A ocultação de zeta Tauri pela Lua em 30 novembro 2012.

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CEAMIG – REA/Brasil - AWB


Na noite de 30 de novembro próximo, a Lua - 98% iluminada e com uma elongação de 163°, ocultará a estrela zeta Tauri de magnitude 3.0 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano. 
Observadores localizados em grande parte da América do Sul, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, poderão acompanhar esse evento, conforme e apresentado nas tabelas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 respectivamente.







Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de desaparecimento e Reaparecimento acima mencionadas, abaixo apresentamos o mapa global com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange além da América do Sul e Caribe, ilhas situadas próximo ás regiões costeiras da África ocidental e América do Sul respectivamente, englobando os oceanos atlântico e pacífico (figura 2).


Zeta Tauri fica a cerca de 8 graus a SSE de El Nath, e marca a ponta do chifre Sul do Touro.

A estrela é muito remota para produzir uma paralaxe trigonométrica mensurável. A partir de várias características espectrais a luminosidade verdadeira é estimada em cerca de 4.400 vezes a do Sol (magnitude absoluta -4,2), a distância calculada nesta base é de cerca de 940 anos-luz. A estrela mostra um movimento próprio de 0,023" e uma velocidade radial em cerca de 15 quilômetros por segundo em recessão; variações periódicas na medição indicam que o semi-eixo maior da órbita da estrela visível é cerca de dez milhões de milhas, com uma excentricidade de 0,16. Evidentemente, a estrela invisível é um objeto mas muito menor que a gigante principal.

Zeta Tauri é uma das mais conhecidas "estrelas com capas", com características espectroscópicas que revelam a presença de uma atmosfera extensa e turbulenta em expansão. Desde os primeiros anos do século 20, a força do espectro da capa tem variado consideravelmente, foi muito forte em 1914 e em 1950, enfraquecendo em 1951 e 1952, então mais uma vez reforçando, até 1959. Embora Zeta Tauri seja muitas vezes considerada um exemplo bastante "clássico" de uma estrela com capa, tem mostrado atividade consideráveis nos últimos anos, com mudanças notáveis, por vezes, ocorrem dentro de poucos dias. Às vezes tais camadas as estrelas do exterior podem apresentar movimentos turbulentos, com enormes quantidades de material que flui para fora ou para dentro, com velocidades de até 100 quilômetros por segundo. O processo sugere algo parecido como proeminências solares em uma escala muito maior, suficiente para manter um anel permanente ou capas de gás em torno da estrela. Como em outras estrelas do tipo, há outras que parecem possuir diversas camadas diferentes em ação ao mesmo tempo, aumentando ou diminuindo a velocidades diferentes. Estratificação química é detectada em muitas das estrelas do tipo, as linhas dos elementos espectrais diferentes, evidentemente, se originam em diferentes níveis acima da superfície. Enquanto algumas estrelas da classe são opticamente variável, Zeta Tauri não mostra significativas mudanças de luz.

Muito pouco é conhecido sobre o mecanismo de funcionamento dessas Stars Shell (estrelas capas), mas acredita-se que uma série de ondas de choque podem ser geradas em uma região de instabilidade abaixo da superfície visível, mantendo as camadas mais externas da estrela em um estado de erupção. Rápida rotação também pode gerar turbulência, uma vez que as várias camadas da formação da capa estendida pode ser um dos fatores na evolução de estrelas para o estado de gigante ou supergigante.

Sites recomendados:

"Como observar"
"formulário de reporte"
(ocultações de estrelas por asteróides).

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

-  Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.

- Burnham, Robert Jr. – Burnham´s Celestial Handbook (23567-X, 23568-8, 23673-0)– An Observer´s Guide to the Universe beyond the Solar System – Vol. Three – Dover Publications, Inc. New York – USA, 1978.

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