arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil – AWB
Companheiros e companheiras das jornadas observacionais,
Que bom! Uma nova oportunidade confraternizar em torno da observação do céu chegou com diversas atividades em todo o globo agendadas para o Mês Internacional da Astronomia, com ele também teremos um novo período observacional e vamos certamente inferir que valerá a pena nossos esforços observacionais da esfera celeste. Ele ainda estará em suas primeiras horas e já temos a ocorrência uma bela ocultação de Rho Sagittarii pela Lua; sendo que neste mês ainda teremos uma nova ocorrência em 29 de abril próximo. Nosso satélite natural ainda estará proporcionando algumas belas ocultações de estrelas brilhantes (Aldebarãn encontra-se neste caso) e em destaque: Zavijava, Zubenelhakrabi, ao mesmo tempo cruzando próxima a outras brilhantes estrelas como: Regulus e Spica. Ela também brindará diversas regiões do planeta com uma ocultação diurna do planeta Vênus. Mencionando ainda a Lua e suas configurações celestes, após as fases do crepúsculo vespertino de 24 de abril, Marte com uma magnitude -1.2, Saturno (com magnitude 0.2) e a brilhante Antares (0.9) estarão num belo alinhamento visível durante toda a noite. Júpiter e seus satélites naturais continuam imperdíveis, Verifiquem como será interessante o evento envolvendo Ganimedes e Callisto já neste primeiro dia. As alegres e fraternais reuniões dentro do Projeto-piloto que estamos realizando para implantação definitiva do Grupo de Reconhecimento e Estudos do Céu (vejam suas ideias e objetivos em: GREC - Grupo de Estudos de Reconhecimento do Céu: da Concepção à Realização), junto à estrutura funcional do Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais (CEAMIG), faz lembrar-me e buscar por diversas vezes um instrumento simples, mas que pode ser utilizado como uma útil ferramenta para auxílio à navegação de modo geral e aplicações gerais na vida cotidiana o “Compasso”. Isso me fez relembrar de uma região celeste em especial que e também muito conhecida dos observadores austrais, sua história e concepção nos levará novamente a genialidade do francês Niçolas-Louis La Caille, (1713 – 1762); então deixo o convite para conhecer um pouco mais de Circinus. Noites estreladas para todos!
Observatório Lunar Vaz Tolentino – 300.000 visitas
Os companheiros e companheiras de Jornadas observacionais os quais tenho a alegria e honra de compartilhar as belezas do céu bem como aqueles que fazem dos post mensais uma referência para o planejamento de suas observações, já perceberam o quanto utilizo a Lua como um fantástico referencial celeste na identificação das principais estrelas e respectivas constelações no céu noturno e isso é um fato.
Pois bem, dentre eles alguns fazem de nosso satélite natural um verdadeiro oásis observacional e isso se torna uma realidade, quando temos a oportunidade de conhecer e vislumbrar as observações selenográficas e disseminação dos mais recentes snapshots da superfície da Lua através do site Vaz Tolentino Observatório Lunar (http://www.vaztolentino.com.br/) observatório dirigido pelo Professor Ricardo José Vaz Tolentino, website desenvolvido por Samuel Brandão e layout de Tiago Pitzer. Neste derradeiro mês, aquela página (logo na figura 2) contendo as mais belas imagens da superfície lunar ultrapassou a marca expressiva de 300.000 visitações coroando desta forma o trabalho de toda aquela equipe. Desta forma e motivo de orgulho apresentamos a todos nossas felicitações pelo sucesso do grande trabalho (TOLENTINO, 2016).
Ocultação de planeta pela Lua
Em 06 de abril próximo teremos a ocorrência da primeira ocultação planetária deste ano quando então a Lua -2% iluminada e com a elongação solar de apenas 17°ocultará o planeta Vênus com uma magnitude de -3.8 e disco planetário 0.962% iluminado e com o diâmetro aparente de 10.2” de arco. Isso fará com que a duração do tempo de desaparecimento seja estimada em aproximadamente 18.8 segundos, enquanto o seu reaparecimento dar-se-á cerca de 19.6 segundos.
Este evento será observado de forma diurna (figura 3) nas seguintes regiões da superfície terrestre: Região norte da Ásia, incluindo grande parte da Rússia, Mongólia, China, extremo norte do Paquistão, Afeganistão, Irã, Emirados Árabes Unidos e norte da Arábia Saudita.
Já na região setentrional do continente africano o evento poderá ser acompanhado do norte do Sudão e Chade e grande parte da Nigéria; já as regiões do extremo sul de Gana, Costa do Marfim e Libéria poderão observar uma ocultação rasante ou mesmo "miss" (Não ocultação); essa situação é idêntica também para regiões a oeste do Senegal, Gâmbia e uma pequena porção norte da Guiné Bissau na fronteira com o Senegal e próxima a costa do Oceano Atlântico. Na Europa o evento poderá ser acompanhado por quase todo o continente exceto norte da Noruega, Suécia e extremo norte da Finlândia na região escandinava bem como partes da Grã-Bretanha (toda a Inglaterra e Pais de Gales, sul da Escócia e Irlanda do norte) e partes do Sul do Eire.
Ocultações de estrelas pela Lua
Rho Sagittarii
Em 01 de abril a Lua -43% iluminada e com a elongação solar de 82°, ocultará a estrela Rho Sagittarii de magnitude 3.9 e tipo espectral F0III/IV. Este evento ocorre já na parte diurna em grande parte do continente africano, na Ásia, região do oriente médio e no sudeste da Europa. Na porção americana, o reaparecimento poderá ser acompanhado na América Central (Barbados, Porto Rico, São Cristóvão e Nevis, Trinidad e Tobago) e América do Norte (Bermudas).
Na América do Sul (Brasil e Venezuela) o evento poderá ser observado tanto no desaparecimento como desaparecimento no norte e nordeste do Brasil, sendo que em regiões da Venezuela, somente a fase de reaparecimento é observada de acordo com a figura A, apresentada no quadro 1. .
Novamente em 28 de Abril, a Lua nesta data então -66% iluminada e com a elongação solar de 109º ocultará Rho Sagittarii; Este evento ocorre de forma diurna no norte da América do Sul (norte da Colômbia e regiões no sudoeste e oeste da Venezuela), América Central (região insular e norte de Cuba) e América do Norte (sul e sudeste dos Estados Unidos e norte do México) e na faixa do crepúsculo e noturna no Oceano Pacifico de acordo com a figura B, apresentada no quadro 1.
Dabih Major (beta Capricorni)
Em 02 de março a Lua -32% iluminada e com a elongação solar de 69°, ocultará a estrela Dabih Major (beta Capricorni) de magnitude 3.1 e tipo espectral F8V+A0. Esse evento poderá ser observado de forma diurna no sul do continente africano (África do Sul e Moçambique) e de forma noturna na região mais austral do continente sul americano (Argentina e Chile) conforme demonstra a figura A constante no quadro 2.
A tabela 2 abaixo apresenta as circunstâncias gerais de visibilidade deste fenômeno (Desaparecimento e Reaparecimento) para algumas de suas principais localidades.
Em 29 de abril novamente, a Lua então -55% iluminada e com a elongação solar de 96º, novamente ocultará beta Capricorni; como podemos verificar na figura B do quadro 2, essa ocultação além de ocorrer de forma diurna no extremo Sul do continente americano (Argentina e Chile) atravessa vasta região da Antártida sendo portanto, uma região quase inóspita do planeta.
É importante mencionar que se encontra também prevista uma nova ocorrência de ocultação de Dabih Major para 29 de maio próximo abrangendo região idêntica da superfície terrestre, finalizando com isto um ciclo de ocultações favoráveis às observações que se iniciou com a ocultação dessa estrela ocorrida em 22 de maio de 2011, visível naquela mesma região. Um novo ciclo de ocultações dessa estrela terá início em 01 de março de 2030, finalizando em 14 de dezembro de 2034.
Ocultações de Estrelas na Constelação de Taurus pela Lua
Atravessando um campo de estrelas muito rico na esfera celeste, em 10 de abril próximo a lua proporcionará uma série de ocultações de brilhantes estrelas na região da constelação de Touro. Senão vejamos:
Hyadum II (delta 1 Tauri)
A Lua 15% iluminada e com a elongação solar de 46º ocultará a estrela Hyadum II (delta 1 Tauri) de magnitude 3.8 e tipo espectral K0-IIICN0.5. Esse será visível de forma diurna na estreita faixa da Terra do Fogo, podendo ser rasante em localidades próximas a cidade de Ushuaia na Argentina, sendo sua faixa de visibilidade recaindo sobre o Oceano Atlântico de acordo com a figura A, apresentada no quadro 3.
Theta 2 Tauri
Em seguida, a Lua +16% iluminada e com a elongação solar de 47°, ocultará a brilhante estrela theta 2 Tauri de magnitude 3.4 e tipo espectral A7 III. Esse evento então poderá ser observado no norte da Ásia, norte da Europa e de forma diurna na América do norte de acordo com a figura B, apresentada no quadro 3.
Aldebaran (alpha Tauri)
Novamente marcando esse mês a Lua, então +17% iluminada e com a elongação solar de 49º, ocultará a brilhante estrela Aldebaran de magnitude 0.9 e tipo espectral K5+III. Esse evento poderá ser observado de forma diurna na América do norte e bem como também em Havana (Cuba) e região do Oceano Pacifico no hemisfério setentrional, sendo que na costa leste americana o evento ocorre dentro da faixa crepuscular; Já nas ilhas oceânicas do Atlântico norte, a cidade de Horta (Portugal) no Arquipélago dos Açores (e regiões adjacentes: Ilhas Graciosa, Pico e São Jorge) poderão acompanhar as fases de desparecimento e reaparecimento de Aldebaran; enquanto que Angra do Heroísmo e Ponta Delgada observarão somente o desaparecimento conforme apresentado na figura C no quadro 3.
Registro da Ocultação de Aldebarãn na India
E uma grande alegria registrar destacar (bem como também agradecer), as informações observacionais de Aldebarãn ocorrida em 14 de março. Desta forma ao mencionar que “regiões ao norte e regiões subcontinentais da Índia” observariam esse evento e de posse dessa informação, a equipe do Gurudev Observatory (Vadodara, Índia) lideradas pelo astrônomo Divyadarshan D.Purohit, realizou a sequência de imagem apresentadas na figura 4 abaixo, apresentando os instantes de antecederam o desparecimento (Imersão) e o consequentemente reaparecimento (emersão).
A interessante missão da equipe do Gurudev Observatory (Vadodara, Índia), seus trabalhos a frente de crianças e público que buscam o conhecimento da ciência astronômica, bem como o céu e suas nuances, podem ser apreciadas uma rápida visita ao site http://www.gurudevobservatory.co.in/ (PUROHIT, 2016).
Lambda Geminorum
Em 13 de abril a Lua então +45% iluminada e com a elongação solar de 85º, ocultará a estrela lambda Geminorum de magnitude 3.6 e tipo espectral A3V. Esse evento poderá ser observado no norte da América do Norte (Canadá e regiões polares) bem como ainda norte e nordeste da Ásia no período noturno, ao norte da Península Escandinava, esse evento já ocorrerá na fase crepuscular do dia conforme demonstra a figura A, apresentada no quadro 4.
Zavijava (Beta Virginis)
Em 19 de abril a Lua 92% iluminada e com a elongação solar de 148° ocultará Zavijava (beta Virginis) de magnitude 3.6 e tipo espectral F9V. Esse evento poderá ser observado no sudoeste da América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai), pequena porção do Atlântico Sul e partes do Oceano Pacífico, englobando na faixa crepuscular as ilhas havaianas e bem como Tuvalu e Kiribati conforme demostra a figura B, apresentada no quadro 4. Informações adicionais encontram-se postadas em: A ocultação de Zavijava (Beta Virginis) pela Lua em 19 de abril 2016.
Zaniah (eta Virginis)
Neste dia ainda a Lua 95% iluminada e com a elongação solar de 155° ocultará a estrela Zaniah (eta Virginis) de magnitude 3.9 e tipo espectral A2IV. Esse evento poderá ser observado em sua totalidade em grande parte da África Meridional (exceto no Quênia e Uganda) e ainda sul e partes do sudeste da porção setentrional do continente africano (isto inclui também Malabo, as Ilhas de Santa Helena, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde). Atravessando o oceano Atlântico esse evento poderá ser observado de forma diurna no nordeste do Brasil (abrangendo as cidades de Fortaleza – CE, João Pessoa – PB, Natal – RN, Recife-PE e a localidade de Vila dos Remédios no Arquipélago de Fernando de Noronha-PE) conforme demonstra a figura C, apresentada no quadro 4.
Zubenelhakrabi (Gamma Librae)
Em 24 de Abril a Lua -97% iluminada e com a elongação solar de 159° ocultará a estrela Zubenelhakrabi (Gamma Librae) de magnitude 3.9 e tipo espectral G8.5III. Esse evento poderá ser observado em sua fase diurna na região na África sendo visível durante o crepúsculo em regiões do centro oeste daquele continente; já na região sudoeste da África setentrional o evento ocorre durante o período noturno incluindo o Arquipélago de Cabo Verde. Atravessando o Oceano Atlântico, o fenômeno e observado no norte e nordeste da América do Sul e região das Antilhas na América Central atingindo partes da região insular do Panamá, Costa rica e Nicarágua e numa pequena porção da costa leste da América do Norte, englobando Bermudas e parte dos Estados Unidos conforme demonstra a figura D, apresentada no quadro 4. Informações adicionais encontram-se postadas em: A ocultação de Gamma Librae pela Lua em 24 de abril 2016.
No Sistema Solar!
Antecedendo o seu trânsito pelo disco do sol em 09 de maio próximo, ainda termos a oportunidade de observar neste mês o planeta Mercúrio (-0.3) por alguns minutos após o ocaso do Sol (isso durante as fases do crepúsculo vespertino), pois ele estará em sua máxima elongação já no dia 18 próximo como podemos verificar na tabela 1; ele estará na constelação de Pisces até o dia 5, chegando depois na constelação de Aries onde permanecerá transitando até 06 de junho. Quando então nossas atenções se voltam para o planeta Vênus (-3.9) será ideal buscar sua localização nas primeiras horas do crepúsculo matutino; antecedendo o nascer do Sol este planeta estará com suas elongações ainda favoráveis as observações até o dia 11 deste mês, pois já vem próxima sua conjunção superior prevista para 06 de junho; ele também que estará no segundo dia deste mês na constelação de Peixes, fará entre os dias 12 a 14 deste mês, uma breve incursão pela constelação por Cetus, retornando em seguida para Pisces conforme já poderemos verificar na tabela 3 abaixo.
Nos já podemos perceber o incremento das magnitudes de Marte uma vez que seu diâmetro aparente também aumenta; verificando novamente na tabela 3 acima já estamos prevendo que sua magnitude esteja em -1.0 em 15 de março próximo sendo que numa rápida consulta ao Almanaque Astronômico Brasileiro para 2016 (publicação essencial aos observatórios, planetários e clubes de astronomia para planejamento de suas atividades observacionais cujo download gratuito pode ser realizado em: http://www.ceamig.org.br/5_divu/alma2016.pdf), já podemos antever que sua magnitude está estimada em -1.4 em 29 de abril deste mês.
Isso já torna a noite de 24 para 25 de abril uma data especial e esperada, para que possamos registrar junto a esse planeta também, a presença da Lua (magnitude -12.6), do planeta Saturno (magnitude 0.3) juntos a Antares (Alfa Scorpii de magnitude 1.07) conforme podemos vislumbrar na figura 5; Entretanto Marte e Saturno estarão atravessando a constelação de Ophiuchus encontrando se a Lua em Scorpius próximo as brilhantes estrelas delta Scorpii e Graffias. Neste mês Urano estará em conjunção com o Sol o que impossibilitará qualquer tentativa de observação e busca através de telescópios de pequeno e médio porte, ele também estará no apogeo em 10 de abril próximo quando então sua distância a Terra é estimada em 20.967880 u.a; Já o planeta Netuno vem lentamente emergindo de sua conjunção com o Sol ocorrida em fevereiro último e com isso está também aumentando pouco a pouco sua magnitude (7.9) permanecendo na constelação de Aquarius; misturado em meio as brilhantes estrelas da constelação de Sagittarius (134340) Plutão ainda manterá sua magnitude de 14.2 perdurando isso até a época de sua oposição prevista para julho próximo, sendo que já no dia 18 próximo encontra-se estacionário em relação à eclíptica. (1) Ceres que passou pela sua conjunção com o Sol no mês passado poderá ser localizado nas constelações de Aquarius até o dia 03 próximo, já no período de 04 a 23 ele estará na constelação da Baleia fazendo uma rápida emersão pela constelação de Pisces (transitando naquela região por cerca de 19h55m), no dia 24 ele já estará novamente na região da constelação da Baleia (Cetus).
Propositalmente deixarei Júpiter e seus satélites galileanos para comentar ao fim, entretanto de início vejam essa imagem tipo snapshots da Lua e Júpiter (Figura 6) na noite de 23 de fevereiro última (20160224_02:00 UT); novamente o observador Hélio de Carvalho Vital empregando a câmera Sony DSC-HX300 da região urbana da Tijuca no Rio de Janeiro-Brasil, reporta que: “a aproximação máxima de 1,1 grau entre a Lua (98% iluminada) e o planeta Júpiter, ambos bem brilhantes e altos no céu...” “Apesar das nuvens, algumas fotos ... mostram nitidamente o evento, sendo Júpiter o ponto brilhante próximo ao disco da Lua cheia” (VITAL, 2016).
Sol = O quadro 5 abaixo, apresenta alguns elementos úteis a observação solar neste mês como: e (P.H) = Paralaxe Horizontal, (PO°) = Ângulo de Posição da extremidade Norte do disco solar, (+) E; (-) W, (BO°) = Latitude heliográfica do centro do disco solar (+) N; (-) S, (LO°) = Longitude heliográfica do meridiano central do Sol e ainda, (NRC) Número de Rotação Solar de Carrington da série iniciada em novembro 1853 9,946.
Lua = As fases lunares neste mês, ocorrerão nas datas e horários abaixo mencionadas em Tempo Universal de acordo com a figura 7.
A ocorrência das apsides lunares dar-se-á neste mês na seguinte sequência: Perigeu ocorrendo em 07/04 às 17:37 (UT = Universal Time), quando a Lua estará cerca de 357.163 km do centro da Terra e Apogeu ocorrendo em 21/04 às 16:06 (UT = Universal Time), quando a Lua estará cerca de 406.350 km do centro de nosso planeta; em 07/04 juntamente a fase nova, ocorrerá o início da lunação de número 1154.
Os eventos mútuos dos satélites galileanos
Os observadores dos eventos dos satélites galileanos ficaram deslumbrados com a profusão de fenômenos informados, e eles (sempre ao alcance de pequenos instrumentos de observação) novamente farão uma nova série eventos imperdíveis neste mês, o que torna Júpiter um dos objetos mais observados do céu neste período. Então destaquei alguns dos principais eventos para este mês na tabela 4, a qual vocês poderão também visualizar suas respectivas configurações na figura 8 no diagrama sinótico de suas respectivas revoluções em torno do disco joviano.
Alguns amigos comentaram comigo essa quantidade de eventos dos satélites jovianos em clara evidência que estão percebendo o quanto e compensador a observação sistémica da atmosfera joviana e também dos eventos dos satélites galileano; um dos pontos que brevemente será objeto de compreensão por parte dos integrantes do GREC (Grupo de Reconhecimento e Estudos do Céu - CEAMIG) será justamente a dinâmica que envolve esses eventos e de como podemos contribuir de uma forma cientificamente é útil com nossos registros observacionais.
Um exemplo da importância de registros diários e sistemáticos do planeta Júpiter, foi o evento ocorrido às 00:18 UTC em 17 de março último, quando então um pequeno objeto impactou na alta atmosfera joviana. As imagens abaixo deste evento foram capturadas na Áustria e na Irlanda, pelos observadores John McKeon e Gerrit Kernbauer (THE WATCHERS, 2016). Esse é um tipo de fenômeno esporádico que ocorre em Júpiter devido a sua gigantesca força gravitacional sendo que a primeira postagem nestas páginas teve exatamente um fenômeno similar disseminado, que ocorreu em 2010.
Video courtesy of John McKeon
Video courtesy of Gerrit Kernbauer
Registro observacional de (10) Hygiea
É extremamente compensador quando temos o recebimento de informações positivas das efemérides que aqui postamos, uma vez que elas têm como finalidade apresentar de forma simples e objetiva, as reais possibilidades observacionais no campo visual ao alcance de instrumentos de pequeno e médio porte que dispõem a grande maioria dos astrônomos amadores. Dessa forma foi bastante interessante conhecer os registros observacionais do astrônomo amador Regis Dias (Viamão-RS, Brasil) que registrou observacionalmente a oposição do asteroide (10) Hygiea utilizando com referência a carta de busca e efemérides disponíveis em: (10) Hygiea em 2016. Naquela oportunidade o asteroide se encontrava próximo a 87 Leo (uma gigante alaranjada de magnitude 4.7 e tipo espectral K2) e TYC 4923-980-1, uma estrela branca tipicamente de 50 a 100 vezes mais luminosa que o Sol e de magnitude visual 6.7, classe e tipo espectral A0. Ele utilizou um telescópio GSO 305 mm f/05 aplicando as oculares wideangle 20 mm e uma ortoscópica de 10 mm (DIAS, 2016).
Neste mês então as oportunidades estão nas constelações de Hydra e também em Virgo, e essas regiões celeste são muito conhecidas dos observadores pela quantidade de estrelas brilhantes e ótimas referências para a localização desses asteroides muito embora alguns acreditem que a fase da Lua interfira de forma bastante significativa. (78) Diana poderá ser localizado muito próximo a estrelas 46 Hya de magnitude 3.0 e tipo espectral G8IIIa e 47 Hya de magnitude 5.2 e tipo espectral B8V; em 21 de abril próximo; 2 dias depois (89) Julia poderá ser encontrado na constelação de Centaurus próximo a brilhante Iota Cen de magnitude 2.7, classe e tipo espectral A2V e também 2 Cen uma estrela variável de magnitude 4.1, tipo e classe espectral M4.5III; Já no dia 26 de abril, será então o asteroide (3) Juno que estará em oposição sendo o asteroide de melhor magnitude neste período e ainda boa referencia para a busca as seguintes estrelas: 105 Vir de magnitude 4.8 e classe espectral G2IV e 109 Vir de magnitude 3.7, classe e tipo espectral A0V. Nesta noite também na mesma constelação de Virgo poder-se-á localizar o asteroide (42) Isis estimando sua magnitude em 10.7 como referência para sua localização será ideal utilizar a estrela 107 Vir uma estrela branco amarelada de magnitude 3.8, tipo e classe espectral F2III. Voltando a constelação da Hydra em 28 de abril, (35) Leukothea esta em oposição também, sendo as estrelas de referências para sua localização a estrela 47 Hya (já acima mencionada) e 51 Hya (NSV 6648 essa incluída na listagem da AAVSO por ser suspeitas de variabilidade com magnitudes variando entre: 4.75 - 4.80 V) tipo e classe espectral K3III.
Cometas
Os Cometas 252 P/LINEAR e o P/2016 BA14 Pan-STARRS
As respectivas magnitudes do cometa 252 P/LINEAR fizeram deste corpo celeste um objeto observável ao alcance de binóculos 7 x 50mm e 10 x 50mm foi registrado pelos observadores brasileiros Alexandre Amorim e Marcos Goiato, sendo inclusive detectado a visão descoberta (AMORIM, 2016). Nos últimos dias o que chamou também a atenção foi o fato do cometa P/2016 BA14 (ao que parece) ser um objeto gêmeo do cometa 252 P/LINEAR devido as suas respectivas orbitas serem semelhantes (Figura 9); entretanto exista também a linha de pensamento que ele seja na realidade, um grande fragmento do primeiro (JPL, 2016).
Apresentando então as efemérides (bem otimistas) a tabela 5 aponta o 252 P/LINEAR atravessando uma região celeste bem conhecida dos astrônomos amadores.
Já o cometa P/2016 BA14 Pan-STARRS apresenta-se numa região mais setentrional e acessível a telescópios de grande abertura conforme podemos vislumbrar na apreciação das efemérides constantes na tabela 6.
O Cometa C 2013 X1 Pan-STARRS
Esse cometa foi descoberto na 20ª magnitude em 4 de dezembro de 2013 pelo Consórcio Pan-STARRS 1 (AMORIM, 2015). Sua visibilidade neste período matutina e seu posicionamento fará com ele este cometa seja visível nas primeiras horas da manhã atravessando a constelação de Peixes, conforme podemos verificar na tabela 7.
CONSTELAÇÃO:
Circinus
De fato a constelação austral de Circinus é uma das constelações de menor área quadrada da esfera celeste, ocupando uma extensão de apenas 93 graus quadrados sendo assim a quarta menor (ALMEIDA, 2000); menores que ela em área serão: Sagitta, Equuleus e Crux, essa já mencionada em: http://goo.gl/BZca4K).
Constelação austral, compreendida entre as ascensões retas de 13h35min e 15h26min, e as declinações austrais de 54º,3 e 70º,4. Situada próximo ao pólo celeste sul, é limitada ao sul pelas constelações de Apus (Ave do Paraíso), a oeste por Musca (Mosca), Centaurus (Centauro), ao norte por Lupus (Lobo) e a oeste por Norma (Régua) e Triangulum Australe (Triângulo Austral). E fácil identificá-la, pois a sua estrela mais brilhante, de magnitude aparente 3.4. Alpha Circini, está situada em plena Via-Láctea. As duas pontas do Compasso são as estrelas Beta e Gamma Circini, respectivamente, de magnitude aparente 4.2 e 4.5 (MOURÃO, 1987).
A inserção dessa constelação na esfera celeste e novamente atribuída ao genial astrônomo francês Nicolas Louis Lacaille e aquela época das grandes navegações para estabelecer uma rota segura entre oceanos, certamente em meio aos pilotos, mestres de desenho e carpintaria, certamente observa a aplicação constante desse instrumento nas mais diversas as tarefas; representa esta ferramenta no céu. (figura 10).
Alfa Circini uma estrela de magnitude 3.1 que encontra-se aproximadamente 54 anos luz de distância do Sol mas na realidade, faz parte de um sistema triplo de estrelas onde as demais companheiras possuem magnitudes visuais menores estimadas em 8.4 e 11.9 respectivamente(WDS, 2013). Essa estrela e representante mais brilhante de uma classe de estrelas de rápida oscilação, onde e reportado uma variabilidade fotométrica com um período de apenas 6.8 minutos (KURTZ et al, 1994). Os componentes mais brilhantes podem ser observados com um telescópio de 100mm de abertura.
Recentemente um fato bastante interessante foi a recente descoberta em torno de Beta Circini (uma estrela azul de magnitude 4.0, classe e tipo espectral A3Va e que possui 1.96 a massa do Sol) de um objeto classificado como Beta Cir b; reportado em 2015 a massa deste objeto foi estimada como 0,056 ± 0,007 Massa do Sol (SMITH et al, 2015).
Gamma Circini e uma estrela subgigante branco azulada, de magnitude 4.9, classe e tipo espectral B5IV que se encontra cerca de 448.6 anos luz de distância do Sol, possuindo uma luminosidade estimada em cerca de 50 vezes a do Sol. Entretanto trata-se de um sistema binário, uma vez que existe uma companheira de cor branco-amarelada de magnitude 5.7, tipo e classe espectral F8 (figura. 11). O período orbital desse sistema e estimado em cerca de 258 anos. Sendo que seu periastro previsto para 2075.
Quando mencionamos estrelas múltiplas na constelação de Circinus, também é uma ótima oportunidade para falar de Delta Circini que é conhecida como uma binária eclipsante espectroscópica com uma órbita excêntrica (MAYER, 2014), cujo componente primário é uma estrela azul de magnitude 5.0, classe e tipo espectral O7 III-V; já sua companheira tem classe e tipo espectral O9.5 V e a terceira componente b0.5 V (PENNY et al, 2001). Esta terceira componente também possui uma companheira ainda de magnitude estimada em 12.8 (MAYER, 2014). Epsilon Circini possui uma coloração alaranjada e sua Eta Circini4.8, tipo e classe espectral K2III e Eta Circini uma gigante amarela de magnitude estimada em 5.1 tipo classe espectral G8III.
Theta Circini e talvez a mais interessante estrela desta região celeste pelos seguintes fatos, trata-se de um sistema binário (figura 12), onde a componente A possui uma magnitude visual estimada em 5.0 tipo e classe espectral B3Vne sendo também uma estrela variável (AAVSO, 2016) cujos máximos e mínimos variam entre 4.81 - 5.65.
DD Circinus
A Nova Cir 1999 posteriormente designada DD Circini pela União Astronômica Internacional, foi descoberta em 23 de agosto de 1999 em uma fotografia realizada por William Liller (Viña del Mar, Chile) com uma magnitude de 7.7 (GREEN, 1999 – IAUC 7242). Desta ocorrência uma boa quantidade dados observacionais surgiram, sendo que as boas condições observacionais fizeram com que diversos reportes foram ocorrendo inclusive de observadores brasileiros da REA (Rede de Astronomia Observacional) (VITAL et al. 2000) e do CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), (GREEN, 1999 – IAUC 7243) ambas no Brasil, gerando a curva de luz apresentada na figura 13.
Deep Sky em Circinus
As observações de objetos de céu profundo nesta região celeste poderá ser proveitosa se pudermos ficar bem afastados dos danosos efeitos da Poluição Luminosa. Então se essas condições observacionais estiverem presentes em seu local de observação, os resultados podem surpreender.
De início eu vou recomendar um telescópio de boa abertura ótica (150 mm ou acima) e a utilização de um filtro OIII para realçar as diferentes condições sutis de contraste da Nebulosa Planetária NGC 5315 (figura 14). Ela aparecerá na ocular com um aspecto estelar na coloração verde azulada. Sua magnitude visual 9.9, Brilho superficial 13.0 e suas coordenadas são: AR (Ascensão Reta)= 13h55m17.5s e Decl (Declinação): -66°36'14" (J2000.0).
Aglomerados Abertos
Em Star Parties um dos objetos que também despertam bastante o interesse dos participantes e a possibilidade de observação dos Aglomerados Abertos; então um telescópio de abertura ótica de 230 mm poderá revelar aos nossos olhos o NGC 5715, um aglomerado destacado de pequena concentração central, cuja distribuição de estrelas são regulares e de várias magnitudes aparentes (em torno de 10 e 11). Sua magnitude visual 9.8 e suas coordenadas são: AR (Ascensão Reta)= 14h44m45.7s e Decl (Declinação): -57°39'11" (J2000.0).
Utilizando essa mesma abertura o aglomerado aberto NGC 5823 será mais destacado devido a sua magnitude e suas dimensões (10.0'), consideravelmente grande, rico, pouco comprimido em meio, estrelas de magnitude 13 a 14, ele certamente chamou a atenção de seu descobridor John Herschel (O'MEARA et al, 2002). Sua magnitude visual 7.9 e suas coordenadas são: AR (Ascensão Reta) = 15h06m46.1s e Decl (Declinação): -55°39'47" (J2000.0).
Os acontecimentos tristes que ocorreram nos últimos dias do mês passado, não reflete nosso pensamento e muito decepciona aqueles que amam a ciência e procuram através dela, apresentar a grandiosidade do universo aos seus fraternos companheiros. Desta forma eu não tenho dúvidas que as perspectivas observacionais narradas para esse período, assim como foi o anterior também marcará essas atividades (e somente estamos iniciando o segundo trimestre deste ano), uma vez que todos nós, admiradores da esfera celeste, temos um pouco da genialidade de La Caille. Isso se reverbera nos reportes observacionais dos asteroides, conjunções planetárias, ocultações e registros lunares que são realizados em todo o mundo. Vamos em frente, pois que estamos no limiar de novas perspectivas observacionais.
Desejo-lhes sucesso!
Referências:
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