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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O céu do mês – Janeiro 2014

arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil – AWB

Nos tempos de infância, é muito comum crianças ouvirem de seus familiares mais velhos histórias dos mais variados temas. Assim é que a cada dia, somos levados às reminiscências que flui de forma incessante a nossa imaginação. Dessa forma também é a nossa época atual, onde mais um ano inicia-se e com ele, o labor diário a interpretar e traduzir em palavras simples o magistral concerto celeste. Então o firmamento traduz numa poesia única que os mais variados cidadãos apreciam de forma idêntica. Isto posto exemplifiquemos: a Lua, talvez quando terminarem essa leitura já estará em sua fase nova o que repetir-se-á ainda no fim deste mês; mas o chama a atenção é que o primeiro novilúnio, ocorrendo muito próximo do Perigeu, faz dessa oportunidade uma ocorrência rara, cuja última ocorrência foi em 28/02/2006; ela ainda ocultará as brilhantes estrelas Dabih Major (mag. 3.1) em 02/01, Ain (mag. 3.5) em 12/01, lambda Geminorum (mag. 3.6) em 15/01, omicron Leonis (3.5) em 18/01, Zubenelgenubi (mag 2.8) em 25/01 e Rho Sagittari (mag. 3.9) em 29/01. A oportunidade do registro de uma ocultação lunar em período diurno pelo planeta Saturno em 25/01 também é comentada num post separadamente. Nosso planeta por sua vez também atinge o Periélio de sua órbita em 04/01, quando então estaremos 0.983292 ua do Sol. Mas nada será tanto aguardado que a oposição do Planeta Júpiter. Esse gigantesco planeta que nesta oposição terá um diâmetro que somente será superado daqui a seis anos, já traduz esse período como um dos mais especiais e aguardados pelos observadores sempre atentos. E os possíveis fragmentos existentes na esteira do cometa C/2012 S1 ISON; haverá uma chuva de meteoros associados a ele com um incremento dia 12 próximo? A ocorrência da Nova V1368 Cen em 02/12 passado, maravilhou os observadores do hemisfério austral, possibilitando assim uma gama enorme de registros observacionais e fotográficos (vejam o registro realizado pelo astrofotográfo João Amâncio Ferreira do CEAMIG em: http://ceamig.blogspot.com.br/2013/12/nova-centauri-2013-grande-campo.html) desse evento; ocorrerão mais eventos neste período? Ficam em aberto essas questões. Não esquecendo todavia que (2) Pallas e (4) Vesta estão de forma “atraentes” em Virgo e Hydra. Traduziremos de igual forma no enredo celeste uma constelação a qual Donald H. Menzel, naquele pequeno (e igualmente importante) “Guia de Campo das Estrelas e Planetas” trata pelo prisma de “grupo das águas celestes” a constelação gigantesca Eridanus. Apropriado então é o refrão da música “Os Argonautas” em homenagem ao poeta Fernando Pessoa, que utilizada na Roma cerca 70. a.C é citada por Pompeu para elevar o moral de sua tripulação até Sicília, quando mencionou: “navegar e preciso,...”. De igual forma está feito o convite. Vamos a bordo! 

As ocultações de estrelas pela Lua neste Mês

Dabih Major (beta Capricorni).

Em 02 de janeiro, a Lua +4% iluminada e com a elongação solar de 22°, ocultará a estrela Dabih Major de magnitude 3.1. Esse evento poderá ser observado na América do Norte (Canadá, México e Estados Unidos) acordo com a figura 2a, apresentada no quadro 1. 

Ain (epsilon Tauri).

Em 12 de janeiro, a Lua + 86% iluminada e com uma elongação de 136°, ocultará a estrela Ain (epsilon Tauri) de magnitude 3.5. Esse evento poderá ser observado de grande parte do continente sul americano e ainda região do istmo da América Central. Veja maiores informações em sobre as circunstâncias de visibilidade nas diversas regiões em: http://skyandobservers.blogspot.com.br/2014/01/a-ocultacao-de-ain-pela-lua-em-12-de.html 

lambda Geminorum.

Em 15 de janeiro, a Lua +99% iluminada e com a elongação solar de 171°, ocultará a estrela lambda Geminorum de magnitude 3.6. Esse evento poderá ser observado no norte da Ásia (Rússia) e também no Canadá e Estados Unidos, na América do Norte de acordo com a figura 2b, apresentada no quadro 1.

(Subra) Omicron Leonis.

Em 18 de janeiro, a Lua -95% iluminada e com uma elongação de 153°, ocultará a estrela omicron Leonis de magnitude 3.5. Esse evento poderá ser observado da Oceania (Austrália e Nova Zelândia) de acordo com a figura 2c, apresentada no quadro 1.

Zubenelgenubi (alfa Librae)

Em 25 de janeiro, a Lua -41% iluminada e com a elongação solar de 80°, ocultará a estrela Zubenelgenubi (alfa Librae) de magnitude 2.8. Esse evento poderá ser observado na Ásia e na Europa Oriental de acordo a figura 2d, apresentada no quadro 1.

Rho Sagittarii.

Em 29 de janeiro, a Lua -3% iluminada e com a elongação solar de 21°, ocultará a estrela Rho Sagittarii de magnitude 3.9. Esse evento poderá ser observado na costa leste da América do Norte e também em localidades situadas no mar do caribe na América Central, bem como no norte da América do Sul (Colômbia e Venezuela), de acordo com a figura 2e, apresentada no quadro 1.

A ocultação de Saturno em 25 de janeiro

Em 25 de janeiro, a Lua - 36% iluminada e com uma elongação de 73°, ocultará o gigantesco planeta Saturno cuja magnitude estará estimada em 0.6. Este evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano, sul do oceano pacífico e na Nova Zelândia, Veja maiores informações em sobre as circunstâncias de visibilidade nas diversas regiões em: http://skyandobservers.blogspot.com.br/2014/01/a-ocultacao-de-saturno-pela-lua-em-25.html

Planetas!

Mercúrio = O planeta inicia o ano na constelação de Sagitário até 11/01, mas sua elongação (2.4° E) impede uma busca visual muito embora sua magnitude esteja estimada em -1.2. Após essa data, ele ingressa na constelação de Capricórnio, então sua elongação estimada para o dia 15 próximo será de 10.6°, mas sua magnitude estará um pouco menor (-0.9). Ele atingirá a constelação de Aquarius em 30 de janeiro sendo que sua máxima elongação vespertina ocorrerá 18.3°E em 31/01; sua magnitude é estimada em -0.6°. E importante ainda mencionar que a conjunção com Vênus em 07/01 próximo ambos estarão ofuscados pela claridade solar, o que fará com que ambos os planetas estejam ofuscados pela claridade solar.

Vênus = As elongações do planeta Vênus neste período farão com que ele fique no horizonte oeste nesta primeira semana e a mesma informação acima mencionada para a sua conjunção com Mercúrio em 07/01 é válida, visto que ele estará em sua conjunção inferior em 11/01, encontrando-se á uma distância de 0.266148 ua da Terra. No dia 15 próximo, quando então chegará neste dia com uma elongação de 8.1° E, estará já imerso na fase crepuscular do dia. Sua magnitude então estimada em -4.3. Já no dia 25 ele estará transitando pela constelação de uma pequena região da constelação de Scutum, mas isso até o dia 31/01 quando então retornará aos limites de Sagitário. E importante ainda mencionar que já nos últimos dias deste mês será possível buscar este planeta, já com a magnitude de -4.7 no horizonte leste antecedendo o nascer do Sol. 

Lua = As fases lunares este mês, ocorrerão nas datas e horários abaixo mencionadas em Tempo Universal de acordo com a figura 2:

A ocorrência das apsides (Perigeu e Apogeu) lunares dar-se-á neste mês na seguinte seqüência, sendo que o Perigeu ocorrerá em duas ocasiões, vejam a sequência: Perigeu em 01/01 às 21:01 (UT); Lua a distância de 356.921 km do centro da Terra; Apogeu em 16/01 às 01:54 (UT); Lua estará a 406.536  do centro de nosso planeta e novamente outro Perigeu em 30/01 às 09:59 (UT), quando a Lua então estará somente 357.079 km do centro da Terra.

Marte = Marte permanece transitando pela constelação de Virgo, sendo que dia a dia com o aumento de sua magnitude, ele torna-se um objeto que certamente chamará nossa atenção na segunda fase da noite. As suas elongações e magnitudes para esse período serão: em 01/01, 88.8°W e magnitude 0.8, em 15/01, 97.2° W e magnitude 0.6 e em 31/01 108.1°W e magnitude 0.2. Essa próxima oposição será promissora.

Júpiter = Esse gigante gasoso que nos últimos três meses do ano passado, causou um vislumbre aos observadores do CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), chega nesta oposição em 05/01 de forma magnífica. O diâmetro angular do disco joviano estará com 46.823” de arco (figura 3), sendo que sua magnitude é estimada para essa noite em -2.7, isso muito mais em função de sua distância a Terra (4.210418 ua) nesta oportunidade que somente será superada pela oposição deste planeta que ocorrerá em julho de 2020; portanto esse será um momento em que nossas atenções voltar-se-ão para Júpiter principalmente para o registro de seus cinturões equatoriais.

Como foi anteriormente comentado, é ainda neste período (antecedendo e procedendo a oposição) uma ocasião bastante propícia à localização da Grande Mancha Vermelha na atmosfera de Júpiter. Certamente este é um período que valerá a pena e o esforço em dedicar-se algumas horas em suas observações e registros em CCD (Charge-Coupled Device) de sua atmosfera. 

Novamente a tabela 2 abaixo, informa as respectivas magnitudes para o início, meio e término do mês às 00:00 (TU) dos satélites galileanos. 
Saturno = Saturno já poderá visualizado facilmente no meio da madrugada até o nascer do sol na constelação de Libra. Sua magnitude para todo o período permanecerá em torno de 0.6 e suas elongações são: 01/01, 50.1°W; 15/01, 63.2° W e 31/01, 78.5° W. Certamente a ocultação pela Lua em 25/01 próximo é o acontecimento mais marcante que envolve este planeta no período. 

Urano = Como mencionado no mês anterior, o planeta Urano transitou pela constelação de Cetus e já retornou a constelação de Pisces. Ele somente retornará naquela constelação no ano de 2097, o que evidencia seu “quase secular” período orbital. Desta forma a constelação de Pisces será a região celeste a qual ele transitará até abril de 2018, quando chegará à constelação de Áries. Sua magnitude estimada em 5.8, somente diminuirá ao fim deste mês para 5.9, isso em função de sua distância a Terra que está aumentando. As elongações para o período são: 01/01, 88.1°E; 15/01, 74.1° E, chegando já no último dia com 58,3° E. Novamente reforço aos observadores afastarem dos grandes centros urbanos e que busquem sua localização com um binóculo 7 x 50mm.  

Netuno = As observações do planeta Netuno ainda serão possíveis, mas somente nestes próximo 10 dias ele ainda poderá ser localizado com um binóculo 7 x 50mm (semelhante recomendação feita para as observações de Urano), visto que ele deverá estar mergulhado na fase crepuscular vespertina e com a magnitude de 7.9; tornando assim esse planeta um objeto observacional ao alcance de telescópios e lunetas acima de 120mm (recomendo ampliação de 150 vezes). Ele estará localizado próximo nesses primeiros 10 dias, as estrelas sigma Aqr (mag. 4.8), 42 Aqr (5.3) e 45 Aqr (5.9).

Ceres e Plutão = As elongações do planeta anão (1) Ceres agora estão mais favoráveis a sua busca, pois suas magnitudes começam a aumentar (mesmo que forma não muito significativa); isto faz que ele tenha neste período as seguintes elongações e magnitudes: 01/01, 77.9W e 8.5 mag.; 15/01, 88.8°W e 8.4 mag. e 31/01, 101.3° W e magnitude 8.2 na constelação de Virgo; Já o longínquo e diminuto (134340) Plutão estará neste primeiro dia em sua conjunção com o Sol, sendo que apenas 2.7° o separa de seu disco, o que impossibilita qualquer tentativa observacional. Já no fim deste mês sua elongação será de 28.5°W.

Asteroides = (4) Vesta que continua aumentando suas elongações e magnitudes para uma fantástica oposição em 17 de abril próximo, os dados para esse mês são 01/01, 82.3°W e mag. 7.7; 15/01, 92.1°W e mag. 7.5 sendo no último dia 104.2°W e magnitude estimada em 7.2: Entretanto (2) Pallas é o asteroide mais próximo da oposição e suas elongações, aliadas a diminuição constante de sua distância a Terra, fazem com que sua magnitude também aumente de forma substancial; vejamos: 01/01 112.6°W, mag. 7.9; 15/01 124.5°W, mag. 7.7 e em 31/01, 139.4°W estimando sua magnitude em 7.3; enquanto isso sua distância a Terra em 01/01 que será de 1.552946 ua., chegará em 31/01 a 1.306224 ua. Ele encontra-se na constelação de Hydra.

Em 11 de Janeiro próximo, o asteroíde (7) Iris ocultará a estrela TYC 0578-01032-1 de magnitude 10.4 da constelação de Pisces. Este evento é observado do Brasil nas seguintes regiões: Norte do Mato Grosso do Sul e Sul do estado de Mato Grosso, sul de Goiás e Distrito Federal, região do triângulo, norte e nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia. (figura 4).

CONSTELAÇÃO:

Eridanus

Como essa constelação leva diversos os povos a fazerem uma analogia com os mais afamados rios do planeta, e dentre eles podemos mencionar: Nilo (África), Pó, Danúbio e Moldávia (Europa), Mississippi e Missouri (América do Norte), Rio Yangtzé (Chang Jiang) (na Ásia) e Amazonas e Orinoco na América do Sul, será bastante interessante poder abordar as particularidades dessa gigantesca bacia de águas celeste. Como Eridanus ocupa uma área de 1.138 graus quadrados, essa constelação ocupa a sexta posição dentre as mais extensas da esfera celeste (figura 5).

A bacia celeste do Eridano

Próximo ao pé esquerdo do caçador Órion temos a brilhante estrela dupla Rigel, uma supergigante branco azulada de classe espectral, B8Ia.e ainda ali encontraremos uma massa brilhante que talvez seja remanescente de uma antiga supernova; então delimitando esse região de “Alto Eridano” encontraremos lambda Eri, uma subgigante branco azulada de magnitude 4.2 e também a gigante branca Cursa (beta Eri) de magnitude visual 2.7 (a segunda estrela mais brilhante desta constelação) localizada a cerca de 3° graus a noroeste de Rigel em Órion. Assim de certa forma, podemos considerar essas estrelas como a nascente deste rio celeste. Já omega Eri (mag. 4.3) e uma gigante branca que encontra-se cerca de 185 a.l do Sol, enquanto que Mu Eri (mag 4.0) e tipo espectral B5IV e Nu Eri de magnitude 3.9 e uma gigante branco azulada que possui um movimento próprio anual em aproximação menor (-0.005).

Numa das principais curvas deste Alto Eridani encontraremos Beid uma gigante branca de magnitude 4.0, que se encontra cerca de 122 a.l do Sol. Muito embora destacar-se nesta constelação Keid (ou Omi 2 Eridani) é uma dupla (figura 6), que abaixo abordaremos mais particularmente; na sequência então encontraremos Zaurak, uma gigante vermelha de magnitude 2.9, cujo nome já significa “o barco” e Rana (Delta Eridani), uma estrela alaranjada de magnitude visual de  3.5. As curvas deste rio celeste são novamente minimizadas, quando então encontraremos epsilon Eridani de magnitude 3.7 e embora seja amarela (semelhante ao Sol) trata-se de uma estrela anã de tipo espectral K2V; ela ainda é uma das mais próximas estrelas próximas do Sol visíveis a olho nu, sendo que a grata surpresa ocorreu em agosto de 2000 quando então foi descoberto um exoplaneta em torno dessa estrela. Zibal uma gigante branca de magnitude 4.8, que embora não observada visualmente, tem uma companheira que foi detectada espectroscopicamente e Azha uma estrela gigante laranja, de magnitude 3.8 e distante cerca de 137 a.l distante do Sol. 

Numa nova curva agora para o sul, fará com que seu leito marque a divisa com a constelação de Cetus quando então Tau1 Eri, uma estrela branca de magnitude 4.4 com declinação -18°34' (J2000.0) delineará teoricamente o início do “Médio Eridano”, neste leito então chamará nossa atenção a sequência de estrelas Tau (1.., 9) de magnitudes variando entre 3.6 a 5.2; mas ali a gigante amarela Angetenar (Tau2 Eri) de magnitude 4.7 indicará uma nova curva a seguir para aportar na gigante amarela Theemim de magnitude 3.8 e classe espectral G8IIIa. Sua proximidade a Upsilon1 Eri (mag. 4.5) dará a uma referência de aspecto de duplas, daí justificando uma referência árabe de seu nome (os gêmeos). 41 Eridani, uma estrela azul de classe espectral B9V e magnitude visual 3.5 será a mais brilhante estrela nesta região da constelação, indicando que estamos novamente próximos do Aglomerado de Galáxias de Fornax (mencionado no post do mês anterior), quando vale a pena relembrar que os objetos deep-sky NGC 1386, 1389 e 1437 encontram-se no interior desta constelação. Desta forma a analogia de uma correnteza celeste nos levará ao “Baixo Eridano” que terá nas proximidades a galáxia lenticular NGC 1269 de magnitude  9.4.

A gigante branca Acamar (magnitude 3.2) e classe espectral A4III, é a terceira estrela mais brilhante desta constelação; na realidade trata-se de estrela dupla, quando E. J. Hartung (1968) referiu-se a elas como: "um brilhante par branco, uma das jóias do céu no hemisfério sul". Iota Eri uma gigante alaranjada de magnitude visual 4.1 e classe espectral K0III, indicará que estamos próximos de nossa, entretanto ainda teremos Phi Eri (magnitude 3.5) e classe espectral:  B8V-IV e Chi  Eri (magnitude 3.7) e classe espectral G8IIIbCNIV. Ambas serão as guias para a brilhante Achernar (a mais brilhante estrela dessa constelação) de magnitude 0.4 e classe espectral B3Vpe fazendo justiça completa a designação árabe de seu nome “a foz do rio Erídano”.

A extração no rio Eridano

Desde quando se fala em rio, ao bom observador valerá a busca de preciosidades, então uma das maiores riquezas nesta área do céu será Keid; a separação aparente que fazem o par A-B, foi descoberta por William Herschel em 1783, no entanto Otto Struve em 1851 utilizando de aumentos maiores descobriu tratar-se de um sistema triplo de estrelas.

Chama a atenção a notável combinação desse sistema ilustrado na figura 6, uma anã branca 40 Eridani (B) de magnitude 9.5 e tipo espectral DA4 – similar as características de Sírius B, e uma anã vermelha 40 Eridani (C) de magnitude 11.1 e classe espectral M4.5eV, formando um par binário, com uma separação de 7,6 "(1961) e um período orbital de cerca de 248 anos. O componente "C", é conhecida pelo seu pequeno e invulgarmente tamanho de apenas 0,2 massa solar; então seu diâmetro é calculado em 27.360 km, apenas um pouco mais do que o dobro do tamanho da Terra. Assim sendo dessas três estrelas visíveis: UV Ceti, Ross 614B em Monoceros, e Krueger 60B em Cepheus, todas são definitivamente conhecidas por terem massas menores.

Embora 40 Eridani B não seja a mais próxima anã branca, nem a mais brilhante no céu noturno, ela é o componente mais interessante do sistema, sendo a única anã branca que pode ser chamada de um objeto acessível para telescópios de pequeno e médio porte; foi ainda essa estrela a primeira a ser reconhecida (apesar de Sirius B ser descoberta em 1862, e ser uma estrela muito mais conhecida, um espectro satisfatório seu não foi obtido até o ano de 1915). 

Nosso intrépido barco “Argos”,  aportará então na foz desse gigantesco rio até quando então sua corajosa tripulação receba ordem de ir em Terra, até que uma nova missão para zarpar e continuar a navegação pelo imenso e infinito universo seja dada, e então vem a tona o que de íntimo conhecíamos; que o rio a qual finalmente termina seu curso, encontrar-se-á já imerso neste oceano cósmico, sendo ele em toda sua extensão o que nos falta conhecer. 

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2014, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2013, 111P.

- Burnham, Robert Jr. – Burnham's Celestial Handbook. Dover Publications, Inc., 1978. ISBN 0-486-23673-0,  pp. 2138 – Inc. New York – USA, 1978. 

- Cartes du Ciel - Version 2.76, Patrick Chevalley -  http://astrosurf.org/astropc - acesso em 19/02/2013.

- http://www.asteroidoccultation.com/ - Acesso em 14 outubro 2013.

- http://exoplanet.eu/catalog/eps_eridani_b/ - Acesso em 06 Novembro 2013.


- Dunham, E.W. et al. “Results from the Occultation of 14 Piscium by (51) Nemausa”, Astronomical Journal 89: 1755-1758, 1984.

A ocultação de Saturno pela Lua em 25 de janeiro 2014.

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Ainda durante o período diurno do dia 25 de janeiro próximo, a Lua - 36% iluminada e com uma elongação de 73°, ocultará o gigantesco planeta Saturno cuja magnitude estará estimada em 0.6 (Figura 1). Mesmo sendo uma ocultação diurna, ela proporciona um bom espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: lunetas e telescópios; esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano, sul do oceano pacífico e na Nova Zelândia, onde o evento já ocorre no princípio da noite. 

Como mencionado, os observadores localizados em grande parte do sudeste da América do Sul (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai) e os demais observadores na Nova Zelândia, poderão acompanhar esse evento, conforme circunstâncias descritas nas tabelas 1 e 2.

Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e reaparecimento acima mencionadas; abaixo está o mapa global com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange além da América do Sul, ilhas situadas no sul do Oceano Pacífico e Nova Zelândia. Propositadamente e em fundo negro, pode-se vislumbrar (figura 2) que o evento além da longitude -123° W, -26° S (no limite norte) e -135° W, -58° W (no limite sul)  ocorrerá já no início da noite.

O planeta Saturno, já conhecido desde os tempos antigos, continua sendo um dos planetas mais observados por parte dos astrônomos e também desperta o interesse do grande público quando se encontra próximo de suas oposições, Isso ocorre principalmente devido a plástica visual desse planeta apresentando seus anéis, e ainda uma grande quantidade de satélites naturais, sendo o satélite natural Titã (quando visível através da ocular) o que mais se ressalta devido a sua magnitude.

A importância do registro e observações desses eventos além de possibilitar ao astrofotógrafo o incremento do seu acervo fotográfico contribui também de forma pró-ativa, com que clubes, núcleos e grupos de estudos astronômicos; bem como ainda planetários e observatórios voltados a essa atividade, possam planejar as atividades de modo a receber o público, contribuindo assim com a difusão da ciência astronômica. 

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteróides).

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2014, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2013, 111P.

- Astronomical Software Occult v4.1.0.11 (David Herald - IOTA) - acesso em 17/10/2013.

A ocultação de Ain pela Lua em 12 de janeiro 2014.

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Em 12 de Janeiro próximo, a Lua + 86% iluminada e com uma elongação de 136°, ocultará a estrela Ain (epsilon Tauri) de magnitude 3.5 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente americano.  

Observadores localizados na América Central ístmica (Costa Rica, Nicarágua e Panamá) e América do Sul, (Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru), poderão acompanhar esse evento, conforme e apresentado nas tabelas 1 e 2 respectivamente.  

Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e Reaparecimento acima mencionadas, abaixo apresentamos o mapa global (figura 2) com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange além da região continental americana, engloba ainda localidades situadas no Oceano Pacífico. 

Ain (Oculus Borealis)

Epsilon Tauri é uma estrela gigante laranja com a classificação estelar K0III. Ela tem uma magnitude visual aparente de 3,5 estando cerca de 147 anos-luz de distância. Como sua localização próxima da eclíptica, ocasionalmente é oculta pelo disco Lunar e, raramente, por planetas.

Ain possui uma companheira de magnitude 11 localizada 182 segundo de arco da primária. A estrela tem o nome apropriado Ain e Oculus Borealis, que significam "o olho”, sendo uma das estrelas componentes do imenso aglomerado aberto das Hyades (Mel 25). A sua idade é estimada em cerca de 790 milhões de anos. 

Em 07 de fevereiro de 2007, foi descoberto em órbita dessa estrela um grande planeta extrasolar detectado através do método de velocidade radial. Identificado como "eps Tau b", ele foi o primeiro planeta descoberto em um aglomerado aberto sendo ainda o único exoplaneta (planeta extrasolar) conhecido na região das Hyades.

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteroides).

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2014, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2013, 111P.


- http://exoplanet.eu/catalog/eps_tau_b/ - Acesso em 07 outubro 2013.

- http://messier.seds.org/xtra/ngc/hyades.html - Acesso em 07 outubro 2013.

- Astronomical Software Occult v4.1.0.11 (David Herald - IOTA) - acesso em 16/10/2013.

O asteroide (18) Melpomene em 2014

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Em 29 de janeiro próximo, o asteroide Melpomene estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.057), quando então sua magnitude chegará a 9.3, portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de pequeno porte, lunetas e telescópios. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste de busca, objetivando sua localização nos próximos dias.


Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 18 Melpomene foi descoberto em 24 de junho de 1852 pelo astrônomo inglês John Russel Hind (1823 - 1895) no Observatório de Londres. Seu nome é alusão à musa da tragédia na mitologia grega. (Mourão, 1987).

Durante a ocultação da estrela SAO 114159 em 11 de dezembro de 1978 observada por quatro observadores, dentre eles R. M. Williamon do Fernbank Observatory, Fernbank Science Center, Atlanta, Geórgia. Foi relata a observação de um evento secundário provavelmente associado com a ocultação. Isso torna o asteroide (18) Melpomene suspeito de possuir satélites menores, cujo diâmetro e estimado em 48 km e localizado a 750 quilômetros a partir de Melpomene.

Notas:
1 = (ua)* Unidade Astronômica. Unidade de distância equivalente a 149.600 x 106m. Convencionou-se, para definir a unidade de distância astronômica, tornar-se como comprimento de referência o semi-eixo maior que teria a órbita de um planeta ideal de m=0, não perturbado, e cujo período de revolução fosse igual ao da Terra.

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).


Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2014, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2013, 111P.

-http://adsabs.harvard.edu/full/1986MNSSA..45...73C - Acesso em 29 julho 2013.
- http://www.cbat.eps.harvard.edu/iauc/03300/03315.html - Acesso em 07 de Julho 2013.
- http://ssd.jpl.nasa.gov/horizons.cgi#top - Acesso em 17 junho 2013.

O asteroide (32) Pomona em 2014

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Em 31 de janeiro próximo, o asteroide Pomona estará com seu posicionamento favorável às observações (fase da Lua = -0.002), quando então sua magnitude chegará a 10.8, portanto dentro dos limites de magnitudes observáveis de instrumentos óticos de médio porte, lunetas e telescópios. A tabela abaixo apresenta suas efemérides e bem como uma carta celeste de busca, objetivando sua localização nos próximos dias.

Como demonstra seu número em ordem de nomeação indicado acima entre parênteses, 32 Pomona foi descoberto em 26 de outubro de 1854 pelo astrônomo amador alemão Hermann Goldschmidt (1806 - 1880) em Paris. Seu nome é uma alusão à deusa dos frutos e jardins. Nome proposto pelo astrônomo francês Joseph Urban Leverrier. (Mourão, 1987).

Notas:
1 = (ua)* Unidade Astronômica. Unidade de distância equivalente a 149.600 x 106m. Convencionou-se, para definir a unidade de distância astronômica, tornar-se como comprimento de referência o semi-eixo maior que teria a órbita de um planeta ideal de m=0, não perturbado, e cujo período de revolução fosse igual ao da Terra.

2 = As coordenadas equatoriais ascensão reta e declinação (J2000.0) são apresentadas no formato HH:MM:SS (hora/grau, minuto e segundo).


Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2014, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2013, 111P.

- http://ssd.jpl.nasa.gov/horizons.cgi#top - Acesso em 19 junho 2013.

A ocultação de Ain pela Lua em 12 de janeiro 2014.

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB

Em 12 de Janeiro próximo, a Lua + 86% iluminada e com uma elongação de 136°, ocultará a estrela Ain (epsilon Tauri) de magnitude 3.5 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente americano.  

Observadores localizados na América Central ístmica (Costa Rica, Nicarágua e Panamá) e América do Sul, (Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru), poderão acompanhar esse evento, conforme e apresentado nas tabelas 1 e 2 respectivamente.  

Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e Reaparecimento acima mencionadas, abaixo apresentamos o mapa global (figura 2) com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange além da região continental americana, engloba ainda localidades situadas no Oceano Pacífico. 

Ain (Oculus Borealis)

Epsilon Tauri é uma estrela gigante laranja com a classificação estelar K0III. Ela tem uma magnitude visual aparente de 3,5 estando cerca de 147 anos-luz de distância. Como sua localização próxima da eclíptica, ocasionalmente é oculta pelo disco Lunar e, raramente, por planetas.

Ain possui uma companheira de magnitude 11 localizada 182 segundo de arco da primária. A estrela tem o nome apropriado Ain e Oculus Borealis, que significam "o olho”, sendo uma das estrelas componentes do imenso aglomerado aberto das Hyades (Mel 25). A sua idade é estimada em cerca de 790 milhões de anos. 

Em 07 de fevereiro de 2007, foi descoberto em órbita dessa estrela um grande planeta extrasolar detectado através do método de velocidade radial. Identificado como "eps Tau b", ele foi o primeiro planeta descoberto em um aglomerado aberto sendo ainda o único exoplaneta (planeta extrasolar) conhecido na região das Hyades.

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteroides).

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2014, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2013, 111P.


- http://exoplanet.eu/catalog/eps_tau_b/ - Acesso em 07 outubro 2013.

- http://messier.seds.org/xtra/ngc/hyades.html - Acesso em 07 outubro 2013.

- Astronomical Software Occult v4.1.0.11 (David Herald - IOTA) - acesso em 16/10/2013.

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