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domingo, 1 de abril de 2012

O Céu do mês – Abril 2012

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB

Dando continuidade ao espetáculo celeste, no mês de abril temos geralmente, o céu sinalizando aos seus observadores uma boa época para o início de Star Parties no hemisfério sul (pelo menos). Este mês especificamente, Mercúrio, Vênus, Saturno e também a Lua, prenderá a nossa atenção. Abril também é uma boa época para a observação de objetos Deep-Sky. Diante disso e fatalmente, a constelação que está compondo a moldura dessa crônica neste mês será apreciadíssima do ponto de vista observacional desses objetos. Assim continua o “maravilhoso espetáculo”.

As Ocultações de Plutão em 2012

Neste ano, Plutão será protagonista de uma série de ocultações envolvendo a Lua. Então estamos apenas mencionando essa efeméride, visto que a visibilidade desse fenômeno ocorrerá somente para um observador localizado nas regiões da Antártida. Entretanto nas ocorrências datas para o 2º semestre, o fenômeno será possível ser registrado de alguma forma em boa parte da Terra, sendo suas respectivas datas e regiões apresentadas na tabela 2.

A Ocultação de Dabih Major pela Lua em 14 Abril de 2012

Na madrugada de 14 de abril próximo, a Lua - 42% iluminada e com uma elongação de 80°, ocultará a estrela Dabih Major (Beta Capricorni) de magnitude 3.1. Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano (Veja maiores informações na resenha do Sky and Observers).

Planetas!

Mercúrio = Mercúrio estará na constelação de Pisces até o dia 22 deste mês; entretanto ele fará uma breve passagem pela constelação de Cetus até o dia 29, quando então retornará para dentro dos limites da constelação de Pisces, mas em outra região. Neste período ainda Mercúrio estará em máxima elongação (27.5º) oeste e sua meia/fase (dicotomia) deverá ocorrer em 21 de abril às 04:42 (TU). Ele vem aumentando sua respectiva magnitude sendo que neste primeiro dia, ela estará estimada em 2.0, 0.4 na sua elongação, 0.3 na data de sua dicotomia, chegado em 30 de abril com 0.0.

Vênus = No dia de ontem já encontra-se posicionado nos limites da constelação de Taurus, ele iniciará abril com uma magnitude de -4.4; então ele juntamente com as Plêiades (Vejam maiores informações sobre M-45 na crônica do céu do mês “Janeiro 2012” em Sky and Observers) que farão uma espetacular conjunção vespertina nos dias 02 e 03 deste mês (figura 2).

Já no dia 10 deste mês então, Vênus chegará a magnitude de -4.6, mas este ápice ocorrerá mesmo em 30/04, quando então estará em máximo brilho, estimado em -4.7.

Lua (Fases) = As fases lunares este mês, ocorrerão nas datas e horários do fuso horário de Brasília (UT = + 03:00 h) mencionadas de acordo com o quadro 1:

Marte = Como já correu sua oposição ele continuará sua jornada pela constelação de Leo, mas quando observamos ao telescópio, notaremos que seu diâmetro aparente diminuirá rapidamente chegando no dia 29/04 para 10 segundos de arco, juntamente com sua magnitude. Ela que esteve estimada em -0.7 no último dia 31, será de -0.4 no dia 15 próximo, chegando a -0.0 em 30/04, quando então sua elongação será de 114.9°.

Júpiter = Nos poderemos ainda buscar alguma observação de Júpiter até por volta do dia 5 deste mês, ele está bem próximo do poente e suas observações por essa época ficam bastante prejudicadas pela poluição atmosférica existente nos grandes centros urbanos. A menos que você esteja no campo, podendo então desfrutar de mais alguns minutos antes de seu ocaso. Sua magnitude é estimada em -2.0, mas creio que já na segunda quinzena, suas observações fiquem impossibilitadas. Na tabela 3 abaixo, podemos ainda registrar significativamente o trânsito pelo meridiano central de Júpiter da Grande Mancha Vermelha.

Saturno = Novamente eu não deixarei de repetir que é sempre bom poder dar uma olhada neste planeta. Agora então que ele começa a despontar no horizonte leste e com sua oposição prevista para o dia 15 de abril, ele será um objeto no céu para nossa referência e identificação de estrelas e constelações. Seu posicionamento na constelação de Virgo possibilitará que essa identificação seja realizada, pois suas magnitudes estará contribuindo bastante, chegando a 0.7 na oposição. O que ficará dificultado será a visualização de sombra do disco do planeta projetada sobre os anéis. Até o mês passado (próximo do dia 20) isso foi possível, mas como a elongação vai ficando próximo ao máximo, essa percepção da sombra fica também praticamente impossível. Uma interessante configuração entre seus satélites naturais ocorrerá em 21/04 ás 22:30 (TU), quando então poderemos identificar no sentido N-E do disco e anéis os seguintes satélites naturais: Tethys (III) 12.0; mag. 10.2; Mimas (I), mag. 13.2; Enceladus (II) mag. 11.7 e Dione (IV), mag. 10.4; já no sentido S-W, poderemos distinguir: Rhea (V), mag. 9.7; Titan (VI), mag. 8.4; Hyperion (VII), mag. 14.3 e Iapetus (VIII), mag. 11.9.

Urano = Como Urano passou por sua conjunção superior no último mês, após o dia 15, poderemos começar a procurar por ele novamente na constelação de Pisces, cerca de 01h20m antes do nascer do Sol, na constelação de Pisces, como a sua magnitude estimada de 5.9, uma boa referência será a localização de Mercúrio (que nesta data estará um pouco mais alto no horizonte) e também de 44 Pisces de magnitude 5.7, alguns observadores reportam que conseguem localizar esse planeta já com a aplicação de um binóculo 7x50. É um bom desafio.

Netuno = Netuno já está um pouco mais alto no céu. Ele tornar-se-á em breve um excelente desafio observacional. Para que possamos identificar este planeta dentre as estrelas de Aquarius será bastante útil procurar por eles próximo as estrelas: Sigma Aquarii (4.8), 58 Aquarii (6.3), Rho (5.3) e Theta Aquarii (4.1); e ainda as estrelas: 38 Aquarii (5.4), 42 Aquarii (5.3), 45 Aquarii (5.9) e 50 Aquarii (5.7). A sua magnitude de 7.9, estará contrastando com essas brilhantes estrelas o que torna essa área bastante propícia a sua localização.

Ceres e Plutão = Ceres está na constelação de Pisces até 14/04. Após essa data ele retorna a constelação de Cetus. Sua magnitude continua gradativamente aumentando e em 15/04 já podemos estimar em 8.8 e em 30 de abril 8.8. Plutão na constelação de Sagittarius com uma magnitude de 14.1. Em 10 de abril estará estacionário quando inicia seu movimento retrógrado; em 18/04 Ele terá sua máxima declinação norte -19.2º.

CONSTELAÇÃO:

Leonis


Seria excelente se a carta celeste com o aspecto do céu apresentado na figura 1 retrata-se fielmente a possibilidade observacional que encontramos dentro dos limites da constelação de Leo. Vem chamando a atenção durante as Stars Parties realizadas no ano passado no Observatório Wykrota do CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais) na Serra da Piedade o conjunto de galáxias que compõem o tripleto do Leão.

Suas brilhantes estrelas e o aspecto que formam suas localizações na esfera celeste fazem com que essa constelação seja facilmente localizada no céu noturno. A estrela branca azulada e brilhante, Regulus de magnitude 1.3 e classe espectral B7V, será nossa referência para identificar o contorno do animal; uma vez identificada, na outra extremidade (a calda) encontraremos Denebola, uma estrela branca de magnitude 2.1 e classe espectral: A3V e Zosma (2.5). As patas do Leão, podemos mencionar Sigma Leo (mag. 4,0) próximo a calda e como pastas dianteiras a melhor referência será Omicron Leo (mag: 3.52); mas é necessário completarmos esse entendimento com duas partes importantes, assim a cabeça poderá ser identificadas as estrelas Epsilon Leo (mag. 2.9), Mu Leo (mag. 3.8), 1 Leonis (mag. 4.4) e também Lambda Leo (mag. 4.3). 30 Leonis (mag. 3.5), a brilhante estrela Algieba (mag 2.2) e Adhafera (mag. 3.4) completa essa interpretação como uma imensa juba deste felídeo no céu.


A constelação de Leo apresenta uma quantidade fantástica de objetos Deep Sky, então chamo primeiramente a atenção para seus objetos Messier. M 95 e uma galáxia espiral barrada com uma magnitude de 9.7; próximo a essa região celeste é possível identificar M 96, outra galáxia espiral de magnitude 9.3 e também M 105, essa uma galáxia espiral também com a magnitude de 9.3. O que fato que tornará essas galáxias bastante interessantes, será a possibilidade de buscar a observação desses objetos com telescópios de 140mm; Embora um pouco difícil a utilização de um binóculo 7x50 (e sob uma condição excepcional do céu) ou até mesmo com um refrator acima de 90mm eles já mostrem um pouco essa beleza.

O Tripleto de Leão

Sempre é gratificante observar galáxias e sempre salta aos olhos de qualquer observador mais familiarizado a suas suavidades de seus brilhos e a sutileza de seus formatos, então o emprego de telescópios com uma abertura ótica maior (300 mm diâmetro e acima), revela sob um céu livre da poluição luminosa e sem a presença da Lua, uma incalculável quantidade de objetos. Então o emprego desses telescópios (a exemplo do ATLAS), que brevemente receberá sua primeira luz em Caeté-MG fará com que nossa capacidade visual destes aglomerados se amplie também de forma exponencial.

Desta forma, o Tripleto de Leão poderá ser observado com uma enorme riqueza de detalhes; quando então a NGC 2628, uma galáxia espiral barrada revelará um pouco mais os detalhes dessa faixa de poeira escura; com o núcleo um pouco mais brilhante é possível distinguir a galáxia M 65 e sua vizinha M 66 (ambas espirais) que possuí braços mais pronunciados devido a seu brilho um pouco maior. A fotografia realizada pela equipe do ESO (figura 4) com esses objetos devidamente identificados e o video, serão referências importantes para sua carreta localização.




Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.

- http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1126/ - Acesso em 20/01/2012.

A ocultação de Dabih Major pela Lua em 14 Abril 2012

Antônio Rosa Campos
arcampos_0911@yahoo.com.br
CEAMIG – REA/Brasil - AWB

Na madrugada de 14 de abril próximo, a Lua - 42% iluminada e com uma elongação de 80°, ocultará a estrela Dabih Major (Beta Capricorni) de magnitude 3.1 (Figura 1). Proporcionando um belo espetáculo aos observadores munidos com pequenos instrumentos óticos como: binóculos, lunetas e telescópios, esse evento poderá ser observado numa grande extensão do continente sul americano.

Observadores localizados na região sudeste, sul e centro oeste do Brasil e ainda, na Argentina, Paraguai e Uruguai poderão acompanhar esse evento, conforme previsto nas tabelas 1, 2, 3 e 4.


Além das circunstâncias de gerais de visibilidade e também de Reaparecimento acima mencionadas, abaixo está o mapa global com a faixa de visibilidade do fenômeno que abrange também o continente africano (visto que ali o fenômeno ocorrerá na luz do dia) e a América do Sul (figura 2).

Beta Capricorni é uma dupla fácil de observar, oferecendo um contraste de cores muito boas para o pequeno telescópio. As duas estrelas compartilham um movimento próprio comum em cerca de 0,04" por ano; a separação projetada é 9.400 UA, (Burnham, 1978). Dabih está situada a 500 anos luz de distância e sua luminosidade é de cerca de 1.500 vezes a do Sol. Beta B é uma estrela dupla de magnitude 6.1 que forma com ela um par ótico (Mourão, 1987).

A estrela brilhante é uma tripla espectroscópica, com períodos de 8.678 e 1.374 dias. Thomas William Webb também menciona um par minúsculo entre os componentes, com uma separação de 6,4" e AP de 322 °, sendo ambas as estrelas de 13ª magnitude.


Sites recomendados:

www.rea-brasil.org/ocultacoes
"Como observar"
http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/observar.htm
"formulário de reporte"
http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/1reporte_ocultacoes_lunares_v2.0c2_portugues.xls (ocultações lunares) ou
http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/reporte_asteroides.xls
(ocultações de estrelas por asteróides).

Boas Observações!

Referências:

- Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas - Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro (RJ) - 1987, 914 P.

- Campos, Antônio Rosa - Almanaque Astronômico Brasileiro 2012, Ed. CEAMIG (Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais), Belo Horizonte (MG) - 2011, 104P.

- Burnham, Robert Jr. – Burnham´s Celestial Handbook (23567-X, 23568-8, 23673-0)– An Observer´s Guide to the Universe beyond the Solar System – Vol. One – Dover Publications, Inc. New York – USA, 1978.

- http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php - Acesso em 01/03/2012

Ernesto Reisenhofer

PERSONAGENS DA NOSSA ASTRONOMIA

ERNESTO REISENHOFER
(1907-1978)

*Nelson Travnik

Em nossa série ‘Personagens da nossa Astronomia’, Ernesto Reisenhofer, ocupa um lugar de destaque. Ernesto nasceu em 14/07/1907 e era Engenheiro Mecânico e Chefe de Escritório Técnico da Cia. Siderúrgica Belgo Mineira. Era casado com Stellita Starling Reisenhofer e tinham a mesma idade. Não há referências sobre como ele se iniciou em Astronomia. Sabemos que no dia 1º/08/1956, ele e sua esposa tornaram-se associados do ‘Centro de Estudos Astronômicos “Cesar Lattes”, CEACL, de Minas Gerais, fundado em 04/03/1954, com sede social à Av. Afonso Pena, 867, 15º andar, s/1519, Belo Horizonte - MG. Nas suas fichas de inscrição, nºs 23 e 24, já consta o endereço de sua residência à rua Pouso Alegre, 430, B. Floresta. E é lá que tem inicio na década de 60, a construção do seu "Observatório Astronômico Kappa Crucis", nome derivado do magnífico aglomerado aberto na constelação de Crux (NGC 4755), conhecido como: ‘Caixa de Jóias’, descrito assim por J. Herschell (1792-1871) e distante 7.700 a.l. Não há quem não fique embevecido na contemplação desse conjunto de estrelas coloridas. Nos fundos de sua residência, Ernesto construiu uma cúpola de 4 m de diâmetro, de madeira forrada com chapas galvanizadas e como instrumento importou dos EEUU uma objetiva de 152mm da firma ‘Jagers’, F/15. Ele realizou então a montagem da objetiva em um tubo de fibra de vidro e construiu a montagem equatorial com movimento elétrico em AR e manual em Decl. Com este instrumento realizou intenso trabalho observacional, como por exemplo uma bela foto do cometa Bennet 1969 f em 22/03/1970 e o registro visual e fotográfico do transito do planeta Mercúrio pelo Sol em 09/05/1970, cujo relatório e imagens ele gentilmente me enviou. As atividades do Kappa Crucis tornaram-se uma referência em Belo Horizonte para onde convergiam colegas do Centro de Estudos Astronômicos de Minas Gerais, CEAMIG. Não só da capital do Estado mas de outros Estados e até do exterior como é o caso do Astrônomo francês Jean Rosch do Observatório do Pic-du-Midi que veio a Minas a convite de Luiz Muniz Barreto do Observatório Nacional do Rio de Janeiro, para ajudar na escolha do local para instalação do Observatório Astronômico da UFMG; ambos visitaram o Kappa Crucis.



OBSERVATÓRIO KAPPA CRUCIS & OBSERVATÓRIO FLAMMARION

Não sei precisar exatamente quando fui conhecer pela primeira vez o Kappa Crucis. Em 1954 eu havia fundado o Observatório Astronômico Flammarion em Matias Barbosa, cidade próxima a Juiz de Fora - MG e somente na década de 60 soube da existência do Kappa Crucis. Ao visitar o Observatório, fiquei impressionado com suas instalações e muito mais com a pessoa do Ernesto, um verdadeiro ‘gentlemen’ que não mediu esforços para me receber em sua residência. Passamos a nos corresponder e criamos uma forte amizade. Em 1971 ele me disse que estava com vontade de vender a sua luneta ‘Jagers’ pois pretendia instalar em seu lugar o refletor de 200 mm que havia construído. Não perdi tempo, fui a Belo Horizonte e adquiri o instrumento. Foi com ele que realizei minhas melhores observações sistemáticas de Júpiter e particularmente de Marte em 1971 quando então a qualidade da objetiva e do céu permitiram obter uma série de fotografias e desenhos com ótima resolução. Foi possível assim detectar o inicio de uma tempestade de poeira sobre a região de Noachis. O trabalho enviado a Charles F. Capen do Observatório Lowell em Flagstaff - Arizona (EUA), foi muito elogiado. Por volta de 1974, devido a insistência do colega Augusto C. Orrico, fundador do Observatório Antares de Feira de Santana - BA, a luneta ‘Jagers’ foi vendida para aquele Observatório pois o mesmo ia ser inaugurado pelo governador Antonio Carlos Magalhães e não podia sê-lo sem instrumento. Assim, a luneta do Ernesto foi para O Observatório Antares que mais tarde foi vinculado a Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS. No lugar desse instrumento coloquei um telescópio refletor Maksutov Zeiss de 150mm cedido por empréstimo através de convênio com a Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF. Posteriormente Ernesto encerrando as atividades do Kappa Crucis manifestou desejo de vender o seu excelente telescópio de 200mm. Ciente de que o Observatório Betelgeuse de Cachoeira - BA, necessitava de um instrumento, fui intermediário em sua venda. Em 1977, já trabalhando no Observatório Municipal de Campinas - SP, Ernesto com seu admirável espirito altruísta, fez doação ao meu colega Jean Nicolini de um celóstato que ele havia construído ciente de que ele iria prestar (como prestou) excelentes serviços a observação solar. Centenas de pessoas que visitavam o Observatório, tinham também acesso as belas imagens fornecidas pelo celostato instalado em um ‘roll-off’ que recebeu o nome de ‘Pavilhão Solar Ernesto Reisenhofer”. O falecimento do Ernesto e da sua esposa, me entristeceu profundamente. Era um casal muito unido e parece que até combinaram ir juntos ao encontro das belezas do universo que tanto amavam.

*Nelson Travnik é astrônomo dos observatórios municipais de Americana e Piracicaba, SP, e Membro Titular da Sociedade Astronômica da França.

- Referências:

Memória: O Observatório Kappa Crucis, João Ribeiro de Barros
CEAMIG: Acervo Digital de Associados
Documentos diversos: Nelson Travnik

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