Em 5 de março de 1616, a obra foi considerada heresia e colocada no Index dos livros proibidos. Giordano passou a admitir a pluralidade dos mundos habitados e a salvação do homem através de um relacionamento direto com Deus. Deixou claro que a verdadeira religião prescinde de formalismos, rituais e compromissos de filiar-se a esta ou aquela religião. O conjunto dessas idéias eram inconcebíveis e condenadas pela Igreja. Com isso, sua permanência no convento foi curta, afastando-se em face da perseguição e intolerância sectarista dos seus membros. Abandonou as vestes sacerdotais, foi processado por heresia mas conseguiu salvar-se fugindo para Roma. A partir daí, sua vida foi uma constante peregrinação pelo norte da Itália, Paris, Londres, outros países e indo para Genebra onde aderiu ao Calvinismo com permanência curta nessa nova corrente religiosa. Em maio de 1592 acabou por dar com os costados em Veneza, hospedando-se na casa de João Moncenigo que o traiu, foi preso e encaminhado ao Santo Oficio. De lá foi transferido para Roma onde passou 7 anos preso, submisso a  exaustivos interrogatórios , aos horrores da prisão e convivendo com gritos dilacerantes de pessoas torturadas.

Neste cenário, entre outras, o que mais incomodava a Igreja, era sua ideia da pluralidade dos mundos habitados. Possibilidade de existir outros mundos, outras formas de vida, outros pensamentos e outras crenças. Na Grécia já se pensava nisso e na Escola de Epícuro (341 -271) já se ensinava haver infinitos mundos parecidos com o nosso. O cardeal Nikolaus de Cusa com anuência do papa Eugênio IV, sustentava a pluralidade dos mundos habitados. Fascinado pela imensidão do universo que a astronomia estava revelando e, que Deus, é imanente nesse universo infinito, escreveu o livro: “Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos”. Existe uma tradução portuguesa da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1978, do qual tenho um exemplar e onde está a relação das 38 obras de Giordano. Para a Igreja, nele configurava-se uma heresia praticamente indefensável. Giordano teve a coragem de sustentá-la abrindo as portas para infinitas possibilidades humanas como a ideia de vidas sucessivas como se vê em seu livro: “Uma pessoa, quer esteja dentro ou fora do corpo, nunca se completa. Ela tem a oportunidade de experimentar a vida de muitas formas diferentes”. Sobre a pluralidade dos mundos habitados escreveu: “Existe apenas um espaço cósmico, uma imensidão única e vasta e nele existe uma infinidade de mundos como este que vivemos e desenvolvemos”.

Após o martírio de Giordano, o tema voltaria a baila em 1862 com a publicação do livro: “A Pluralidade dos Mundos Habitados” do astrônomo francês Camille Flammarion (1842-1925) provocando acirradas discussões. Com a descoberta dos exoplanetas, planetas girando ao redor das estrelas, essas discussões já perderam o sentido. Estimam-se que hajam muitos bilhões de planetas somente em nossa Via Láctea com  muitos deles na zona habitável podendo abrigar vida. Giordano Bruno e Camille Flammarion, são os últimos arautos da mais importante conquista da astronomia e talvez da humanidade: não estamos sós no universo!  

O Eclipse Total do Sol em 08 de abril de 2024.

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