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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A ocultação de Asellus Borealis (Gamma Cancri) pela Lua em 12 de janeiro 2020.


Em 12 de janeiro próximo, a Lua +25% iluminada e com uma elongação de 61°, ocultará a estrela Asellus Borealis (Gamma Cancri) de magnitude 4.6 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos (CAMPOS, 2018) como: binóculos, lunetas e telescópios; esse evento poderá ser observado no sudeste da América do Sul e de forma diurna junto à costa sudeste do oceano Índico sul, próximo a Madagascar. 


Os observadores localizados no continente sul americano (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, e Uruguai), poderão acompanhar este evento a conforme apresentado na tabela 1. 


Circunstâncias Gerais de visibilidade no Brasil

Não podemos deixar de mencionar ainda que além das localidades mencionadas na tabela 1, este evento também será visível em outras localidades do Brasil. Assim sendo, encontra-se disponível (figura 2 - Ilustrativa) para download no link: https://is.gd/gamma_cnc_ocult_20200112 as condições de desaparecimento e reaparecimento para 1064 municípios localizados nas regiões Centro-oeste, norte, nordeste, sudeste e sul do Brasil.


Já observadores localizados na região austral do continente africano (África do Sul, Angola, Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe) poderão acompanhar os eventos de Desaparecimento e Reaparecimento desta estrela junto ao crepúsculo conforme apresentado na tabela 2. E importante mencionar que numa estreita faixa ao Sul de Madagascar esse evento ocorre de forma diurna.


Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e reaparecimento acima mencionadas, abaixo apresentamos o mapa global (figura 3) com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange essas regiões e demais reservas naturais biológicas localizadas nos oceanos Atlântico e Índico. 



Asellus Borealis (Gamma Cancri)

Asellus Borealis (Gamma Cancri) é uma estrela subgigante azul de classe A1IV que se encontra cerca de 181 anos-luz de distância. Suas coordenadas equatoriais são: AR= 08h43m17.161s e Decl: +21d28m06.72s (J2000.0). A sua luminosidade chega a 38 vezes a do Sol, já sua massa e raio são cerca de 2.3 vezes do sol; entretanto trata-se de um sistema triplo de estrelas (HERALD, 2016). (não visuais) (WDS, 2019) sendo que, Asellus Borealis apresenta também um alto movimento próprio calculado a partir do desvio para o vermelho.  

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteroides).

No Facebook:

“Ocultações Astronômicas”.

Este grupo destina-se à divulgação e discussão de eventos astronômicos na área de 'Ocultações'. Ocultações de estrelas e planetas pela Lua, ocultações de estrelas por asteroides e as técnicas empregadas para o registro destes eventos (PADILHA FILHO, 2016).

Boas Observações!

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Padilha Filho. A. A ocultação de TYC 5667-00417-1 por 236 Honoria. Sky and Observers, jul 2016. Disponível em:< https://sky-observers.blogspot.com/2016/07/a-ocultacao-de-tyc-5667-00417-1-por-236.html >, Acesso em 22 mai. 2017.

Herald, D. Occult4 v4.1.0.27 (24 March. 2014) Uptade v4.2.0 available in: <http://www.lunar-occultations.com/occult4/occultupdate.zip> Acesso em: 28 Abr. 2016.

WDS, (Stelle Doppie). Available in: < https://www.stelledoppie.it/index2.php?iddoppia=40643> Acess in: 29 Nov. 2019.

Largue o cel e olhe para o céu #4

Nebulosa do Caranguejo

Aléxia Lage


Para que você possa guardar um resumo sobre o assunto desta coluna, baixe gratuitamente a ficha que contém dados astronômicos sobre o objeto em foco, de forma que possa sempre consultá-los quando precisar. Você pode baixar o arquivo aqui: Ficha de Catalogação #003 – Nebulosa do Caranguejo. 


Na coluna do mês anterior, foi abordado um dos objetos do céu profundo encontrado na constelação de Touro, as Plêiades. Agora, será apresentada a Nebulosa do Caranguejo, localizada nessa mesma constelação.

Na mitologia grega, conta-se que Zeus, pai dos deuses olímpicos, se transformou em um touro, como uma estratégia para conquistar a princesa fenícia Europa. Na literatura grega, ele ficou conhecido como "O Busto", pois o touro é representado apenas parcialmente (cabeça, ombros e membros anteriores), simbolizando Zeus em forma taurina, com sua porção inferior imersa nas ondas (WIKIPÉDIA, 2019). Tendo isso entendido, fica mais fácil então compreender como os antigos visualizavam a constelação no céu (Figura 1).

Figura 1 - Constelação de Touro conforme visualizada no software Stellarium. Note ainda a imagem do busto de um touro, conforme descrito no texto. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2019)

A constelação recebeu a designação oficial de Taurus, a abreviatura Tau e as estrelas pertencentes a ela podem ser referenciadas pelas letras gregas seguidas pela palavra Tauri (que indica que a estrela pertence à constelação de Touro). Conforme mostrado na Figura 1, algumas estrelas conhecidas são: Aldebaran (α Tauri ou α Tau), Tianguan (ζ Tauri ou ζ Tau), Elnath (β Tauri ou β Tau) e Alcione ou Alcyone (h Tauri ou h Tau) (STELLARIUM DEVELOPERS, 2019)

Figura 2 - Localização da Nebulosa do Caranguejo (M1), próximo a um dos chifres do touro. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2019)

Próximo a um dos chifres do touro, acha-se a Nebulosa do Caranguejo (M1), sendo o único remanescente de supernova registrado no Catálogo Messier (Figura 3). Quando uma estrela de massa superior a 8 vezes a massa do Sol explode, no fim de sua vida, gera uma estrela de nêutrons e um material expelido em uma nuvem irregular, a grande velocidade. Durante sua expansão, a nuvem vai se dispersando ou se dividindo em diversos filamentos que vão se dissipando (RÉ; ALMEIDA, 2000).

M1, também conhecida pelas designações de Taurus A e NGC 1952, foi observado pelos chineses em 1054, sendo o primeiro DSO historicamente associado a uma explosão da supernova SN 1054. Também foi registrado por observadores árabes, japoneses e pelos nativos americanos. Pelos registros históricos, chegou-se à conclusão que a SN 1054 ficou visível por 23 dias, mesmo à luz do dia, com magnitude atingindo -7, sendo assim o segundo objeto mais brilhante no céu à noite, antecedido somente pela Lua (MESSIER OBJECTS, 2015).

Figura 3 – Nebulosa do Caranguejo. Crédito da foto ESO (EUROPEAN SOUTHERN OBSERVATORY (ESO), 1999)


Distante de nós a 6 500 anos-luz, M1 possui um diâmetro de 11 anos-luz (3,4 parsecs) e se expande a uma velocidade de 1 500 Km/s. A nebulosa contém uma estrela de nêutrons denominada Pulsar do Caranguejo, catalogada como PSR 0531 + 21. A taxa de rotação da estrela é de 30,2 vezes por segundo, sendo o objeto mais rápido observado, emitindo radiação nos comprimentos de onda ópticos, rádio, ultravioleta, raios X e raios gama (MESSIER OBJECTS, 2015).

A nebulosa contém restos da atmosfera da estrela que a originou, tendo em sua composição hidrogênio e hélio ionizados, oxigênio, carbono, ferro, nitrogênio, enxofre e néon. Os filamentos contêm gás ionizado que proporcionam brilho à nebulosa, em temperaturas na faixa de 11.000 a 18.000 K (MESSIER OBJECTS, 2015).

Para localizar a nebulosa, procure Zeta Tauri (ζ Tauri ou ζ Tau), conhecida também como Tianguan. M1 está localizada a 1 grau dessa estrela, entre os dois chifres (Figura 4). 

Figura 4 – Localização de M1, a 1° da estrela Zeta Tauri, conforme mostrado na imagem. Fonte: (STELLARIUM DEVELOPERS, 2019)

Para observá-la, considere as seguintes referências de utilização de equipamentos (RÉ; ALMEIDA, 2000):
  • Binóculo 7 x 50mm: no limite de detecção, aparece como um pedacinho de luz.
  • Telescópio de 114mm:  obtém-se maior definição do objeto, mas não se observa qualquer estrutura interna.
  • Grandes telescópios (superior a 300mm): em um telescópio de 406mm, os filamentos e a estrutura da nebulosa são aparentes (MESSIER OBJECTS, 2015).
O texto foi útil para você? Agradecemos a todos aqueles que puderem deixar seus comentários com críticas e sugestões para a coluna e o material por ela disponibilizado.
Referências:

EUROPEAN SOUTHERN OBSERVATORY (ESO). The Crab Nebula in Taurus. 17 nov. 1999. Disponível em: <https://www.eso.org/public/usa/images/eso9948f/>. Acesso em: 29 dez. 2019.

MESSIER OBJECTS. Messier 1: Crab Nebula. Disponível em: <https://www.messier-objects.com/messier-1-crab-nebula/>. Acesso em: 29 dez. 2019.

RÉ, Pedro; ALMEIDA, Guilherme de. Observar o céu profundo. Lisboa: [s.n.], 2000.

STELLARIUM DEVELOPERS. Constelação do Touro. . Boston: Stellarium.org. , 2019

WIKIPÉDIA. Taurus. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Taurus>. Acesso em: 1 dez. 2019. 

O asteroide (99) Dike em 2020.


Em 20 de março próximo, o asteroide Dike estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.168), quando então sua magnitude chegará a 12.4 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 99 Dike foi descoberto em 28 de maio de 1868 pelo astrônomo francês Alphonse Louis Nicolas Borrelly (1842- ? ), no Observatório de Marselha. Seu nome é uma referência a Dicê, uma das Horas, divindades das Estações, e que personifica a Justiça humana; Dicê. (MOURÃO, 1987).

Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.


O asteroide (30) Urania em 2020.


Em 29 de fevereiro próximo, o asteroide Urania estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.239), quando então sua magnitude chegará a 10.6 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

 

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 30 Urania foi descoberto em 22 de junho de 1854 pelo astrônomo inglês John Russel Hind (1823 - 1895) no Observatório de Londres. Seu nome é homenagem a musa da Astronomia. (MOURÃO, 1987).

John Russell Hind teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 29 km de diâmetro e 3 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 07° 54' 00"S e LONG: 007° 24'00"E , foi nomeada oficialmente em 1935 como HIND, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Hind também descobriu e observou estrelas variáveis, além de descobrir Nova Ophiuchi 1848 (V841 Ophiuchi), a primeira nova dos tempos modernos (desde a supernova SN 1604).

Esse relevo foi registrado fotograficamente em duas oportunidades pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL), em 24 de agosto de 2012 e 01 de maio de 2013. A composição de ambas imagens poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND

Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Cratera HIND. Vaz Tolentino Observatório Lunar, ago. 2012. Disponível em: <http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND> - Acesso: 13 Nov. 2017.

O asteroide (71) Niobe em 2020.


Em 27 de março próximo, o asteroide Niobe estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = +0.062), quando então sua magnitude chegará a 10.4 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.

 

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 71 Niobe foi descoberto em 13 de Agosto de 1861 pelo astrônomo alemão Robert Luther (1822 - 1900) no Observatório de Düsseldorf. O nome é uma homenagem a Níobe, filha de Tântalo, irmã de Pélops, rei de Frígia, e esposa de Anfíon, rei de Tebas. O Nome foi escolhido pelos astrônomos reunidos em Dresden, em 20/21 de agosto de 1861. (MOURÃO, 1987).


Robert Luther teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 9 km de diâmetro e 1,9 km de de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas: LAT: 33° 12' 00"N, LONG: 024° 06' 00"E. foi nomeada oficialmente foi nomeada oficialmente em 1935 como LUTHER, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Robert Luther descobriu 24 asteroides, entre 1852 e 1890.

Esse relevo foi registrado fotograficamente em 22 de fevereiro de 2011 pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL). Essa imagem poderá ser visualizada em: http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER

Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Cratera LUTHER, fev. 2011. Vaz Tolentino Observatório Lunar, fev. 2011. Disponível em: <http://vaztolentino.com.br/imagens/7636-Cratera-LUTHER> Acesso em 22 mar. 2019.

O asteroide (12) Victoria em 2020.


Em 18 de fevereiro próximo, o asteroide Victoria estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.286), quando então sua magnitude chegará a 11.1 (CAMPOS, 2019), portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste ilustrativa (CHEVALLEY, 2017), objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 12 Victoria foi descoberto em 13 de setembro de 1850 pelo astrônomo inglês John Russel Hind (1823 - 1895) no Observatório de Londres. (MOURÃO, 1987).

John Russell Hind teve seu nome imortalizado na superfície lunar, quando uma cratera de 29 km de diâmetro e 3 km de profundidade, localizada nas coordenadas selenográficas LAT: 07° 54' 00"S e LONG: 007° 24' 00"E , foi nomeada oficialmente em 1935 como HIND, pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN), da International Astronomical Union (IAU). Hind também descobriu e observou estrelas variáveis, além de descobrir Nova Ophiuchi 1848 (V841 Ophiuchi), a primeira nova dos tempos modernos (desde a supernova SN 1604).

Esse relevo foi registrado fotograficamente em duas oportunidades pela equipe do Vaz Tolentino Observatório Lunar (VTOL), em 24 de agosto de 2012 e 01 de maio de 2013. A composição de ambas imagens poderá ser visualizada em: http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HINDconteudo/823-Cratera-HIND

Notas:
1 = (ua)* Conforme a Resolução da IAU 2012 B2, acolhendo proposta do grupo de trabalho “Numerical Standards for Fundamental Astronomy”, redefiniu-se a unidade astronômica de comprimento correspondendo à distância media da Terra ao Sol equivalendo assim a 149.597.870.700 metros, devendo ser representada unicamente por au (“astronomical unit”) (OAM, 2015).

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).

3 = A fase lunar acima mencionada assume os seguintes valores: 0.000 = Nova; +0.500 = Quarto crescente; 1.000 = Cheia e -0.500 = Quarto minguante.

Referências:

Mourão, R.R.F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987,  914P.

Campos, A.R. Almanaque Astronômico Brasileiro 2020. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2019. 146p. Disponível em: <https://is.gd/Alma_2020> Acesso em 02 Dez 2019.

Chevalley, P. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 4,0, March. 2017. Disponível em:  <https://www.ap-i.net/skychart/en/news/version_4.0>. - Acesso em: 04 Jan. 2019.



Tolentino, R.J. V. Cratera HIND. Vaz Tolentino Observatório Lunar, ago. 2012. Disponível em: <http://www.vaztolentino.com/imagens/7587-Cratera-HIND> - Acesso: 13 Nov. 2017.

Os Calendários e porque 2020 é um ano Bissexto?


Em meio às festas e aos abraços de fim de ano, em algum momento passam pela cabeça da maioria das pessoas que estamos adentrando em um ano bissexto e comemorando o ano errado?

Em fevereiro, portanto, em vez dos usuais 28 dias, teremos 29 constituindo uma ótima oportunidade para os nascidos no dia 29 comemorarem o aniversário na data certa. Ao contrário que possa parecer, a introdução do ano bissexto surgiu em 238 a.C. em Alexandria no Egito durante a monarquia de Ptolomeu III (246 – 221 a.C.) que decretou a adição de um dia a cada quatro anos para compensar o excesso de seis horas na duração do ano de 365 dias. A raiz do ano bissexto está no Egito. Isso nos reporta ao estabelecimento dos calendários calcados nos ciclos do Sol, da Lua ou na união de ambos. Ninguém hesitaria em dizer que o dia não tem 24 horas e o ano em 365 ou 366 dias, valores que estão impregnados em nossas vidas. 

Para a astronomia, contudo, a rotação da Terra se efetua em 23h 56m 04s e essa diferença de 3m 56s mais longo é que determina o acréscimo de seis horas anuais que, ao fim de quatro anos, resulta em mais um dia. Quanto a duração do ano, observa-se que o ano solar ou ano trópico de 365d 05h 48m é definido como sendo o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do Sol pelo chamado equinócio vernal, local em que o Sol cruza o equador celeste que é a projeção no espaço do equador terrestre. Para a astronomia, o que vale é o ano sideral com 365d 06h 09m que é definido como sendo o tempo gasto pelo Sol para retornar a mesma posição em relação as estrelas. 

No contexto desses valores, é evidente que a ausência de números inteiros, pares perfeitos, frações e números quebrados, constituem um grande problema quando da elaboração de um calendário. A história registra mais de 40 calendários no mundo. Atualmente temos os solares, cristãos; os lunares, islâmicos e os Lunissolares, hebreus. Para eles esse será o ano 5780-81 que  começou no pôr do Sol do domingo 29 de setembro de 2019. No calendário chinês o ano será de 1717, Ano do Rato, que irá começar no sábado 25 de janeiro. No calendário islâmico o ano é 1441-2 que começou no sábado 31 de agosto de 2019. Muitos povos iniciaram a contagem do calendário a partir de uma grande revolução, conquista ou evento marcante. Os judeus e muçulmanos adotam fatos históricos.

Herdamos um calendário egípcio que com o passar dos anos acusava um erro acumulativo fazendo com que novo calendário fosse introduzido pelo imperador Julius Caesar no ano -46 a.C. apoiado nos cálculos do astrônomo grego Sosígenes. O Calendário Juliano mesmo produzindo um erro de aproximadamente 3 dias a cada 4 séculos, funcionou  por mais de 16 séculos findo os quais se constatou que as estações do ano não estavam acontecendo na época prevista. O equinócio da primavera no Hemisfério Norte caia por volta do dia 12 de março em vez do dia 21 ou 22 e isto estava causando enorme transtorno para a agricultura. 

Algo precisava ser feito e novo calendário foi instituído em 1582 através de uma bula do papa Gregório XIII. Nele suprimiu-se 10 dias do Calendário Juliano passando o dia 5 de outubro proclamado para ser o dia 15. Outra mudança substancial foi feita: os anos bissextos que ocorriam rigorosamente a cada quatro anos, doravante só seriam bissextos os anos seculares divisíveis por 400.  Estava assim corrigido o erro dos 3 dias a cada 4 séculos produzido no Calendário Juliano. Mesmo assim, com essas mudanças, o Calendário Gregoriano que utilizamos não é perfeito, pois apresenta um erro de um dia a cada 3323 anos. As tentativas de mudança para um novo calendário resultaram infrutíferas pelas razões cima abordadas. Para a humanidade, essa diferença pouco significa, mas para a datação de fatos históricos, em astronomia, ciência espacial e cálculos relativísticos, tal é inadmissível. E para isso entram em cena os relógios atômicos. 

Um fato curioso é que apesar de separarmos o tempo histórico em duas fases, antes e depois de Cristo, não existe o ano zero! A contagem dos anos a partir de um postulado sendo ano 1 do nascimento de Jesus não é correta pelas pesquisas arqueológicas e astronômicas recentes. Para o inicio da Era Cristã, Dionysius Exiguus, monge romeno que vivia em Roma no ano 525 d.C., cometeu um erro de computação em conseqüência da qual a nova era se iniciou com 5 anos de atraso em relação ao nascimento de Jesus Cristo que teria ocorrido no ano  7 a.C. Em seu livro “A Infância de Jesus’, o papa Bento XVI diz que Maria deu a luz entre os anos 7 e 6 a.C. o que concorda com os dados dos pesquisadores. Por fim, como tudo envolve o tempo, você já se perguntou o que é ele? Nesse sentido, recordando o físico alemão Albert Einstein, “o tempo como é conhecido não passa de uma invenção”. Em consequência, pouco importa se estamos em 2020, 2025 ou 2026.

O Eclipse Total do Sol em 08 de abril de 2024.

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