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CEAMIG – REA/Brasil – AWB
Companheiros e companheiras das jornadas observacionais,
A chegada de uma publicação para o próximo ano, voltada para o planejamento de atividades observacionais da esfera celeste e sempre um momento importante. Desta forma, circulando para download livre (http://www.ceamig.org.br/5_divu/alma2016.pdf), o Almanaque Astronômico Brasileiro, anualmente editado pelo CEAMIG chega apresentando uma carga enorme de informações sempre importantes para as pessoas que tem a astronomia como hobby, atividades práticas em seus estudos e/ou locais onde a ciência astronômica e sua prática observacional é uma constante. As perspectivas já mostram que 2016 será um daqueles anos fantásticos.
Entretanto ficaremos bastante surpresos com o que ainda acontecerá neste mês de dezembro, quando então no céu matutino poderemos apreciar, antecedendo o nascer do Sol os brilhantes planetas Vênus e Saturno, Mercúrio muito embora emergindo na linha do poente, poderá ainda ser localizado já na segunda deste mês, sendo uma opção para as observações telescópica. A Lua por sua vez no crepúsculo matutino de 07 de dezembro estará bem próxima a Vênus e neste mesmo dia observadores no continente americano (América Central e do norte) poderão acompanhar uma ocultação muito interessante. Da mesma forma Urano também será oculto pelo disco lunar em 20 de dezembro, produzindo um belo fenômeno aos habitantes da parte mais meridional da América do Sul (Patagônia) no sul da Argentina e Chile, uma região marcada por ventos e clima frio. E por falar em marcação neste mês buscamos destacar um dos equipamentos (ao lado de binóculos, lunetas e telescópios) de importância fundamentais do astrônomo (e principalmente ao amador) para os registros de eventos da esfera celeste, então veremos a importância que Horologium representa nesta concepção. Noites estreladas para todos!
Noite de Astronomia na Casa Branca
O presidente norte-americano Barach H. Obama, realizou pela segunda vez nos jardins da Casa Branca, a segunda edição da White House Astronomy Night que nesta oportunidade ocorreu em 19 de outubro último (figura 2). A primeira edição ocorreu no mês de outubro de 2009, por ocasião do Ano Internacional da Astronomia (International Year of Astronomy). O evento reuniu nesta edição estudantes, professores, astrônomos, engenheiros, cientistas e entusiastas da ciência espacial para uma noite de observação de estrelas, com a finalidade de destacar entre os jovens a importância da astronomia para aumentar o interesse dos alunos em ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
Dentre os convidados para essa edição estavam Vivian White, Educadora de astronomia da ASP (Astronomical Society of the Pacific), Tim Spuck do STEM Education Development Officer e também Mike Simmons, presidente da AWB (Astronomers Without Borders).
Ocultações de estrelas pela Lua
O presidente norte-americano Barach H. Obama, realizou pela segunda vez nos jardins da Casa Branca, a segunda edição da White House Astronomy Night que nesta oportunidade ocorreu em 19 de outubro último (figura 2). A primeira edição ocorreu no mês de outubro de 2009, por ocasião do Ano Internacional da Astronomia (International Year of Astronomy). O evento reuniu nesta edição estudantes, professores, astrônomos, engenheiros, cientistas e entusiastas da ciência espacial para uma noite de observação de estrelas, com a finalidade de destacar entre os jovens a importância da astronomia para aumentar o interesse dos alunos em ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
Ocultações de estrelas pela Lua
(Subra) Omicron Leonis
Em 01 de dezembro a Lua -63% iluminada e com uma elongação de 105°, ocultará a estrela omicron Leonis (Subra) de magnitude 3.5 e tipo espectral A5V F6II. Esse evento poderá ser observado de forma diurna na América do Norte e no norte da Ásia conforme demonstra a figura 3.
Nota
Este evento marca o fim deste ciclo de ocultações de omicron Leonis (Subra) iniciado em 10 de novembro de 2009, que voltará a repetir-se em 30 de maio de 2028, encerrando-se em 07 de outubro de 2034.
Zavijava (Beta Virginis)
Em 04 de dezembro, a Lua -37% iluminada e uma elongação solar de 75° ocultará a estrela Zavijava (Beta Virginis) de magnitude 3.6 e tipo espectral F9V. Esse evento poderá ser observado de forma diurna em regiões da Antártida e no oceano pacífico e durante o crepúsculo na Nova Zelândia e Leste da Austrália de acordo com a figura A, apresentada no quadro 1.
Entretanto na noite de 31 de dezembro de 2015 para 01 de janeiro de 2016, novamente, a Lua -61% iluminada e com uma elongação solar de 103º ocultará Zavijava. Esse evento então poderá ser observado de forma diurna na região sul do oceano índico, durante o crepúsculo na região leste costeira da África e no período noturno na região meridional daquele continente de acordo com a figura B, apresentada no quadro 1.
Ocultação de Zaniah (eta Virginis)
Em 05 de dezembro a Lua -31% iluminada e uma elongação solar de 69°, ocultará a estrela Zaniah (Eta Virginis) de magnitude 3.9 e tipo espectral A2IV. Esse evento poderá ser observado na América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Informações adicionais encontram-se postadas em: http://skyandobservers.blogspot.com/2015/12/a-ocultacao-de-zaniah-eta-virginis-pela.html
Zubenelhakrabi (Gamma Librae)
Em 09 de dezembro a Lua -4% iluminada e uma elongação solar de 22°, ocultará a estrela Zubenelhakrabi (Gamma Librae) de magnitude 3.9 e tipo espectral G8.5III. Esse evento poderá ser observado de forma diurna na região oeste da África meridional, América do Sul e região insular da América Central, de acordo com a figura A, apresentada no quadro 2.
Rho Sagittarii
Em 13 de dezembro a Lua +6% iluminada e com a elongação solar de 28°, ocultará a estrela Rho Sagittarii de magnitude 3.9 e tipo espectral F0III/IV. Esse evento poderá ser observado de forma diurna no sul da América do Norte, América Central e região norte da América do Sul, sendo que a costa oeste da África setentrional e as ilhas localizadas no oceano Atlântico norte, observarão esse evento já em sua parte noturna de acordo com a figura B, apresentada no quadro 2.
Dabih Major (beta Capricorni)
Em 14 de dezembro a Lua 13% iluminada e com a elongação solar de 42°, ocultará a estrela Dabih Major de magnitude 3.1 e tipo espectral F8V+A0. Esse evento poderá ser observado na América do Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Informações adicionais encontram-se postadas em: http://skyandobservers.blogspot.com/2015/12/a-ocultacao-de-dabih-major-pela-lua-em.html
Ancha (Theta Aquarii)
Em 16 de dezembro a Lua 32% iluminada e com a elongação solar de 69°, ocultará a estrela Ancha (Theta Aquarii) de magnitude 4.2 e tipo espectral G8. Esse evento poderá ser observado na América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Informações adicionais encontram-se postadas em: http://skyandobservers.blogspot.com/2015/12/a-ocultacao-de-ancha-theta-aquarii-pela.html
As Ocultações de Hyadum II, Theta 2 Tauri e Aldebaran em 23 de Dezembro
Em 23 de dezembro ocorrerão ema sequência de ocultações brilhantes da Constelação de Touro, desta forma selecionamos então três dos principais eventos após análise destas circunstâncias, lembrando que outras estrelas daquela região celeste também serão ocultas pelo disco Lunar.
Hyadum II (delta 1 Tauri)
A Lua +95% iluminada e com a elongação solar de 155°, ocultará a estrela Hyadum II (delta 1 Tauri) de magnitude 3.8 e tipo espectral K0-IIICN0.5. Esse evento poderá ser observado no oceano pacífico e na Oceania (Austrália, Nova Caledônia e Nova Zelândia) de acordo com a figura C, apresentada no quadro 2.
Theta 2 Tauri
Em seguida, a Lua +96% iluminada e com a elongação solar de 156°, ocultará a brilhante estrela theta 2 Tauri de magnitude 3.4 e tipo espectral A7 III. Esse evento então poderá ser observado na América do Norte (Alasca), norte da Ásia (Rússia) e Norte da Europa (Região setentrional e Península Escandinava) de acordo com a figura D, apresentada no quadro 2.
Aldebaran (alpha Tauri)
Desta forma a Lua +96% iluminada e com a elongação solar de 158°, ocultará também brilhante estrela Aldebaran de magnitude 0.9 e tipo espectral K5+III. Nesta oportunidade então, grande parte da Ásia, Europa e o norte da África acompanharão esse evento. Ele também e observado em regiões da Groenlândia de acordo com a figura E, apresentada no quadro 2.
Lambda Geminorum
Em 26 de dezembro a Lua -98% iluminada e com a elongação solar de 165º, ocultará a estrela lambda Geminorum de magnitude 3.6 e tipo espectral A3V. Esse evento poderá ser observado no nordeste da Ásia (Rússia) e norte da América do Norte (Alaska e Canadá) conforme demonstra a figura F, apresentada no quadro 2.
Ocultação de planetas pela Lua
Marte
Em 06 de dezembro, a Lua -25% iluminada e com a elongação solar de 60º, ocultará o disco do planeta Marte com magnitude 1.5. Esse evento abrangerá a região setentrional do continente africano (costa leste do oceano indico), sul do Oriente médio em período noturno; já na extremidade sul do subcontinente indiano, sudeste da Ásia e oeste da Austrália, esse evento ocorrerá em período noturno, conforme abaixo apresentado na figura 4.
Vênus
Em 07 de dezembro, a Lua -13% iluminada e com a elongação solar de 43º, ocultará o disco do brilhante planeta Vênus com magnitude -4.2. Esse evento abrangerá a uma região extrema do nordeste da Ásia (Rússia), já em partes da América do Norte (Canadá e Estados Unidos), o evento ocorrerá dentro da faixa do crepúsculo, sendo que na América Central e extremo norte da América do Sul (Colômbia e Venezuela) o evento já ocorre em período diurno, conforme abaixo apresentado na figura 5.
Urano
Em 20 de dezembro, a Lua +66% iluminada e com a elongação solar de 109º, ocultará o disco do planeta Urano com magnitude 5.8. Esse evento abrangerá partes da região Antártida (Península Antártica) e a região sul do continente sul americano (região da Patagônia – Argentina e Chile), conforme abaixo apresentado na figura 6.
Desta mesma forma, a tabela 2 abaixo apresenta as circunstâncias gerais de visibilidade para algumas das principais localidades desta região no continente sul americano.
No Sistema Solar!
Mercúrio (-0.6) que inicia este mês ainda na constelação de Ophiuchus, já a contar do dia 08 estará na constelação de Sagittarius, sendo que buscar sua identificação no horizonte oeste será uma boa prática, uma vez que este ligeiro planeta já no dia 29 estará em sua máxima elongação (20.0ºE) vespertina. Já buscando o horizonte oposto e durante os crepúsculos matutinos Vênus (-4.1), na constelação de Virgem durante a conjunção com a Lua (figura 7) e também na ocultação, vem diminuindo suas respectivas elongações. Ele estará na constelação de Libra já a contar de 12 de dezembro.
Marte (1.6) também naquela região celeste vem nascendo cada vez mais cedo com o aumento de suas elongações. Júpiter (-2.1) por sua vez vem dominando as madrugadas deste mês na constelação de Leão sendo que nos últimos dias deste mês, ele ficará mais brilhante (magnitude de -2.2). Saturno (0.5) que passou por sua conjunção com o Sol em 29 de novembro, ainda terá sua visibilidade prejudicada, entretanto de acordo com a tabela 3 abaixo, as condições observacionais dar-se-á o dia 17 deste mês. Enquanto (134340) Plutão na constelação de Sagittarius, mergulha para sua conjunção com o Sol em janeiro próximo, a carga de informações da missão Novos Horizontes surpreende a cada mês; quanto ao mais próximo dos Planetas Anões, a missão Dawn, que já iniciou em 23 outubro passado sua trajetória para a órbita final em torno de (1) Ceres, em meados deste mês já poderá detalhar imagens com uma resolução de 35 metros por pixel através de sua câmera. Este planeta anão encontra-se na constelação de Capricórnio e suas elongações diminuindo a cada dia, fazem com que seu respetivo brilho (magnitude 9.3) diminua também.
As elongações favorecem a sua busca dentre as brilhantes estrelas (sigma Aqr, mag 4.8, 58 Aqr, mag 6.3 e HIP 11398, mag 6.5) na constelação de aquário, elas denunciarão o disco planeta Netuno (7.9) naquela região celeste. Ele poderá ser observado na primeira parte da noite com telescópios de 100mm de abertura ótica. Da mesma forma poderemos localizar o disco do planeta Urano (5.8) na constelação de Peixes, dessa forma 73 Psc (mag. 6.0) e WW Piscium continuam sendo balizadoras para sua fiel localização. Na data da ocultação deste planeta pelo disco lunar acima referenciada, será uma boa oportunidade para os observadores que não observarão este evento, localizarem seu disco esverdeado.
Sol = O quadro 3 abaixo, apresenta alguns elementos úteis a observação solar neste mês como: e (P.H) = Paralaxe Horizontal, (PO°) = Ângulo de Posição da extremidade Norte do disco solar, (+) E; (-) W, (BO°) = Latitude heliográfica do centro do disco solar (+) N; (-) S, (LO°) = Longitude heliográfica do meridiano central do Sol e ainda, (NRC) Número de Rotação Solar de Carrington da série iniciada em novembro 1853 9,946.
Lua = As fases lunares neste mês, ocorrerão nas datas e horários abaixo mencionadas em Tempo Universal de acordo com a figura 8.
A ocorrência das apsides lunares dar-se-á neste mês na seguinte sequência: Apogeu em 25/12 às 14:57 (UT = Universal Time), quando a Lua estará a 404.799 km do centro de nosso planeta; já o Perigeu ocorrerá em 21/12 às 08:54 (UT = Universal Time) quando então a Lua estará somente a 368.417 km do centro da Terra.
Asteroides
As Hyades na constelação de Touro, cuja referência fizemos no mês anterior ainda contará com a presença do asteroide (16) Pysche (com a magnitude 9.4) cuja oposição prevista para 09 de dezembro próximo poderá ser facilmente localizado próximo à estrela 104 Tauri próximo ao braço de Órion (carta de busca e efemérides disponíveis em: http://goo.gl/5pXRn4). Não muito longe deste ponto, o asteroide (63) Ausônia (com a magnitude 11.2) poderá ser localizado na constelação de Auriga, o Cocheiro, próximos às constelações de Touro e Gêmeos (carta de busca e efemérides disponíveis em: http://goo.gl/pdNKRI), sua oposição está prevista para 22 de dezembro. Entretanto um dos mais brilhantes asteroides deste ano será (27) Euterpe (com a magnitude 8.4), talvez a proximidade do disco lunar poderá prejudicar suas observações, entretanto a proximidade das brilhantes estrelas Propus, magnitude 3.3 e 1 Gem de magnitude 4.3 (carta de busca e efemérides disponíveis em: http://skyandobservers.blogspot.com/2015/12/o-asteroide-27-euterpe-em-2015.html), sua oposição em 25 de dezembro será a última deste profícuo ano de realizações.
Cometas
C/2013 US 10 CATALINA
Novamente essa história será diferente. Em setembro passado tivemos a oportunidade de descrever a observação do Cometa C/2013 US 10 CATALINA, realizada com um telescópio de boa abertura ótica (635mm (detalhes deste equipamentos disponíveis em: http://goo.gl/sFE8Z7) no observatório Wykrota (IAU Code 859) realizada em na noite de 15 de agosto 2015. Lembramos o fato ainda que: “naquela mesma noite o observador William Souza de Campinas - Brasil, registrou fotograficamente (16.02 UT - 16 Aug. 2015)” conforme podemos novamente apreciar a fotografia abaixo (figura 9).
E porque essa história agora será deferente? Simples, muito embora ele possa neste período ser localizado na constelação da Ursa Maior, portanto acessível a maioria dos observadores do hemisfério setentrional; após a ocorrência de sua conjunção com o Sol no mês passado, ele retorna ao céu matutino com magnitudes ainda mais favoráveis a observação e registros do que as realizadas em agosto de 2015.
A tabela 4 acima apresenta essas respectivas magnitudes sendo uma boa oportunidade para registrar esse cometa com telescópios de médio porte.
CONSTELAÇÃO:
Horologium
Constelação austral compreendida entre as ascensões retas de 2h 12min e 4h 18min e as declinações de -39º,8 e -67º,2. Situada próximo do pólo sul celeste, é limitada ao sul pela constelação de Hudrus (Hidra Macho), a oeste por Reticulum (Retículo), Dorado (Dourados) e Caelum (Buril), ao norte por Eridanus (Eridano), e a leste por esta última constelação e parte de Hydrus (Hidra Macho), ocupando uma área de 249 graus quadrados. E muito fácil reconhecê-la por estar situada próxima de Achernar (Alfa do Eridano), uma das estrelas mais brilhantes do hemisfério sul. Foi descrita pela primeira vez pelo astrônomo francês Nicolas-Louis de La Caille, em Caelum Australe Stelliferum (1763). Sua designação é uma referência ao relógio, um dos instrumentos fundamentais do astrônomo. (MOURÃO, 1987).
Realmente é um fato de amplo conhecimento, que as estrelas que constituem essa constelação não chamarão de imediato à atenção dos astrônomos, sobretudo aqueles que dão seus primeiros passos rumo ao conhecimento da esfera celeste, mas nem por isso essa constelação (figura 10) deixará de apresentar alguns atrativos que certamente convidarão os atentos observadores a se interessar por essa região celeste e os motivos ficam evidenciados pelos seguintes aspectos. Alfa Horologii (Magnitude 3.8, tipo e classe espectral K2III) e uma estrela gigante alaranjada, cuja distância ao Sol e estimada em 115 anos luz, sendo que sua velocidade radial de afastamento encontra-se estimada em 22 quilômetros por segundo (KALER, 2015). Apesar da designação de Bayer apresentada para essa estrela, Beta Horologii não é a segunda estrela mais brilhante desta constelação. Na realidade essa estrela é uma gigante branca (magnitude 4.9, classe e tipo espectral A6III), cuja distância estimada ao sol é algo em torno de 295 anos-luz (KALER, 2011). Essa segunda estrela mais brilhante então será Delta Horologii, uma estrela de magnitude 4.9, branco amarelada que possui classe espectral F2Vn. Na realidade uma estrela dupla, sua distância encontra-se estimada em 179.2 anos-luz do Sol. Já Lambda Horologii é uma estrela simples (magnitude 5.3, classe e tipo espectral F2IV-V) também de coloração branco amarelada, cuja distância é estimada em 161 anos-luz. Teremos uma leitura semelhante para Zeta Horologii (magnitude 5.2, classe e tipo espectral F6V) com uma distância ao Sol de 159 anos-luz.
Eta Horologii
Embora seja esse conjunto, um sistema triplo de estrelas sendo que observações realizadas entre 2011 até 2014, já indicam um período de 3.22 anos (± 0.06) para o sistema principal (WDS, 2015) conforme podemos vislumbrar pelo diagrama orbital na figura 11 abaixo.
Iota Horologii
Outra boa surpresa dessa constelação e Iota horologii, (magnitude 5.4, tipo e classe espectral GOV) uma anã amarela-alaranjada muito semelhante ao Sol, 18 Scorpii e HIP 102152, essas realmente cópias idênticas a nossa estrela embora mais nova que ele seja 18 Sco e mais a velha seja HIP102152. Cerca 55 anos-luz de distância ao Sol e apresentando um movimento próprio anual muito próximo das demais componentes do aglomerado aberto das Hyades, pois um grande número de estrelas que se movem na mesma direção, conforme estudos publicados por Sylvie Vauclair e equipe (VAUCLAIR et al, 2008).
HR 810 b
Mas as surpresas dessa estrela não param, pois antes disso em 29 de julho de 1999, uma equipe de astrônomos lideradas por Martin Kürster do European Southern Observatory (ESO) no Observatório de La Silla (Chile), descobriu em torno de Iota Horologii um planeta extrasolar do tipo joviano foi descoberto orbitando essa estrela. A respectiva massa deste objeto e estimada em torno de 2.26 (± 0.18) do planeta Júpiter, conforme podemos visualizar na figura 12 abaixo.
Variáveis LPV em Horologium
As surpresas desta constelação ainda não serão finalizadas uma vez que aquela região também é um pano de fundo, para diversas estrelas variáveis e principalmente, dentro do alcance de instrumentação de pequeno e médio porte que a maioria de nossos observadores é proprietário.
Novamente selecionei as principais estrelas variáveis observadas no último mês (AAVSO, 2015) que também são conhecidas; e importante ainda mencionar que observações dessas estrelas estão vem sendo constante reportadas junto a AAVSO (American Association of Variable Star Observers) pelos observadores, Andrew Pearce da Austrália e Dave Blane da África do Sul. São elas: R, S, T, V, RT e SW Horologii cujas efemérides para os próximos períodos entre máximos e mínimos encontraremos no quadro 4 abaixo.
O Aglomerado Globular NGC 1261
Muito embora não seja o Aglomerado Aberto NGC 1261, um daqueles fantásticos objetos de céu profundo (Deep-sky Objects) que vão tirar o fôlego de nossos observadores em princípio, particularmente eu não deixaria a luneta de busca deu meu equipamento sem uma procura por esse objeto (figura 13). Observadores experientes recomendam iniciar essa busca utilizando uma ocular de grande campo nas proximidades de TW Horologii, uma variável semirregular tardia, que possuí um período de 270.3 d, variando entre máximos e mínimos 5.52 - 5.95 V magnitudes.
Esse Aglomerado Globular não é nenhuma cereja de bolo para Stars Parties (mesmo que ela seja realizada nos Jardim da Casa Branca), mas observadores utilizando um telescópio refletor de 7 polegadas e aumentos da ordem de 72 vezes, já reportam “um núcleo extremamente brilhante e bordas distorcida” (O'MEARA, 2002), uma sugestão ainda será o emprego constante da visão periférica para distinguir as estrelas de seu núcleo.
Eu tenho certeza que a persistência será coroada com uma série de boas observações dessa região celeste. Então assim novamente aproveito a oportunidade para desejar a todos os amigos (as) que compartilham as belezas das noites estreladas meus votos de boas festas e um novo ciclo repleto de realizações astronômicas.
Eu tenho certeza que a persistência será coroada com uma série de boas observações dessa região celeste. Então assim novamente aproveito a oportunidade para desejar a todos os amigos (as) que compartilham as belezas das noites estreladas meus votos de boas festas e um novo ciclo repleto de realizações astronômicas.
Boas Observações!
Referências:
- MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. Rio e Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1987, 914P.
- CAMPOS, Antônio Rosa. Almanaque Astronômico Brasileiro 2015. Belo Horizonte: Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), 2014. Disponível em: <http://www.ceamig.org.br/5_divu/alma2015.pdf> Acesso em: 08 dez. 2014.
- BURNHAM Jr, Robert. – Burnham's Celestial Handbook. Dover Publications, Inc., 1978. ISBN 0-486-23568-8 p. 1221/1222.– Inc. New York – USA, 1978.
- AMORIM, Alexandre. Anuário Astronômico Catarinense 2015. Florianópolis: Ed: do Autor, 2014. 180p.
- CHEVALLEY, Patrick. SkyChart / Cartes du Ciel - Version 3.8, March. 2013. Disponível em: <http://ap-i.net/skychart/start?id=en/start>. - Acesso em: 11 Jan. 2015.
- KALER, James B. Disponível em: <http://stars.astro.illinois.edu/sow/alphahor.html> - Acesso em 15 Nov. 2015.
- ____. (21 Jan. 2011) Disponível em: <http://stars.astro.illinois.edu/sow/betahor.html> - Acesso em 16 Nov. 2015.
- O'MEARA, Stephen James. MOORE, Patrick - The Caldwell Objects - Cambridge University Press / S&T, 2002. Disponível para Download em: <http://akclas.ru/books/caldwell.pdf> - Acesso em 29 Abr 2015.
- VAUCLAIR, Sylvie. Astronomy and Astrophysics, Volume 482. Issue 2. A&A 482, L5–L8 (2008) DOI:10.1051/0004-6361:20079342. Available in < http://www.aanda.org/articles/aa/pdf/2008/17/aa9342-07.pdf> Acess in: 24 Nov 2015.
- AAVSO.ORG. AAVSO LPV Circular for Oct 14, 2015 to Nov 13, 2015! E-Mail [Personal Communication]. Message received by arcampos_0911@yahoo.com.br 13 Nov. 2015, 01:21 (PM).
- AWB. Newsletter November 10, 2015. [E-Mail] Message received by arcampos_0911@yahoo.com.br 11 Nov. 2015 3:41 (AM).
- _____. Events. < https://plus.google.com/u/0/events/c0efnp9q1qnggtaq0dg2jog528c> Acess in: 19 Nov. 2015.
- VLASOV Michael. Deep Sky Objects Illustrated Observing Guide. 109p. SAC 7.7 database. Data courtesy of the Saguaro Astronomy Club (saguaroastro.org) Disponível em: <http://www.deepskywatch.com/files/dso-guide/DSO-observer-guide-full.pdf>. Acesso em: 10 Nov. 2015.
- General Catalog of Variable Stars (GCVS) Sternberg Astronomical Institute, Moscow (Sep., 2009, Epoch 2000): Disponivel em: < www.handprint.com/ASTRO/XLSX/GCVS.xlsx> – Acesso em: 16 Jul. 2015.
Washington Double Star Catalog (WDS) - Double Star Database. Available in <http://stelledoppie.goaction.it/index2.php?iddoppia=118504>– Acess in: 16 Nov. 2015.