Teria o céu fronteiras?

Paola Bruna de Oliveira Silva
paola.oliveira@mmgerdau.org.br
MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal

Astronomia ganha destaque no Matéria-Prima e agrada o público.

O Matéria-Prima de abril foi especialmente pensado para a comemoração do mês da Astronomia. Em parceria com o Espaço do Conhecimento UFMG e com o CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), a programação “Astronomia Sem Fronteira” apresentou ao público, na quinta-feira, 23 de abril, as contribuições da pesquisa amadora para a ciência e ainda contou com uma parte prática de observação do céu, no TerrAÇO do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.


Marcelo Moura, presidente do CEAMIG, começou apresentando a instituição sem fins lucrativos que há 60 anos reúne estudantes e amantes da Astronomia, contribuindo para as pesquisas científicas e construindo telescópios, como o caso do Atlas, o maior telescópio amador do Brasil. Segundo Marcelo, a contribuição dos amadores para a ciência é tão significativa que, por meio de observatórios e telescópios construídos por grupos de amadores, já foram identificados vários cometas, estrelas e asteroides no Brasil, tudo muito bem catalogado.


Antônio Rosa Campos, membro do CEAMIG, da REA Brasil (Rede de Astronomia Observacional) e do AWB (Astronomers Without Borders – Astrônomos Sem Fronteiras), explicou que os astrônomos profissionais têm a astronomia como fonte de trabalho e os astrônomos amadores como fonte de lazer, com contribuições voluntárias dos participantes. O mês mundial da Astronomia, segundo Campos, é organizado anualmente em abril pelo AWB e é a maior celebração global sobre o assunto. O tema deste ano é “One people, one sky” (Um povo, um céu). “Não se constrói ciência com apenas uma pessoa. Alguns avanços na astronomia profissional só são possíveis com catalogações e descobertas da astronomia amadora. Existem grupos amadores no mundo todo e no Brasil que fazem um excelente trabalho, como, por exemplo, o Saguaro Astronomy Club, Exoplanet Transit Database (ETD), Rede de Astronomia Observacional (REA), o Bramon (registro de meteoritos) e o observatório Sonear (pesquisa de asteroides).”, disse Antônio Rosa Campos.


Após o bate-papo com os membros do CEAMIG, foi a hora de fazer uma leitura do céu no TerrAÇO do MM Gerdau. Cada participante ganhou uma carta celeste para aprender a fazer a leitura. De acordo com Campos, a primeira tarefa é identificar o Cruzeiro do Sul e, a partir dele, o restante das constelações. Apesar do tempo nublado, foi possível identificar algumas estrelas e ver os planetas Saturno e Júpiter, este cercado por seus satélites galilelianos, pois foram descobertos por Galileu, ou satélites naturais de Júpiter, também conhecidos como luas de Júpiter. A visualização de Saturno e de seus anéis foi um pouco mais difícil, segundo Marcelo Moura, pois o planeta está o dobro da distância de Júpiter. Para Antônio Rosa Campos, “a astronomia nos dá uma lição da insignificância do ser humano perante o universo e, ao mesmo tempo, nos ensina valores de humildade e de aprendizado”.


E foi atrás de aprendizado que Saionara Aparecida Soares, professora de Ciências, veio direto de Bom Despacho, interior de Minas Gerais, para o Matéria-Prima desta quinta-feira. Ela que é uma amante da astronomia sonha em levar para os alunos da sua cidade um pouco dessa ciência. “Meu sonho é montar um telescópio na minha cidade. Quero instigar meus alunos para o gosto pela astronomia. Estou fazendo uma especialização na UFMG em Ciência da Investigação e meu foco é astronomia.”, disse Saionara, que conseguiu o apoio do CEAMIG para a realização do seu sonho. Maria Cristina da Silva, outra participante do Matéria-Prima, disse que “ficou encantada ao ver os planetas e que é muito importante o Museu abrir espaço para a astronomia”.


O Toda Quinta e Muito Mais é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Ministério da Cultura) e conta com o patrocínio da Gerdau.
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